O Elo Perdido escrita por Conta órfã


Capítulo 10
Confissões


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é o último... Fico feliz que tenham lido até aqui, e espero que tenham gostado! Fiquem ligados nas minhas próximas histórias.



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Ah, o beijo.

Quanto tempo Clara esperara por aquele singelo momento? Quantas vezes ela olhara para os lábios de Aline e os desejara nos seus? Quantas noites ela custara a pegar no sono, imaginando o sabor e a textura do seu beijo? E agora, exatamente naquele momento, sua maior fantasia estava virando realidade. Clara simplesmente não conseguia acreditar.

Aline, por sua vez, embora tenha sido surpresa, retribuía o beijo com o mesmo carinho que o recebia, praticamente engolindo a pequena Clara no seu abraço.

Quando elas se separaram, depois do que parecia ter sido o tempo de uma vida, Clara segurou o rosto de Aline com as duas mãos e encostou sua testa na dela.

– Esta é sua festa de casamento, não é?

Aline assentiu.

– E você quer descobrir com quem você vai se casar.

Ela assentiu novamente.

– O objetivo de nossas vidas não é descobrir quem somos, Aline, e sim quem queremos ser. E nos tornar essa pessoa. – Clara acariciava o rosto dela com o polegar. – E... Mesmo que eu não seja quem você gostaria de encontrar no altar ao seu lado, ficaria muito feliz em te ajudar a encontrar seu caminho.

– Clara. – Aline deu um passo para trás. – Eu quero entrar neste salão e encontrar você junto de mim no altar. Se eu encontrar outra pessoa, não me importo, pois a história pode ser reescrita. E é com você que eu quero escrever a minha.

Clara, que tinha um enorme sorriso nos lábios, inclinou-se novamente para um beijo, mas foi delicadamente impedida.

– Eu quero te mostrar algo antes.

Então, a pele de Aline começou a brilhar suavemente e Clara percebeu que algo nela estava mudando. O brilho subiu das mãos até seus braços, chegou ao pescoço e cobriu o rosto dela. Quando ele se dissipou, a aparência de Aline havia mudado completamente.

Sua pele possuía uma tonalidade indecisa entre o verde e o azul, e a textura era levemente escamosa. Suas orelhas estavam posicionadas um pouco mais para cima do que antes, e possuíam pontas, como orelhas élficas. Seus cabelos agora estavam brancos e reluziam tão lindamente quanto a neve sob a luz do sol. Nas suas bochechas, debaixo dos olhos, havia três bolinhas vermelhas, posicionadas em forma de V, e na testa, a posição era invertida. Ela não tinha mais sobrancelhas, mas seus cílios eram longos, fortes e escuros. No entanto, ela ainda estava de olhos fechados.

– Abra os seus olhos, minha querida. – Clara murmurou.

Aline subiu lentamente suas pálpebras e seus olhos foram revelados. O direito era vermelho e o esquerdo era preto; nenhum dos dois possuía a parte branca. Aline parecia desconfortável.

– Esta é minha forma verdadeira. – ela olhou para baixo.

– É maravilhosa. – Clara segurou as mãos de Aline.

– Não gosto dela. Faz com que eu me sinta... Exposta.

– De todas as formas que você é capaz de adquirir... Esta é a mais linda de todas. Pois esta é a verdadeira Aline. Esta é a minha Aline, que eu tanto amo, do jeito que ela é e do jeito que ela escolher ser.

Aline abriu um sorriso enorme e lindamente sincero. Puxou Clara pela cintura e beijou seus lábios com carinho, paixão, dedicação, entregando todo o seu amor a ela.

Quando Aline conhecera Clara, ela sentira algo de especial naquela garota. E era tão forte, que ela acabava não sabendo como agir em relação a Clara. Mas o tempo todo, tudo o que ela queria era tê-la para si. Clara era tudo o que Aline havia procurado durante toda a sua vida. E agora, ela a tinha encontrado. E Clara era sua, completamente sua.

No final das contas, Aline não entrou na festa de casamento, mas acabou descobrindo com quem ela passaria o resto da sua vida.

E ela não poderia estar mais feliz.

*****

A alguns metros de distância, uma mulher observava a troca de beijos e carinhos das duas meninas. Ela tinha um enorme sorriso no rosto, que, de certa forma, era familiar. Seus olhos estavam um pouco embaçados por causa das lágrimas.

Por trás dela, uma segunda moça se aproximou e a segurou pela cintura.

– Tudo bem, meu amor? – ela beijou o pescoço da primeira moça, que se virou, encostando as duas testas.

– Tudo sim. – ela disfarçadamente conseguiu enxugar as lágrimas.

– Quer ir para dentro, junto dos outros?

– Quero ir para onde você estiver.

A segunda mulher deu um selinho na sua amada, puxando-a pelas mãos.

– Vamos entrar então.

Conforme elas andavam para dentro do estabelecimento, a primeira moça olhou para trás e viu as duas meninas, de mãos dadas, andando em direção ao esconderijo estratégico da TARDIS.

– Ei. – sua amada chamou sua atenção, e uma vez ela tendo se virado, a outra prosseguiu. – Eu te amo.

Olhando rapidamente uma última vez para trás, ela não via mais as duas.

Então ela sorriu.

– Eu te amo mais.

– Não comece!!


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