Circus escrita por LyaraCR


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Bom, passando para aproveitar o tempo de fim de ano, onde todos costumam correr para festas e bagunças, para postar mais um capitulo. Estou forçando contra um bloqueio, curtindo a época do ano que mais “adoro” e até que enfim conseguindo soltar-lhes mais algumas poucas palavras...
Segue o texto.



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Podia ver as luzes. Seu peito doía, só precisava correr, misturar-se às sombras mais um pouco e chegaria lá. Estava beirando a exaustão, mas era isso ou sua morte... Mesmo quase caindo, misturou-se ao mato quando viu luzes... Deitou-se, levantou-se. Estava apavorado. Podia ser ele! Afastou-se da estrada e encontrou um pouco engolida pelo mato, uma trilha. Se afundou na mesma, percebendo-a em linha reta. Decerto daria na cidade, e era isso que precisava... Chegar lá.

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— Hah!

Riu sem humor. Seus cabelos soltos e bagunçados pelo vento que enfrentou usando o quadriciclo.

“Já não era hora!” Pensou. Sam estava muito bonzinho para ser verdade. Saiu do trailer e subiu em qualquer coisa. Gritou seus amigos, seus cães de guarda. Falou tantas e tantas coisas, que poderia tê-los motivado até mesmo para uma guerra se quisesse.

Com D., Emy observava tudo da janela de seu quarto, em seu trailer.

— Por favor... Diga que ele não vai caçá-lo..

Ele a acolheu entre os braços. Era óbvio o que todos iriam fazer...

— Tal pai tal filho...

Ele completou. Ela chorou.

— Oh meu Deus! D.! Não podemos deixar!!

Parecia desesperada. Ah, como ele odiava vê-la assim... Faria tudo o que fosse necessário para aqueles olhos amarelos brilharem em alegria ao invés de lágrimas.

— E o que faremos?

A questionou. Ele realmente não tinha idéia de como proceder.

— E-eu não sei.. Por favor, me ajude a pensar.

Abraçou-o e deixou sua cabeça descansar no peito forte e pálido do mesmo enquanto vários brutamontes que mais pareciam vikings preparavam-se para dispersar à ordem de Aidan.

— Vamos caçá-lo!!

Os gritos foram incessantes, até fazê-los calarem para dar o restante das ordens.

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Sam parou frente um muro... sim. Aparentemente havia chegado à cidade. Agora precisaria sair daquele mato e ir pela estrada, era um risco a se correr.

Mais alguns passos calmos, hesitantes e pôde correr novamente, passando pelo muro, que descobriu ser de uma fábrica e adentrando a cidade... Nossa.. Um lugar com muitas indústrias, o cheiro das siderúrgicas se fazendo presente.. Bom, tudo o que precisava era um lugar para ficar e alguma coisa para comer... Precisava ficar seguro, escondido, ao menos por essa noite.

E com aquelas roupas... precisava arrumar outras.. Mas como faria isso no meio da noite? Precisaria se arriscar. Só... saber onde havia uma loja.

Andou devagar até uma rua mais clara. Por sorte, alguns mercados abertos... Tudo o que precisava era encontrar algum que vendesse roupas, sapatos e alguma coisa pra comer. Por lógica, provavelmente o maior deles teria.

Caminhou até lá; Estava salvo. Mas ainda precisava deixar algum dinheiro para pagar um hotel e talvez para uma passagem de ônibus pela manhã. Precisava ligar para seu pai também. Só tinha trinta dólares no bolso agora... A diária do hotel à sua frente levaria metade deles. Ainda precisaria deixar para o café da manhã, para uma passagem e precisava ligar para John, mas isso poderia fazer do telefone do quarto.

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— Pai?

John arregalou os olhos e brecou o carro no meio da estrada.

— Sam??? Como.. Onde?

— Acalme-se pai, por favor.

— Pelo menos diga onde está.

— E-eu não sei, m-mas... tem como você e  o Dean me acharem pelo telefone daqui.. e-eu... pai, me perdoe por tudo... venha logo me buscar, por favor. E-eu.. me arrependo tanto!

Sam estava chorando, muito. Aquilo fazia o peito de John doer. Sabia que o filho havia fugido, ou caso contrário não estaria assim. Agora só precisava descobrir onde estava e buscá-lo, salvá-lo. E sabia, se Sam tivesse fugido, logo estariam atrás dele. Era sua chance de recuperar seu menino.

— Eu vou Sammy, eu te prometo que vou... Tente se manter à salvo.

Mais algumas palavras e desligaram. Dean também estava chorando. Saber que Sam estava sozinho, correndo perigo e sentir-se impossibilitado se salvá-lo, o fazia sentir-se tão mal! Parecia que o mundo todo estava caindo sobre sua cabeça por causa de uma droga de sentimento... E... se fosse culpado pela infelicidade de Sam, se todo esse mal se devesse à seu comportamento, se Sam concordasse com isso, prometeu-se: com ou sem a ordem de John, se afastaria. Sentia-se a pior pessoa do mundo, doente, malvado e culpado por todos os males existentes...

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Sam deitou-se. Não pedira para falar com Dean porque não se pedia perdão por um erro como o dele por telefone.. Sim, fora incapaz de entender as coisas tomando aquela decisão de forma súbita, havia sido infantil o bastante para ignorar o “problema” com uma solução pior que o próprio.

Tentando comer o que havia comprado, acabou por pensar demais. Queria parar de chorar, mas isso parecia meio difícil agora. Tudo bem, precisava se acalmar. Não que isso fosse de todo possível, mas era o melhor a se fazer.

De seus olhos desprendiam-se lágrimas. Estava apavorado. Se pudesse, jurou-se que sairia dalí e entraria no primeiro carro que parasse para lhe dar carona. Mas não. Depois de tudo conseguira entender que precipitar-se nem sempre era a melhor coisa à se fazer. Agora precisava dormir um pouco. Tinha que forçar-se, porque sabia: não conseguiria fechar os olhos e deixar-se levar pela exaustão.

Olhou para a mesa de cabeceira e ajustou o despertador. Tinha agora algumas poucas horas para dormir. Sabia que viriam atrás, então pretendia acordar assim que o sol nascesse e partir, rumo contrário àquele de onde havia vindo.

 

Era sua chance. Não queria ser morto por Aidan nem por nenhum dos cães de guarda dele. Então tinha que ser esperto, tinha que ser mais rápido que eles, tinha que tornar-se invisível aos olhos daqueles que lhe representavam perigo.

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— Assim que o sol nascer sairemos. Preparem suas armas, algemas, correntes, cordas... Qualquer coisa que se use para capturar um animal arisco como o que está em questão. Quem o trouxer para mim... — apontou as três pequenas barras de ouro que estavam sobre uma mesa — Então já sabem... Quem trouxer minha princesa de volta, terá a recompensa.

Todos aqueles monstros que antes pareciam anjos sorriram maliciosos. Aidan estava sendo generoso ao oferecer aquele pagamento... E quando se tratava de ouro, podia dizer-se que até mesmo matariam uns aos outros para tê-lo.

Emy, mais uma vez observando sem ser percebida, sentia-se na obrigação de salvar a pobre alma de Sam. Conhecia Aidan e conhecia os castigos dele sobre os mais fracos. Era um verdadeiro carrasco, e ela duvidava que Sam fosse agüentar.

Afastou-se da janela e pegou uma de suas bolsas. O mágico apenas a imitou. Estaria com sua  princesinha onde quer que ela fosse.

Ninguém viu quando saíram e ele pegou seu veículo preto, sombrio. Ela já havia se adaptado às cores dele... E estava tão linda... Mesmo preocupada, a felicidade era visível em seus traços.

— Porque não avisa seus pais que estamos saindo?

— Você sabe melhor que eu o que aconteceria, D...

Ele sorriu malicioso. Olhou para os dois lados da estrada. Sua intuição berrou para que ele virasse à esquerda, e foi o que fez. Haveria algum chão antes de chegarem àquela última cidade pela qual haviam passado, então o jeito era aproveitar o tempo discutindo sobre o que fazer. Ah, e esse era um assunto tão grande que sequer deixaria espaço para outros...

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— Pai... O que vai fazer quando acharmos o Sam?

— Eu não sei Dean... E seria melhor se você não me perguntasse nada disso agora... Tudo o que ele precisa é que a gente tire ele vivo de lá, então deixe esses... acertos para mais tarde..

Dean encostou-se novamente ao banco do carona. Não podia ficar deixando a culpa roer suas entranhas. Isso era tão desconfortável! E além do mais, não era de todo esse monstro! Não havia forçado o mais novo a nada! Sam queria tanto quanto ele, pôde ver isso ao decorrer do tempo que certas “ações” passaram a acontecer entre os dois... Sim, Sam era mais novo, podia até parecer mais inocente, mas aquele sentimento não brotava apenas no peito de Dean, não era uma coisa não-correspondida! Estaria sendo injusto com tudo e todos se pensasse assim. Podia se lembrar de tudo, dos beijos, toques...

Sam também o amava daquele modo, Sam também o desejara aquela noite, e mesmo que houvesse hesitado algumas vezes, sempre voltava atrás, sabendo-se correspondido pelo mais velho.

Olhou pelo retrovisor e viu o carro de Bobby os seguindo. Será que o que fizera havia sido assim tão horrível para até mesmo o melhor amigo de seu pai tomar ódio de sua pessoa? Bom, sabia que não era algo comum como engravidar a filha da empregada, a filha do vizinho ou coisas assim, mas pelo amor de Deus! Não havia matado ninguém! Nem forçado o mais novo a sumir de casa! Muito pelo contrário... Daria sua vida para que ele voltasse, e se o problema todo fosse o que ocorreu naquela noite, Dean daria até mesmo suas lembranças para voltar no tempo e consertar, jamais permitindo que acontecesse.

Queria Sam para sempre, mas se a felicidade do mesmo dependesse de seu distanciamento, Dean não se importaria em sofrer por ele.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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