Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 2
Rômulo


Notas iniciais do capítulo

Teremos capítulos maiores futuramente xD de qlq forma comentem ok? =)



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Local: Grande Estação de Férias Privativa no nordeste do país

Havia um iate de luxo encostado no porto daquela ilha.

A essa hora o sol já subia no horizonte. Seus raios atravessavam as janelas do segundo andar do iate, onde um rapaz estava deitado em um sofá de couro marrom.

A claridade batia contra seus olhos, o incomodando. Seus cabelos castanhos escuros, agora brilhavam mais claros ao sol.

Ele vestia a mesma roupa de ontem. Uma jaqueta preta e uma calça Levi’s escura que acabara de comprar. Nada muito confortável para dormir.

Principalmente para um cara como ele, com seus 1,85 metros de altura, passando a noite sozinho naquele sofá apertado.

Levantou finalmente, sentando-se no sofá. Estava se dando por vencido.

Apoiou os cotovelos nos joelhos e apertou os olhos. Apesar de seu estado, sua aparência de Bad Boy parecia bem conservada... Seus braços eram relativamente grossos, seus músculos eram bem definidos.

Não à toa. Fazia um treinamento constante, desde muito novo, em um novo esporte olímpico chamado de Jump Contact. Pois querendo ou não, aquele havia se tornado um dos seus objetivos de vida. Era o que ele fazia de melhor.

Levantou o rosto admirando a mesa na sua frente. As pétalas espalhadas por ela e o champanhe em um gelo que não existia mais, não o deixavam negar que relacionamentos estavam definitivamente fora da lista de coisas que ele podia fazer bem.

Não podia se culpar inteiramente na verdade. Emilly que era uma pessoa complicada.

Como ela poderia ter ido embora e não ter dito nada para “ninguém”...?

Ele havia preparado a noite perfeita. Havia esperado por tempo demais até decidir ligar para Isadora aceitando que ela provavelmente saberia mais da namorada dele, do que ele mesmo.

– Não, Rô... É claro que ela já foi embora... Ela disse que queria ir desde o primeiro dia de aula, então é claro que ela teria ido...

– Ela não me falou nada sobre isso... Quer dizer, se ela tivesse dito eu teria ido com ela...

– Talvez foi por isso mesmo que ela não falou...

– O quê? Como assim? Ela te falou alguma coisa...?

– Não, Rô. Esquece... Olha, eu estou... Meio que... – A menina parecia sem ar. – Muito ocupada agora. Depois a gente conversa... Ok!? – O telefone desligou.

O garoto agora retirava o celular do bolso. Havia passado a noite toda em modo silencioso e nesse momento havia várias mensagens não lidas.

A maior parte era dos seus amigos, se vangloriando da grande festa de ontem a noite que Rômulo fez questão de perder... Nesse momento ele realmente se arrependia disso.

Mal sabia ele que desculpa poderia dar para tudo isso se tornar uma história um pouquinho menos deprimente... Mas de qualquer forma, teria que sair, permanecer naquele seu iate sozinho durante toda a noite, já tinha sido o suficiente.

Rômulo abriu uma mensagem de Alexander, bem na hora que estava pisando em terra firme. Viu nela o estímulo perfeito para ir ao estacionamento onde seus amigos estavam, os encontrar, como já queria ter feito há muito tempo.

Alex estava reclamando de um grupo de Jump Contact muito metediço que estava reunido no estacionamento.

Se o estavam chamando é porque sabiam que precisavam dele para ganhar desse pessoal, quem quer que eles fossem. Assim talvez até diminuísse a zoação quando descobrissem sobre sua empolgante noite.

Rômulo era o melhor praticante de Jump Contact de sua escola. Esse era atualmente um esporte de dimensões futebolísticas no Brasil, que surgiu despretensiosamente da mais inusitada e poderosa mistura, tipicidade do século XXI: ruas e internet.

É uma variação dos antigos Parkour e Free Running, mesclado com alguns golpes de luta, que acabaram sendo inseridos à modalidade com o tempo, devido a sua grande prática nas ruas.

Mas toda a sua grandeza no país deve-se ao fato de que foi Álvaro Campos, um brasileiro, ídolo nacional, que criou as regras e as classificações necessárias para tornar a modalidade um esporte apto a entrar para as Olimpíadas.

Rômulo subiu correndo as altas escadas até o estacionamento do quiosque. Ficava na beira da praia e tinha uma visão deslumbrante do mar lá de cima.

Várias festas eram feitas naquele estacionamento. Ele era chamado assim mais pelo fato das pessoas entrarem com seus carros nele e se reunirem por lá assistindo ao imenso telão que normalmente, como agora, ficava tocando algum DVD musical, bem animado.

Logo que chegou na parte de cima foi andando por entre os carros, procurando seus amigos e facilmente avistou a confusão próxima a uma rodinha de pessoas fazendo saltos e passos de street dance, ao som exagerado de uma música que saía de um dos automóveis.

Perto dali estava Dráziu sentado no capô do seu conversível, junto com Alex que só estava encostado esperando ansiosamente exatamente por esse momento. O momento em que Rômulo apareceria e lhe daria o resto da coragem suficiente para ir até aquela petulante roda e desafiar esse pessoal que presumia, muito mal, saber sobre Jump Contact. Esse pessoal que estava prepotentemente fazendo aquele tanto de saltos baixos e mal realizados.

Alexander e Rômulo facilmente poderiam ensinar para eles o que era praticar Jump Contact de verdade.

Rômulo caminhou se aproximando de seus amigos e logo também pôde ver Chace, seu amigo de infância loiro, dormindo deitado na parte de trás do conversível. Ao passo que Alexander imediatamente desencostou e fez sinal com a mão para que Rômulo lhe acompanhasse.

– Uma corrida. – Explicou Alex quando conseguiu a atenção da roda. – Daquela mureta ali. – Apontou para a mureta mais distante do estacionamento. – Até o mar.

– Ah tá... E o que eu ganho com isso? – Perguntou um garoto que ria muito no meio da rodinha.

– Nada. – Disse Rômulo ao se aproximar afinal. – Porque você não vai ganhar.

Talvez por terem se sentido meio ofendidos pela forma como a proposta soou, alguns pareceram fazer questão de correr, indo logo em direção à mureta, do outro lado, preparando-se para a corrida.

Muitos saíram disparados em meio aos carros pulando sobre eles e se apoiando em suas latarias para impulsionar os saltos, o que não deixava os donos nada felizes. Principalmente por esses corredores não serem completamente precisos em seus movimentos ou cuidadosos o suficiente, podendo indubitavelmente estraga-los em um erro.

Aquela obviamente não era uma corrida comum. Se alguém que fosse correr, simplesmente pensasse em ficar desviando dos carros, dos muros separatórios do estacionamento, dos grandes biombos guardando vagas e etc, jamais ganharia uma corrida assim.

Essa era uma corrida de Jump Contact, era estilo Parkour, o que importava era chegar ao destino o mais rápido e eficientemente possível, e não fazer movimentos elaborados como no Free Running que é um estilo mais floreado.

No caso, nem mesmo poderia se pensar em utilizar golpes para interromper ou atrasar os outros, pois aqui era cada um por si. O que importava era você chegar até a praia primeiro e não a sua equipe.

Rômulo não subiu no muro e foi correndo por cima dele como Alexander.

Ele também foi pulando os carros, mas transpassava os obstáculos em um facilidade e rapidez que parecia somente que ele estava correndo em um campo aberto.

Nesse momento, querendo ou não, o estacionamento inteiro já estava prestando atenção na corrida. Mas diferente de corridas comuns de J.C., onde a plateia gritaria e apoiaria seu preferido, estavam todos tão estonteados com a habilidade sobre-humana que os garotos do Instituto desenvolviam naquela corrida, que sequer conseguiam expressar qualquer barulho.

Seus olhos acompanhavam a corrida apressados. Um suspiro conjunto pôde ser ouvido quando Rômulo chegou à ponta do estacionamento, eles provavelmente não imaginariam que uma pessoa normal teria saída dali de cima se não fosse pela escada.

Porém sem nenhuma hesitação Rômulo pulou, se agarrando em um muro mais baixo em alguns ângulos diferente e terminando em um rolamento no gramado em frente à praia, para amortecer a queda. Podia-se sentir a tensão das pessoas que o viram pular.

Correram todos para a beirada, só para constatar a excepcional vitória do garoto, com uma diferença absurda do restante, logo acompanhada da chegada de Alex.

Obviamente não era difícil saber que seria um desses dois que ganharia. Poderia-se pensar que isso se deve, supostamente às exaustivas horas de treinamento ou a incrível disciplina com que levavam o esporte. Mas Rômulo somente diria que isso de nada tem haver com prática, era simples e puro instinto que ele já tinha liberado de dentro de si mesmo.

Instinto natural que todos têm reprimido. E que ele, na verdade, talvez não o tivesse liberado, porque nunca nem ao menos chegou a retê-lo.


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