As Marotas IV escrita por Laura Dias


Capítulo 34
Capítulo 34 - A Terceira Prova


Notas iniciais do capítulo

Oi, sei que demorei MUITO mas espero que não tenham me abandonado. Peço desculpas pela demora e pelo tamanho do capítulo. Eu empolguei mesmo. Kkkkkkkkkkkkkkk bem, não tenho muito o que dizer. Me esforcei muito para terminar esse capítulo o mais rápido possível então espero ter MUITOS comentários, ouviram fantasminhas e td mais? amo vcs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433571/chapter/34

O dia da terceira prova chegou mais rápido do que Madison queria. Naquela manhã, assim que despertou se lembrou do que acontecera perto do vilarejo de Hestawg, descobrira coisas cruciais e teria bastante tempo para pensar sobre isso quando terminasse o torneio. Sentou na cama com os olhos pesados e se esforçou para enxergar seu dormitório. Emma estava parada em pé ao lado de sua cama guardando o medalhão que sua mãe lhe dera na gaveta.

― Como está se sentindo? ― ela virou e perguntou para Madison ao notar que a amiga estava acordada.

― Sinto como se fosse vomitar ― respondeu com sinceridade ― Estou muito nervosa. Alguma chance de eu não participar dessa prova?

― Nenhuma ― respondeu Emma.

― Já imaginei que você diria isso. É um labirinto, não é? Por quê sempre um labirinto?

― Você tem que procurar entender o por quê de ser um labirinto ― Emma sentou na ponta da cama e começou a explicar calmamente para Madison ― Um labirinto significa "escolhas", por isso você tem vários caminhos para seguir, certos e errados. O cálice de fogo escolheu os campeões para participar do Torneio e agora, os escolhidos têm de escolher ser campeões. Aquele que escolher ser o campeão tribruxo vai ganhar a Taça. Você terá de agir por instinto, sabe? Terá de ter certeza que quer ser a campeã.

― Ela vai ser a campeã ― a voz de Isabelle chamou a atenção das duas ― Eu quero ver aquela taça de perto e quero uma parcela do dinheiro do prêmio.

― Eu corro risco de vida e você quer ficar com uma parcela do dinheiro? ― Madison perguntou ― Porque é claro que esse labirinto não vai ter uma trilha de doces para seguir até a taça.

― Eu também corri riscos, certo? ― Isabelle empinou a cabeça ― Se não quer me dar uma parcela do dinheiro do prêmio, aceito algum doce.

― E eu quero uma pena colorida ― Safira disse abrindo os olhos e dando um sorriso.

― Nem ganhei e já estão pensando em como gastar o dinheiro ― Madison disse fingindo estar ofendida ― Emma, você quer alguma coisa? Já que todas aqui estão se aproveitando do dinheiro que eu posso ganhar, diga o que quer.

― Quero que você retorne viva, se não for pedir demais ― Emma afirmou.

― Obrigada, mas eu estou completamente confiante e segura ― argumentou Madison ― Atrasamos os comensais então nada vai acontecer naquela prova. Nada que coloque em risco a minha vida ou a dos outros participantes.

― Haver é um espião, você não lembra? Ele está infiltrado no castelo, pode fazer qualquer coisa ― expôs Safira ― Devíamos ter avisado McGonagall assim que chegamos de Hestawg.

― Ela já perdeu Felipe, não seria justo perder outro professor ― interviu Isabelle ― Além do mais, ela não acreditaria na gente. Estamos certas em muitos pontos mas não podemos sair por aí acusando professores sem provas. Se algo acontecer no torneio, nós vamos poder falar tudo o que sabemos.

― Uau, Isabelle! Você tem razão ― Emma disse em tom de surpresa ― Enfim, não vamos sofrer antecipadamente. Vocês três, vão trocar de roupa porque temos de descer para tomar café e depois vamos repassar alguns feitiços e estratégias com você ― apontou para Madison.

As três trocaram de roupa rapidamente e junto com Emma desceram para tomar café. Nos corredores, alguns estudantes diziam palavras de incentivo para Madison e batiam amigavelmente em suas costas. E ela, como sempre, se mostrava completamente invulnerável. Assim que sentaram para tomar café, Marabella chegou na mesa.

― Ei, não sei se verei você antes da prova então, boa sorte! ― ela abriu um sorriso ― Ah, e lembre-se de sempre explorar todas as possibilidades, às vezes as coisas simples podem ser eficientes.

― Obrigada ― Madison retribuiu o sorriso ― E você e Nicholas, estão namorando? ― Marabella corou violentamente, não tinha uma parte do seu rosto que não estivesse parecendo um tomate entretanto, Madison não pareceu ligar pois continuou olhando penetrantemente para a garota.

― Oh, não ― ela respondeu assim que criou coragem e sua cor começou a voltar ― Não estamos namorando. Será que você poderia fazer essa pergunta ao seu irmão? ― sussurrou no ouvido da loira ― Talvez com essa sua pergunta, ele possa me fazer uma que eu com certeza diria sim.

― Pode deixar ― respondeu no mesmo tom. Marabella lançou outro sorriso para as garotas e voltou para a mesa da Corvinal.

Madison acompanhou Marabella com os olhos até ela se sentar e depois voltou toda a sua atenção para o café da manhã. Sentia um buraco no estômago mas não sentia fome alguma. Pelo contrário, estava enjoada demais para comer até mesmo para tomar um gole de suco de abóbora. Apoiou o cotovelo na mesa e logo em seguida apoiou a cabeça na mão e suspirou.

― Coma, você precisa de energia ― Emma disse e Madison a encarou ― Sei que ainda tem o resto do dia para comer mas o café da manhã é a refeição mais importante. Então coma.

― Você está parecendo minha mãe, Em ― respondeu amigavelmente e Emma deu um sorrisinho ― Vou comer um muffin apenas. Não sinto fome alguma.

Ela pegou o muffin nas mãos e deu uma mordida. Sentiu o gosto açucarado de banana com canela e relaxou um pouco. Adam, Nicholas e Trevor entraram no salão com a aparência natural. Os três se sentaram na mesa da Grifinória e quase de imediato Safira e Trevor começaram a tagarelar sobre vários assuntos. Adam parecia não ligar para a prova daquela noite, enchia o prato com vigor e agia naturalmente.

― Nervosa? ― perguntou Nick

― Que? ― ela desviou o olhar de Adam e olhou para o irmão ― Claro que não. É só uma prova, Nick. Só não estou com muita fome hoje. Tome, coma esse cookie ― ela pegou o cookie e entregou para ele com a intenção de desviar o assunto.

― Sua mão está gelada! ― observou ele já que seus dedos se esbarraram nos dela quando pegou o cookie ― Você está nervosa, sim ― ele riu como se alguém tivesse acabado de contar uma piada ― Não se preocupe, você se sairá bem.

― Não melhor que eu ― Adam se intrometeu

― Pare de se intrometer no meio da conversa dos outros ― Isabelle disse em tom de brincadeira ― Madison já está nervosa com a prova, não vai querer estressá-la agora.

― Ah, você está nervosa? ― ele sorriu de modo provocador para Madison ― Pensei que Madison Potter fosse inabalável!

― Cala a boca ― ralhou Madison suspirando e continuando a morder seu muffin.

― São oito horas da manhã, guardem as discussões para mais tarde ― pediu Safira e Trevor assentiu concordando ― Ou melhor, guardem para a terceira prova.

Quando as garotas acabaram de tomar café foram direto para a biblioteca. Emma empilhou treze livros em uma das mesas e Isabelle olhou para eles preguicosamente. Madison queria ficar deitada o resto do dia, assim descansaria para a prova mas as amigas disseram que ela deveria se preparar melhor. Emma pegou o primeiro livro soprou a poeira acumulada em cima dele e o abriu. Safira espirrou com o cheiro de pergaminho velho e esfregou o nariz.

Ao por do sol, Madison já tinha decorado todos os feitiços que seu grau de instrução mágico deixara. Alguns insignificantes e outros importantes. Mas o feitiço do Patrono ficaria para ser aprendido depois. As garotas contavam que nenhum dementador fosse se infiltrar no labirinto da prova. Mesmo com toda essa ajuda, Madison não se sentia muito confiante. Quando acordou, estava certa de que os comensais não poderiam interferir na prova, agora, já não tinha mais tanta certeza.

― Está quase na hora, é melhor irmos porque a biblioteca vai ser fechada e Madison tem que trocar de roupa ― disse Emma e as garotas concordaram. Guardou todos os livros rapidamente e junto com as amigas deixaram a biblioteca em passos apressados.

Assim que chegaram no dormitório Madison olhou pela janela e percebeu que não tinha mais como adiar, a última prova estava muito próxima. Suspirou e começou a procurar a roupa que vestiria. McGonagall havia entregue as roupas dos campeões no dia anterior mas ela não conseguia se lembrar onde guardara. Emma foi quem lembrou. Tirou uma caixa debaixo da cama da loira e a entregou. Era uma calça e uma blusa, ambas negras. E atrás da blusa estava escrito em dourado: "Potter"; e havia também o escudo de Hogwarts estampado. Ela se vestiu demoradamente e depois sentou-se na cama.

― Cadê sua animação? Até parece que não quer ganhar ― falou Isabelle.

― Eu quero ― Madison defendeu-se ― É só que, não sei o que esperar e tenho medo de Haver ou qualquer um dos comensais tentem alguma coisa.

― Fique tranquila ― afirmou Safira ― Você já chegou até aqui, agora só precisa agarrar aquela taça. Pense, só há alguns caminhos e perigos separando você da glória eterna e do prêmio do Torneio. Você consegue, agora anime-se.

― Certo ― ela sorriu e buscou seus sapatos no malão.

Pegou botas de cano médio, colocou nos pés e fechou o zíper enquanto sentia um ânimo e uma adrenalina percorrer seu corpo. Olhou para a sua cômoda e viu um prendedor de cabelo, deu de ombros e o pegou. Amarrou o cabelo num rabo de cavalo alto e respirou fundo.

― Você está bem? ― Emma perguntou assustada e Madison assentiu ― Você nunca prende o cabelo!

― Só para essa prova. Não quero nada que possa me atrapalhar hoje ― afirmou com convicção ― Já estou pronta, vamos?

As meninas olharam para Madison como se perguntassem se ela tinha certeza e logo depois já estavam saindo do castelo em direção ao campo de Quadribol onde o labirinto seria armado. Haviam colocado uma arquibancada e todos os alunos de Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang estavam lá. Alguns professores estavam na primeira fila e McGonagall se encontrava diante das paredes verdes do labirinto acompanhada do Prof. Longbottom e do Prof. Haver. Emma abraçou Madison e desejou boa sorte e foi para a arquibancada, tomando cuidado para se sentar bem longe de Peter. Isabelle e Safira fizeram o mesmo mas, a morena se sentou perto de Colin e a loira perto de Trevor. Nicholas estava perto de Trevor e acenou para a irmã com um olhar encorajador.

Caleb e Miguel pararam ao lado de McGonagall e Madison caminhou até eles. Ambos pareciam muito tranquilos e ela sorriu ao cumprimentá-los. Adam chegou um pouco depois e se juntou aos outros três campeões. A diretora avisou que aguardariam um pouco antes de dar início a prova e os quatro começaram a conversar.

― Estão nervosos? ― perguntou Miguel ― Eu não. Acho que vai ser fácil se seguirmos os caminhos certos.

― A questão é justamente essa ― Madison argumentou ― Quais serão os caminhos certos? ― Miguel sorriu e disse que ela estava certa.

Adam cruzou os braços e olhou para as estrelas. Fitou uma constelação que estava em linha reta e que provavelmente, se a seguisse, acabaria achando a taça e traçou em sua cabeça os pontos cardiais. Ao abaixar os olhos ele viu Madison discutindo com Miguel e Caleb sobre feitiços e se espantou ao vê-la de cabelo preso. Desde sempre ela sempre deixava os cabelos soltos então, era estranho vê-la de maneira diferente. Mas, com os cabelos longe do rosto era possível observar detalhes em sua face que ele nunca percebera. As sardas abaixo dos olhos e no nariz ficavam mais evidentes e os olhos verde-água pareciam se destacar mais. E o sorriso, ah, o sorriso podia ser mais admirado daquela forma.

― Walker ― chamou Caleb fazendo com que ele desviasse seus olhos de Madison para o garoto ― McGonagall está pedindo para ver nossas varinhas.

― Ah ― foi tudo que Adam disse antes de tirar a varinha do bolso.

McGonagall observou cada varinha e explicou para os campeões como seria a prova. Seguiriam pelo labirinto e o primeiro que colocasse as mãos na taça era o campeão. Os alunos de Durmstrang gritavam o nome de Caleb, os de Beauxbatons o de Miguel e os de Hogwarts se dividiam entre Madison e Adam.

O professor Haver se aproximou de Madison e a abraçou sussurrando em seu ouvido: "Tome cuidado e boa sorte!". E quando ele se afastou ela sentiu-se ligeiramente mais pesada e mais pálida. Longbottom perguntou se ela estava bem e ela assentiu. Logo, McGonagall deu início à prova e os quatro entraram juntos no labirinto, em caminhos totalmente diferentes.

Madison viu as paredes verdes do labirinto se fecharem atrás de si e percebeu que agora só poderia contar com seu instinto, com sua varinha e seu vira-tempo que estava pendurado em seu pescoço. Ela respirou fundo antes de começar a andar cuidadosamente pela grama rala. Tinha medo de pisar em algum lugar e acabar caindo ou ficando presa mas conforme avançava, percebia que tinha de ser mais rápida ou suas chances de vencer estavam arruinadas.

Ela foi avançando com a varinha ainda apagada e começou a escutar risadas estridentes e que pareciam nunca ter fim. Quanto mais se aproximava, mais alta soava os risos. Acendeu a ponta da varinha e ficou preparada para qualquer coisa que pudesse surgir à sua frente. Quando finalmente viu o que produzia as risadas, sentiu vontade de gritar mas se segurou. Era um ser feito de árvore que tinha quase o tamanho de Madison e segurava algumas flautas em suas mãos. Ele continuava a rir e ao ver a garota parada, começou a atirar as flautas em sua direção. Ela não conseguiu conter o grito ao se esquivar de uma flauta e outros três seres daquele apareceram.

Madison se esquivava e usava feitiços protetores para impedir que as flautas lhe atingissem enquanto tentava lembrar que seres eram aqueles e como poderia combatê-los. As imagens das páginas dos livros de Safira vieram em sua cabeça: se chamavam Erklings e tinham o nível de periculosidade que variavam de 1 a 10. Esses pareciam estar em um nível próximo do cinco. Ela parou de se defender um pouco e mirou no primeiro Erkling que viu gritando: Diffindo. Ele se partiu ao meio e os outros não pararam de rir. Uma flauta lhe acertou o braço e ficou presa em sua pele, de dentro dela saiu raízes que se enrolaram em seu cotovelo.

Agora que ela percebera que Diffindo funcionava, não foi difícil acabar com todos os Erklings. Logo, eram apenas pedaços de madeiras jogados no gramado. Reuniu força para tirar a flauta de sua pele e abafou um gemido de dor. Continuou andando, agora, com mais cautela e usando sua audição e olfato. Chegando a um determinado ponto, viu-se diante de uma encruzilhada, agora não havia apenas um caminho para seguir, haviam três e, se não fosse rápida, os três acabariam se fechando. Escolheu o do meio e pulou para dentro dele antes que se fechasse.

Caiu no chão e a varinha lhe escapou. Esticou a mão para pegar a varinha e se levantou em seguida. Quando olhou para frente seu corpo inteiro gelou e sentiu que suas pernas estavam bambas. Dentre três opções, escolhera exatamente aquela que continha uma acromântula. Madison já tinha uma terrível fobia de aranhas, agora estava diante da maior aranha que já havia visto na vida. Sabia que se precisasse de ajuda era só disparar fagulhas vermelhas para o ar e seria resgatada no mesmo instante mas não tinha forças para isso e talvez, se tivesse, seu orgulho nunca permitiria.

Ela ficou parada imóvel olhando para aquela criatura com os olhos completamente vidrados e arregalados. A aranha tinha oito olhos, pêlos negros e grossos que lhe cobriam todo o corpo, pinças que produziam um estalido assustador e a garota também pôde notar uma secreção venenosa escorrer. Madison tinha que se decidir rápido, por enquanto, a acromântula só olhava, mas logo partiria para o ataque, ou a enfrentava ou desistia de tudo disparando fagulhas para o alto. Mas, quando a aranha avançou, ela ainda não havia se decidido.

Madison gritou e tentou fazer alguma coisa mas seu corpo não obedecia. Ela iria morrer pelo seu medo e orgulho. Fechou os olhos e esperou o ataque. "Arania Exumai" disse uma voz ao longe a aranha voou pelos ares, caindo a uma distância razoável da garota. Assim que ela abriu os olhos viu Adam com a varinha erguida e sorrindo.

― Você não consegue nem usar um simples feitiço para repelir aranhas?

― Cala a boca ― ela recuperou seus movimentos e seu raciocínio ― Eu estava indo muito bem. Não precisava da sua ajuda.

― Percebi ― ele respondeu ― Tente não morrer de novo porque eu posso não estar por perto.

Ela abriu a boca para argumentar mas ele já havia corrido por uma passagem que acabara de se fechar. Madison pensou que se fosse para ter seu orgulho ferido, seria melhor ter disparado fagulhas vermelhas para o ar. Aborrecida, ela se apressou para seguir pelos caminhos do labirinto antes que a aranha recuperasse seu vigor. Durante o trajeto, enfrentou algumas criaturas que eram consideradas, por ela, pouco perigosas: algumas fadas, um gnomo que adora morder canelas e uma planta carnívora que tentou abocachar sua varinha.

Madison já estava cansada e queria com todas as suas forças que chegasse até a Taça o mais rápido possível. Seu braço ainda doía da flauta que ficara presa e suas canelas tinham marcas de dentes do gnomo. Viu fagulhas vermelhas serem disparadas para o ar e pensou que só precisava ser mais rápida que dois campeões. Sentiu-se um pouco mais animada e continuou seguindo pelo caminho do labirinto até que chegou em uma clareira e bem no centro dela, alguém estava deitado. Seu coração foi até a boca quando ela se aproximou e viu que quem estava estirado na grama era Adam.

A calça dele estava rasgada na altura do joelho e sangue negro escorria de dois furos que havia ali. Ele estava completamente suado, seu coração batia devagar e sua respiração estava lenta e difícil.

― Adam ― chamou Madison agarrando-o pelos ombros e sacudindo-o com delicadeza ― Se isso for uma brincadeira, eu não estou achando graça. Acorde ― sacudiu ele com um pouco mais de força ― Adam ― ela já havia começado a gritar ― Por Merlin, não faz isso comigo, você não pode morrer.

Ela sentou ao lado dele e olhou para os lados sem saber o que fazer. Não via o que o tinha atacado e não sabia o que poderia fazer. Pela situação em que ele se encontrava, talvez, se ela disparasse fagulhas para cima, não daria tempo de salvá-lo. Madison o sacudiu mais uma vez enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas e algumas gotas molhavam a camisa dele. Enquanto ela continuava sacudindo ele, seu vira-tempo escapou da blusa e uma luz em sua cabeça acendeu.

Em um breve segundo lembrou-se de tudo que envolvia aquele artefato. A mulher no Caldeirão furado dizendo que ele precisaria ser usado, sua mãe falando que ela devia sempre carregá-lo consigo caso algo acontecesse e ela preciasse usar. Agora era a hora. Naquele momento ela não se importou com as consequências que teria mexendo com o tempo, fechou os olhos e girou duas vezes a ampulheta dourada.

Em instantes ela estava na mesma clareira mas Adam não estava mais deitado ali. Madison caminhou para o caminho oposto ao que viera da primeira vez e torceu para achar Adam antes do que o tivesse atacado. Não precisou andar muito para ver Adam lutando para se defender de uma cobra relativamente grande. Não era um basilisco mas também não era uma cobra comum.

― Adam ― Madison gritou para tentar avisá-lo mas, ele a olhou e a cobra deu o bote, abocanhando sua perna. Ele cambaleou e ela o segurou levando-o até a clareira e o deitando no chão ― Ai meu deus, desculpe.

― Você queria me matar? ― ele disse fracamente enquanto lutava para manter os olhos abertos ― O veneno... está espalhando pelo corpo... mas, não deveria ter veneno... McGonagall nunca arriscaria a vida de ninguém dessa forma.

Ele abafou um grito de dor e novamente Madison se viu sem ter o que fazer. Sentou ao lado dele de novo e o viu fechar os olhos e desmaiar. Voltara no tempo para continuar impotente sobre a situação. Apalpou os bolsos como se tivesse a esperança de ter algo que pudesse salvá-lo e, havia. Tirou do bolso da sua calça um pequeno frasco de uma poção laranja, no rótulo havia a figura de uma cobra. Madison estranhou a coincidência entretanto, não perdeu tempo. Segurou a cabeça de Adam e tratou de derramar todo o líquido para dentro da sua boca.

― Vai, engole ― ela pedia em sussurros. Adam engoliu mas seu coração começou a diminuir o ritmo dos batimentos, suor começou a escorrer pelo seu pescoço e sua respiração ficou lenta ― Ande, Adam, por favor!

Madison ouviu som de passos vindo em direção à clareira, agarrou o frasco e se jogou dentro de uma parede da cerca viva do labirinto. Ela ficou literalmente na parede, com os galhos machucando-a ligeiramente. Ela levou um sustou ao ver a Madison do passado correr até Adam e fazer tudo aquilo que ela já fizera. Assim que a Madison do passado sumiu girando o vira-tempo, a Madison do futuro correu de novo até Adam.

Adam vomitou um líquido negro e sentou-se. A garota sentiu um grande alívio em seu peito e olhou para o ferimento dele que estava se fechando lentamente. Não conseguiu se conter e o abraçou rapidamente.

― Vamos logo ― ela disse ajudando ele a levantar.

― Ei, eu estou bem ― ele argumentou se erguendo um pouco tonto ― Você derramou lágrimas na minha camisa.

― Não seja bobo, você que estava suando como uma chaleira ― retrucou.

Enquanto eles discutiam, uma das paredes do labirinto caiu e no fim do pequeno corredor revelado, estava a Taça Tribruxo. Os dois se calaram no mesmo instante e olharam par a Taça.

― Está esperando o quê? Vai lá e pegue ― disse Madison ― Se não fosse a cobra, você a teria ganhado.

― Não posso ― disse ele ― Você salvou minha vida. Se não fosse você, eu estaria morto.

E no meio da discussão, Caleb passou correndo e agarrou a taça. Madison e Adam não conseguiram conter as risadas. De repente, o labirinto inteiro se desfez. Caleb estava com a taça nas mãos enquanto os dois estavam parados. A torcida aplaudiu e perceberam que não havia mais labirinto nem criatura nenhuma, estavam em pé sobre o campo de Quadribol enquanto Durmstrang comemorava a vitória da escola.

O Prof. Haver acompanhado de McGonagall andaram até os campeões e enquanto a diretora parabenizava Caleb, o professor de Poções agarrou Madison pelo braço e saiu puxando-a para dentro do castelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!