A hospedeira 3 - Sucessão escrita por Everlak


Capítulo 20
Fearless or Madness?


Notas iniciais do capítulo

Ei!!!!
Voltei!!!! Respirem fundo que estou de volta e para ficar! hehehehe um enorme pedido de desculpas e vamos ao que interessa!



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Brody e Riley decidiram por acordo silêncioso não atravessar o caminho um do outro, ainda que fosse uma tarefa complicada dentro da caverna. Kimberly apenas me ignorava o que era bom para ambas. Já tinha mais com que me preocupar do que com ela.

Meus pais e meus tios nunca chegaram à caverna o que me têm deixado nervosa nas últimas semanas. Eles haviam mandado uma mensagem no primeiro dia a dizer que não conseguiriam chegar na caverna sem serem seguidos, e decidiram não correr o risco de nos entregarem. Mas depois Jamie nos obrigou a desligar todos os telemóveis. Quando ele disse desligar, ninguém estava à espera que ele os despedaçasse contra as paredes rochosas. Ninguém reclamou. Jamie era o único que já havia passado por isso então deixámo-lo no comando.

Pelo menos tinhamos comida e produtos básicos de sobrevivência que nossos pais tinham acumulado no caso de alguma eventualidade acontecer. Regalia que não tiveram antes, segundo Jamie.

O mais estranho, por assim dizer, é que as cavernas pareciam ter-se tornado numa versão mais grotesca do colégio. Jamie era o mais velho aqui. Ele me explicou que nossos pais sempre esperaram que as almas voltassem, não as mesmas, pois essas demorariam biliões de anos. Mas de alguma forma, os líderes deverão ter descoberto o que se passava e o que aconteceu é que durante estes anos que se pensou estarmos livres das almas, elas apenas estavam bem escondidas, as que tinha conseguido escapar à ira humana. E elas não estavam para brincadeiras.

Meus olhos continuaram prateados para meu desespero. Riley e Jade também ficaram com os olhos prateados. Nossos genes alma pareciam estar a tomar controlo.

Saio do duche quente e visto-me rapidamente nos balneários femininos. Hoje fiquei com o turno do pequeno-almoço pelo que não tem quase ninguém acordado a esta hora e a água quente corre sem problemas.

— Odeio estas camas! Elas são tão duras! – Mia reclama quando a encontro na cozinha. – O meu pescoço está todo dolorido!

— Dá graças por teres uma cama. – Jamie replica, um saco de farinha em suas mãos. – Seus pais e todos nós dormíamos em colchões esfarrapados no chão. Tens sorte de eles terem tomado precauções e restaurado este lugar. Caso contrário, nem água quente terias. Zoe, não erres as porções de farinha outra vez.

— Não posso tratar antes das saladas de fruta? Já notaste que eu e o pão não nos entendemos bem.

— Nada disso. Para aprender, tens que insistir. – Jamie diz.

Ele insiste em colocar toda a gente a fazer turnos rotativos. Eu achava que seria muito melhor se cada um tivesse sua função fixa, algo em que fossem bons. Por exemplo, eu era boa em lavandaria, péssima na cozinha. Jade era o oposto. Jade ficaria na cozinha e eu na lavandaria. Simples e eficaz. Mas Jamie persistia na ideia de que todos deveriam saber fazer um pouco de tudo. Quero só ver quando algum dos garotos for para o turno da lavandaria e suas camisas claras saírem cor-de-rosa.

— Tu és muito chato quando és todo mandão.

— Alguém tem que cuidar das coisas por aqui. – Ele se defende.

— Claro. Mas sabes o que eu aprendi numa aula de história? Líder amistoso é mais bem recebido que líder imperioso!

— Tu acabaste de inventar isso não foi? – Ele adivinha, tentando segurar o riso.

— Foi, mas tenho a certeza que o professor concordaria comigo.

— Certo, agora menos conversa e mais trabalho. – Ele avisa.

Tanto eu como Mia batemos continênvia.

— Sim Senhor Comandante!

Jamie nos lança um olhar de advertência e nós voltamos aos nossos afazeres.

— Era uma ou duas chavenas de farinha para cada chávena de leite? – Questiono.

— Duas! – Todos os trabalhadores na cozinha dizem exasperados.

— Pronto, pronto. Duas chávenas de farinha. – Antes de deitar a segunda, paro. – Eu já tinha deitado uma ou esta foi a primeira?

Mia suspira ruidisamente e abana sua cabeça. É... eu bem avisei Jamie que eu não me dava bem na cozinha. Decido que era a primeira chávena e deito outra. Não ficou nem muito líquido, nem muito denso, pelo que acho que deve estar bom. Amasso bem divido em pequenos lotes redondinhos e repito o processo mais umas dez vezes. Quando termino de assar todas as fornadas, meu turno termina, e os novos residentes da caverna começam a aparecer para tomar o pequeno almoço. Tiro o avental coberto de farinha e me sento com Mia numa mesa à espera dos restantes, o tabuleiro intacto à nossa frente. 

— Bom dia! Como vocês estão? – Trevor e Jade se juntam a nós e Mia se remexe na cadeira incomodada.

Trevor e Jade têm suas tarefas quase sempre juntos. Isso não seria nada demais se eles não parecessem cada vez mais amiguinhos. Mia não dizia nada mas eu podia ver oseu olhar irritado. Até eu ficaria irritada. Jade não estava a fazer nada de errado. Trevor não estava a fazer nada de errado. O problema aqui foi a falta de tato de Jamie. Ah, espera! Tinha esquecido:

“Casais ou namorados não podem trabalhar juntos. Daria muita confusão, pouco trabalho.”

As pérolas de sabedoria de Jamie! Bom, ele deve saber, já que ele andou com cada uma das suas colegas de trabalho nos part-times que arranjava no Verão.

— Bom dia! Para onde vão hoje? – Questiono só para irritar Jade. Meu trabalho por hoje terminou, mas o deles ainda está a começar.

 - Balneários. – Trevor respondeu com uma careta. – Quer trocar?

— O senhor todo poderoso não deixa. – Explico referindo-me a Jamie. – Além disso, já terminei meu dia.

— Ah, que pena...

— Onde estão os outros? – Mia pergunta olhando em volta. – Já não deviam estar aqui?

— Deveriam, realmente...

— Eles não vêm. – Jade refere. – Eu os vi em direção à ala este.

Ala Este? Eu penso e repenso, recordando onde fica a ala este. Quando me dou conta, levanto-me mais depressa que uma flecha.

— Jaime, seu desgraçado!

— Zoe, o que estás a dizer? – Mia se levanta também.

— Nada. Senta aí que eu já volto.

Tento procurar na minha mente o caminho certo, mas a respiração acelerada nao está a ajudar. Esquerda ou direita? Para cima ou para baixo? À medida que caminho ouço suas vozes e fico ligeiramente mais tranquila. Eu não me perdi e eles ainda estão aqui. Brody está aqui assim como Mack, Kimberly e Riley. E, claro, Jamie.

— Seu filho da mãe! – Atiro-me aos socos contra ele que segura meus braços com facilidade.

— Zoe, o que raio estás a fazer? Estás doida? – Vocifera.

— Eu que estou doida? – Retruco. – Tu é que queres mandá-los lá fora e eu que sou a doida?

— Não é nada demais. Só vão reconhecer o perímetro.

— E achas que isso não é nada demais? Jamie, eles podem ser apanhados pelas almas. Deus, eles podem ser mortos!

— Zoe, almas não podem matar! Deixa de paranoia.

— Almas podem matar sim. E tu saberias isso se estivesses comigo e Brody naquela noite. Eles carregavam armas. Eles estavam a agredir quem se atravessasse no seu caminho.

— Tenho a certeza que viste mal. Ainda estavas sob muita medicação. – Ele desdenha.

— Ei! Ela não é louca. – Brody se interpõe entre mim e Jamie. – Eu vi o mesmo que ela. Eles estavam armados sim! E não voltes a falar assim com ela senão...

— Senão o quê, garotinho de colégio? Hein? – Jamie se aproxima ameaçadoramente de Brody, mas este não se mexe.

Esse é meu namorado!

— Senão a conversa não será tão amistosa.

Bom, lá se vai a era de “amizade” entre os dois. Sem o propósito em comum, ficou apenas a rivalidade entre ambos.

Jamie precisa ser posto no seu lugar. Ele não me dá ordens, ou a qualquer outro aqui. Ele pode opinar, dar seus conselhos. Mas ordenar? O que ele faria se o contrariassemos? Nos castigaria? Fala sério! As coisas precisam mudar por aqui.

E eu as farei mudar.


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Notas finais do capítulo

Impressão minha ou Zoe está diferente?
Comentem suas opiniões!
Beijos fofos!



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