Wake Me Up escrita por Camila Rebeca
– Onde nós estamos indo? – perguntei enquanto seguia os Lillows que iam à frente sussurrando alguma musica.
– Vamos leva-la a cozinha. Está com fome não está? – e como, acho que eles podiam escutar o ronco da minha barriga.
– Ah claro, só preciso levar o Jeremy, ele deve estar como fome também.
– Não precisa não, ele já se alimentou senhora. – eles continuavam andando e me guiando e respondia pelas costas.
Andamos por uns três corredores, a cada dia a casa parece ser maior, eu ainda não havia ido à cozinha. Sempre levaram comida para mim no quarto, coisas do Nick. Chegamos a mais umas das grandes portas, eles abriram e passamos pelo que eu imagino ser uma sala de jantar, entramos em mais um corredor, e mais uma porta.
Chegamos.
E quando eu penso que nada mais pode me surpreender eu vejo que estou meio que muito enganada.
Dei de cara com não um, mais uns cem – sem exageros – de Lillows, alguns homens e outras mulheres. A cozinha era grande, parecida com de um grande restaurante, toda em cor branco e um amarelo de madeira. O cheiro de comida inundava o lugar. Reparei que cada três do que parecem se os Lillows faziam coisas diferentes, uns carregavam comidas. Outros se encontravam na pia, alguns cortando verduras e assim por diante. Eles continuavam trabalhando sem se importar com a minha presença. Tudo parecia magicamente sincronizado. Cada qual em seu afazer e no final era quase uma melodia vê-los trabalhando.
– O que ela faz aqui?
Me virei ao ouvir a voz vindo por trás de mim, e vi uma garota negra, da minha altura mas com um porte atlético. Ela usava um vestido florido e até animado perto da cara que ela fez ao me olhar nos olhos. Seus cabelos era bem curto e eu ouvia ela batendo o pé sem cortar o contato visual.
– Chega Lupina. – uma senhora de 1,60 de altura apareceu atrás dela repreendendo os gestos da garota, ela respirou fundo descruzou os braços e acenou que sim com a cabeça. – saia, é melhor. – a Lupina deu meia volta e saiu pela mesma porta em que eu entrei.
Fiquei sem ação, não sabia que tinham tanto ódio gratuito contra mim, gratuito por motivos de: eu nunca vi essa menina na vida.
– Mil perdões querida, Lupina é um pouco temperamental demais – continuei em entender. Ela fez uma reverencia com o braço direito sob o peito – meu nome é Lorenza.
Deduzi que Lorenza é a mãe ou parente próxima de Lupina, elas tem as mesmas feições, cor da pela e imagino que sorriso seja o mesmo. Espero ver um dia.
– Ah, tudo bem. – falei sem ter o que falar. Mas Lorenza devolveu um sorriso sincero que eu só encontrava em Dora e fez meu coração acalmar. Mesmo depois dessa confusão sem sentido.
– Posso ouvir o barulho da sua barriga menininha.
– Todos nós podemos ouvir sim todos nós. – os Lillows responderam animados, como se Lorenza contasse uma piada, eu ri da situação.
– Eles têm razão, preciso comer. – coloquei a mão na barriga sentindo-a se contorcer.
Lorenza me guiou até uma mesa pequena com dois lugares no canto esquerdo da sala. Perto tinha umas pequenas trabalhando. Sentei e em seguida os Lillows brigavam para saber quem ficaria na minha frente, uma cena um tanto cômica: eles discutiam tão baixo que só eles se entendiam. Quando uma apontava o dedo o outro tirava e apontava dois em vantagem.
Logo que Lorenza apareceu e eles viram a sua sombra pararam e sorriram se abraçando. Ela colou as mãos cintura e fez uma cara de repreensão.
– Vocês sabem onde é o seu lugar. – eles acenaram com a cabeça e saíram de fininho, sentando em três banquinhos, sem o sorriso no rosto e com um biquinho adorável de raiva.
– Qual o nome deles?- perguntei baixo para Lorenza sentada na minha frente girando o dedo indicador pela sala, já que tinha muitos deles por perto.
– São os Lillows – ela respondeu como se a resposta fosse obvia.
– Todos?
– Sim menininha, eles não gostam mesmo de revelar seu nome real. Não me pergunte por quê. Mas não se preocupe, eles – falou apontando para os meninos sentados com raiva-sempre estarão perto de você, e saberão quando você precisa de ajuda.
Foi só o tempo de ela terminar a frase que três Lillows mulheres chegaram, elas usavam um vestido amarelo com um avental em cima, com o mesmo penteado também. Carregavam um prato farto de comida, um sanduiche e frutas . Eu queria sair gritando de alegria, parecia realmente bom como tudo que eu tinha comido aqui. Junto dois grandes copos. Um de suco de maracujá , outro tinha um liquido verde que eu não reconheci. Esperei elas saírem para indagar Lorenza a respeito da tal “gororoba”.
– O que é isso? – ela riu antes de responder.
– Não tem a melhor aparência e a cor verde não ajuda – eu particularmente não costumo comer coisas verdes – é um suco especial que eles, eles só servem para quem jugam ser importante.
– Serio?- minha careta foi inevitável.
– Sim.
– Então vamos lá. – depois da primeira colherada não dei uma pausa se quer até sentir meu estomago reclamar de estar cheio. Olhei para a gororoba verde e para Lorenza que permanecia sentada comigo, ela olhou com uma cara de quem diz “vai lá, você consegue”. Olhei para cima e vi as mulheres que me serviram me olhando com esperança, deve ser de eu tomar aquilo.
Depois de uma contagem mental dei um gole, e me surpreendi com o sabor. Era realmente a primeira coisa verde comestível. Tomei tudo e ri para Lorenza que devolveu o sorriso.
– Uau, efeito deque?
– Elas nunca revelam o segredo. –
– Você, coordena a cozinha e elas?
– Hum, sou algo assim.
– E porque tem tantos deles?
– Vem mais gente por ai.
Respirei fundo para digerir a informação.
– Gene como eu..- respondi quase em tom de pergunta, tão baixo que não soube se Lorenza escutou.
– Eles também correm perigo lá fora, o que aconteceu com James – meu coração apertou com a lembrança – ele tem sorte de ser forte, nem todos são. É muito triste perder um Filho da Noite. É como se o mundo perdesse uma estrela, só tenho pena que ele não possa ver isso.
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