Novamente aquele lugar parecia estranhamente mal tratado, ou deveria dizer mau mesmo... O lugar era completamente sombrio. Todas as alunas pareciam zumbis. Faziam tudo exatamente da mesma forma, vestiam as mesmas roupas, comiam as mesmas coisas e o que é pior. LIAM OS MESMOS LIVROS. Isso mesmo. Como isso é sequer conveniente. Querem que todos pensem as mesmas coisas da mesma forma, isso é humanamente impossível. Além do que, a escola era super protetora. Não deveríamos fazer nada que não tivéssemos certeza.

Sobre esta última parte, existe uma frase muito intrigante contra esta forma de ensino. "Que a criança corra, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá mais cedo a se levantar" – Jean-Jacques Rousseau. Afinal de contas, não deveríamos aprender com nossas próprias experiências e convívios?

Eu sempre me questionava, lendo escondido, apenas com o consentimento de Ms. Temple. Ela sim era uma boa professora. Miss Scatcherd era um tanto estranha. Ela era rígida e sabia ensinar... De certa forma, mas eu não a compreendia, ela sempre reprimia qualquer embrião que demonstrasse afeição pela ciência e conhecimento.

Outros personagens interessantes para retratar sobre essa nova colmeia a qual eu voltava a ser apenas uma operária, nosso rei, Mt. Brocklehurst. Tanto Miss Templo quanto Miss Scatcherd trabalhavam para ele. Ele era o diretor da escola e nosso “mantenedor”. Só não entendo. Um lugar que Madame Norrah mantinha, devia ser um lugar... Melhor... Considero eu. Existem graves infestações nessa administração.

Apesar de minhas constatações nada mudou. Apenas os livros em minhas mãos e as conversas com Ms. Temple. O tempo também passou rápido. E antes que eu notasse 5 outonos, 5 invernos se passaram e eu cheguei aos meus 14 anos.