Wake Me Up escrita por Camila Rebeca


Capítulo 17
Class A Team




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A luz se foi, acabou o dia. as lembrança das flores iam embora.

O chão era frio e um tanto úmido, estava lá eu, novamente presa em algum mundo paralelo. Não tenho certeza se é longe do palacete onde eu estava e nem sei como vim parar aqui. Mas é um sonho.

Reconheci pelo cheiro de menta que vinha trazido pelo vento gelado tomando conta do meu corpo, eu estou deitada e não sei se sou capaz de levantar. A luz que eu enxergava vinha de longe, dentro da floresta que ficava ao meu redor.

Mesmo deitada em um chão molhado o conforto daquele cheiro leva o medo que tenta dominar a minha cabeça, já estive aqui e o máximo que vi eram asas, pretas como uma noite sem luar. Levantei a cabeça e tente erguer o resto do corpo até me sentar, um calafrio subiu no meu pescoço.

Fechei os olhos e por um momento pude ver o sorriso do Jeremy ao me dar o colar, o som do seu sorriso me fez ter borboletas no estomago. Era um som feliz. Da felicidade que eu tive por uma fração de minuto antes de ser arrancada de mim.

Então em vez do frio no rosto só sinto o calor das lagrimas escorrendo.

O lago que sempre estava nos meus sonhos também estava ali, as aguas refletiam a luz da lua, me aproximei até poder ver meu reflexo, era abatido. Sem vida.

A curiosidade de tocar naquelas aguas foi maior que o meu medo então mergulhei a mão direita depois a esquerdo e trouxe comigo o suficiente para lavar o meu rosto. Mas não escondeu a aparência cansada. Me perguntei se James me viu com essa cara o tempo todo, a resposta me incomodou.

O vento continuava soprando no meu ouvido, e me deixando confortável, pensei que poderia passar anos, ou a vida aqui. Sem ninguém, sem laços, sem olhares julgadores ou pressão psicológica. Lembrei que de um tempo para cáas pessoas começaram a notar a minha existência, quando era só o Jeremy tudo e a melhor. Mas os sonhos voltaram. E me tiraram a paz, que eu pensei ter um dia.

Mas do vento.

Enquanto eu me afastava da agua as minhas costas começaram a arder. Doer e sangrar.

Era tanto que ao colocar as minhas mãos entre a jaqueta e a regata e elas voltaram cheias de sangue. O choro agora era de dor.

– Angelina. Você precisa voltar. – a voz vinha distante, mas eu não conseguia distinguir em qual direção.

Espinhos forçavam a sair, tirei a jaqueta e podia tocar. Ele chega de mansinho, eu não sinto. Depois a dor começa. Todas as noites. Era como todas as noites mas agora querendo sair. Minhas mãos alcançam o inimigo e mesmo na dor eu o forço a sair.

Tudo que eu vejo antes de voltar é uma pena, branca manchada de sangue.

A voz continuou e eu voltei. Meu olhos tentavam abrir sem muito sucesso, quando enfim enxerguei pude ver que o quarto estava lotado. Gente demais. Pessoas que eu não devo conhecer, só reconheci a voz do Nick que era imponente no ambiente.

– Ela esta voltando. – Nick comentava com alguém.

– Deixe-a se recuperar, vamos cuidar do resto. Ela não volta tão cedo. – a voz me deu calafrio, era da loira.

Ouvi passos saírem e a porta se bater diversas vezes mas nada muito certo, lembrei da pena que eu segurava fechei aminha mão mas ela estava seca e vazia. Alguém a tirou de mim. Sem mais nada me segurando eu dormi, mais uma vez.

Acordei dessa vez no mesmo lugar, um quarto com pouca luz mas reconheci o cheiro de menta, sem o vento ele dominava o lugar. O som de alguém dormindo me alertou de não estar sozinha.

Consegui ficar sentada, a cama era tão convidativa que levantar não faz parte dos meus planos no momento. James estava sentado em uma poltrona a poucos passos da cama. A luz do abajur que ficava logo atrás dele torneava seu corpo e refletia em seu boné. Era dele o perfume.

Tentei apalpar minha costa e ela estava completamente seca e sem espinhos , penas ou qualquer outra coisa. Mas me assustei ao ver que James acordava. Ele se endireitou quando viu que eu o encarava. Tive a impressão que não via ele a anos, então fiquei olhando para matar a saudade que eu tinha da expressão seria que ele tinha quando era observado.

– Onde eu estive? – continuava olhando para ele, era inevitável.

– Porque eu saberia?

– Você já foi lá?

– Sim. – a resposta não era o que eu esperava, as perguntas pulavam da minha garganta.

– Quanto tempo eu estive fora?

– Umas duas horas.

– Parece tanto tempo. – olhei para janela que estava entre aberta e a lua me encarava.

– Só isso? Parecia tanto tempo.

– Como uma vida?

– Como uma vida. – respondi sua pergunta afirmando, ele falava como se tivesse conhecimento de causa.

De repente se levantou, parecia alto demais e a luz que vinha de traz deixou todo seu corpo delineado, ele usava a mesma roupa. Jeans rasgado e blusa preta, sem a jaqueta e o boné que me fez ver a cor do seu cabelo meio castanho claro.

Sentou ao meu lado na ponta da cama, ela era grande e ele fez um sinal para que eu me afastasse para que ele tivesse mais espaço.

O perfume dele em perturbava, mas era o mesmo da floresta então eu não liguei.

– Isso. – ele apontava para sua costa – vai.. – ele não sabia como me explicar. – é só o começo.

Mas você não esta sozinha. Ele me olhou me enxergando, não como o resto, mas a minha alma.


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Notas finais do capítulo

Queria poder dividir uma panela de brigadeiro com todos os leitores pacientes que me ecompanham pacientemente!



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