O príncipe perdido escrita por Isalcp
- Oi?? - gritei em uma última tentativa.
E para nossa surpresa uma voz vinda de longe respondeu.
- Quem são vocês? - perguntou a voz.
- Apresente-se e diremos quem somos - disse Matthew receoso.
- Esperto - concordei.
E a nossa frente surgiu um gato branco. Não um gato qualquer como esses que senhoras viúvas costumam ter. Era um gato realmente grande, talvez do tamanho de um leão jovem.
- Agora me digam… Quem são vocês?
Matthew deu um pulo assim que o gato parou à nossa frente. Era realmente estranho um gato ser grande daquele jeito e falar ainda por cima, mas por incrível que pareça, eu não me senti nem um pouco amedrontada.
- Eu sou Mikayla. E este é Matthew.
- Como conseguiram chegar até aqui? - perguntou.
- Na verdade… Ahn, como se chama mesmo?
-Senhor Felpudo.
- Felpudo? - disse Matthew rindo - Não é um nome muito apropriado para um gato grande como você, não acha?
- Não, não acho! - respondeu o animal irritado como se não estivesse acostumado à pessoas caçoando seu nome.- Se foi esse o nome que minha mãe quis me dar, ele é perfeito.Tenha mais respeito garoto, posso te jogar no chão com facilida…
Eu o interrompi.
- Bom, na verdade, Sr. Felpudo, não fazemos a mínima ideia de como viemos parar aqui. Talvez o senhor pudesse no ajudar.
- Oh, minha pequena, me perdoe, mas sou apenas um gato das montanhas. Eu pouco sei sobre as coisas sobrenaturais…
- Como é? – indagou Matthew. – Você é um gato falante! Isso não é sobrenatural o suficiente?
- Não vejo o que tem de diferente nisto… Ah, me desculpe, mas esqueci que vocês, crianças da Vila, não costumam ter contato com os animais que falam da floresta.
- Sr. Felpudo, nós não somos crianças da Vila. – eu disse.
- Ora, mas como não? São de algum dos reinos distantes então? Mas como conseguiram chegar até aqui? Seriam pegos pelos caçadores antes de conseguirem atravessar as fronteiras!
- Nem nós mesmos sabemos como fomos tragos até aqui, já te dissemos. Mas será que você não conhece alguém que poderia talvez nos explicar?
- Bom… Nossa Rainha costuma saber responder até mesmo às perguntas mais difíceis.
- Então nos leve até ela! Por favor!
- Mas já está tarde demais! Daqui a algum tempo irá escurecer e é quando os caçadores aparecem. Acho melhor esperarmos até amanhã de manhã. Por que não vamos até à minha casa? Prometo que assim que amanhecer, levo vocês até a Rainha.
Pensei que não haveria muito que suspeitar de um gato chamado “Felpudo”.
- Por mim tudo bem… O que acha Matthew?
- É, tudo bem…
- Então vamos - disse o gato fazendo um sinal de que deveríamos seguir ele.
A casa dele não era muito distante dali. Andamos por uns 5 minutos e chegamos. A casa parecia como aquelas de criança que ficam no parquinho dos restaurantes e em algunsplaygrounds, mas era bem maior. Por dentro, havia uma bacia roxa com um tanto de água e uma laranja do lado, vazia. Havia um armário em um canto das paredes e no meio havia umedredommuito fofinho e bem grossoenroladode uma forma que ele ficava no formato de um círculo.
- Vou buscar a cama de vocês. - disse Felpudo
Ele pegou mais dois edredons e os arrumou para que ficassem confortáveis.
- É nisso que vamos dormir? - disse Matthew com arrogância.
- Matthew! O Sr. Felpudo está sendo generoso de oferecer a casa dele para passarmos a noite e você fica reclamando? Peço desculpas por ele Sr. Felpudo.
- Tudo bem. Há muitas pessoas mal agradecidas como ele aqui em Nárnia. Já me acostumei…
- Então esse é o nome deste lugar? - perguntei a ele - Nárnia… Muito interessante.
- Nárnia… Não sei por que, mas… Esse nome me é familiar… - disse Matthew.
- Talvez já o tenha ouvido falar quando os seus governantes falavam sobre os reinos distantes. – respondeu o gato.
- Não creio que seja isso… – disse Matthew recostando-se na janela e olhando para o céu que agora estava lotado de estrelas, tentando lembrar-se de algo que parecia ter acontecido há muito tempo.
Depois disso, um silêncio se seguiu por um longo espaço de tempo, até que o Sr. Felpudo esticou-se e deitou-se sobre o seu cobertor.
- Eu não sei quanto a vocês, mas eu estou exausto.
- Eu também estou. – eu disse sentando-me sobre um dos cobertores restantes.
Matthew saiu da janela e sentou-se no cobertor dele também, mas permaneceu em silêncio.
- Boa noite, crianças. Amanhã teremos um longo dia e devemos descansar. - disse o Sr. Felpudo apagando as velas que clareavam a casinha.
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