Wake Me Up escrita por Camila Rebeca


Capítulo 30
Redemoinhos




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Redemoinhos. A minha cabeça é cheia como se redemoinhos dançassem dentro dela. Mesmo com o alivio de não me sentir só, James, o cheiro dele me lembra os sonhos. A terra levemente molhada mas é bom, tem o cheiro de casa.

É como um milagre, John costumava dizer que milagres existem mesmo em meio a NY. Onde tudo gira em torno de cada pessoa. Elas não se importam com quem está andando do seu lado, é uma corrida do momento em que o despertador toca até o momento em que chegam em suas casas exaustos com as informações absorvidas durante o dia. Não há tempo para nada.

Mesmo eu que vivia a maior parte do meu tempo em casa e saia raramente me sentia assim, estar em casa era como estar em uma caverna com musgos que evitavam a luz do sol que podia me machucar. Mas aqui, agora sinto a mesma sensação que tive quando andei pela primeira vez nas ruas da Times Squear.

Eram milhares de pessoas, andando e se esbarrando. Meu ar foi faltando e se Jeremy, mais novo que eu não segurasse a minha mão eu teria fugido para qualquer lugar fechado para me esconder.

Eu tenho a mão de James na subida para o meu quarto mas a sensação é a mesma.

Aqui vamos nós para mais uma seção de confie em mim em breve você saberá de tudo é tudo para o seu bem.

Perdi a noção do meu tempo em, que estou aqui dentro. Vejo a luz do sol apenas pelas janelas. E esse lugar que de fora parecia só uma casa exprimida entre prédios de uma rua escura? Com tudo ao meu redor não me questionei sobre isso. Cada vez que eu penso mais coisa se acumula na minha cabeça. Detalhes que eu deixei passar.

Comecei a fazer notas mentais: Como Jeremy foi salvo, como esse lugar pode parecer incrivelmente grande do lado de dentro mas por fora é menor que a cafeteria na esquina da minha antiga casa em NY, quem realmente é Nick com seu terno sempre perfeitamente passado.

No total muitos detalhes fora adicionados.

Chegamos no andar de cima e fomos em direção ao meu quarto. Risos altos foram escutados por mim ao lado de fora, Jeremy.

Ele ria de alguma coisa qualquer que os Lillows fazia. Estava de costas para mim e em frente a Jeremy que sentava na cama, minha mão se soltaram de James e e o frio voltou mas ignorei e dei atenção a risada deliciosa que invadia todo o quarto. Notando a minha presença os Lillows se viraram e exibiram uma das coisas mais cômicas que eu já vi, realmente merecia cada gargalhada.

Nem eu com a cabeça cheia resisti mesmo tentando, eles forçavam um sorriso falso tentando agradar Jeremy. Tinham os rostos maquiados. Um era um palhaço, o outro era uma mocinha e o outrotinha bigodes. Jeremy tinha as mãos cheias de lápis e maquiagens. Ele deve ter feito a arte toda. Perto da mesinha ao lado da cama vi restos de comida que devem ter trazido para ele.

Meu coração foi aliviando a angustia da saudade vendo que ele parecia feliz e bem cuidado, sem as marcas de lagrimas que tinha no dia que chegou. Assim que os risos foram contidos abri os braço e o recebi, eu sabia que era o que faltava. Ou bastava pelo menos aquele momento, o abraço dele. Eu poderia passar oras ali.

Você gostou? ele me perguntou com um tom levemente preocupado apontando para a sua mais nova obra de arte?

Você é incrível. eu respondi evitando lagrimas, já chorei tanto que por mais que a minha voz ficasse embargada sinto não sairiam lagrimas.

Tenho certeza que eu estou melhor que ele! os Lillows falando ao mesmo tempo e apontando um para os outros.

Que tal se lavasse o rosto e Jeremy fizesse outro desenho. James se manifestou dando uma ideia que eles claramente não aprovaram mas também não reclamaram indo calado em direção ao banheiro. Jeremy sorria de orelha a orelha com a possibilidade de pinta-los novamente. Entendi a ideia de James de distraí-los. Não podemos conversar com Jeremy por perto.

Primeiro objetivo coisa que eu nuca fiz foi ter objetivos de vida, mesmo porque eu não tinha muita esperança no futuro é manter a segurança de Jeremy. Mantê-lo vivo. E essa questão de se eu te contar a verdade você pode correr risco ficou impregnada na minha cabeça.

É melhor irmos em outro lugar. James falou no meu ouvido, perto demais nos aproximando segurando meu cotovelo. Assenti com a cabeça, não tenho certeza se a minha voz não me trairia se eu falasse agora. Ele esta perto demais.

Dei um beijo na testa de Jeremy e dei a minha palavra que voltaria. E vou voltar.

Saímos pela a direção contraia que sempre vamos, nunca andei antes por ali. James ia na frente como se estivesse me protegendo. Senti uma leve nostalgia lembrado de como chegamos aqui, ele sempre em posição protetora.

Minha cabeça viajava no caminho até pararmos em uma das muitas portas daquele corredor. James tirou uma chave do bolso e entrou, eu foi logo atrás. Ele fechou a porta e o quarto estava meio iluminado. Ele apalpou uma parede até encontrar o interruptor para deixar o quarto completamente iluminado.

E eu encontrei uma parede com uma estante que ia de cima a baixo completamente cheia de livros. A cama coberta com lençóis escuros perfeitamente alinhados, uma mesa tinha um livro com uma capa preta e alguns papéis soltos. Era um quarto simples, mas com certeza masculino. Muito a cara do James.

Eu passei um bom tempo absorvendo cada pedaço, ficamos em silencio até que se tornou constrangedor. Ele devia estar me olhando, mas eu evitei notar isso. Eu morreria de vergonha.

Ah, pode sentar aqui. ele sentou na cama e apalpou o lugar vago ao seu lado. Mas mantive os braços cruzados na altura do peito, mostrando resistência na esperança de que ele começasse a sua explicação.

Não pretendo deixar passar nada dessa vez que eu tenho objetivos maiores do que mera curiosidade.

É tudo maior, não temos como controlar...- ele baixou a cabeça e a colocou entre as mãos. Não tinha reparado o quanto ele parecia cansado. Exausto. na noite passada, fomos em...

Fomo? Você e quem?

Tem certeza que quer me interromper? ele levantou as sobrancelhas com a pergunta.

Não, eh...desculpa.

eu não quero ser grosso, é que realmente é difícil. É muita coisa e não posso deixar passar qualquer detalhe. o tom de voz de James era cuidadoso, quase suplicante pedindo perdão, eu assenti para que ele continuasse.

Bem, fomos em busca do real motivo da nova perseguição, eles não nos deixaram em paz Angelina. Então foi preciso trazer todos que são como nós para cá...- ele levantou a cabeça e olhava em todos os lados do belo quarto menos para mim.- são mais de cem pessoas. Jovens da América Latina. Existem algumas casas como essas estão espalhadas por alguns países. São muitos como nós, alguns foram feridos e outro mortos quando tentamos traze-los em segurança. O problema maior é o preço que teríamos que pagar pela liberdade.

Fiquei em silencio absorvendo tudo, palavra por palavra. Mas a parte de o |preço da liberdade não passou na minha garganta.

Qual seria esse preço?

A vida de um humano.


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Notas finais do capítulo

Passei um bom tempo sem escrever NADA – e sem vontade – mas voltei, e espero que vocês não tenham me abandonado. A historia foi bem mais longe do que eu imaginava, tenho construindo um mundinho só da Angelina então por favor comentem! XO



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