Troubled Love escrita por Mah Nunes


Capítulo 6
Como um adolescente babaca


Notas iniciais do capítulo

Ponto de vista do Andrew



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–- Optamos por esse tom de rosa justamente para chamar atenção e dar esse toque jovem e divertido. As fontes utilizadas no texto foram escolhidas por passarem maior seriedade sem entrar em conflito com o descontraído do rosa. – Sei que apresentações aos clientes tem de ser mais sérias, mas se esses caras não demonstrarem alguma reação vou chamar a ambulância. Não parecem nem respirar. – Estes são os modelos de layout para outdoor, para revistas, redes sociais e por fim o site promocional.

Terminei a apresentação esperando uma reação positiva, algum sinal que eles houvessem gostado. Apesar de que soubesse que eles só dariam alguma resposta depois de conversarem com todas as agências. Como detesto quando fazem essa bobagem de “competição saudável” entre agências. Não é saudável não, como se colocassem todos pra trabalhar por um mês e fizesse um sorteio para ver quem vai receber o salário e só uns cinco recebessem pelo mês. Uma palavra pra isso: idiotice.

–- Muito bem, muito obrigado. Assim que sair a resposta do conselho entraremos em contato.

Meus colegas levantaram e recolheram o material do computador. Tínhamos ainda que voltar para agência terminar uma outra campanha. Cumprimentamos os representantes da empresa ali e saímos. Cumprimentei rapidamente Marcos que ia entrando para a vez dele.

–- Vão indo na frente que eu vou pegar café – disse me virando para a cafeteira ali perto.

Havia uma moça muito bonita ali tomando algo. A saudade deve estar mais forte do que eu pensava, pois poderia jurar que era Alice. Queria poder vê-la hoje, mas provavelmente seria melhor esperar terminar o processo de divórcio antes de ir me envolver seriamente com ela.

–- Oi – disse enquanto pegava um dos copinhos e me servia café. Olhei rapidamente para apenas ter uma certeza. A moça não se parecia com a Alice, ela É a minha Alice. – A-alice? – meus olhos podiam estar me enganando. Ela nunca saía para reuniões com clientes, sempre ficava na criação

–- Oi, Andrew. – ela disse daquele jeito encabulado que eu amava, mas ela estava tão pálida. Talvez fosse impressão minha por causa do batom escuro que ela usava. O que não era ruim, já que ele realçava muito bem os lábios carnudos dela.

Eu queria dizer algo, mas tudo o que eu lembrava era que ela não queria me ver mais. Porém, ali estava ela, na minha frente olhando para mim. Ela não saiu, simplesmente, o que realmente já me confortou bastante.

–- Eu não sabia que... – tentei pensar em como terminar a frase, mas travei quando ela abriu a boca.

–- Nem eu – nunca tive duvidas que tínhamos uma conexão. Nem precisei terminar para ela saber do que eu falava. Acho que talvez depois do que aconteceu não precisaria ter uma conexão para imaginar o que eu diria.

–- Andrew! – ouvi meu colega me chamando – Anda homem! – fiz sinal para que ele se fosse e ele me devolveu um olhar malicioso quando entendeu o que eu queria fazer. Ele foi, mas eu sabia que aquilo não teria terminado por ali.

–- Se você tiver que ir, não tem problema; Pode ir. – ela estava mesmo me mandando embora? Uma coisa é ela me mandar embora do apartamento dela, mas ali não seria a mesma coisa.

–- Não, esta tudo bem. Há vantagens em ser sócio-dono da agência. – ela riu como se fosse me chamar de idiota a qualquer momento. Eu sorri por que ela quase brilhava quando ria daquele jeito – Eu não queria contar isso ainda, preferia deixar para contar quando estivesse mais próximo do fim, mas... qualquer momento é o melhor momento, desde que se comece. – Ela me olhou séria não entendendo. – Podemos ir à algum lugar mais privado? Ou você precisa esperar aqui? - Eu senti que ela me negaria então não quis dar chance ao “não posso” – É realmente importante. É algo que você vai descobrir de um jeito ou de outro e eu prefiro que ouça de mim isso.

Ela suspirou alto como se estivesse se rendendo. Senti um arrepio com o olhar que ela me deu. Ela assentiu com a cabeça e eu não pude conter o sorriso. Segurei a mão dela, como por impulso, e fui guiando.

–- Espera, eu só tenho que deixar um recado para o Marcos. – disse ela parando na mesa da secretária.

Ela entregou um bilhete com algumas instruções para a secretária e então saímos. Era algo tão surreal estar em público de mãos dadas com ela. Era algo realmente bom e ao mesmo tempo, de alguma forma, parecia errado. Mesmo ali, dentro do carro, do lado dela, me sentia um pouco desconfortável. Não sei se era pela sensação paranoica de estar sendo vigiado ou se era pela outra sensação que eu sempre sentia ao lado dela. Me sentia como um adolescente babaca, apaixonado por uma garota mais madura, não necessariamente mais velha, mas mentalmente mais madura.


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