Doux Apollo et sa muse escrita por Laëtitia


Capítulo 2
Chapitre Deux


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pois estou inspirada!



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Se despediram de Gillenormand e Jacques e entraram na mesma carruagem em que Claude havia vindo. Logo estavam passando pelo centro de Paris, onde Esme podia ver prostitutas tentando conseguir clientes e mendigos pedindo esmola.

Um grupo de crianças seguia correndo lado a lado com a carruagem, todos esticando seus braços pedindo dinheiro. Um menino ruivo de uns 10 anos de idade chorava e esticava seu braço pela janela. Pelo canto de olho, pode que Claude se remexia em puro desconforto por estar perto daquela gente. E cada vez mais ele tentava se afastar da janela.

Esme apenas segurou a mão do menino pela janela e abriu um fraco sorriso "Je suis désolé" murmurou. Ele parou de chorar e deu um pequeno sorriso. Deve ter sido tão bom pra ele saber que alguém se importava. Ele se afastou da janela e logo as outras crianças também. Claude voltou a se ajeitar no banco e a fitou por alguns instantes, e depois voltou a olhar pela janela.

Ao chegarem nos jardins de Luxemburgo, Esme estava tentando cada vez mais se distanciar de Claude, mas ele a seguia em cada lugar que ela ia. Logo os sapatos começaram a machucar seus pés. Ao se sentarem em um banco, Esme tirou os saltos e esticou os pés. Claude arregalou os olhos ao ver isso. "O que foi?" Perguntou, cruzando as pernas sobre o banco. Ele tossiu.

"Você está descalça e...é uma dama." Esme cruzou os braços e colocou um sorriso sarcástico no rosto. "Sou uma dama com bolhas nos pés. E você tem sorte de eu não pedir pra que você os massageasse". Claude soltou uma risada nervosa "Você é estranha, mas gosto de você." Ela se segurou o máximo possível para não responder algo ruim. Apenas o ignorou.

Ficaram duas longas horas conversando sobre coisas banais, até Esme resolver colher flores em um arbusto próximo de onde estavam. Esme amava flores, possuía diversos livros sobre elas. Chegou perto do arbusto e logo identificou o tipo das flores. Flores de Lis...que ironia.

Claude se aproximou, tirou uma flor do arbusto e a colocou atrás da orelha de Esme. "Fica linda em você" E ela corou. Porque tinha que ser tão pálida senhor? É terrível corar por qualquer coisa. "Bem eu...estou com fome, o que acha de irmos à um café?" Perguntou respirando fundo para ver se a cor de suas bochechas desaparecia. Claude assentiu.

Após colocar os sapatos novamente, e tentar andar o mais devagar possível para não mancar, chegaram até o tal café. Haviam poucas pessoas de classe alta ali, a maioria era de classe média. Pediram dois croissants e chá.

"Então, o que você acha dessas pessoas? Pobres, eu quero dizer." Perguntou Esme de repente. Ela até se espantou com a própria pergunta. Por que perguntar aquilo?

"Ah, normal sabe? Não gosto muito deles, mas estão em todos os lugares. Fazer o que? O jeito é ignora-los." Respondeu tomando um gole de seu chá. Esme se sentiu tão envergonhada pela pergunta que havia feito que resolveu não falar mais nada.

Quando estavam quase terminando a refeição, o mesmo grupo de crianças que tinha seguido sua carruagem pela cidade entrou no café, todos rindo e gritando. Como sentia saudades de quando tinha essa idade...

No meio de um monte de crianças, Esme reconheceu os cachos ruivos do menino que havia segurado sua mão na carruagem. Assim que ele a viu, foi andando em sua direção com um sorriso no rosto. "Bom dia mademoiselle" Falou com sua voz fina. "Bom dia Monsieur, posso saber o seu nome?" respondeu rindo.

"É Lysandre, e o seu?" ela sorriu, passando a mão pelos sujos cabelos ruivos. "É Esme. Está com fome? Pode pegar o resto do meu croissant, mas divida com seus amigos" Falou entregando a metade restante do pão para o menino, que o aceitou com um brilho nos olhos. "Merci, Esme! Ah, que flor bonita!" Falou apontando para os cabelos de Esme.

"É uma flor de Lis, mas agora, ela é a flor do Lys" Falou tirando a flor do cabelo, e a colocando atrás da orelha de Lysandre, este corou, beijou a bochecha de Esme e foi correndo aos seus amigos, que ficaram muito animados ao ver a comida.

"Está ficando tarde, que tal voltar para casa?" Perguntou Claude, Esme apenas sorriu e o seguiu para fora do café, onde foram surpreendidos por uma multidão que gritava em fúria. Esme não podia ver o que estava acontecendo ou para onde o povo olhava, pois havia muita gente em sua frente, mas aparentemente, Claude sim. Este bufou e murmurou algo como "malditos estudantes traidores". Ela não entendeu, e preferiu que continuasse assim.

Foram andando até uma praça onde pegaram uma carruagem de volta para a mansão Pontmercy. Passaram o caminho inteiro em silêncio. Esme torcendo para que chegassem rapidamente em casa e que ela pudesse ir para o seu quarto tirar aquele terrível vestido e colocar algo mais confortável.

Ao chegarem na porta, entraram e se depararam com o Jacques já de saída.
"Ah, que bom que chegaram, Claude meu filho, esqueci que tinha uma reunião com dois ministros hoje, portanto devemos voltar pra casa logo." Falou passando por eles e entrando na carruagem em que os dois haviam vindo.

"Então, Au revoir, Mademoiselle. Espero vê-la novamente o mais rápido possível" Falou segurando as mãos de Esme nas suas. Ela por sua vez, estava contando os minutos para ele ir embora.

"Sim, também espero, Monsieur." Ela estava se afastando cada vez mais dele, esperando ele finalmente se distanciar para ela correr para dentro de casa. Mas sua próxima ação a pegou desprevenida.

Ele a beijou. Um beijo no canto dos lábios. Esme corou novamente e se xingou mentalmente por isso. Claude sorriu e entrou na carruagem junto a seu pai, deixando uma menina um tanto confusa e furiosa na porta da mansão.

Assim que a carruagem partiu, ela fechou a porta com força, fazendo a casa inteira estremecer. Sua tia e seu avô a olhavam sem entender absolutamente nada. Ela apenas passou por eles e subiu para o seu quarto.

Ao que parece, não ia conseguir se livrar de Claude tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Então, caso não saibam, a Flor de Lis é a flor nacional da França -q

*Je suis désolé= Me desculpe

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