O Elo Perdido escrita por Conta órfã


Capítulo 9
Cuidados


Notas iniciais do capítulo

Nossa história está chegando ao fim... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433646/chapter/9

Clara estava sentada no sofá, ofegante, ainda com Aline em seus braços. O Doutor apressou-se na direção delas, abaixando-se ao lado de Aline. Ele segurou o rosto dela nas mãos e encostou sua testa na dela.

– Por favor, me perdoe... Você poderia ter morrido por minha causa... E eu não sei o que faria se isso acontecesse, não sei o que seria de mim...

Com um grande esforço, ela passou os braços em volta do Doutor, na intenção de abraçá-lo. Ele a abraçou firme e mexeu nos cabelos dela carinhosamente. Depois de aproveitá-lo bastante, Aline se soltou do abraço e segurou a mão do Doutor, removendo seu curativo.

– Não, Aline, você está muito fraca para isso!... – antes que ele pudesse terminar a frase, sua mão estava curada.

Ela abriu um sorrisinho fraco. – Espero estar perdoada pelo meu egoísmo.

– Não se preocupe. – ele beijou a testa dela e acariciou seus cabelos por alguns momentos, olhando em seus olhos e sorrindo. Aline piscava lentamente, tentando decifrar a expressão do Doutor. Logo, ele se levantou, entrando pelo corredor.

– Não devia ter dito aquelas coisas mais cedo. – Clara murmurou.

– Não te acho idiota. – Aline a cortou.

– O quê?

– Aquilo que eu disse para o Doutor ontem a noite. Tive meus motivos, mas não era verdade. Sei também que o sangue dele teve um papel muito importante na minha salvação, mas a ideia foi sua. E foi você quem matou o Dalek, e me resgatou. Pela segunda vez, agora.

Clara carregava um sorriso enorme nos lábios, mas o que ela sentia por dentro era incomparavelmente maior. Seus dedos corriam pelas bochechas de Aline, num gesto carinhoso, e elas se olhavam nos olhos em pura ternura.

Jack apareceu com uma bacia d’água quente. Simplesmente apareceu. Nenhuma das duas o viu chegar. – Vamos descongelar suas pernas? – ele sorria para Aline. – Até que altura elas congelaram?

– Até os joelhos, eu acho.

Jack, ajoelhado na frente do sofá, colocou a bacia no chão. – É melhor você se sentar. – ele disse, levantando cuidadosamente a perna de Aline, tirando seus sapatos e meias e subindo a barra da calça. Depois, ele colocou o pé dela na água morna, e repetiu o processo com a outra perna. – Elas vão começar a doer bastante daqui a pouco, mas não é nada absurdo. – ele disse, simpático, enquanto molhava as pernas de Aline com as mãos e fazia uma massagem cuidadosa.

Logo, o Doutor apareceu novamente. – Precisam de algo?

– Por enquanto não, Doutor, obrigado. – Jack sorriu.

– Clara? Aline?

– Estou bem. – Clara respondeu.

– Eu preciso de uma coisinha. – Aline estendeu os braços para ele. – Da sua companhia.

O Doutor sorriu, genuinamente feliz, e a abraçou.

– E de cookies também.

Ele riu. – Vou buscá-los.

Após algum tempo, Jack suspirou e decidiu desabafar. – Eu não tive tanta sorte.

– Como assim? – Clara perguntou.

– Uma pessoa que eu amava. Não consegui salvá-lo.

Clara e Aline fizeram um momento de silêncio. – Sinto muito. – Aline disse.

– Mas ver vocês duas me deixa muito feliz. Vocês são tão jovens, seus espíritos cheios de paixão... – ele sorriu, empolgado.

As meninas deram uma risadinha e trocaram um olhar. Aline segurou a mão de Clara e a acariciou com o polegar.

Até que não era uma má ideia.

*****

Clara acordou com os seus braços e a pernas enroscadas nas de Aline. Ela tinha uma vaga lembrança de ter pego no sono daquela forma, mas isso não a alarmava. Ela beijou o rosto de Aline levemente, que abriu os olhos, com preguiça.

– Bom dia. – ela murmurou.

– Bom dia. – Clara sorriu. – Você dormiu bem?

– Muito. E você?

– Melhor impossível.

Elas encostaram testa com testa, e Aline pôs as mãos na cintura de Clara, acariciando-a apaixonadamente.

– Vocês são lindas demais. – Jack passou por elas com um copo de café na mão. Foi quando Clara deu conta que elas estavam no sofá. Elas riram, e as bochechas de Aline ficaram levemente rosadas.

– Bom dia, Jack. – Clara disse.

– O Doutor já acordou? – Aline se levantou, ficando sentada.

– Sim, saiu há pouco tempo.

– Onde estamos, aliás?

– Voltamos para Nova York. Eu realmente amo essa cidade.

Aline e Clara concordaram.

Então, a porta da TARDIS se abriu.

– Bom dia! – o Doutor parecia mais feliz do que de costume. – Comprei donuts. – ele trazia uma caixa nas mãos.

– Já sei para onde vamos hoje! – Aline levantou-se e andou na direção dele, pegando um donut.

– Onde?

Ela sussurrou a resposta no ouvido dele, de forma que só o Doutor soubesse do destino da viagem.

– Uau! – ele arregalou os olhos, mas sorriu. – Tudo bem, então vamos!

– Para onde vamos? – Clara apanhou um donut também.

– Não seeeeei... – Aline rolou os olhos, brincando. – Não vou dizer. Mas pode ser que essa seja nossa última viagem.

– Vamos morrer?! – Jack parecia genuinamente apavorado, mas todos sabiam que ele estava fazendo graça.

– Não, Jack. – Aline deu um soco fraco no braço dele. – Não vamos morrer.

– Chegamos. – o Doutor anunciou.

Os quatro saíram da TARDIS juntos e se encontraram à frente, embora a certa distância, de uma casa futurística, muito sofisticada e bonita. Era noite e muitas pessoas muito elegantes estavam entrando.

– Quero pedir para vocês ficarem aqui, se vocês não se importarem. Gostaria de entrar sozinha. – Aline anunciou.

Todos pareciam de acordo. Quando ela já estava a alguns metros de distância, Clara perguntou:

– Onde estamos?

– Onde parecemos estar? – o Doutor devolveu.

– Numa festa...?

– Que tipo de festa?

– Uma festa formal... Com pessoas selecionadas...

– Um casamento? – Jack palpitou. O Doutor não respondeu, o que fazia Clara pensar que ele acertara.

– Mas por que Aline iria querer ir a um...

Oh.

Assim que a ficha caiu para Clara, ela disparou atrás de Aline, e a alcançou antes que ela entrasse no estabelecimento.

– Aline!!

No momento em que Aline se virou, ela foi puxada para um beijo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Elo Perdido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.