Way Side -Interativa escrita por Kiseki Akira, Destiny Trancy


Capítulo 6
Algo Errado


Notas iniciais do capítulo

Olá~
Esse capítulo deveria ter sido postado ontem, porém... não importava quantas vezes fosse reescrito, não conseguimos que ficasse menor. Então desculpem-nos se a leitura ficar cansativa...
Eeee...
Esse capítulo é dedicado à MyhChan! Muito obrigada por recomendar! ^^
Boa leitura~



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Dragão japonês?! –Repetiu Daphne em pânico, quase caindo do salto alto.

Bianca riu com ironia.

–O que foi, senhorita Thompson? Não está com medo de um lagartinho, está? –Provocou ela, e como que em resposta, a porta recebeu outra pancada violenta. –Maldito seja! –Rosnou.

–Melhor nós nos escondermos, venha. –Myranda começou a puxar Risuka pelo braço, mas a garota se soltou, com os olhos fixos na porta da sala.

–Espere! Nós somos bruxas. Não deveríamos saber lidar com isso? –Perguntou ela.

–Até agora não tivemos sequer uma aula prática, Suka! Elas só iriam ocorrer na sexta-feira!

–Ah... Mas...

A porta da sala recebeu outra pancada, e desta vez ela recebeu enormes rachaduras. A porta estava prestes a cair aos pedaços, mas Bianca ainda a empurrava para trás, pálida e encharcada de suor.

–Pulem as janelas! –Mandou a professora.

–Estamos no terceiro andar! –Protestou Alícia.

–Lhe garanto que você não vai querer estar aqui quando a porta queb-... –E nesse mesmo instante, a porta recebeu a última pancada violenta e se partiu, seus pedaços desmoronando em cima da professora.

–Professora! –Vários alunos gritaram, mas ninguém chegou a se mover.

A criatura adentrou na sala tranquilamente, como se estivesse em casa, em plena segurança. Era uma espécie de lagarto gigante: sua pele era de um tom forte de laranja e branco, seus olhos eram mais amarelos que os de um bruxo “mau”. Os músculos das pernas eram bem formados, suas garras pareciam lâminas de ferro, e suas asas pareciam pequenas demais para sustentar o peso do corpo.

Ele olhou para os alunos, e mesmo que aquilo fosse impossível, pareceu lhes abrir um sorriso macabro, mostrando os horríveis dentes amarelos.

O dragão não era muito grande, tinha apenas o tamanho suficiente para passar pela porta, mas ele praticamente exalava poder e perigo.

–O que faremos...? –Sussurrou Charles, abaixando-se e se escondendo atrás de uma mesa, ao lado de Cindy e Kenai.

–Teremos que matá-lo. –Kenai sussurrou de volta.

–Puxa, matar um dragão. Que bela ideia. –Disse Cindy, abraçando suas pernas.

–Tem alguma melhor?

–Dar Daphne para ele como comida e fugir.

–Eu até concordaria, se fosse possível.

Charles olhava para os dois como se eles fossem loucos.

Enquanto isso, o dragão encarava em silêncio os alunos que estavam de pé, como se escolhesse quem iria devorar primeiro. Seus enormes olhos amarelos ficaram fixos em Tsuimi e Risuka, que tentavam se esconder discretamente atrás de uma mesa. Ambos ficaram paralisados, sustentando o olhar da criatura.

Não. –Sussurrou Alícia. –Nunca olhar nos olhos deles. Nunca.

–Como você sabe? –Myranda sussurrou para ela.

–É sempre assim. Lidando com animais perigosos... Nunca se deve olhar nos olhos deles.

–Isso aí não é um animal comum...!

O dragão abriu as asinhas alaranjadas e voou de cima dos destroços da porta diretamente para cima de Risuka, sobrevoando a sala com uma perfeição que, a julgar pelo tamanho das asas, deveria ser impossível.

–NÃO! –Alícia e Myranda gritaram ao mesmo tempo, virando-se na direção do dragão.

Sem conseguir pensar duas vezes, Tsuimi puxou Risuka para perto de si; o que não adiantou, pois a fera imediatamente mudou de rota e começou a voar para cima dos dois.

–Tudo bem... –Sussurrou Risuka, fechando os olhos com força. –Eu só preciso... Fazer isso.

–O quê? –Tsuimi achou que ela estivesse ficando louca.

Risuka estava pálida. Abriu os olhos de uma vez, e eles estavam prateados, quase brancos. Quando o dragão estava prestes a colidir com eles, Risuka girou o corpo em sua direção e apontou para ele com a palma da mão.

–SAIA DAQUI! –Gritou, com os olhos fixos na criatura.

Havia um corte feio na palma de sua mão, e o sangue, ao invés de simplesmente escorrer e pingar no chão, assumiu a forma de uma pequena lança, que voou rapidamente na direção do dragão. A lança vermelha feita de sangue fincou no focinho do dragão, que caiu para trás de forma desordenada.

Risuka ainda estava pálida e suando frio, mas abriu um sorriso meio macabro.

–Consegui... –Sussurrou ela, meio rouca.

Porém, o dragão rapidamente ficou de pé, e estava rosnando furiosamente na direção dela. Algo lhes dizia que ele tinha decidido quem iria comer primeiro.

Myranda e Alícia se colocaram na frente de Risuka e Tsuimi.

–Certo. Vamos lá... –Disse Alícia para si mesma, fechando os olhos com força.

Myranda assentiu consigo mesma, olhando desafiadoramente para o dragão. Ela apontou para ele com o indicador.

–Volte para de onde você veio, seu maldito lagarto. –Disse ela friamente.

O dragão, como se tivesse entendido a frase, rosnou furiosamente e começou a bater as asas, pronto para atacar. A pequena lança, ainda cravada em seu focinho, fazia com que o sangue de cor azulada pingasse no chão.

Alícia abriu os olhos. Prateados, iguais aos de Myranda. Ambas ergueram os braços.

Na palma da mão de Alícia, uma pequena bolinha iluminada apareceu. Sua luz dourada era gentil e acolhedora, parecia apenas um ponto de luz pequeno e inofensivo. No instante em que ela atirou a pequena esfera de luz e acertou o dragão, uma pequena explosão aconteceu na sala.

A maioria dos alunos se atirou ao chão enquanto pedaços das carteiras começaram a sair voando.

Quando a fumaça baixou, Alícia ergueu o olhar. O dragão ainda se movia, mas estava com a pele de aparência pegajosa queimada.

–Que belo estrago... –Comentou Coraline ao olhar as carteiras e cadeiras quebradas e queimadas. Até mesmo o chão da sala estava chamuscado.

–Você usa magia da Luz... –Sussurrou Myranda para Alícia.

–Sim... –A loura assentiu para ela.

Todos olharam para o dragão, que já estava se levantando novamente.

–O desgraçado não desiste! –Comentou Daphne, espiando enquanto estava escondida atrás de uma mesa.

Myranda levantou o punho para cima, e uma rajada de ar passou pela sala. Ao redor de seus punhos, uma espécie de fumaça negra começou a se formar em espiral, como um redemoinho. Ela olhou para o dragão. Ele já estava de pé e seus olhos amarelos transmitiam puro ódio.

Mais rápido do que qualquer um deles podia imaginar, o dragão voou para cima de Myranda e se atirou em cima dela, como se soubesse que estava prestes a atacar. Com os dentes amarelados e pontudos, quase conseguiu morder o rosto da garota, que o virou a tempo. O dragão a estava esmagando com seu peso.

–Alícia, faça alguma coisa! –Berrou Tsuimi, que segurava uma Risuka pálida e com falta de ar.

–Eu não posso! Vou acabar explodindo-a junto! –Respondeu ela, no mesmo tom de voz apavorado.

O rosto de Myranda estava ficando pálido, e ela estava se engasgando com o ar. Ela conseguiu acertar de raspão o focinho já dolorido do dragão, que tossiu sangue azul, mas se recusou a sair de cima dela.

De repente, uma carteira (uma das poucas que ainda estava intacta) saiu voando pela sala, como se fosse movida por uma força invisível, e acertou o dragão com violência na cabeça, fazendo-o rolar pelo chão, tonto.

Todos os olhares se voltaram para o canto da sala. Gilbert Belshimit estava sentando tranquilamente em cima de uma das carteiras. Acima dele, flutuavam duas cadeiras de madeira, prontas para serem atiradas. Seus olhos dourados brilhavam de forma arrogante.

–Dá licença. –Falou ele para Tsuimi, que estava perto até demais do dragão. O garoto se retirou, e as duas cadeiras saíram voando numa velocidade absurda até acertarem a cabeça do animal. Ao mesmo tempo, Kenai puxa uma lâmina prateada (só Deus sabe de onde) e a atira junto com as cadeiras, acertando o animal na musculosa perna dianteira.

O dragão rosnou, mas não voltou a se mover.

Myranda estava recuperando o fôlego, quando Alícia apareceu ao lado dela e lhe estendeu a mão.

–Bruxas das Trevas. –Disse a loura.

–Sim... –Afirmou Myranda enquanto arfava. Pegou a mão de Alícia e se levantou.

O dragão estava imóvel, mas ainda respirava levemente, como se estivesse dormindo.

Os alunos estavam suados, arranhados e nervosos. Myranda e Alícia andaram até Risuka, cujo rosto já estava ganhando alguma cor novamente.

–Você está bem? –Perguntou Myranda, tocando o rosto da amiga com a ponta dos dedos.

–Ahn, eu estou ótima... –Riu Risuka, forçando um sorriso. –Eu só... preciso... controlar isso melhor. Mas eu estou... ótima. –E então ela fechou os olhos e desmaiou.

–Ah!

–Foi a perda de sangue... –Disse Cindy, aparecendo atrás deles. –Ela atirou o sangue que saiu de seu corte, consequentemente o perdendo. Ela ficará bem depois de descansar, acho.

–Que vergonha... –Murmurou Coral. –Estou me sentindo meio inútil, aqui.

–Como se seu poder de controlar a mente de pessoas fosse ajudar em alguma coisa. –Retrucou Kenai, e ela o fuzilou com raiva, ainda que fosse verdade. Ele imediatamente se arrependeu de tê-la ofendido.

Charles saiu de trás de uma mesa que estava virada e meio chamuscada pelo explosivo de Alícia.

–O dragão está vivo? –Perguntou.

–Você tá preocupado com o dragão? –Gilbert apareceu perto deles, sorrindo de forma vitoriosa ao observar o monstro aparentemente inconsciente.

–Puxa vida... Parece que nós destruímos a sala de aula... –Comentou Alícia.

–Sim, destruíram. Mas ninguém será penalizado por isso. –Uma conhecida e confiante voz afirmou, vinda da porta da sala. Todos olharam naquela direção ao mesmo tempo, e a mulher abriu um sorriso gentil. Era a diretora Elizabeth Collins.

Sentada numa cadeira, de pernas cruzadas ao lado dela estava Bianca Northanger, tranquila como se nada houvesse acontecido, mas tinha um belo corte na testa. Ela sorriu para os alunos pela primeira vez desde que os havia conhecido.

–Parece que... este “exercício” foi concluído com sucesso. –Anunciou, olhando orgulhosamente para a diretora.

Evelyn apareceu atrás delas aos pulos, segurando uma caixinha de primeiros socorros.

–Alguém se machucou? –Ela perguntou, olhando para os alunos de forma preocupada, e pareceu querer cair para trás quando viu Risuka desmaiada. –Ah! Deixem-me ajudar!

E ela saiu em disparada pela sala até a garota inconsciente.

Os alunos encaravam a professora e a diretora, incrédulos.

–Professora Bianca... você está bem! –Disse Coraline, apontando para a mulher que ainda sorria.

–É claro que eu estou bem. Até parece que eu realmente não saberia ligar com uma lagartixa. –Respondeu ela de forma presunçosa, e a diretora Elizabeth revirou os olhos bem como faria uma adolescente.

–Se isto era uma lagartixa, imagine só como deve ser o que quer que ela considere como um dragão. –Murmurou Charles, olhando de canto para o monstro inconsciente, que agora parecia simplesmente inofensivo.

–Isto, como vocês devem imaginar, foi apenas um teste. –Anunciou a diretora, e então ela olhou em volta pela sala. –Mas... Pelo visto, este pequeno teste vai nos custar uma boa reforma...

Alícia abaixou a cabeça, constrangida. A diretora continuou:

–Ocorreu um... Problema com a equipe de direção da Amethyst, e o dragão escapou de sua jaula. Pedi que Bianca o buscasse de volta, mas ela me convenceu de que testá-los numa pequena batalha seria uma boa ideia.

–Que bela ideia... –Ironizou Cindy, olhando para a sala queimada, e seguidamente para Risuka.

–Mas já está tudo bem. –A diretora abriu um sorriso. –Os problemas... Foram resolvidos.

Quando os alunos finalmente começaram a se acalmar após o ataque repentino do dragão, depois de Risuka e Myranda terem sido levadas à enfermaria e a diretora ter se retirado da sala, Alícia murmurou algo para Cindy, Kenai e Charles, mas nenhum deles entendeu.

–O quê? –Disse Cindy.

–Há algo errado. –Repetiu Alícia, nervosa. –Um dragão não poderia ter fugido facilmente assim de uma jaula, numa escola de bruxos. Há algo realmente errado...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Então... espero que tenham gostado!
PS: As sugestões do cap. anterior ainda não foram executadas (e só algumas serão).
Obrigada por ler! ^^