Previously in More Than Enemies...

O jogo começou com o nosso time ganhando, Hanna seguindo meu conselho, a gordinha não conseguia pegar a bola por cima, e quando ia pegar a bola em cima, a ruiva largava e a deixava de queixo caído. Estávamos com 2 pontos a frente delas com 23. E então eu pensei.

É agora ou nunca.

POV Hanna

Ganhamos o set graças ao conselho do Josh, se bem que ele nem é tão mal assim. Mentira, ele é. Não. Sei lá. Só sei que EU GANHEI MEU PRIMEIRO JOGO, foda-se Josh.

Flashback

23x23, e a treinadora tirou meu estoque de pontos infinito. Por que ela não vai ver se eu estou no ponto dela lá na esquina, e deixa a gordinha no jogo?! Pensa Hanna, pensa.

Olhei pelo canto do olho para a arquibancada, e estavam sorrindo pra mim, Kat, Derick, Josh, até o Miles que estava perto dos coleguinhas chatinhos dele. Realmente adoro o ruivinho, mas ele é muito burro as vezes.

Olhei pro Josh e ele me deu a solução.

Apontou para o fundo da quadra adversária, o corredor, onde não tinha ninguém perto. Entendi que tinha que jogar a bola lá, atacar com todas as tentativas, mas a treinadora não ia conseguir tirar o corredor.

Sorri com aquele pensamento.

Continuei a jogar, exatamente como o Josh disse. Mas não estava dando certo.

24x23 e 24 não era pra gente. Sim, as estúpidas do outro time fizeram um ponto.

Pra quem não sabe, um set no vôlei são 25 pontos, então se elas do outro time marcarem um ponto, elas ganham, se a gente marcar um ponto, fica 24x24. Então, vai para um deuce, e quem chegar primeiro em 26 ganha.

Mas para a nossa rara sorte, ainda era 24x23.

– VAMOS GALERA!!!! – gritei dando apoio as minhas colegas de time.

Elas gritaram em resposta. Animação, já ganhamos, faltam pontos.

Uma das garotas fez um ponto pro nosso time, sacando pra fora.

– Já entregou os pontos, só cair na lona. – uma das garotas gritou e as outras riram em resposta. Estava sem humor algum, e eu nem entendi direito então continuei concentrada no jogo.

Faltavam dois pontos, e vão ser meus.

Sorri com aquele pensamento, estava no ataque, tinha todo o plano na minha cabeça.

Nanda sacou, e a número 15 atacou em mim. A gordinha ex-fontedepontos riu, e eu defendi a bola, jogando para a levantadora que jogou pra mim, levantando.

Meu ataque foi exatamente onde eu queria, no corredor.

PONTO!

A galera vai a loucura, as garotas, eu, a arquibancada, todos menos o time adversário e a treinadora deles.

Quando todos voltam a sua formação, eu repito o truque, que não funciona porque a treinadora não é burra. Pode ser feia, mas não é burra.

Eu defendo o ataque inimigo, então quando Alice levanta a bola para mim, eu não ataco, eu largo a bola, e ela cai exatamente do lado da levantadora, perto da rede.

Todos comemoram, comemoram muito, afinal, eu ganhei o set, eu fiz o ponto que fechou ele.

O 3º set, massacramos ela, por 15x12, pra nós é claro.

Flashback Off

A treinadora chegou perto de mim com um sorriso que nem sei como não rasgou o rosto dela, me abraçou como se não existisse amanhã.

– Garota, você vai pra seleção. – dei meu melhor sorriso (vulgo: mais falso).

– Que nada treinadora, nem chego perto. – vi os meus amigos se aproximarem de mim, a treinadora saiu sem dizer nem tchau e foi comemorar com o resto das meninas. A primeira coisa que eu fiz quando vi eles foi uma estupidez.

Eu abracei ele.

– Ei garota, eu sei que você me ama, mas o sentimento não é recíproco ok? – ouvi todo mundo rir e o soltei sem graça. – Estou brincando. Te amo tanto que nem consigo pensar direito.

– Tão engraçado – bati no ombro dele meio sem jeito.

– Parabéns ami... – Kat não terminou de falar, olhei de um jeito confuso e percebi que ela estava olhando pra alguma coisa nas minhas costas.

Miles se aproximou de nós, e a Kat virou, ficando de costas e simplesmente saiu andando.

– Aonde você vai amiga? – gritei vendo que ela estava longe.

– Vou beber água, ver se saem as coisas ruins da minha garganta. – ela gritou e Josh deu de ombros.

– Louca. – ele simplesmente falou e o Derick concordou, enquanto Miles só revirava os olhos e olhava pra parede.

– Miles, meu querido ruivinho, podemos conversar? – sorri de um jeito “ou vai ou morre” mas do jeito que é burro, não intendeu.

– Não sei se é bom a gente convers...

Puxei o braço dele, apertando sutilmente.

– Eu não pedi. Vamos conversar.

Derick e Josh riram, e o Miles me olhou com os olhos arregalados.

– Posso levar meu advogado? – ele perguntou rindo.

– NÃO! – ok, fui meio grossa, mas ele merece.

Puxei-o pelo braço e sai andando, ele me acompanhava assustado. Eu podia ouvir Derick e Josh rirem do lugar que estávamos.

Levei-o a uma sala estranhamente escura. Tateei a parede até encontrar um interruptor e ligar. A sala deve ser da treinadora, porque tem uns 25 troféus, todos de vôlei, num armário empoeirado. Bolas de vôlei num saco distante. Uma mesa tipo escritório, mas as paredes brancas, exceto uma pintada de um vermelho claro.

– Então, o que você fez a Kat seu idiota? – olhei como se dissesse “ou fala, ou morre”

– Eu não fiz nada! Ela que fica com falsas esperanças. – ele deu de ombros.

– Como assim falsas esperanças? Me explica isso direito. – sentei no sofá perto do armário e ele sentou do meu lado.

Ele suspirou.

– A gente ficou. – arregalei os olhos e abri a boca. Mas respirei e dei sinal para que continuasse. – Eu que pedi. Numa aula que temos juntos. Ficamos antes do seu jogo, bem antes. Ela perguntou se a gente podia sair um dia desses, eu disse não, porque eu realmente não faço essas coisas. E então ela saiu, correndo de perto de mim.

– MAS QUE PORRA MILES! – ele me olhou surpreso. – Deixa eu te explicar. Garotas, são sensíveis, você, é o príncipe dela, ela te esperava em um cavalo branco, com flores, canções e amor, quando você disse que não queria falar com ela, ou sair com ela, você realmente a magoou Miles.

– Ah, mas não foi melhor eu falar, do que dar ilusões falsas?

– Acredite em mim, ilusões falsas pra ela é melhor, nossa é a Kat, ela adora isso! Amor, beijinhos, essas besteiras, bléh. – fiz cara de nojo.

– E você? Não gosta?

– Gosto, mas não muito. Prefiro cada um na sua, mas carinhosamente cada um na sua. Tipo, se eu quiser te ver, te ligo, se você quiser me ver, me liga, mas nada de mensagem romântica, “totoso” “totosa” esse bléh que fa você vomitar.

Ele sorriu.

– Se você não fosse minha ruivinha, e não fosse do meu parceiro Josh, eu casava contigo. – Sorri, mas lembrei de “e se você não fosse do meu parceiro Josh”.

– Como assim do teu parceiro Josh? Vai se fuder.

– Sim senhora capitã! – rimos e voltamos para onde o pessoal estava.

Puxei meu celular e tinha uma mensagem do Josh. Revirei os olhos.

Josh: Pegando o Miles é? A única coisa que vocês tem em comum é o cabelo.

Hanna: Josh, qual teu problema cara?

Josh: Você, a maioria das vezes.

Tá, sorri boba ao ler essa mensagem.

– Descobriu onde eles tão? – Miles perguntou.

– Só um minuto.

Hanna: Tá idiota, aonde vocês estão?

Josh: Na cantina, xinga e eu me apaixono. Sqn.

Hanna: KKKKKK Já estamos indo. Tchau.

Josh: ~ícone mandando beijo~

– Estão na cantina, vamos. – puxei o Miles e no caminho encontramos a Kat.

Eles se olharam, mas de repente pro Miles o teto era mais interessante que um filme de futebol, e pra Kat a parede era mais interessante que qualquer livro de Percy Jackson e Os Olimpianos.

– Ok, vocês dois tem que conversar, mas não agora, não aqui. Não comigo. Vão lá pra perto dos vestiários.

Os dois desceram as escadas. Sorri e fui pra cantina me juntar aos outros.

POV Josh

– Ai está nossa campeã. – tamborilei meus dedos na mesa, fazendo um batuque estranho enquanto Hanna sentava na mesa conosco. – Graças, aos meus sábios conselhos, óbvio.

Ela riu e o Derick riu também.

– Mas sério, parabéns Hanna. – Derick sorriu pra ela, o que me fez sentir uma pontinha de alguma coisa estranha.

Vai saber.

– Brigada Derick delicia.

– Derick delicia é? Daqui a pouco vai morar na sua casa e não na minha.

Eles riram.

– Olha o meu pâncreas Derick. – Ela apontou pro pâncreas, muito perto dos peitos, oh peitos. – Tá com um câncer, por culpa dessa sua piada idiota, fiquei com um câncer de tanto rir.

– Deixa que eu curo com minhas mãos mágicas. – Derick disse apontando pro pâncreas e colocando as mãos lá. – Quase lá, quase lá, e curada.

Eu vou dar um murro na cara desse idiota. Mas por que eu quero dar um murro nele?

– Muito obrigada. – ela fez um gesto acompanhando o que ela falou. – Pode ir curar outras vitimas de câncer por culpa de piadas idiotas de caras idiotas. – ela me olhou e eu coloquei as mãos pro alto, me rendendo.

– Desculpa. Prometo não ser mais idiota.

– Jura juradinho de dedinho? – ela me apontou o mindinho.

Levantei o meu e fiz esse juramento bobo.

– Juro juradinho de dedinho. – sorrimos.

– Cara, se casem.

Naquela hora, era como se um raio tivesse atingido minha cabeça, me fez acordar. Soltei o dedo dela, e ela deu um mini gemido como se eu tivesse a machucado. Olhamos pro Derick na mesma hora, e ele riu.

– Me chamem pra padrinho, ah, e do filho também.

Hanna fez uma cara tipo “ahn? Eu vou ter um filho?” e eu ri. Ela fez um tipo charmoso e riu pro Derick.

– Prefiro chamar o Miles, e a Kat. O que você acha amor? – ela me olhou pedindo pra que eu entrasse na brincadeira. Estendeu a mãe pra mim e eu a peguei.

– Também acho, sabe, além de eles serem um casal, são mais responsáveis do que o outro tio. Mas, você pode ser aquela tiazona que vive solteira.

Depois do que eu falei, Derick ficou nós olhando.

– Quem são vocês, e cadê a Ruiva e o Jo?