Doux Apollo et sa muse escrita por Laëtitia


Capítulo 3
Chapitre Trois


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo :D



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Três semanas haviam se passado desde o dia em que Esme conheceu Claude. E para a tristeza da menina, ele havia ficado muito próximo da família. Ia visitá-la quase todos os dias e jantava lá. Havia rumores que ele a pediria em casamento naquele dia, pois o haviam visto entrando em uma joalheria bem cara naquela manhã. E isso só apavorava mais ainda Esme.

"Imagina se ele lhe pedir em casamento! Logo será condessa e trará um pouco de honra pra essa família" Falou Gillenormand enquanto Esme descia a escadaria vestindo mais um dos vestidos terríveis que sua tia havia separado para ela.

"Oh nossa, mal posso esperar" murmurou triste. Ela esperava que não fosse verdade. Seu avô se virou para ela e a segurou pelos ombros. "Estou falando sério, nem pense em dizer não a ele, ou você será deserdada" Falou sussurrando para que nem sua tia nem as empregadas ouvissem. Esme gelou...Merde! Pode-se ouvir batidas na porta, e Gillenormand a abriu, apenas para Claude entrar com um sorrisinho estúpido no rosto, fazendo Esme se sentir enojada.

"Está linda Esme" Falou Claude a cortejando. Esme apenas sorriu e olhou para seu avô que a olhava como se fosse matá-la se fizesse algo errado. "Você também não está nada mal, Claude" Respondeu tentando ser gentil.

"Gostaria de caminhar comigo pelos jardins?" Somente o fato de ficar sozinha com Claude já fazia Esme se sentir tonta. Ela sabia que uma hora ou outra ele iria pedi-la em casamento, isso já estava óbvio desde o dia que se conheceram, mas ela queria muito que isso não acontecesse. Ainda não havia superado o fato de que não iria para a faculdade que tanto desejava.

"Claro" foi só o que conseguiu responder.

Os dois caminhavam lentamente, e Esme sabia que não estava completamente sozinha, podia sentir os olhares. Provavelmente seu avô e sua tia deviam estar os assistindo por uma das janelas do segundo andar somente para ter certeza do que estava acontecendo ali entre os dois. De repente, Claude parou e se virou para Esme.

"Cher Esme, eu gostaria de fazer um pedido a você" Pronto, lá vem..."Você é a moça mais linda que eu já conheci e é um amor de pessoa, embora tenha seus sonhos loucos. Você trás alegria por onde passa e eu adoraria fazer de ti minha esposa. Quer se casar comigo?" Perguntou tirando uma caixinha do bolso e a abrindo, revelando um anel com um enorme diamante.

Esme ficou pálida, quer dizer, mais do que o normal. Ainda estava processando o que havia acabado de acontecer. Não podia ser real. Ela queria dizer não e sair correndo dali, mas não podia desapontar seu avô. "S-sim" gaguejou. Claude abriu um sorriso e a beijou. Um beijo que deveria ser cheio de paixão, e Esme não sentiu nada. Nem uma simples faísca. Quando se afastaram, ela fez o maior esforço para parecer feliz.

Ao entrarem na mansão, foram bem recebidos por Gillenormand que estava extremamente feliz, ele e Claude passaram o resto da tarde falando sobre preparativos para o casamento, enquanto Esme e sua tia marcavam a data da festa.

"Bem, amanhã podemos organizar um jantar em homenagem à vocês. Chamaremos todos os nossos parentes e amigos. Seu avô quer que o casamento aconteça daqui a uma semana. Cedo não é? Mal posso esperar" Falou dando pulinhos de alegria, que em qualquer outra ocasião divertiriam Esme, mas não nessa.

Assim que Claude foi embora, Esme se trancou em seu quarto. Decidiu que chamaria Marius para seu casamento, afinal, ele era seu irmão. Conseguir seu endereço foi fácil, foi só pegar uma das cartas que sua tia havia mandado a ele alguns dias antes.

Marius, estou com muitas saudades.

Você não me tem dado notícias de como você tem estado e nem de como conseguiu um apartamento para morar, necessito de explicações! Mas não é isso que desejo falar com você. A essa altura, já deve saber sobre o Conde de Saint-Simon. Um homem metido a besta chamado Claude que nem ao menos se importa comigo de verdade, só com seu status. Ele inclusive me acha louca por sonhar com a faculdade. Enfim, vovô me forçou a casar com ele. Estou quase entrando em depressão por causa disso. Não quero me casar, mas é preciso, ou vovô me deserda.

Amanhã haverá um jantar em nossa homenagem e eu adoraria que você viesse, não aguento essa casa sem você por perto. Fico muito solitária e as vezes preciso de alguém para conversar.

Espero que essa carta chegue aí ainda hoje e que me responda.

Com amor, Esme Pontmercy

Assim que terminou de escrever, Esme desceu as escadas correndo e foi até o portão onde pode avistar o carteiro. Logo o pediu para que entregasse a carta no endereço em que Marius estava e que o fizesse o mais rápido possível.

Passou resto do dia trancada em seu quarto, se lamentando e lendo diversos livros para passar o tempo. Nem ao menos desceu para o jantar. Resolveu deitar e dormir, o que custou a acontecer pois estava ansiosa para saber se Marius havia recebido sua carta.

Acordou na manhã seguinte com batidas em sua porta.

"Esme querida, chegou uma carta para você" Ouviu sua tia falar. Se esforçou para levantar da cama e abriu a porta, pegando a carta de suas mãos. "E não se esqueça de vir tomar café logo" Falou descendo as escadas. Esme fechou a porta atrás de si e abriu a carta. Logo reconheceu a caligrafia de Marius.

Querida irmã,

Eu também estou com saudades. Não perderei esse jantar de maneira alguma, apenas espero ser bem recebido em casa, mas tenho minhas dúvidas de que isso acontecerá.

Muita coisa aconteceu nessas semanas que ficamos sem nos falar, mas colocaremos nossa conversa em dia. Deus, pareço uma mulher quando falo assim.

Quero conhecer esse seu noivo, espero que ele seja um pouco melhor do que você o descreveu, não quero um imbecil casado com a minha irmãzinha.

Até à noite, Marius

Esme suspirou aliviada. Ao menos ele viria para vê-la e essa era a única coisa que a fazia se sentir melhor naquele momento.

–----//-----

Os convidados estavam começando a chegar e Esme nem ao menos estava pronta. Na verdade, ela havia acabado de tomar um banho e estava tentando escolher um vestido não muito chamativo e de preferência confortável.

Ela optou então por um vestido amarelo claro com detalhes de renda e botas marrons bem gastas, mas como o vestido era bem comprido, não iriam aparecer, ao menos ela esperava, pois não estava afim de ouvir sermão no meio de sua festa de noivado. Prendeu o cabelo em um coque e passou um batom vermelho. É, estava pronta.

Desceu as escadas e foi recebida por aplausos. De todas as pessoas ali presentes, só reconheceu seu avô, sua tia, um de seus primos, o pai de Claude e o mesmo, que estava entretido conversando com um grupo de rapazes de sua idade, provavelmente seus amigos.

Estava tão nervosa que um garçom passou com uma bandeja com taças de vinho e Esme pegou duas taças e virou uma após a outra rapidamente.

"Nervosa? Não vai querer se embebedar no dia de seu noivado" Falou uma voz que ela reconheceria em qualquer lugar. Marius.

"Oh, por Deus! Não me assuste assim!" Reclamou abraçando seu irmão, que apenas riu e bagunçou seus cabelos, recebendo um soco no braço em resposta. "Ei, não bagunce meu cabelo, devo estar apresentável!"

Logo ouviram Gillenormand chamando todas as pessoas presentes para se dirigirem até a sala de jantar onde o banquete seria servido. Esme correu para se sentar ao lado de Marius, que ainda não havia sido notado pelos outros convidados, ou pelo seu avô.

Quando a comida foi servida, todos os convidados começaram a conversar e Esme finalmente pode perguntar para Marius tudo o que queria.

"E então?! Onde está morando? Como conseguiu dinheiro? Nossa tia diz que você sempre devolve todo dinheiro que ela manda" Falou se virando para o lado onde Marius estava, esse apenas respirou fundo e respondeu.

"Bom, estou morando com um amigo, quer dizer, ele está na minha turma da faculdade e agora dividimos um apartamento. É pequeno, mas dá pra viver. E quanto ao dinheiro, eu vendi algumas coisas, agora eu e meu amigo dividimos o valor do aluguel" Esme apenas assentiu e voltou a comer.

"Então...é com isso que você vai se casar? Não tinha ninguém melhor não?" Cochichou Marius em seu ouvido. Esme levantou o olhar e entendeu o que ele quis dizer. Claude estava em sua sexta taça de vinho e ria e brincava com seus amigos, no lado oposto da mesa. Esme abaixou a cabeça novamente. "Não tenho escolha." Marius suspirou e se levantou, levantando consigo sua taça.

"Por favor, todos os convidados. Eu gostaria de fazer um brinde. A Esme, essa doce menina, que continue sendo assim tão...doce. E a Claude, que a trate com todo respeito que ela merece." Alguns convidados brindaram, outros olharam com desconfiança e voltaram a conversar logo depois. Até Claude dar a volta na mesa e ir até eles.

"Claro que a tratarei com respeito, não é Esme?" Perguntou a abraçando de lado e depositando um beijo em sua bochecha. Ela pode sentir o cheiro de vinho em seu hálito, e a deixava enojada. "Ah...claro" respondeu sem graça.

"E o senhor, quem seria para dar palpite sobre como devo tratar minha futura esposa?" Disse, com a fala meio enrolada. Marius deu uma risada sarcástica e segurou a mão de Esme.

"Sou irmão dela. E tenho todo direito de dar palpite" Isso a fez se sentir bem melhor. Claude pareceu surpreso. "Irmão? Pensei que era filha única Esme, seu avô nunca mencionou um irmão" Falou desconfiado. Marius revirou os olhos.

"Talvez seja porque fui expulso dessa casa." Claude deu uma risadinha e voltou para o seu lado da mesa onde continuou brincando com seus amigos e bebendo.

O resto da noite foi bem calmo. Sem Marius e Claude discutindo sobre Esme ou brindes estranhos. Antes da meia noite, quase todos os convidados haviam ido embora. Apenas Marius, Esme e os outros moradores da casa haviam sobrado.

Gillenormand chamou Marius para conversar em particular no salão principal, sabendo que não havia ninguém por perto.

"Claude comentou comigo sobre a pequena discussão que tiveram" Marius suspirou. "Ah sim, nossa conversa..." Continuou mais foi interrompido. "Não quero mais que se meta no assunto do casamento de Esme. Foi um inferno fazê-la concordar com isso, não precisa fazê-la mudar de ideia agora. E não quero que você se encontre mais com ela. Só não te proíbo de comparecer ao casamento pois você é irmão dela e ela nunca me perdoaria se você não fosse" Cuspiu. Marius estava surpreso.

"Você está falando sério? Você viu esse cara? Ele estava completamente bêbado! E você sabe tanto quanto eu que Esme não o suporta, e só está fazendo isso para te orgulhar. Esme é uma menina extraordinária e merece muito mais do que ele, lembre-se disso" Explodiu e foi embora imediatamente, batendo a porta ao sair.

Mas Esme, estava na sala do lado, com o ouvido encostado na porta, escutando a briga inteira, enquanto lágrimas escorriam por suas bochechas. Ela sabia que Gillenormand estava com raiva de Marius, mas não que era tanta raiva assim.

Correu para o seu quarto e trancou a porta, eram tantas lágrimas que caíam que ela estava soluçando. Colocou uma camisola e tirou a maquiagem do rosto, se olhando no espelho e vendo nada mais do que uma criança assustada, com os olhos e as bochechas vermelhos.

Ela apenas queria poder voltar no tempo e ter fugido com Marius quando teve a chance, porque teve que ser tão idiota?


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