Instituto Gore escrita por JWHFhiiii


Capítulo 11
David é você?




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Quando a aula de David acabou e ele teria que mudar de sala para sua próxima aula, ele aproveitou esse tempo para ir atrás daquele lugar que dizia no pôster...

O pôster que ele tinha visto quando passou próximo a um mural enquanto procurava a secretaria hoje mais cedo. Teria um evento de premiação de criação de jogos e animação digital e seria na hoje na hora do almoço.

Ele ficou super empolgado, já tinha ouvido falar de alguns eventos assim, mas nunca pudera ir, não iria deixar esse passar... Até que essa escola não era tão ruim afinal, pode perceber isso logo que chegou... Com aquela visão divina e logo depois com o mural. Esse colégio se mostrava a cada segundo mais incrível!

O garoto tinha até tentado perguntar para um cara da sua sala durante a aula, mas ninguém parecia saber do que ele estava falando, então decidiu procurar. Iria até a sala de exposições E como dizia o cartaz e pelo menos onde era isso as pessoas sabiam informar.

Estava sol e David foi andando até lá. Seu cabelo liso e um pouco suado agora, ficava caindo sobre o rosto tampando seus olhos puxados, mas surpreendentemente grandes e profundos. Eram de certa forma até talvez... Misteriosos, com largos e longos cílios guardando certos segredos dentro. Ele usava um casaco preto de moletom, muito comprido para o garoto, apesar dele ser bem alto para um oriental, mas ele também tinha um porte tipicamente magro.

Então sob o sol e cansado de andar quase se arrependeu de ir atrás desse lugar durante o intervalo das aulas, porque o lugar era longe pra caramba! Andou praticamente até o outro lado da cidade institucional. Até a parte universitária no prédio E, onde teria as faculdades relacionadas à tecnologia.

Quase porque quando chegou ao prédio E, seu arrependimento por estar agora muito atrasado para a próxima aula sumiu em um segundo. O prédio era fascinante. Tinha telas e computadores em todos os cantos das salas.

David até esqueceu o que estava procurando e só subiu as escadas até o andar de cima, para olhar mais classes. Passou por um corredor com grandes janelas do lado esquerdo e várias portas de salas do outro lado.

A primeira que ele passou e olhou para dentro, viu que estava vazia e nela não tinha nada muito interessante.

Mas quando ele passou em frente a uma outra, viu lá dentro alguns garotos lhe lançarem olhares assustados. Olhar de quem é pego fazendo o que não deve.

Havia dois deles em frente a grandes telas, que foram apagadas imediatamente quando ele apareceu. Mas não foram rápidos o bastante para ele não perceber o que estava acontecendo, até porque o joystick na mão deles que tentaram esconder atrás do corpo entregava tudo.

Mas logo que os garotos perceberam que ele não era ninguém importante exclamaram com uma mistura de decepção e alívio, e voltaram a ficar de frente aos grandes monitores jogando desesperadamente.

– Ai que susto cara! Quase você me mata do coração! Achei que era o Inspetor... – Um garoto baixinho de óculos falou. – Eu sou Bruno, beleza?

– Beleza, sou... – Estranho. Seu nome tinha lhe fugido por um instante. – David.

Bruno riu.

– Ah bom, achei que você ia esquecer seu nome.

David coçou a cabeça sem graça até que olhou para a tela e pode se sentir completamente em casa. Assassinos Vermelhos II!!! Ele conhecia isso. Melhor do que ninguém.

– Ei, posso jogar também? – Perguntou para o Bruno,

Aquelas telas eram incríveis, ficava tão realista. Ele não podia perder a chance de jogar em um lugar desses que talvez ele nunca mais tivesse.

– Ah isso aí é com o Luca, o jogo é dele.

David se virou na direção de um gordinho que Bruno indicou.

– Ein posso? Eu vou contra quem ganhar, beleza?

– Tá, tá. Mas quando você perder você paga meu almoço, falou? – O gordinho que estava jogando disse sem desviar o olhar da tela para não levar um tiro de outro assassino ou ser pego por um zumbi.

– Não sei se você sabe, mas se você deixar um zumbi te morder quando você está feedado assim, você não morre e fica com aparência de zumbi.

– Sério? Eu posso deixar um zumbi me morder agora? – Perguntou o gordinho, que tinha o nick piscando vermelho de tantos que ele já tinha matado.

– Pode... Mas se ele te arrancar uma parte da perna você perde 5 pts de destreza e do braço é 5 pts de força. E depois que ele te morde qualquer tiro te mata.

– Para que alguém vai querer fazer isso então? – Um garoto baixinho de óculos da plateia que olhava atentamente ao jogo, perguntou.

– É arriscado, mas você fica muito louco. Imagina, você fica tipo um zumbi caindo aos pedaços, matando todo mundo com uma bazuca. É irado! Ainda mais quando você está feedado assim já. Até perde a graça, porque você já mata tudo muito fácil de qualquer forma...

– Você viu o DcChiba fazendo isso, né? – Perguntou Fábio ao David. Fábio era um garoto magro e alto que parecia um dos mais velhos entre os que estavam assistindo.

– O que é Efedado? – Um noob da plateia perguntou.

– Não é Fdado, pamonha. É feedado. Alimentado. Depois que mata muitos outros assassinos e zumbis, seguidos. Aí seu nick fica assim que nem o meu e você ganha um monte de pontos nas suas habilidades, além de dinheiro a mais do que os outros.

Explicou o gordinho Lucardi que estava jogando, para o Pamonha. O outro que jogava não conseguia falar nada, estava muito concentrado apertando e movimentando violentamente o joystick sem muito controle do que fazia.

Até ele finalmente morrer e Lucardi gritar que ganhou fazendo uma dancinha da vitória muito desengonçada.

– Porra Jõao Cleber! Fica na porta, cara! Se aparecer outro aqui e você não avisar, da próxima vez a gente não te chama para vir mais! – Chorou o baixinho de óculos para o J.C. que tinha saído da vigília para comemorar com o Lucardi.

– Ah! Deixa de ser chato Bruno, eu já estou indo...

– É, é, é, sei...

– Minha vez, né? – David se animou.

– Qual seu nick? Eu logo seu char aqui para você. – Vitor que perdeu ofereceu à David.

– Beleza. É de. Ce. Chiba com ch.

A plateia riu com a piada.

– Não, vei. De boa. Fala aí, qual seu nick que eu entro aqui para você.

– É esse. DcChiba. Que vem do meu nome David Chiba.

– Ah, não... ‘Cê fica zuando... Coloca a senha aí, então. Quero ver. – Falou Lucardi incrédulo.

David não disse nada, só pegou o joystick e logou seu personagem.

Quando sua conta entrou a sala caiu a baixo. Os garotos gritaram tanto sem acreditar que isso estava acontecendo.

– David Chiba, cara! É o David Chiba mesmo!

– Não, não, ele está zuando. É uma conta fake. Não é?

– Só podia ser oriental. Eu tinha certeza que era japa...

Eles correram para olhar os recordes, equipamentos, status, guild e tudo que podiam da conta do David.

Estava tudo certo, era ele mesmo. Ele era uma lenda viva. Agora em carne e osso, e a cores!

Pena que com os gritos de todos e J.C. no meio da balburdia, fez com que um monitor que passava no corredor corresse para a sala para ver o que acontecia e quase estragou a brincadeira. Quase, porque ele também jogava Assassinos Vermelhos, era a moda do momento. Então ele entendeu os gritos e até apoiou a algazarra, mas no fim teve que manda-los dispersar e disse que esperava não vê-los mais usando os consoles do Instituto para disputas pessoais, muito menos em horário de aula.

Para a sorte deles ou por estarem acompanhados de DcChiba, saíram de lá só com o sermão e fingiram que foram para a aula.

Fingiram, pois as aulas, nesse horário, já tinham começado e eles não tinham mais como entrar.

Mas no fundo isso foi bom, porque os garotos pararam em uma mesinha de xadrez que tinha em baixo de uma árvore próxima ao prédio E e ficaram conversando.

David descobriu que a maioria deles era do ensino médio também e participavam do clube de tecnologia com grupos desde criação de sistemas até designer de games. Eles se reuniam e ajudavam nos projetos dos alunos da faculdade.

Inclusive tinham ido para o Instituto hoje só para participar da premiação de criação que David tinha visto o pôster. Não tinham qualquer intenção de frequentar as aulas do dia, mas como souberam do equipamento novo de projeção que tinha chegado ao Instituto, resolveram testá-lo em Assassinos Vermelhos.

– Que droga. Por que ele tinha que chegar bem na hora que eu ia testar. Deve ser muito louco jogar daquele jeito, né?

– É muito mais emocionante, até de assistir. – O baixinho, Bruno, disse enquanto concertava seus óculos.

O grupo de meninos ficou lá conversando enquanto David foi caminhando de volta ao prédio onde teria a sua próxima aula, que do jeito que era longe, se não fosse rápido era capaz dele chegar atrasado até para a sua quarta e última aula do dia.


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