As Marotas IV escrita por Laura Dias


Capítulo 29
Capítulo 29 - A Segunda Tarefa


Notas iniciais do capítulo

Primeira atualização em que eu tenho quinze aninhos o/ kkkkkk meu aniversário foi quarta-feira mas eu nem postei porque eu queria fazer um capítulo grande, e acho que ele ficou sim grande. Meu celular chegou gente, emoção, e descobri que celulares bons roubam minha vida social e minha inspiração então desculpem a demora e tudo mais. Vocês comentaram tipo MUITO pouco no outro capítulo e fiquei um tanto desapontada mas tudo bem, me recompensem aqui. Se mt gente comentar posto rapidinho, se pouca gente começar posto também mas vai demorar um pouquinho, sei lá, vcs comentando me dá animação para eu digitar.



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Emma reuniu toda a sua coragem para caminhar em passos lentos até a sala de Felipe Phelps. Seu coração batia acelerado. Era como se ela já soubesse que estava completamente encrencada. Bateu na porta duas vezes e escutou uma voz familiar dizer que poderia entrar. Assim que ela pisou dentro da sala e fechou a porta atrás de si, olhou para o pai.
Ele estava com a aparência cansada, sentado na sua escrivaninha com as mãos nas têmporas e olhava para a filha com um olhar ilegível. Emma respirou fundo e caminhou até ele. Fechou os olhos por um breve instante e se lembrou dos momentos do baile: Peter e ela dançando e depois se beijando sem ter que se preocuparem com o que diriam ou pensariam; ela se sentiu livre e agora iria pagar por essa sensação de liberdade.
― Por onde quer que eu comece? ― perguntou ela abrindo os olhos.
― Comece me explicando por quê você estava no baile com o Sr. Malfoy e por quê depois que Madison esteve aqui eu apaguei e só acordei na manhã seguinte? ― ele foi direto enquanto pegava uma xícara sobre a sua mesa e tomava. Ela fumegava e Emma deduziu que fosse chá forte.
― Você apagou? ― tentou fazer voz de surpresa ― Oh meu deus, o que houve? Você está bem? Está doente ou tem trabalhado demais?
― Não precisa fazer esse teatro, Emma ― ralhou Felipe ― Madison pode ser cabeça dura mas o coração dela é muito mole, poucos sabem porque ela esconde. É óbvio que ela acobertou você! Na hora eu não percebi porque eu estava encantado com ela, a maneira com que ela se portava, era idêntica à mãe dela no baile.
― Eu não quero saber sobre sua paixão pela Megan ou sobre o seu amor platônico por uma garota de quatorze anos que é minha amiga ― Emma disse erguendo a voz ― Você quer que eu explique? Eu vou explicar. Eu gosto do Peter, ok? Ele não é como os outros Sonserinos, ele não é um comensal, não generalize só porque alguns lhe fizeram mal.
― Me fizeram mal? Quer dizer que você não sente a perda da sua mãe?
― É claro que eu sinto, você que parece não ligar, não liga nem para a memória dela! Adora ficar falando das suas antigas paixões. Eu amo o Peter e eu sei que ele nunca vai ser um comensal, eu o conheço. Aquela pose de insensível, arrogante é tudo fachada, eu juro ― os gritos de Emma se tornaram sussurros.
― Draco também não era um comensal e se tornou ― Felipe explicou ― Quando ele não teve escolhas, ele teve de seguir o caminho das trevas. Scorpius escapou, mas quem garante que Peter escapará? Todo dia fico sabendo que os comensais ainda soltos estão recrutando pessoas para servir, e quando o novo Lorde das Trevas aparecer, talvez nós não consigamos detê-lo. Você tem uma escolha a fazer, Emma, acreditar que Peter vai ser bom para sempre e correr risco de se decepcionar quando o mal entrar em ascensão ou zelar para a justiça pela morte da sua mãe. Você a amava, vai conseguir todos os dias se olhar no espelho se Peter se revelar um Comensal, ver esse medalhão que ela lhe deu e lembrar que escolheu a incerteza? Que preferiu arriscar tudo?
― Não, se isso acontecer, eu nunca vou me perdoar ― os olhos de Emma se encheram de lágrimas.
― E qual a sua decisão? ― ele insistiu.
― Eu não vou mais ver o Peter até ter certeza que ele não vai seguir o caminho errado ― Emma suspirou e Felipe a abraçou com um sorriso vitorioso nos lábios enquanto ela chorava sobre as vestes do pai.
***
Safira havia emprestado todos os livros que tinha sobre criaturas mágicas para Madison. E a campeã Tribruxo empilhou-os e foi estudá-los na biblioteca, onde poderia ter um pouco de silêncio. Os livros eram enormes, alguns com folhas amareladas, outros com poeira cobrindo a capa e alguns até cheiaram como novos. Com um saquinho cheio de caramelos sobre a mesa mais afastada da entrada da biblioteca, Madison começou a folhear os livros e ler alguns parágrafos importantes sobre algumas criaturas. Leu sobre todos os tipos de fadas, sobre ogros, trolls, águias, criaturas marinhas e mais uma porção de coisas.
Quando parou para fazer uma pausa percebeu que estava estudando a três horas e havia perdido o almoço. Comeu alguns caramelos e resolveu ler até cair a noite. Não sabia quando teria tempo e disposição novamente, era melhor aproveitar. Também estava preocupada em voltar para o dormitório e descobrir como havia sido o encontro de Emma com o pai.
― Está aqui a muito tempo, não? ― uma voz calma e serena interrompeu a leitura de Madison.
Ela ergueu os olhos de um parágrafo entediante sobre ninfas e viu Marabella diante dela. A garota deu um sorriso e se sentou ao lado da loira.
― Estou fazendo uma pesquisa para ver se isso me ajudará na segunda tarefa ― explicou.
― Oh, desculpe estar atrapalhando mas eu preciso ― Marabella foi direta ― Nicholas estava furioso por Luke ter beijado você e...
― Diga para ele não se preocupar, não acontecerá de novo ― afirmou Madison revirando os olhos e voltando a atenção para o livro ― Não quero falar disso.
― Mas vai falar porque eu não terminei ― a garota pronunciou com a voz firme enquanto fechava o livro de Madison com delicadeza ― Deus, como você é complicada! ― ela suspirou e Madison a olhou ― Eu estava dizendo que Nick não percebeu que você é apaixonada pelo melhor amigo dele.
― Desculpe mas, não seja ridícula, Marabella ― riu Madison nervosamente.
― Você pode pensar que não mas eu reconheço amor quando vejo ― Marabella tornou a falar com sua voz doce e tranquila ― Sei ler as pessoas melhores que elas mesmas, melhores que parentes bem próximos, acho que é algo que adquiri embora minha mãe diga que é um dom. Eu vi desde meu primeiro ano o modo com que Adam olhava para você e até o ano passado achei que não fosse correspondido. Mas de repente percebi que você sentia desesperadamente o mesmo, você soube esconder muito bem, Madison, ele não. Sempre observei vocês e vocês nunca pareceram enxergar isso nos olhos um do outro.
― Marabella, você pode ter se enganado, ok? Ele não gosta de mim ― Madison deu um sorriso um pouco triste e Marabella percebeu que nunca havia visto ela falar com tanta tranquilidade sobre Adam ― Ele beijou a minha prima, Layla. Isso você não viu. Você pode ser muito boa em ler as pessoas, mas seres humanos são traiçoeiros, manipuladores, eles enganam. Eu posso não sentir o ódio que eu sempre disse sentir por Adam mas eu não o amo. Não quero amar. Eu olho para ele do modo que eu olho para um amigo, e nem isso nós somos. Agora tenho coisas melhores para me importar.
― Você deveria abrir esse seu coração um pouquinho, parar de fugir, vai ser bom para você ― Marabella aconselhou antes de se despedir e sair andando graciosamente como se estivesse flutuando.
"Agora tenho que ficar recebendo conselhos sobre a minha vida amorosa de todo mundo" pensou com raiva enquanto tornava a abrir o livro e procurar a página em que parara.
Quando Madison terminou de ler a última, olhou para a janela e percebeu que já escurecera. Juntou todos os livros e saiu correndo para a saída da biblioteca. A bibliotecária resmungou algo do tipo "pare de correr" ou "faça silêncio" mas ela não se importou. Encontrou Isabelle no meio do caminho e entregou uma parte dos livros para ela.
― Já passou a hora do jantar? ― perguntou Madison sentindo seu estômago roncar.
― O jantar foi a uma hora atrás ― Isabelle respondeu ― Ficamos preocupadas com você, vim te procurar e você resolveu me fazer de escrava ― ela indicou os livros que segurava com um aceno de cabeça.
― Eu estou com fome, Isabelle, você mais do que ninguém deve entender. Vou ter que ir até a cozinha e pedir os elfos para prepararem alguma coisa para mim. Você leva esses livros para os dormitórios por favor? Subo assim que comer, não se preocupe.
― Olhe bem para a minha cara e vê se eu vou perder a chance de visitar a cozinha ― ela sorriu ― Ei, você ― chamou um garoto de vestes da Grifinória que saía da biblioteca também ― Você poderia levar esses livros para a Sala Comunal da Grifinória? Uma menina loira chamada Safira estará lá, basta entregar a ela.
― E o que eu ganho em troca? ― disse o garotinho cruzando os braços e empinando o nariz.
― Te dou dois galeões ― ofereceu Isabelle com os olhos semicerrados.
― É pouco e galeões arranjo em qualquer lugar. Ela é uma campeã tribruxo, não? ― apontou para Madison mas sem olhá-la ― Quero o papel com o nome dela que saiu do cálice. Valerá muito no eBay de bruxos, mais que dois galeões.
― Eu nem sei onde está esse papel ― interviu Madison enquanto remexia os bolsos ― Olhe, ela te dará dois galeões e eu lhe darei mais três, é pegar ou largar.
― Feito ― ele disse depois de pensar um pouco. Isabelle e Madison entregaram os livros para ele junto com os cinco galeões ― Foi bom fazer negócio com vocês.
E ele saiu andando com dificuldade tentando equilibrar o peso dos livros sobre seus braços. Isabelle pensou que para um segundoanista ele sabia negociar muito bem. Ela olhou para a prima e as duas seguiram para a cozinha. Elas desceram as escadas que levavam ao Salão Comunal da Lufa-Lufa mas foram para outra direção. Ficaram de frente a um retrato que havia uma tigela de frutas pintadas. Isabelle fez cócegas na pêra desenhada e ela se contorceu de risos formando logo depois uma maçaneta verde.
As duas entraram e os elfos domésticos viraram as cabeças para olhá-las. Haviam quatro mesas idênticas às do Salão Principal na cozinha que eram onde colocavam as comidas e elas apareciam magicamente lá em cima. Um elfo se aproximou, ele usava um avental com florzinhas cor de rosa e perguntou o que as duas desejavam.
― Hum, quero algo para comer, eu perdi o jantar ― explicou Madison.
― Certamente ― ele fez uma reverência e falou alguma coisa para os outros elfos.
Logo alguns deles estavam correndo trazendo bandejas com suco de abóbora, carne assada com batatas, saladas com queijo e um pedaço generoso de pudim. Trouxeram uma porção dessa para Isabelle também e ela não recusou. Madison agradeceu mas pareceu que nenhum dos elfos deu muita importância, apenas voltaram aos seus serviços.
― Conseguiu alguma coisa com aqueles livros? ― perguntou Isabelle após acabar de comer todas as batatas que haviam em seu prato.
― Não tem como eu responder que consegui se não sei o que eu procurava ― afirmou Madison ― Mas posso dizer que eu aprendi muita coisa. Você sabia que a maioria das fadas são malvadas? Que há uma espécie de rato que se alimenta de sangue? Agora entendo por quê Safira ficou tão interessada, essas coisas são surpreendentemente interessantes.
― São entediantes ― corrigiu Isabelle ― Mas de qualquer forma, espero que essas informações sirvam para alguma coisa, tipo para que você não morra ou essas coisas de rotina sabe, perder um braço, uma perna, a dignidade.
― Obrigada pelo apoio.
― Disponha, priminha.
Assim que as duas acabaram de comer, agradeceram de novo e subiram correndo para o dormitório. Safira estava com os livros na mão enquanto o garotinho ainda cobrava o frete. Isabelle deu um galeão a mais para ele e ele subiu para o seu dormitório sacudindo as moedas nas mãos.
***
Havia chegado dia da segunda tarefa, Madison estava com o coração acelerado quando acordou aquela manhã. Abriu sua gaveta rapidamente e olhou novamente para o retângulo extremamente fino que tirara da caixinha. Parecia algo extremamente comum, algo extremamente... inútil. Roubou um muffin do esconderijo secreto de Isabelle e comeu, não estava querendo descer para o Salão, pelo menos não por enquanto.
Quando chegou a hora da prova, Madison se dirigiu até a orla da Floresta Proibida junto com uma multidão de alunos. Não havia nada montado, nenhuma tenda, nenhuma armadilha, nenhum sinal de que a prova aconteceria dentro da floresta. Olhou para os lados e não viu vestígios do que se trataria a prova. McGonagall pediu que os quatro campeões se aproximassem e formassem uma fila.
― Peguem o conteúdo que retiraram das suas caixinhas e segurem firme na mão ― ordenou a diretora. Todos remexeram os bolsos e tiraram os mesmos retângulos finos ― Miguel entregue o seu ao diretor de Beauxbatons, Caleb entregue ao diretor de Durmstrang e Madison e Adam entreguem os seus para mim.
Madison entregou junto com Adam e os dois trocaram olhares nervosos por um breve segundo. McGonagall começou uma contagem e quando chegou ao zero todos os diretores colocaram os retângulos nas costas dos campeões. Instantes depois só conseguiam ouvir gritos e os quatro caíram no chão.
A sensação era horrível. O retângulo colocado em um ponto estratégico das costas de Madison estava parado, mas parecia criar raízes e perfurar a pele, era como se essas raízes estivessem se agarrando à sua coluna. A dor era indescritível e todos os quatro gritavam. Os diretores haviam se afastado e muitos dos alunos tampavam os ouvidos. Madison estava se sentindo sufocada e lágrimas se formavam em seus olhos.
― A primeira parte da prova é vocês conseguirem suportar a dor e levantarem ― pronunciou McGonagall ― Vai contar para os pontos ganhos.
A diretora dizia como se fosse muito fácil suportar toda aquela dor e levantar como se nada tivesse acontecido mas, Caleb foi o primeiro a conseguir. Ele levantou com dificuldade entretanto conseguiu se manter em pé, o diretor e os alunos de Durmstrang aplaudiram extasiados. Madison apoiou as palmas das mãos no chão e começou a se erguer, a dor estava diminuíndo gradativamente quando ela finalmente se colocou de pé. Miguel e Adam levantaram juntos e muito rápido.
― Que diabos é isso? ― gritou Adam.
― Sr. Walker, aguarde um instante ― pediu McGonagall com uma expressão severa mas com uma voz tranquila ― Você mesmo verá e irá sentir como se fosse parte de você.
Madison ouviu algumas exclamações de admiração algum tempo depois e olhou para as suas costas, quase teve um ataque. Ela tinha asas. Isso mesmo, asas como de fadas. Eram brancas e ela podia controlar como se fossem braços ou pernas normais, ela podia voar, mas para quê precisaria voar?
― Somos fadas agora? ― Caleb perguntou visivelmente chateado ― Eu não posso ser uma fada para sempre, isso não é muito másculo.
― É temporário ― explicou McGonagall pacientemente ― Iremos retirar as asas de vocês assim que terminarem a prova, não se preocupem. Mas vamos às instruções agora. Olhem para cima ― Madison obedeceu, a luz do sol atrapalhou um pouco mas ela conseguia enxergar ― Aquelas nuvens aglomeradas lá em cima é como se fosse um labirinto. Vocês voarão até lá e iniciarão sua jornada. Cada um tem um caminho reservado, ou seja, vocês não irão se encontrar. O objetivo de cada um é pegar a chave que está no fim do seu labirinto particular, a chave o trará diretamente para baixo. Quanto mais rápidos, maior a pontuação.
― E o que tem nesse labirinto? ― Miguel quis saber.
― Gosto de fazer surpresas ― McGonagall respondeu com simpatia ― Agora vão, voem!
Madison pensou em todos os filmes de fadas que vira quando era criança e imaginou que poderiam servir para alguma coisa. Deu um impulso forte com os pés e estava voando, as asas batendo desesperadamente enquanto ela subia em direção às nuvens que formavam o labirinto. Viu os outros campeões voarem ao seu lado e nem teve tempo de apreciar o vento batendo em seus cabelos e a visão que tinha dali de cima. Quando pisou levemente no labirinto soube que teria de fazer todo o trajeto voando porque as nuvens não suportavam o peso, seu pé havia afundado e se ela estivesse pisado com vontade, teria despencado. Cada um dos campeões seguiu por um caminho e ela percebeu que só poderia contar com ela mesma, suas asas recém ganhas e sua varinha.
O teto do labirinto era formado por nuvens densas, não dava para atravessar e ir mais além, Madison colocou a mão e sua mão voltou molhada, eram nuvens carregadas de chuva. Enquanto voava pelo labirinto não via perigos, impedimentos, armadilhas, era um caminho limpo, tranquilo e suspeito. Chegou em uma parede que parecia feita de tijolos ― e eram. Pegou a varinha nas vestes e apontou para a parede gritando: Bombarda. A parede explodiu fazendo Madison ser arremessada para trás como uma pena. Com muito esforço ela voou pelo buraco da parede, suas asas começavam a doer de tanto serem utilizadas. Era como se estivesse no interior de uma torre muito estreita.
Madison olhou para o topo e viu lá em cima um galho, e na ponta desse galho reluzia uma chave dourada. A chave que deveria pegar. Ela pensou em descer até o chão e pegar impulso para voar mas percebeu que o chão não era feito de tijolos e sim feito de alguma substância gelatinosa e nada amistosa. As asas já estavam doendo, elas eram definitivamente como as pernas. Quando você anda demais, suas pernas doem e as asas também são assim. Entretanto, a garota começou a voar em direção a chave ― que estava um tanto longe do seu alcance, bem no topo do interior da torre.
Tudo estava fácil demais até que em um determinado lugar apareceram três fadinhas. Elas tinham o corpo amarelo e as asas brilhavam com uma cor verde neon. Madison parou um instante para pensar o nome daquelas fadas, ela havia lido sobre elas nos livros. Como uma lâmpada que acende, ela se lembrou: eram Fadas do Ânimo, sua mordida dava força e vitalidade. A garota só ficou parada e deixou as fadas se aproximarem e morderem suas asas. Doeu um pouco mas o resultado foi gratificante, se sentia bem e as asas não pareciam mais tão exaustas. Logo depois as fadas desapareceram e Madison continuou sua subida.
Apareceram mais três fadas. Elas tinham o corpo roxo e as asas negras tinham quase o dobro do seu tamanho. Madisou vasculhou sua memória e lembrou-se que aquelas fadas eram as Fadas Profundas. Uma mordida e o veneno contido em sua mandíbola fazia qualquer um apagar e se Madison despencasse daquela altura, ia cair diretamente no líquido gelatinoso e não sabia que tipo de danos ele poderia causar nela. Então, pegou a varinha e sussurrou para as fadinhas que se aproximavam cada vez mais: Immobilus. Elas ficaram paradas estáticas e Madison aproveitou para lançar outro feitiço: Acqua Eructo. Um jato de água atingiu as criaturas e elas foram lançadas para trás, desaparecendo instantes depois.
A garota estava esperançosa, faltava pouco para conseguir pegar a chave em suas mãos e finalizar a prova. Mas outras três fadas apareceram. Tinham o corpo azul claro e as asas brancas. Madison não se lembrou delas dos livros de Safira mas, pela cor, supôs que elas fossem benéficas. Elas se aproximaram e morderam suas asas. Ela sentiu o veneno espalhar pelas suas asas e de repente elas pararam de bater e Madison começou a despencar. "Fadas Paralizadoras" pensou Madison com amargura ― havia um lembrete no fim do capitulo sobre fadas mas ela não havia dado importância ― enquanto ganhava velocidade em direção ao chão. Suas asas haviam parado e sentia as pernas endurecerem, se os braços parassem, estava perdida. Sacou a varinha rapidamente, apontou para o galho onde estava pendurada a chave e reuniu toda sua força para gritar: Carpe Retractum. Com um forte impulso, Madison foi levada até o galho ficando pendurada por uma espécie de corda roxa e pequena que saía da varinha. Sua mão começava a perder os movimentos quando ela pegou a chave e foi parar aos pés de McGonagall.
― Srta. Potter ― McGonagall exclamou ― Você foi a segunda a chegar, parabéns.
Madison olhou para ela enquanto seu corpo todo estava imóvel e a diretora finalmente percebeu. Ela fez um sinal para que a levassem para a enfermaria. Madame Rutter se aproximou, colocou a garota em uma daquelas camas hospitalares e instantes depois ela estava flutuando para dentro do castelo. Antes de sair totalmente da orla da floresta, ela viu Miguel paralizado com toda aquela sustância gelatinosa no corpo, ele havia caído mas mesmo assim estava a salvo. E enquanto ia flutuando em direção à enfermaria, ela adormeceu.


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