A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 45
Decepção e Motivação




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XLV

SABRINA

SABRINA NUNCA TINHA VOADO de avião. Ela desejou continuar com aquilo no minuto que levantou voo. Suzana e Jason pareciam ter aproveitado a viajem com o champanhe (embora fossem menores) e os aperitivos. Sabrina quase vomitou com as turbulências e constantemente pensava que o avião iria cair.

Quando eles finalmente ingressaram no aeroporto de Nova-York, Sabrina estava mais do que aliviada.
– Certo, como chegamos no acampamento agora? – perguntou Suzana.
– Vocês disseram que é em Long Island – disse John – vai demorar muito de táxi e vai ser muito caro. – Sabrina vasculhava em sua mochila, finalmente encontrou a dracma que Verônica dera a ela.
– Eu tenho uma ideia – ela arremessou a dracma no chão – Stêthi, Ô hárma diabolês!

Imediatamente o asfalto escureceu, e então um táxi que parecia feito de fumaça apareceu diante deles. Os três arfaram quando uma velha com poucos tufos de cabelo colocou a cabeça pra fora da janela dianteira.
– Passagem! Passage?
– Três – disse Sabrina nervosa – pro Acampamento Meio-Sangue. – A velha torceu os lábios.
– Tem um romano com você.
– Não tem problema, ele é amigo.

Ela abriu a porta da frente e gesticulou para seus amigos pasmos.
– Não temos muito tempo.

A viajem foi louca, realmente louca. Pior do que o avião com as velhas que subiam no cordão, dirigiam contramão, acima da velocidade, adentaram o mato e brigavam pelo olho – que Sabrina quase engoliu quando veio na direção dela. Ela agradeceu aos deuses por estar viva quando finalmente saiu do táxi no pé da colina meio-sangue.

Já lá de baixo, ela observou a luta de vários – milhares, na verdade – monstros lutando contra alguns poucos campistas, várias bombas – na verdade, Sabrina percebeu que eles só não tinham alcançado o acampamento ainda por causa das armadilhas na colina, graças ao chalé de Hefesto provavelmente – e flechas das caçadoras. Sabrina tomou o velocino dos ombros de Johnathan e correu como se estivessem dando livros grátis.

Ela correu tanto que devia ser um record olímpico – no sentido esportista e divino. Passou por monstros, deslizou entre as pernas de lestrigões, pulou corda no rabo de uma dracnae e quase foi engolida por ciclopes, mas no fim chegou ao pinheiro de Thalia.

Os campistas que lutavam pararam e arfaram pra ela quando ela largou o velocino sobre as raízes. Imediatamente uma espécie de parede de luz circulou o acampamento. Sabrina observou chocada enquanto vários monstros que estavam no acampamento foram jogados por uma força invisível para fora.

Quando os monstros estavam obviamente incapazes de adentrar as fronteiras, os semideuses sobreviventes levantaram as armas e gritaram em euforia.

O pessoal veio até Sabrina e pularam com ela, gritaram, dançaram e a colocaram em seus ombros. Sabrina foi arrastada para dentro do acampamento em meio a risadas e gritinhos de euforia. Quando estavam todos felizes e alegres, Ártemis apareceu diante dela.
– Eu vejo que completaram sua missão. – a deusa disse em meio aos campistas. Várias caçadoras se mantinham longe dos campistas com uma expressão de nojo. Sabrina sorriu para a deusa até que se lembrou de algo.
– Não acabou. Nosso ultimato foi perdido, mas os romanos ainda estão em guerra. – John apareceu ao seu lado.
– É verdade. Mesmo sem o ferro estígio nos tuneis, nossa proteção sempre foi a legião, não uma barreira mágica. – Sabrina então olhou para os campistas (muitos poucos haviam sobrado, cerca de 40 ou menos) e então notou o que ela tinha que fazer.

Ela subiu em cima da mesa mais próxima, e então olhou para os vários olhos que a observaram.
– Essa luta não é só nossa! – ela gritou – Os romanos nos ajudaram e sem eles não teríamos conseguido!
– Valeu! – gritou John. Ela o fuzilou com os olhos antes de continuar.
– Não vai adiantar de nada termos ganhado se os romanos não tiverem um lar! Eu só sei que mesmo mais protegidos, ainda não acabou! Depois dessa noite, podemos ter um aliado mais forte e mais unido a nós, ou um inimigo sedento de poder que teremos que enfrentar sozinhos! – ela vociferou – Quem está comigo?

Os vários campistas presentes levantaram suas armas e gritaram em euforia. Sabrina sorriu, sentiu pela primeira vez que o acampamento era seu lar.

Ela desceu do banco e Raphael apareceu diante dela, sorrindo com seu rosto um pouco melhor do que em seu sonho e dando batidinhas em seu ombro.
– Eu acho que é a melhor hora pra fazer você conselheira do chalé 6. – os filhos de Atena presentes concordaram. Sabrina se sentiu honrada – Qual é o plano?

Ela estava prestes a dizer que precisava pensar quando ouviu a voz de Suzana um metro longe dela.
– Senhora Ártemis, eu pensei no que me disse. – Suzana falou – Eu aceito, vou me tornar uma caçadora.

Sabrina virou com horror em seus olhos para olhar para Suzana, que falava com Ártemis. A deusa sorriu, então disse.
– Repita comigo: Eu me comprometo a Ártemis, dou as costas a companhia dos homens, aceito a virgindade eterna e me junto à caçada.

Sabrina repetiu os votos. Instantaneamente ela pareceu brilhar, com a benção de Ártemis Sabrina imaginou.

Ela se sentia abandonada – Suzana nem tinha falado com ela sobre isso! Ela queria gritar, sacudir Suzana e perguntar por que, mas a ignorou enquanto Thalia bagunçava os cabelos de Suzana e a juntava as caçadoras.

Ela olhou para seu acampamento.
– O plano é o seguinte... – ela começou.


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Notas finais do capítulo

:'S