Kate estava na sua suíte e da janela de onde ela estava, ela tinha uma visão privilegiada do altar.

Ela e Castle contrataram a melhor empresa organizadora de casamentos de Nova York e que também estava acostumada a fazer os melhores e mais finos casamentos nos Hamptons, portanto, não tinham o que se preocupar.

A tenda onde ficava o altar tinha seis metros de comprimento por quatro metros de largura, além de alta, era grande o bastante para comportar com folga, o padre, o altar, os noivos e muitas flores e plantas ao fundo, sem atrapalhar o movimento. Ela fora erguida sobre quatro pilares de alumínio, e forrado por tecido vaporoso branco, que fora charmosamente amarrado para que não tirasse a visão dos convidados. Tinha ao fundo o mar e o céu azuis dos Hamptons.

O altar ficava bem ao centro do jardim. Dividia também o mesmo jardim, um tapete na cor marfim escuro, por onde passariam os noivos. Ao invés de bancos, havia dezenas de mesas redondas, cada uma delas com dez cadeiras ricamente forradas, onde os convidados estavam confortavelmente sentados, conversando com seus amigos e familiares, aguardando o início da cerimônia.

A banda de música que ao final da cerimônia religiosa animaria os convidados, tocava naquele momento uma música ambiente em um volume agradável.

Castle olhava impaciente o relógio e andava rápido procurando sua mãe. Quando a encontrou, perguntou – Mamãe, será que já não está na hora do casamento?

Marta sorriu divertida para o filho e perguntou – Até parece que é o seu primeiro casamento, Darling. – tornou a sorrir divertida.

— Mamãe, eu não estou achando graça. Os meus outros casamentos nem se comparam a este. O casamento com a Meredith, você sabe, nós éramos muito jovens, parecíamos um vulcão em erupção, casei com ela porque ela estava grávida. Só que ela me traiu e o vulcão morreu, e, por consequência, o casamento acabou. Com a Gina, foi pior ainda, o casamento não durou dois meses. Eu diria que não foi nem brasa. Aliás, nem sei que nome dar. Voltei a namorar com ela em 2010 só para fazer ciúmes na Kate, mas o pior é que machuquei a Kate, machuquei a mim mesmo e a própria Gina que não tinha nada que ver com a história. – Ele respirou fundo, olhou para cima, ficou pensando, viajando e falou – Com a Kate, mamãe, a coisa é diferente, tenho certeza que nos conhecemos de outras vidas, pois o que sentimos quando nos olhamos, quando nos tocamos, cada dia que passa aumenta mais. Mesmo quando nos desentendemos, não conseguimos ficar brigados por muito tempo, é como se fossemos pólos diferentes, positivo e negativo, sempre em atração constante, entende, mamãe? Sempre achamos interessante o que o outro fala. Ela, sempre aproveita alguma coisa nas minhas teorias malucas e eu sempre consigo entender o lado cético dela. Já estamos juntos há vários anos, contando inclusive o tempo em que éramos apenas parceiros lá no distrito, pois já éramos apaixonados um pelo outro, mas não dávamos o braço a torcer, ela principalmente. Isso é amor, mamãe. E nós enfrentamos isso junto. Nós não desistimos. Eu amo a Kate como nunca amei mulher nenhuma e juro que vou fazer o possível e o impossível para continuar fazendo a Kate muito feliz, mãe.

Martha respirou fundo, orgulhosa das palavras do filho, sorri para ele e fala – Richard, eu te disse outro dia que apesar de todas as dificuldades que eu encontrei na minha vida, eu era feliz porque eu tinha conseguido criar um bom filho. Eu acho que nunca te disse, mas a Alexis fez de você um excelente pai e hoje eu vou te dizer o que eu já devia ter te dito, Richard. Eu fico feliz em ver que a Katherine fez de você um homem perfeito, um homem de família. Não existe mais aquele playboy mulherengo que andava pendurado cada dia com uma mulher diferente. Eu não vejo aquele playboy desde que a Katherine apareceu na sua vida como sua namorada. Outro dia você disse que nós somos as três mulheres da sua vida: Eu, Alexis e a Katherine. Só que você hoje tem a quarta, que é a Liz, mas ela é apenas um bebezinho, igual ao Will. Então, filho, a tendência é você, a cada dia que passa ficar melhor, igual a um bom vinho. Continuem se amando e se respeitando, pois é tudo o que importa.

— Oh, mamãe, obrigada por suas palavras. Ajudou até a me acalmar. Eu estava tão nervoso. – consultou novamente o relógio – Mamãe, agora já está na hora mesmo.

Neste momento o celular de Castle toca, ele consulta o identificador de chamada e constata que é a chefe do cerimonial e atende a ligação. – Castle.

— Sr. Castle, já está na hora do casamento. Eu preciso reunir o senhor, sua mãe, os padrinhos. Eu vou ligar agora para a Sra. Castle...

— Não – Rick a interrompeu. – Eu mesmo telefonarei para minha esposa. Eu combinei que eu mesmo o faria, inclusive, ela está com uma das madrinhas. Você pode telefonar para os padrinhos. Você também pode telefonar para o meu sogro e pedir a ele para esperar pela minha esposa no local marcado, na porta que dá acesso a este jardim. Ele sabe. Mas você manda alguém ajudar minha esposa a descer as escadas, por favor.

A chefe do cerimonial em tom educado, porém firme disse - Sr. Castle, fique tranquilo, sei que o senhor está ansioso e preocupado com sua esposa, mas nós já estamos acostumados com grandes eventos e a lidar com os envolvidos.

Castle sorriu sem graça e falou - Desculpe.

A chefe do cerimonial ainda disse - Providenciarei as ligações telefônicas imediatamente. Já que é da sua vontade, telefone para sua esposa, por favor. – e desfez a ligação telefônica.

Castle olhou do aparelho para sua mãe e falou – Profissional a moça. Fazer o que? Vou acatar, afinal de contas, eu quero casar com a Kate. – ele acionou o número chave de Kate e logo a ligação se completou.

Kate viu que era Rick e atendeu no primeiro toque – Oi, Rick, e ai, estou ansiosa. Eu quero me casar logo com você.

— Eu também, amor. Chegou o momento. Diga para a Lanie descer. Você pode ficar aí sozinha ou quer que alguém fique aí com você até o momento de você descer, querida?

— Eu posso ficar sozinha, Rick. Tudo bem.

— Então até já, Kate. Te amo.

— Também te amo, Rick. – e desfez a ligação.

— Lanie e Alexis, podem descer, queridas. Obrigada pela companhia. Vocês são maravilhosas só vocês duas para suportar o meu stress. – As três sorriram. – Imagine, eu aqui meio que trancada dentro da minha própria casa, sem poder ver ninguém, esse tempo todo longe do Costle e dos meus filhos.

Alexis e Lanie começaram a sorrir e Lanie disse – Ai, que drama! Que exagero! Kate, tudo bem que você não vê o Castle tem o que... Duas horas, duas horas e meia? Que horror! - Lanie sorriu - Mas as crianças, querida, você deu de mamar a elas tem mais ou menos uma hora e meia. E depois disso, elas vieram aqui mais duas vezes, querida. Chega, tá? Chega de drama. Alexis, vamos descer?

Alexis sorriu para Kate e disse – Vamos. Kate, nós nos veremos lá em baixo, tá? Você é linda, você está linda, tudo está certo, tudo vai continuar dando certo. Olhe, Kate, me prometa que não vai chorar, porque senão você vai casar toda borrada, mas eu vou te falar uma coisa, mesmo sendo muito nova, você é a mãe que eu pedi a Deus para mim. Eu te amo, Kate. – Alexis falou e respirou fundo, segurando o choro, colocando a mão no nariz, emocionada. Jogou no ar um beijo para Kate.

Kate respirou fundo e, igual a Alexis, segurou o choro e disse – eu também te amo Alexis e eu a tenho como filha, só que eu vou te matar, sua danadinha, porque eu não estou conseguindo me controlar e sinto que vou chorar e vou borrar minha maquiagem e seu pai vai me ver toda borrada. E em todos esses anos ele até já me viu chorar, muitas vezes, mas nunca me viu borrada.

Lanie, sentindo a emoção no ar, queria descontrair o ambiente, soltou uma de suas pérolas divertidas – Ah, Kate, se eu soubesse que seu casamento era tipo Halloween, eu não tinha me esmerado tanto na minha maquiagem, meninas, podem chorar à vontade. Vamos ficar todas borradas. Vá Kate. Você vai ficar uma noiva diferente. “A noiva halloween”. Pena que o seu vestido, vai estar destoando. Vamos dar uma sujada e uma rasgadinha nele também?

Pronto! Bastou Lanie dizer estas palavras, para o ambiente voltar a ficar descontraído e todas caírem na risada e não houve mais ameaça de choro.

Kate olhou para Alexis e disse – Eu também te amo, Abóbora. Desça com a Lanie. Obrigada, meninas.

Neste momento, Alexis falou – Kate, eu posso ficar até o momento de você descer. Eu não sou madrinha. A minha tarefa é só ficar dando apoio com os meus lindos e adorados irmãos, mas ao que parece, eles devem estar bem, senão as babás já teriam telefonado para o meu celular.

Lanie, que era uma brincalhona disse, sorrindo – Bem lembrado, Alexis, fique com essa chata aí. Ei, detetive, você não vai dizer que me ama não, é, Kate, porque eu te amo, viu amiga.

— Eu te amo, Lanie – disse sorrindo – Mas deixe de ser irritante, amiga e desça, por favor, porque eu quero me casar logo, antes que o Castle desista. E se ele desistir eu te mato. Eu juro que te mato, amiga. – Continuou rindo. A porta se fechou e ela continuou rindo. Ela era uma mulher feliz. Tinha duas amigas maravilhosas, a Lanie e a Jennie, dois filhos lindos, saudáveis, uma enteada que amava e a amava como se filha fosse, um marido lindo, apaixonado, que a amava e que ele amava, uma sogra que a respeitava e que ela também respeitava e um pai dedicado que a amava e que ela também amava. Que mais podia querer. Isso sem falar no seu trabalho que era sua paixão, seus dois colegas e amigos Esposito e Ryan que eram como se fosse irmãos.