O príncipe perdido escrita por Isalcp


Capítulo 4
Capítulo 4 - Uma voz no meio das árvores




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O sol nasceu. Estava dia novamente. A claridade entrava na casa e ia direto a nossos rostos, o que nos fez acordar bem cedo.

– Bom dia - disse o Sr. Felpudo - Tiveram uma boa noite de sono?

– Bom dia - respondi - Sim, dormi muito bem.

Matthew não disse nada.

– Tomem as suas tigelas de leite porque sairemos daqui a alguns minutos. - ele nos empurrou duas pequenas tigelas com leite até a borda.

– Ahn… Sr. Felpudo… Não tomamos leite em tigelas – disse receosa com a sua reação.

– Ora, me desculpem, não estou acostumado a receber humanos na minha casa.

– Tudo bem, você tem algum tipo de copo? - perguntei.

– Sim, tem alguns naquele armário. Agora vou tomar meu banho, encontro vocês ali fora em 5 minutos.

O Sr. Felpudo saiu da pequena casa, foi para perto de uma árvore e começou a se lamber. Eu peguei dois copos compridos que estavam no armário e servi leite para mim e para o Matthew e o entreguei.

– Obrigado - disse Matthew que até então estava quieto.

– De nada. - respondi - Você está bem? Está tão quieto.

– Só estou tentando aceitar que isso tudo é real e que eu não estou ficando louco.

Eu não respondi. Estava fazendo a mesma coisa. Parecia tão real, como poderia ser tudo da minha cabeça? Mas… Um gato que fala? E como poderíamos assim, sem mais nem menos, ter ido parar lá? Mágica? Existe mesmo esse tipo de coisa? E com que propósito alguém teria nos trago para cá? Eram realmente dúvidas difíceis de responder.

Saímos com mochilas com coisas que o gato nos pedira para pegar. Nelas tinham água, biscoito de gato, leite, algumas ervas e cogumelos comestíveis e outros apetrechos que poderiam nos ser úteis.

O Sr.Felpudo foi nos conduzindo por uma trilha larga e extenso no meio do bosque. Era agradável andar por lá, porque os pássaros cantavam suavemente, as folhas balançavam com a leve brisa que passava, era tudo tão calmo, tudo tão diferente da realidade. Já tínhamos andado por cerca de duas horas, Matthew não parava de reclamar dos insetos, da sede, de como estava cansado… Por isso decidimos parar um pouco.

– Ora, garotinho petulante, ainda falta um dia de caminhada até chegarmos ao castelo em Cair Parável! Se for ficar reclamando acho melhor você ficar por aqui! - disse Senhor Felpudo.

– Eu? Ficar sozinho? Aqui neste bosque? Não, muito obrigado! - disse Matthew aflito.

– Então não recla…

– Parem… - disse interrompendo o Senhor Felpudo - Estão escutando esse barulho?

De longe havia um barulho como o som de cavalos trotando sobre pedras. Mas ali não havia pedras. Era uma mata totalmente plana, apenas com uma grama baixa no caminho e pequenas pedras que não faziam barulho ao pisar.

– Ah não… Não pode ser… - disse o gato.

– Não pode ser o que? – perguntou Matthew amedrontado.

– Sr. Felpudoo! Onde está você? - surgiu uma voz no meio das árvores.

Eu e Matthew tomamos um susto com aquela voz, mas o Sr. Felpudo me pareceu aborrecido e não com medo. Ele estava como a gente fica quando aquela tia chata do interior vem nos visitar e fica apertando nossas bochechas, falando “Como você cresceu” e perguntando sobre os “namoradinhos (as)”…


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