A História de um Dragão Chamado Spike escrita por GambitRJ


Capítulo 22
Fragmentos da Guerra - Três Vezes Não


Notas iniciais do capítulo

Parece que a História dos pôneis e dos dragões são mais ligadas do que parece.
E esse relato é contado por uma testemunha ocular.



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Dias atuais...

– Nossa eu nunca pensei que vocês tivessem encontrado o Discórdia. E a Princesa Celestia e a Princesa Luna? Elas alcançaram vocês? O que aconteceu? – perguntou Spike.

– Calma pequeno, foi bom você ter me perguntado sobre o passado, assim poderia iniciar o relato dessa história, mas não me sinto confortável em conta-la. Gostaria que o protagonista principal a terminasse. – falou olhando em direção o alto de uma grande pedra e fazendo silêncio, todos olharam para Éfeso e para a pedra sem entenderem, alguns segundos se passaram. Éfeso já havia acabado de fazer as medições que queria e ficou estático naquela posição quando baixou a cabeça fechando seu olho bom.

Imagem: Éfeso (agradecimentos a Spike The Dragon)

– Você nunca quis conversar sobre esse fardo que carrega, já não está na hora de falar sobre isso? – perguntou Éfeso ao vento.

A princípio ninguém entendeu nada, que pergunta era aquela? Para surpresa de todos aparentemente o vento respondeu.

– Fiquei curioso quando vi você saindo da Forja, fazia tempo... Mais surpreso fiquei quando percebi que não era para falar comigo. – todos olharam em volta procurando de onde vinha à voz que ecoava de todas as direções.

– Faz tanto tempo assim que não saio?

– Sim irmão. – ao falar isso o feitiço de invisibilidade que o ocultava se desfez – Eu carrego um fardo e você carrega outro que tenta compensar construindo armaduras para cada dragão existente, mas eu não tenho como compensar os meus. – era Gold King.

Imagem 2: Gold King (esse cara é grande mesmo...)

– Majestade – todos falaram ao mesmo tempo fazendo reverência, fato raro os dois irmãos serem vistos juntos fora de suas casas a imponência dos dois era evidente muito mais com o rei dourado sobre a pedra.

– Por favor, sem cerimônias. Éfeso, eu deveria saber que não dá para te enganar, senti isso quando você começou a contar essa história... – olhou para os jovens, principalmente para Spike – Vi a cara de curiosidade de vocês, e sei que meus erros não devem ficar presos a minha culpa me consumindo, que eles sirvam de lição aos mais jovens. Os dragões às vezes se sentem tão superiores... Não, arrogante é a palavra certa! Então escutem como encontramos as princesas alicórnios no passado.

As frases pareceram meio soltas para os jovens, a lembrança parece ter atordoado o grande rei. E ele continuou de onde Éfeso parou.

... Flash back...

Celestia e Luna voavam o mais rápido possível, porém, alicórnios não eram tão velozes quanto Pégasos puros. Num certo momento Luna falou.

– Devíamos chamar a atenção deles com magia.

– Não será necessário. – respondeu.

Celestia notou que Gold havia olhado discretamente para trás e logo depois os três dragões começaram a descer e pousaram formando uma espécie de arco, com Gold no meio e todos virados para o centro como que mostrando onde elas deveriam pousar.

Celestia tomou a frente, Luna fez sua cara mais austera possível e a seguiu.

Ao pousarem, Gold foi direto.

– Alicórnias, vocês estão indo na direção errada.

Luna se sentiu ofendida com a falta de trato com a realeza e respondeu com a voz de “princesa” que fala aos súditos, sim, aquela voz possante que nem um trovão que fazia muitos pôneis tamparem os ouvidos com os cascos.

– Mais respeito dragão! Você está se dirigindo a duas princesas dos pôneis!

A voz, como de costume, veio seguida de uma rajada de vento, mas que pouco impressionou os dragões.

– Você disse tudo Alicórnio negra regente da lua, princesas dos pôneis não dos dragões! As trataremos como qualquer outro pégaso, pônei ou unicórnio que viva nesse mundo, não mais, não menos.

Essa resposta fez Luna saltar nos cascos literalmente.

– Como você ousa... – num tom furioso.

– Chega Luna! – interrompeu Celestia pondo a asa na frente da irmã e num tom sereno continuou – Você tem razão, somos as princesas dos pôneis e é justo como quer nos tratar, não sabemos muito sobre vocês, mas parece que sabe sobre nós... – Celestia tinha razão, Gold chamou Luna de regente da lua. – Não me parece justo isso, sou a Princesa Celestia essa é minha irmã Princesa Luna. – e fez um cumprimento com a cabeça.

Gold ficou constrangido, com a formalidade, apesar de seu modo rude, mas não deixou transparecer.

– Meu nome é Gold, esses são meus irmãos Éfeso e Hélios, e sim sabemos quem são. Aquelas que comandam o dia e a noite para os pôneis.

– E para vocês também.

– Luna, por favor.

– Alicórnios... Como se precisássemos de algum favor de vocês, somos dragões não precisamos de sua magia para nada! Mas pelo modo como estão governando parecem que precisam da nossa não é mesmo?

Luna teve que engolir em seco, afinal estava ali justamente para saber como aquele dragão subjugara Discórdia tão facilmente? Pelo menos era o que pensava.

– Sim vimos o que fez, – disse Celestia – e sua ajuda seria bem vinda, se oferecida, mas o que mais me intriga é o porquê de vocês aparecerem tão longe de suas terras?

– Viemos somente atrás dos jovens tolos de nosso clã que vocês duas viram. Eles estavam aqui sem autorização. Desde que Discórdia começou a brincar com vocês só os adultos podem passar por aqui.

– Clã? Nunca pensei que vivessem em clãs.

– Vocês não sabem nada sobre nós, era de se esperar. – comentou Éfeso.

– Sim não sabemos, vocês parecem ser muito reservados, sempre só passando acima das nuvens.

– E o que teríamos a falar com vocês? – perguntou Gold.

– Conversar como dois povos amigos, isso deixaria boa parte de nossos súditos menos assustada quando os avistassem.

– Temos nossa vida e vocês as suas. Por que mudar isso?

Luna interrompeu com sua voz normal, porém irritada.

– Será que você não vê que quanto mais Discórdia traz o caos aos pôneis mais poderoso fica? Quanto tempo acha que vai durar até ele voltar a incomodar vocês?

– Ele não seria tolo e isso eu deixei claro hoje, e quanto aos seus problemas eles são seus não nos interessa.

– Como pode ser tão insensível para com o sofrimento dos outros? – questionou Luna mais irritada.

– Nós temos coisas mais importantes a fazer para com os nossos do que ter que interferir com assuntos de pôneis. – respondeu friamente Gold.

Antes que Luna pudesse responder Celestia falou.

– Você tem razão Gold. Essa é nossa responsabilidade e acredito que você tenha a sua para com seus iguais, mas que fique aqui plantada nesse encontro uma semente de amizade entre nossos povos, não estou pedindo que aceite minha amizade agora, mas dê a chance para que ela germine.

Gold ficou surpreso em nenhum momento Celestia pediu abertamente, a ajuda contra Discórdia, percebeu que quando Luna falara ela cortava seus rompantes emocionais sempre estendendo o casco na direção de um diálogo sem interesse para pedir algo em troca.

– Que seja então... Princesas, agora devemos partir. – dito isso levantou voo seguido por Éfeso.

O dragão dourado Hélios se aproximou.

– Perdoe meu irmão, ele não quis ser grosseiro, estamos envolvidos em um fato muito importante para nós. Mas se querem mesmo derrotar Discórdia por que não vão logo atrás dos Elementos da Harmonia?

Celestia levou um susto com o comentário.

– Como sabe deles?

– Não somos só bestas selvagens como já notaram. – dito isso decolou.

Naquele dia Gold se sentiu muito mal. Celestia havia mostrado o quanto ele era arrogante, enquanto esperava que ela pedisse sua ajuda, recebeu um pedido de amizade, naquele momento ele pensou dar a volta e ajudar, mas estava trabalhando em algo grande a união de todos os clãs.

... E o tempo passou...

Era a época da crise no império de cristal, Celestia e Luna aguardavam em campo aberto.

– Por que temos que conversar com ele minha irmã? Dragões simplesmente não ajudam pôneis isso é um fato!

– Não quero pedir ajuda Luna quero fazer algumas perguntas.

Logo Gold é avistado e pousa a frente delas.

– Saudações Princesas dos pôneis. A que devo a honra de receber um pedido de audiência com ambas. – falou em tom jocoso – afinal sou apenas um plebeu.

– Saudação Gold, como vai à unificação dos clãs. – respondeu Celestia.

– Parece que alguém andou se informando... Ela poderia estar acontecendo mais rápido, dragões são um pouco ranzinzas.

– Eu já percebi. – sorriu Celestia – Mas não foi por isso que pedi um pouco do seu tempo, você deve saber que há problemas no Império de Cristal ao norte.

– E veio pedir minha ajuda? – precipitou-se Gold.

– Não gostaria de saber por que estou sentindo magia arcana de dragão vindo de lá?

Luna ficou surpresa ela sentia a presença de magia, mas não que era de dragão. A feição de Gold fechou, olhou para o norte por um tempo e não conseguiu disfarçar a preocupação.

– Ouvi falar sobre o rei Sombra... Sinto uma leve presença de magia draconiana, mas não sinto a presença de dragão na área.

– Como o rei Sombra teve acesso a tal magia?

– Celestia... Eu não faço ideia. – chamar a princesa sem seu título deixou ambas as surpresas.

– Então algum de vocês é responsável agora pelo que acontece no norte! Ou acha que o rei Sombra roubou a magia de algum dragão. – esbravejou Luna.

Gold olhou em direção a sua terra natal preocupado, nesse momento sentiu a mesma energia vinha de lá, magia de dragão, mas uma magia diferente e mais forte.

– Princesa Luna, temos problemas semelhantes, não tenho como responder essa pergunta no momento.

– Você precisa de nossa ajuda Gold? – perguntou de forma sincera Celestia.

– O que??? – perguntou indignada Luna – Eles que deveriam nos ajudar irmã, dessa vez estão envolvidos nesse caos.

– Não generalize princesa da Lua! – respondeu rispidamente Gold. – Magias arcanas muitas vezes se misturam. Agradeço o oferecimento Celestia, mas isso é um problema de dragões, me perdoe não poder ajudar mais no caso de vocês.

– Eu entendo. – disse uma resignada Celestia ela sabia que algo grave acontecia no reino dos dragões.

Gold partiu novamente com a consciência pesada, notara que o ocorrido no Império de Cristal poderia ser responsabilidade em parte dos dragões, mas se fosse verdade ele não poderia se ausentar de suas terras para ajuda-las. Talvez esse fosse o desejo de algo maligno...

... E mais uma vez o tempo passou...

O tempo estava fechado Celestia aguardava no alto de uma colina preocupada olhando para o céu, logo avistou Gold, agora chamado Gold King.

– Celestia...

Dessa vez Gold trazia alguns ferimentos recentes.

– Você não me parece bem Gold King.

– Me chame de Gold, por favor, estou cansado dos outros me chamarem assim, me diga o que a aflige.

– Sinto aquela presença arcana rondando o Castelo da Liberdade, tento sentir sua fonte, mas não a encontro, e ela está começando influenciar Luna. – falou em um tom preocupado.

Gold King olhou na direção do castelo.

– Sim eu sinto essa presença, sua irmã é forte não se preocupe...

– Por favor, me ajude! – interrompeu Celestia quase chorando – Você sabe o que aconteceu com o rei Sombra quando essa força apareceu?

– Celestia o rei Sombra de alguma forma procurou essa força para seu benefício, não acredito que Luna procure por isso.

– Você não entende minha irmã está tomada por sentimentos negativos ultimamente e essa energia parece ser atraída por eles. – falou Celestia com lágrima nos olhos.

Gold sentiu o desespero da alicórnio, mas a situação em seu reino era extremamente grave e ele temia que seus irmãos não dessem conta.

Então Gold King disse as palavras mais difíceis de sua vida.

– Eu não posso ajuda-la Celestia, não agora. Sinto muito. – fez uma pausa – Use os Elementos da Harmonia eles são eficazes contra essa energia, sua irmã pode estar sendo influenciada, mas não tomará essa energia para si diferentemente do rei Sombra.

– Eu farei isso então Gold, me perdoe traze-lo aqui por nada. – respondeu Celestia virando-se.

Gold King não teve coragem de responder e simplesmente foi embora. Voando a caminho de casa ponderou consigo.

“- Grande rei que eu sou, ela me ofereceu sua amizade, me ofereceu ajuda quando estava em situações ruins e na única vez que vem me pedir ajuda, eu nego... Não! Dessa vez eu voltarei para ajuda-la, mas antes terei que falar com Éfeso e Hélios.”.

... Fim do flash back...

Gold King ficou em silêncio por um tempo. Até que Spike tomou coragem e falou.

– Mas o senhor não voltou...

– Não assim que retornei a guerra começou e as sombras cobriram esse reinou por anos sem saber quem a orquestrava de tempos em tempos éramos atacados, senti quando a princesa Luna foi banida para lua, nem podia imaginar o quanto a princesa Celestia sofreu ao fazer isso.

– Desculpe majestade – interrompeu Blue – nunca ouvimos falar de seu irmão Hélios.

– Porque vocês o conhecem como Ares aquele que orquestrou a guerra...


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Notas finais do capítulo

Pois é mais um capítulo mostra o passado de pôneis e dragões e a relação construida entre Celestia e Gold King é abordada, será que tem algo mais?...sei não.
Agradeço a contribuição de Spike the Dragon pela imagem do Éfeso! Valeu!
Agradeço também quem acompanha a fic esse capítulo ficou grande então comentem caso tenha ficado grande demais .... hehehe