Os Marotos escrita por St Clair


Capítulo 3
Capítulo 3: Museu de História Natural


Notas iniciais do capítulo

Oooi galera! Desculpem pelo atraso, eu sei que demorei mais do que devia para postar esse capítulo, mas além do Nyah ficar em manutenção uns dias, minha criatividade desapareceu completamente!
Mas enfim, espero que gostem e nos falamos mais lá embaixo! ^^



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Remus Lupin

Ok, só mais algumas páginas e eu termino esse livro!, meu cérebro me animava. Porém, era só olhar para a parte direita da mesa e lá estavam mais milhões de livros importantes.

–Me explica de novo, por quê raios você está lendo toda essa merda? – Sirius perguntou, deitado em um dos sofás.

–Você não vai entender! – Respondi, sem tirar os olhos do livro.

–Dessa vez eu vou! Juro!

–Você disse isso das últimas quinze vezes, Sirius! – Reclamei, revirando os olhos. Sirius apenas riu.

Antes que nossa discussão pudesse se estender, a porta do apartamento fora aberta e um James de olhos vermelhos pela ressaca e sono adentrou, se jogando no sofá vazio.

–Wow, pelo visto a noite de alguém foi boa! – Sirius brincou, finalmente ele havia achado outra pessoa pra encher o saco.

–Cala a boca, cachorro! – James balbuciou, com a cara enfiada nas almofadas.

–Pensei que depois da diversão as pessoas ficavam de bom humor! – Almofadinhas tornou a encher.

James se sentou no sofá com uma carranca enorme.

–Velho, eu caí no sono depois! Sabe o que isso significa?! – Ele olhou feio para nós, esperando por uma resposta que não veio. Então ele prosseguiu. – Significa acordar com um dragão com mal hálito que vai fazer toda aquela melação de manhã e te obrigar a tomar café com ela. É a pior bosta da vida!

–Eu te entendo, cara... – Sirius olhou-o solenemente, numa espécie de reverência.

Aqueles dois realmente não valem nada...

Lílian Evans

“Repete pra mim!” – Uma Dorcas de mal humor falava do outro lado da linha.

–Eu já falei que da próxima vez eu aviso, Dorc! – Reclamei.

“Mas só isso não tá bom! Repete, Lílian!” – Dizia ela, ainda mal humorada.

–Ok, ok... Eu prometo não fazer mais isso e... Sério mesmo que eu tenho que falar tudo!?

“Tudo”.

Revirei os olhos antes de continuar.

–E... Eu aviso pessoalmente para não deixar vocês preocupadas... Feliz?!

“Muito!” – Agora a voz de Dorcas era doce e feliz. Odiava aquelas oscilações de humor por pouca coisa.

–Me sinto com 15 anos...

“Coloque dez anos a mais e voilà!” – Disse minha amiga. Eu apenas sorri, ela era tão dramática.

[...]

A segunda-feira de manhã estava nublada, algo extremamente comum em Londres. Saí com meu sobretudo cinza pela fina garoa em direção ao Museu de História Natural, carregando na mochila às minhas costas a câmera e os diversos filtros necessários.

–Bom dia, senhorita Evans! – Sorriu-me o diretor do museu.

–Bom dia, senhor. – Cumprimentei-o. – Pode me especificar o tipo de fotografia que o senhor deseja?

–Gostaria que cobrisse o dia todo do evento, estamos comemorando os 100 anos da morte de um de nossos historiadores mais famosos e esperamos um público grande para a exposição. Quero desde fotos espontâneas até fotos em grupo. Não sei se já havia lhe passado no contrato, mas não é permitido flash, já que os fósseis e afins são antigas e podem estragar facilmente.

–Sim, sim, eu já imaginava! – Respondi e sorri.

–Bom, estamos todos reunidos na sala de café antes da abertura, daqui há meia hora. Se a senhorita quiser se juntar a nós! – Ofereceu ele, sorridente. Agradeci o convite, porém recusei-o para organizar o material. Ele indicou um pequeno sofá onde eu poderia me sentar e também um armário onde eu poderia deixar a mochila e logo se retirou.

Retirei a câmera, minha neném mais valiosa e meu xodó, além de algumas baterias extra que coloquei no bolso e dois filtros para ambientes fechados. Deixei o celular no silencioso e guardei-o no bolso também, deixando todo o resto na mochila, a qual coloquei no armário. Nada melhor que um bom trabalho para começar a semana bem.

Remus Lupin

–Tem certeza que não vai precisar do carro? – Perguntei a James, que descia em frente ao prédio onde trabalha.

–Claro, relaxa! Só não esquece de me pegar quando sair! – Garantiu-me ele.

Meu carro estava no mecânico fazia quase uma semana depois que Sirius o emprestou e bateu num hidrante. Ainda me pergunto por que deixo que ele dirija.

Depois de deixar Almofadinhas e Pontas no trabalho, parti para o meu, que naquela manhã estava mais especial do que nunca! Estacionei próximo a entrada e corri para o saguão, faltava apenas dez minutos para toda aquela correria começar.

–Marion Guidard, Hellene Grimbell e Johan Strinker ficam com a primeira turma, enquanto Remus Lupin, Sabine Halmer e Bellward Graham ficam com a segunda, ok? – O diretor ordenava. Agradeci mentalmente, pois assim ainda teria um tempo para respirar. – Bom trabalho a todos! – Dizia ele enquanto as portas do grande Museu de História Natural era aberto.

Lílian Evans

–Por favor, senhorita! Uma foto da equipe! – Pediu o diretor do museu quando os monitores, seis ao todo, já estavam a postos. Levantei-me do sofá e ajeitei minhas roupas, agora começaria a parte divertida!

–Sorriam! – Pedi, dando alguns cliques logo depois. O diretor, ao centro do grupo, sorria mais do que todos ali, era perceptível o orgulho que tinha daquele lugar.

–Se preparem, pessoal! Agora é a hora! – Sorriu o homem, apertando um botão e deixando que as portas do museu fossem abertas, mostrando-nos uma imensa fila de pessoas. Aquela exposição seria um real desafio!

Coloquei-me ao canto, para tirar algumas fotos da organização, os grupos se formando e alguns monitores já partindo. Esperei que alguns fossem para começar a segui-los.

Uma menina morena, vestindo o uniforme da monitoria, explicava algo ao lado de um imenso fóssil de dinossauro. Ela sorria, gesticulava e apontava algumas partes em especial enquanto os olhos do público brilhavam e estes sorriam abobados. Me senti quase como uma criança quando vai ao parque de diversões pela primeira vez, é tudo tão grande, tão novo, tão... Incrível.

Fotografei momentos assim, essa espontaneidade que cativa, pedi que alguns grupos se juntassem, deixei que o pobre fóssil também fosse protagonista da fotografia e até saí numa foto com uma menininha ao meu lado, mas esta fotografia seria uma recordação só minha.

–Moça? – Chamou a menininha ao meu lado. Olhei para ela e sorri, agachando-me para ficar do seu tamanho. – Posso tirar uma foto?

–Você sabe como fazer? – Perguntei a ela, a mãe a repreendia com o olhar, mas eu ignorei.

–Não... Me ensina? – Ela deveria ter pouco mais de seis anos, talvez.

–É assim... – Deixei que ela segurasse a câmera que ainda estava presa no meu pescoço pelo tirante. – Está vendo esse buraquinho aqui? – Ela assentiu. – Você tem que olhar por ele e, quando ver exatamente o que quer tirar, apertar esse botãozinho aqui. – Mostrei.

–Sorria! – Pediu ela, apontando a câmera para mim. Sorri de leve e ouvi o clique da câmera. – Tá linda!

–Minha vez! – Brinquei e tirei uma foto da menininha, que sorriu para mim e logo fora puxada pela mãe para acompanhar seu grupo na exposição.

–Ei... Nós já não nos conhecemos? – Ouvi uma voz atrás de mim logo que me levantei.

Remus Lupin

Aquela fotógrafa... Tinha certeza que era a mesma garota da balada, sábado. Os cabelos ruivos, o sorriso meio triste... Porém, antes que eu pudesse me aproximar, as portas do museu foram abertas e várias pessoas adentraram no local, e então nossos trabalhos começaram.

Esperei metade do dia, apresentando, expondo, exibindo as diversas descobertas do museu, enquanto eu apenas a olhava de longe. Quando enfim tive possibilidade de me aproximar dela, a vi conversando com uma menininha e, pela primeira vez, vi um sorriso que não parecia forçado.

–Ei... Nós já não nos conhecemos? – Perguntei, assim que a menininha se afastou. Ela se virou para mim e pareceu me analisar por um momento. – Remus... Da balada sábado!

–Ahh... – Era ela. – Acho que sim.

–Você é fotógrafa? – Perguntei, olhando para a câmera em suas mãos.

–Bom... Sim... – Ela respondeu, aparentemente indiferente. – E você é monitor... – Não fora uma pergunta.

–Pois é... Uhm... Aceita um café? – Ofereci.

–Olha, é... Eu estou trabalhando e...

–Qual é, você merece uma folga... Já está nisso há algumas horas! – Cortei-a.

–Mesmo assim, eu tenho que trabalhar.

–Só um café! Por minha conta! – Pisquei para ela e sorri.

–Só um café. – Ela revirou os olhos e riu.

Lílian Evans

Minha mãe sempre disse para não aceitar coisas de estranhos. Mas lá estava eu, com um desconhecido que eu sabia apenas o nome e a profissão, sentados numa cafeteria ao lado do museu.

–Você sempre foi fotógrafa? – Perguntou ele, enquanto nossos cafés não chegavam.

–Sim, fiz faculdade de fotografia. – Sorri. – E você?

–Fiz história, mas me interessei mais por essa área, contato com o público e essas coisas...

–Nunca quis dar aulas?

–Já dei, até... Mas não é algo que me dê prazer... – Admitiu.

–Compreendo...

–Você saiu bem rápido da balada no sábado...

–Estava cansada. – Em partes, era verdade.

–Desculpe, mas... Você não está bem, correto? – Perguntou.

–Não. – Disse. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, nossos cafés chegaram.

–Um extra forte e um com leite. – Disse a garçonete. Peguei o meu e segurei-o com as duas mãos para esquentá-las. A fumacinha saía pelo copo.

–É algo que possamos conversar? – Ele voltou ao assunto.

–Olha, desculpa, mas... Eu não te conheço, não sei quem você é e não acho que eu vá dividir meus problemas com você. – Respondi. Já era difícil demais me abrir com minhas amigas, quanto mais com um estranho.

–Foi mal, não queria ofender. – Ele levantou as duas mãos, com se estivesse se desculpando. – Sempre morou em Londres? – Ele mudou completamente o assunto.

–Na verdade não... – Me acalmei. – Morava no interior quando criança, me mudei para cá pela universidade e acabei ficando por aqui...

–Então seus pais moram no interior ainda?

–Toda a minha família, na verdade...

–Deve ser difícil... – Solidarizou-se ele. – Meus pais moravam em uma cidade vizinha...

–E moram onde, hoje?

–Meu pai faleceu pouco depois que entrei na universidade e minha mãe foi morar com uma tia minha em uma cidade há duas horas daqui...

–Meus pêsames...

–Relaxa... – Remus sorriu de leve. – E você mora sozinha? – Assenti. – Que sorte... Divido um apartamento com mais dois amigos desde a faculdade...

–Não acha que passou da hora de ser independente? – O humor ácido me dominava naquela manhã e, bem no fundo, eu sentia uma certa pena do pobre rapaz por me conhecer em dias assim.

–Na verdade, sim, eu acho... – Ele sorriu. – Mas infelizmente ainda estou começando minha vida e as economias não permitem...

Seguiu-se um silêncio, até que olhei para o relógio, minha pequena pausa havia se estendido consideravelmente.

–Obrigada pelo café, mas tenho que voltar. – Disse, já me levantando.

–Ei, espera... – Disse ele. – Uma pausa a tarde, o que acha?

–Acho que eu tenho mais coisas a fazer do que ficar de papo furado num café.

–Isso é um sim? – Ele riu.

–Talvez.


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Notas finais do capítulo

E então ... O que acharam?!
Alguma ideia? Alguma sugestão? Alguma crítica?
Tudo é bem vindo! ^^
Espero o comentário de vocês, seus lindos!
Beijos, beijos

St. Clair