A História de um Dragão Chamado Spike escrita por GambitRJ


Capítulo 21
Ecos do Passado a História dos Dragões, das Princesas e Discórdia


Notas iniciais do capítulo

Depois de um dia agitado nada melhor que um relaxante banho de lava. Éfeso surge e a curiosidade de Spike faz com que o dragão negro conte uma história de um passado distante...



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– Muito bom Spike, parece que você leva jeito. – falou Pérsius.

– Deixe a cabeça dele parar de girar Pérsius.

– Ah Naila, a minha ainda está girando também é bom ele se acostumar.

Spike ouvia tudo, mas estava exausto, dolorido e é claro completamente zonzo. Olhou para si mesmo e viu seu estado deplorável, marcas de queimaduras e pequenos machucados eram visíveis em seu couro, além de algumas escamas perdidas e era só o primeiro dia!

Imaginava a reação de suas amigas em Ponnyville se o vissem assim, provavelmente ficariam horrorizadas, como poderiam tratar um dragão bebê assim? Com esse pensamento Spike sentiu algo bom dentro de si. O estavam tratando como igual, ele estava feliz com seus irmãos de escamas, diferente da vez em que fez sua jornada. Saudades de suas amigas? Lógico que sim, mas não se arrependeu de estar ali naquele momento, vivendo como um dragão.

– Bem crianças hora do descanso. – falou Solaris

– Ótimo então está na hora de levar o novato para relaxar nos poços de lava! – falou Pérsius – Todos nós merecemos afinal.

– É talvez um banho de lava caísse bem agora... Ai minhas costas. – reclamou Spike.

– Bom saber Spike, você verá também como um banho de lava vai fazer bem a suas escamas danificadas. – falou Naila.

– Muito bem crianças, não era bem isso que eu tinha em mente para o Spike, mas que assim seja. Blue depois que terminarem poderia dar abrigo ao Spike? Tenho que ir falar com Brave volto assim que possível.

– Sim lady Solaris. – respondeu o dragão azul.

Solaris não escolhera Blue por acaso para cuidar de Spike em sua ausência, ela conhece seus alunos mais que eles mesmos.

– Vamos então! – Pérsius pegou Spike e o jogou em suas costas logo alçando voo.

– Cuidado aí Pérsius lembre-se que ele ainda não tem asas. – falou Red Wing.

Todos foram aos poços de lava, Badrock logo foi avisando que não poderia ficar muito, pois deveria voltar a fazer vigia no memorial.

Nos poços de lava Spike realmente se sentiu relaxado, algumas das escamas danificadas caíram com o banho, ficou impressionado ao ver Safira na lava afinal ela era uma dragoa do gelo.

– Todo o dragão suporta muito bem os extremos de temperatura. – ela respondeu quando ouviu um comentário de Spike a Blue.

– Esqueceu-se da chama interna Spike? – falou Blue – Ela só se manifesta externamente de formas diferentes entre nós, no meu caso minha classe não é capaz de cuspir fogo. Soltamos energia.

A conversa fluía animadamente Pérsius contava, de modo exagerado seus feitos, sempre sendo interrompido por Naila ou Red Wing. Badrock contou da amizade de seus pais com os pais de Spike, isso acabou fazendo o dragão da terra perder a noção do tempo, Safira descansava sobre uma rocha no meio do poço atenta a tudo que falavam, enquanto Blue entre uma conversa e outra dava longos mergulhos para matar as saudades, afinal fazia tempo que não fazia aquilo de vez em quando emergia olhava para Safira.

Tudo corria bem, quando de repente um grande vulto negro passou por cima de suas cabeças pegando todos desprevenidos, susto maior levaram quando viram quem era, Éfeso!

– Finalmente achei você. – falou o grande dragão negro.

– Éfeso fora da forja? Vai chover granizo e brasas ao mesmo tempo. – falou Pérsius sem pensar.

Éfeso só o fitou com seu olho bom, fazendo mergulhar na lava só deixando os olhos de fora que nem um jacaré.

– Se eu não saio muito a culpa de vocês, sempre me pedindo ajustes nas armaduras. – aquilo era uma mentira descarada as armaduras do dragão ferreiro sempre se encaixavam perfeitamente em seus donos e serviam por anos antes de precisarem de ajustes.

– Spike venha cá, preciso olhar suas garras dianteiras de novo.

– Minhas garras? – falou saindo rapidamente da lava.

– Sim tive umas ideias para sua armadura e quero só conferir uma coisa.

– Ele já vai ganhar uma armadura Éfeso? Tao cedo? – questionou Badrock.

– Nunca é cedo demais. – respondeu.

O dragão negro começou a analisar as patas dianteiras de Spike e notou que ele estava querendo falar alguma coisa.

– Você quer perguntar alguma coisa, não quer? – perguntou Éfeso.

– Bem sim, mas não sei se é de minha conta...

– Só saberemos se você fizer sua pergunta...

– Bem, é que... Como Gold King conhece a princesa Celestia? Por que nunca ouvi ninguém falar sobre isso? Afinal sou um dragão será que a princesa não poderia ter falado com ele quando me acharam?

Todos os dragões levantaram as cabeças, as perguntas de Spike despertou a curiosidade deles. Ninguém sabia dessa história que a realeza se conhecia todos sabiam, mas nunca houve um contato mais próximo entre os reinos, pelo menos não recentemente.

Éfeso olhou Spike e o interesse dos outros, olhou para a direção de Canterlot e depois para o monte real.

– Isso traz algumas lembranças tristes, principalmente para meu irmão Goldie... Mas sua pergunta é justa. Se os outros quiserem ouvir venham, mas que fique claro o que ouvirem aqui não será passado para ninguém em respeito ao rei. Ele não gosta dessas lembranças, eu também não, mas falar sobre isso pode aliviar um pouco do fardo que carrego. – falou olhando para um canto onde não havia nada.

– Tudo começou na época em que o ser conhecido como Discórdia perturbava esse mundo...

...... Flash Back.....

Em uma parte do continente de Equestria.

– Até quando minha irmã, vamos ter que suportar o Discórdia manipulando todos os pôneis que vê? Temos que agir imediatamente. – falou uma furiosa Luna.

– Tenha calma irmã, Discórdia já causou tanta desordem que está poderoso demais. Ele se alimenta até mesmo dessa sua raiva e angústia, hoje nossa magia talvez não seja suficiente para derrota-lo. Ele está usando os sentimentos negativos e confusos de cada pônei para ficar mais poderoso. – ponderou Celestia.

– O que faremos então?

– Temos que trazer de volta o equilíbrio entre ordem e caos... Temos que achar os elementos da harmonia.

– Os elementos? Irmã você sabe como pode ser difícil tira-los da arvore da harmonia e leva-los até o Discórdia, talvez leve meses até que consigamos obtê-los, eu não vou ficar parada enquanto outros pôneis sofrem sob o julgo doentio daquele ser!

– Luna...

– Não! Eu não aguento mais! Vou resolver isso hoje!

– Espere Luna!

O pedido de Celestia foi ignorado pela alicórnio da lua, que alçou voo sendo seguida por sua irmã. Luna sobrevoou a floresta da liberdade, na época de um verde vivo e exuberante bem diferente do presente, sombria e cheia de perigos.

Ela tentava achar Discórdia. Passava por paisagens mais loucas já vistas, rios de suco de frutas, casas flutuantes, criaturas com características invertidas (vacas com asas e pássaros com tetas eram exemplos). Luna avistou seu objetivo no alto de uma colina rindo sem perceber sua aproximação, porém, antes de ser vista ela sentiu suas asas pesarem a levando ao chão. Era a magia de gravidade de Celestia fazendo com que Luna se sentisse mais pesada do que era.

– O que está fazendo irmã? Não está vendo aquela besta torturando mais pôneis?

– Por mais que me doa ver isso Luna, não podemos enfrenta-lo no momento e eu preciso de você calma para que consigamos dominar os Elementos da Harmonia.

– E vamos deixar nossos irmãos nessa situação?

– Não, mas podemos ser mais discretas.

Dito isso Celestia tomou a frente e foi calmamente andando por entre a vegetação até onde Discórdia estava sempre seguida por Luna.

Ao se aproximarem eis a surpresa de ambas ao notarem que os azarados da vez eram quatro dragões adolescentes transformados em peças de um carrossel que girava a uma velocidade espantosa.

– Hahahaha, inventei uma nova peça para meu parque louco! – ria sem parar Discórdia.

– Vê se gosta disso seu idiota!

Um dos dragões tentou cuspir fogo, mas ao invés disso cuspiu água, Discórdia logo estava com uma touca, galochas e um guarda chuva.

– Posso te transformar em um regador de plantas se quiser, minhas flores estão precisando hahahaha! – todas as flores tinham a cara dele ao centro.

Observando aquilo Celestia e Luna não sabiam em que pensar.

– Dragões o que fazem aqui? O que faremos irmã.

– No momento nada...

Luna não entendeu a mudança do semblante da irmã para um tom compenetrado, mas logo entendeu quando três grandes sombras passaram por suas cabeças. Luna se surpreendeu com o tamanho dos três dragões, dois dourados e um negro. Ela nunca teve medo de nada, mas ver todos aqueles de uma vez e tão de perto estremeceu seu espírito por um instante, seriam eles capazes de enfrentar a magia do ser do caos?

– Ora, ora. O que temos aqui? Os irmãos mais velhos ao resgate? Hahahaha. – desdenhou.

Os dragões logo pousaram e observaram a cena calmamente, o dragão negro era o que estava mais com cara de poucos amigos.

– Seu nome é Discórdia correto? – adiantou-se um dos dourados – Meu nome é Gold, liberte esses jovens e você poderá ir em paz!

Discórdia parou por um instante surpreso com tamanha formalidade até que caiu numa grande gargalhada e começou a se teleportar para todos os cantos rindo em diversas posições chegou a se tele portar para as costas do dragão negro que fez menção em avançar por, em com um movimento da asa de Gold pedindo calma o fez parar.

– Vocês me matam de rir assim. Por que essas caras tão sérias meus caros? Acho que dragões não sabem se divertir... – dito isso Discórdia estala os dedos e faz aparecer vários chapéus de aniversário na cabeça dos dragões adultos e logo depois cornetinhas em suas bocas.

Gold, ainda com cara de sério, simplesmente abre a boca e deixa a corneta cair no chão.

– Vou pedir mais uma vez “ser remendado” libere os jovens e poderá ir em paz...

– “Ser remendado” assim você me magoa caro Gold. – sumindo e aparecendo ao lado dele pondo o braço em volta do pescoço do dragão dourado como se fossem velhos amigos para logo depois desaparecer e voltar sentado numa poltrona à frente de uma lareira fumando um cachimbo.

– Meu caro Gold acho que isso é inveja... Um distúrbio emocional talvez você queira no seu íntimo ser um ser remendado.

Dito isso há um pequeno estalo e fumaça envolve as costas de Gold, suas asas mudaram para a forma de borboleta e sua cauda ficou com a ponta igual a de um peixe!

– Dragões não são páreos para a magia dele. – disse Luna desapontada.

O que ocorreu depois foi muito rápido. Gold pulou sobre Discórdia com uma das patas dianteiras o pegou pelo pescoço e fincou suas garras contra uma rocha prendendo-o.

– Parece que o dragão não tem senso de humor. Oh que pena. – Discórdia tentou o teleporte desapareceu e reapareceu para sua surpresa ainda preso pela pata de Gold. Tentou novamente sem sucesso. O olhar do dragão dourado estava diferente ameaçador...

– Ops... Hehehe espero que você leve na esportiva não é?...

Logo Discórdia percebeu que as asas e cauda de Gold começaram a voltar ao normal sem ele ter quebrado o feitiço.

– Ele está usando magia... E poderosa. – comentou Celestia.

– Seu farrapo de criatura, se você não quiser ser desmembrado e ter seus pedaços espalhados por aí é bom você libertar os adolescentes, acho que já percebeu que eu poderia fazer isso sozinho, mas gosto de ser educado às vezes!

Logo os dragões menores se veem livres e com uma ordem do dragão negro vão embora.

– Agora me escute com atenção Discórdia, você acabou de ver uma fração do que eu posso fazer se eu, ou meus irmãos soubermos que você andou perturbando outro dragão de novo, você vai conhecer o que é ter caos na sua vida miserável. Estamos entendidos?

– Outro dragão? Claro, claro, vocês realmente não tem senso de humor... hehehe.

Gold solta uma fumaça pelas narinas na cara do Discórdia antes de solta-lo. Assustado ele some, afinal fora pego de surpresa, e Gold disse dragão. Para que criar problemas com ele sendo que havia muitos pôneis para atormentar?

Logo os três alçaram voo.

– Vamos Luna temos que falar com eles. – disse Celestia e decolaram tentando alcança-los.


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Notas finais do capítulo

Olá leitores! Depois de tanto tempo finalmente mais um capítulo, pois é a vida não tá fácil para ninguém...hehehe
Bem desmembrei esse capítulo mostrando o primeiro encontro das alicórnios com os dragões oficialmente, mas antes queria mostrar como os dragões reagiram na presença do Discódia.
Acho que uma coisa não está clara no desenho o que ocorreu primeiro Discórdia ou rei Sombra... Bem isso pode gerar uma boa discussão... para efeitos de história aqui coloquei que o surgimento do Discórdia ocorreu primeiro.
Espero que tenham gostado, comentem e obrigado pela paciência, vou tentar não demorar tanto assim para o próximo capítulo. Até lá!