The 70's escrita por KindestHuntress


Capítulo 6
Contando Histórias




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Lentamente, os olhos verdes se abriram, se adaptando ao foco de luz em seu rosto. Seu cabelo estava preso em um rabo-de-cavalo mal-feito, deixando-a desconfortável.

- Oh, ela está acordando! - Uma voz exclamou satisfeita em sua frente - Veja, Marcus, você acertou a quantidade!

Miss Aubrey reconheceu a voz como a do homem no beco. Um arrepio percorreu seu corpo quando viu que ele estava levantando, seguindo em sua direção.

- Sim, estou vendo que acertei, mestre. - Respondeu o loiro atrás de Miss Aubrey.

Ela tentou se levantar, mexer-se, mas estava amarrada em uma cadeira nada agradável. Seu coração batia rápido, temendo o motivo que levaria os dois homens a prenderem.

- O que... - Começou a perguntar, mas sua voz estava péssima - O que vão fazer comigo?

- O que vamos fazer... - Vincent pôs a mão no queixo, andando em pequenas voltas a frente dela, se divertindo com o desespero que Aubrey tentava não exibir - Tenho planos para você. Vamos, relaxe... Marcus?

O rapaz atrás de Aubrey puxou a cadeira que ela estava sentada com brutalidade, livrando Aubrey da luz ofuscante em seu rosto.

- Obrigada - Disse ela com rispidez, encarando o homem em sua frente.

- Miss Aubrey... - A surpresa atravessou o rosto dela - Tenho observado você há vários meses... - Marcus se abaixou ao lado de Aubrey, tirando a corda de seus tornozelos, tocando sua perna sutilmente.

Ela prendeu a respiração por uma fração de segundo; Vincent não percebeu sua pausa, mas Marcus sim.

- Por quê? Está afim de mim? Sabia que existe outro jeito de chamar atenção sem envolver sequestro em um beco? - Miss Aubrey franziu a boca ao olhar para os homens em sua frente - Aliás, dizer um nome verdadeiro ajudaria a começar. Vincent soa tão falso, sabia?

Seu tom era de zombaria, mas Miss Aubrey continuava com medo do que viria a seguir. O homem de olhos cinzas arrumou o óculos no rosto e sentou na cadeira novamente.

- Oh, que grosseria a minha, mas na verdade, senhorita, meu nome realmente é Vincent, Dr. Vincent Tan. Esse nome é familiar para você?

Miss Aubrey arregalou os olhos, não havia lido a pasta que a DCI mandara há eras. Se o tivesse feito, talvez teria evitado a atual situação, pensou ela.

- Hmm... - Ela fingiu pensar, escondendo sua surpresa - Não, não me é familiar. Já foi meu motorista?

Marcus agarrou o cabelo de Aubrey, forçando-a a olhar para ele.

- Não fale com o mestre desse jeito, sua... - Ele levantou a mão, pronto para bater nela, quando Tan o segura.

- Saia. Me deixe a sós com ela. Traga o RedHelmet. - Tan o largou, cruzando as mãos atrás do corpo.

Marcus lançou um olhar sombrio para Aubrey, saindo rapidamente da sala.

- Sim, senhor.

Miss Aubrey observou ele sair da sala, quase aliviada, mas ainda apreensiva pelo tal "RedHelmet".

- Devo admitir que você sabe como irritar alguém. Marcus já estava irritadiço, embora não tivesse dito, por não poder encostar em você... Tsc, tsc... Não sei como Angel te aguenta, Miss Aubrey.

Ouvir o nome de Angel a fez ficar mais abalada. Queria estar do lado dele agora, escutar outro elogio em espanhol direcionado a ela, ameaçar jogá-lo na vala todo dia por não querer ir na lambreta pavorosa. Por algum motivo, não achava que voltaria a ver nenhum de seus colegas da DCI. Nem Angel.

Aubrey respirou fundo, recompondo-se.

- O que quer de mim?

- O que quero? - Repetiu ele, ficando próximo ao rosto dela, olhando-a nos olhos - Quero você.

Aubrey fechou os olhos, virando o rosto. Sua expressão era de repulsa, mas uma lágrima solitária caía em seu rosto.

X.x.x

- Ah, certo, vamos, vamos, sua lerda, tire essa roupa. - A morena encarou Miss Aubrey com a arma na mão.

- Julliet, sua vadia, como ousa? - Ela cruzou os braços na frente da morena.

Julliet, a filha de Carl, lembrou Aubrey tardamente, tentava obrigar a ruiva entrar debaixo no chuveiro. Tan dera a tarefa para Julliet, por ela ser mulher.

- Oh, que bonitinho, está tentando resistir. Sério mesmo? Sabe que eu posso chamar Marcus, e - Julliet deu uma risada má - Ele iria adorar arrancar essa sua roupa horrorosa.

Miss Aubrey revirou os olhos e começou a tirar a blusa estampada no pequeno banheiro. Julliet ria das tentativas da ruiva em tirar o fino elástico do cabelo seco.

- Sua... - Reclamou Aubrey, quase tirando o elástico.

- Cale a boca e entre logo nessa porcaria de chuveiro, Missy. - Apontou para a precária instalação atrás de Aubrey.

A ruiva respirou fundo e tirou o short vermelho, virando-se para o Box. O conjunto íntimo rosa bebê de Aubrey era quase da cor da pele dela, deixando-a quase brilhante.

- Você vai ficar aqui, me olhando? - Perguntou apreensiva. Tinha que sair dali, e só conseguiria se Julliet saísse - Essa lingeri é a minha preferida, não queria estragar. E não vou tomar banho com você aqui.

A morena riu, incrédula.

- Não vou cair nessa, Aubs - Ela levantou, se aproximando da imagem petrificada de Aubrey - É uma pena, mas vai ter que estragar essa sua calcinha de renda.

Com um sorriso, ela puxou a lateral, que na verdade não era de renda. Aubrey bateu na mão de Julliet, incomodada. O sorriso sumiu do rosto de Julliet, dando lugar a uma expressão zangada. Suas narinas inflaram, e os dentes trincaram.

- Entra logo aí! - Exclamou, empurrando Aubrey contra a parede.

- Argh. - Com a ponta dos dedos, Aubrey abriu o chuveiro que gemeu e despejou uma água suja nos cabelos ruivos.

Julliet começou a rir, afastada de Miss, com a arma na mão. A lingeri rosa virou marrom, e Aubrey cuspia a água que entrava em sua boca.

- O sabonete está no chão, Senhorita. - A morena riu mais quando sua prisioneira se abaixou com cuidado para pegar o objeto.

Aos poucos a água clareava, mas continuava gelada, fazendo Miss Aubrey gemer de frio e murmurar contra a humilhação de Julliet. Sua vontade era de começar a chorar, ali mesmo, na água gelada, mas Julliet só riria mais e mais. Continuou com seu banho forçado e pensando no que poderia fazer para sair dali.

Suas chances não eram boas.

X.x.x

- Claro que cabe, espero. Mandei fazer, não ficou bonito? - Tan mostrou a jaqueta preta 3/4 de couro preto, feminina, para Miss Aubrey. Ela estava sentada na cama simples e dura, abraçada aos joelhos.

Seu rosto trazia tristeza.

- Não gostei.

A ruga na testa de Tan se fez presente, alertando Aubrey do perigo.

- Colabore, querida. Estou sendo bonzinho com você. - Ele dobrou a jaqueta com certa brutalidade, amassando-a e colocando-a na sacola cinza no chão.

Aubrey virou o rosto para a parede ao seu lado direito, cutucando os caroços de cimento, suspirando pesadamente. Usava um vestido florido longo sem mangas com um short verde escuro. Ela detestou.

- Aubrey... - Tan se aproximou, pegando a mão direita da ruiva com delicadeza. O pulso se recuperava do acesso de fúria de Marcus.

Ela puxou a mão, sentindo a pontada de dor através da faixa. Marcus tentou, novamente, se aproveitar do estado da refém de Tan, e quando ela tentou impedí-lo, ele torceu o braço dela. Por pouco não aconteceu o pior, e quem salvou Aubrey foi justo aquele que a capturou.

- Já pedi desculpas, Senhorita. Marcus não fará isso novamente. Tomei precauções contra esse tipo de comportamento. Não há o que temer. - Tan levantou rapidamente, irritando-se com a persistência da jovem.

- Como não? - Perguntou num tom triste, apertou os joelhos contra o corpo - Ele vai voltar, querendo ou não. Vai dar um jeito. Vai acabar comigo.

Aubrey olhou para a janela na parede acima de sua cabeça. Já era noite, e havia um céu sem estrelas fora do cativeiro.

- Hm... Não vai, não. E vista logo essa porcaria de jaqueta e a saia está na sacola. Veja se cabe. Estou cansado de mandar trazer roupa para você. - Ordenou, caminhando para a porta, sem olhá-la.

Aubrey se deitou, cobrindo-se com o fino lençol rosa. Ela já estava começando a chorar novamente quando virou de costas para Tan.

- Por quê devo acreditar em você? A culpa disso tudo é sua. - Murmurou, fechando os olhos com força.

Tan pôs a mão na maçaneta, apertando com raiva.

- Porque sou tudo que você tem agora. - Ele abriu a porta, saindo - E não existe mais Marcus.

Falou, trancando Aubrey com a chave.

Miss gemeu e cobriu a cabeça com o lençol, chorando, desesperada.


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Notas finais do capítulo

FocoForçaFé, RedQueen. Estamos juntas nessa. Okay, peguei pesado. Uiw, ela é tão difícil de fazer. E olha que estou acostumada com House, mas ela é tão... Não sei, não sai direito Ç.Ç Me parece tão OOC. Meu aniversário tá chegando, sabe? Reviews! ♥333



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