O Elo Perdido escrita por Conta órfã
Notas iniciais do capítulo
Nossa história está chegando ao fim... Boa leitura!
Clara estava sentada no sofá, ofegante, ainda com Aline em seus braços. O Doutor apressou-se na direção delas, abaixando-se ao lado de Aline. Ele segurou o rosto dela nas mãos e encostou sua testa na dela.
– Por favor, me perdoe... Você poderia ter morrido por minha causa... E eu não sei o que faria se isso acontecesse, não sei o que seria de mim...
Com um grande esforço, ela passou os braços em volta do Doutor, na intenção de abraçá-lo. Ele a abraçou firme e mexeu nos cabelos dela carinhosamente. Depois de aproveitá-lo bastante, Aline se soltou do abraço e segurou a mão do Doutor, removendo seu curativo.
– Não, Aline, você está muito fraca para isso!... – antes que ele pudesse terminar a frase, sua mão estava curada.
Ela abriu um sorrisinho fraco. – Espero estar perdoada pelo meu egoísmo.
– Não se preocupe. – ele beijou a testa dela e acariciou seus cabelos por alguns momentos, olhando em seus olhos e sorrindo. Aline piscava lentamente, tentando decifrar a expressão do Doutor. Logo, ele se levantou, entrando pelo corredor.
– Não devia ter dito aquelas coisas mais cedo. – Clara murmurou.
– Não te acho idiota. – Aline a cortou.
– O quê?
– Aquilo que eu disse para o Doutor ontem a noite. Tive meus motivos, mas não era verdade. Sei também que o sangue dele teve um papel muito importante na minha salvação, mas a ideia foi sua. E foi você quem matou o Dalek, e me resgatou. Pela segunda vez, agora.
Clara carregava um sorriso enorme nos lábios, mas o que ela sentia por dentro era incomparavelmente maior. Seus dedos corriam pelas bochechas de Aline, num gesto carinhoso, e elas se olhavam nos olhos em pura ternura.
Jack apareceu com uma bacia d’água quente. Simplesmente apareceu. Nenhuma das duas o viu chegar. – Vamos descongelar suas pernas? – ele sorria para Aline. – Até que altura elas congelaram?
– Até os joelhos, eu acho.
Jack, ajoelhado na frente do sofá, colocou a bacia no chão. – É melhor você se sentar. – ele disse, levantando cuidadosamente a perna de Aline, tirando seus sapatos e meias e subindo a barra da calça. Depois, ele colocou o pé dela na água morna, e repetiu o processo com a outra perna. – Elas vão começar a doer bastante daqui a pouco, mas não é nada absurdo. – ele disse, simpático, enquanto molhava as pernas de Aline com as mãos e fazia uma massagem cuidadosa.
Logo, o Doutor apareceu novamente. – Precisam de algo?
– Por enquanto não, Doutor, obrigado. – Jack sorriu.
– Clara? Aline?
– Estou bem. – Clara respondeu.
– Eu preciso de uma coisinha. – Aline estendeu os braços para ele. – Da sua companhia.
O Doutor sorriu, genuinamente feliz, e a abraçou.
– E de cookies também.
Ele riu. – Vou buscá-los.
Após algum tempo, Jack suspirou e decidiu desabafar. – Eu não tive tanta sorte.
– Como assim? – Clara perguntou.
– Uma pessoa que eu amava. Não consegui salvá-lo.
Clara e Aline fizeram um momento de silêncio. – Sinto muito. – Aline disse.
– Mas ver vocês duas me deixa muito feliz. Vocês são tão jovens, seus espíritos cheios de paixão... – ele sorriu, empolgado.
As meninas deram uma risadinha e trocaram um olhar. Aline segurou a mão de Clara e a acariciou com o polegar.
Até que não era uma má ideia.
*****
Clara acordou com os seus braços e a pernas enroscadas nas de Aline. Ela tinha uma vaga lembrança de ter pego no sono daquela forma, mas isso não a alarmava. Ela beijou o rosto de Aline levemente, que abriu os olhos, com preguiça.
– Bom dia. – ela murmurou.
– Bom dia. – Clara sorriu. – Você dormiu bem?
– Muito. E você?
– Melhor impossível.
Elas encostaram testa com testa, e Aline pôs as mãos na cintura de Clara, acariciando-a apaixonadamente.
– Vocês são lindas demais. – Jack passou por elas com um copo de café na mão. Foi quando Clara deu conta que elas estavam no sofá. Elas riram, e as bochechas de Aline ficaram levemente rosadas.
– Bom dia, Jack. – Clara disse.
– O Doutor já acordou? – Aline se levantou, ficando sentada.
– Sim, saiu há pouco tempo.
– Onde estamos, aliás?
– Voltamos para Nova York. Eu realmente amo essa cidade.
Aline e Clara concordaram.
Então, a porta da TARDIS se abriu.
– Bom dia! – o Doutor parecia mais feliz do que de costume. – Comprei donuts. – ele trazia uma caixa nas mãos.
– Já sei para onde vamos hoje! – Aline levantou-se e andou na direção dele, pegando um donut.
– Onde?
Ela sussurrou a resposta no ouvido dele, de forma que só o Doutor soubesse do destino da viagem.
– Uau! – ele arregalou os olhos, mas sorriu. – Tudo bem, então vamos!
– Para onde vamos? – Clara apanhou um donut também.
– Não seeeeei... – Aline rolou os olhos, brincando. – Não vou dizer. Mas pode ser que essa seja nossa última viagem.
– Vamos morrer?! – Jack parecia genuinamente apavorado, mas todos sabiam que ele estava fazendo graça.
– Não, Jack. – Aline deu um soco fraco no braço dele. – Não vamos morrer.
– Chegamos. – o Doutor anunciou.
Os quatro saíram da TARDIS juntos e se encontraram à frente, embora a certa distância, de uma casa futurística, muito sofisticada e bonita. Era noite e muitas pessoas muito elegantes estavam entrando.
– Quero pedir para vocês ficarem aqui, se vocês não se importarem. Gostaria de entrar sozinha. – Aline anunciou.
Todos pareciam de acordo. Quando ela já estava a alguns metros de distância, Clara perguntou:
– Onde estamos?
– Onde parecemos estar? – o Doutor devolveu.
– Numa festa...?
– Que tipo de festa?
– Uma festa formal... Com pessoas selecionadas...
– Um casamento? – Jack palpitou. O Doutor não respondeu, o que fazia Clara pensar que ele acertara.
– Mas por que Aline iria querer ir a um...
Oh.
Assim que a ficha caiu para Clara, ela disparou atrás de Aline, e a alcançou antes que ela entrasse no estabelecimento.
– Aline!!
No momento em que Aline se virou, ela foi puxada para um beijo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!