Leo e a Busca por Grayton escrita por Matheus


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Será que o plano de Leo, Emily e Mike vai dar certo, leiam pra descobrir. E não esqueçam de escrever um comentário sobre o que acharam.



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O livro realmente ajudou os três, agora sabiam o nome das criaturas, o que são elas, como derrotá-las e o que mais queriam, como obter informações delas. Mas havia um problema, nenhum dos três conseguia realizar esses feitiços.

Afastaram os móveis da sala e passaram a tarde toda treinando esses feitiços um no outro, mas os avanços não foram muito grandes.

–Tente me capturar! – gritava Emily para Leo – Lembre-se do que estava escrito no livro: imobilize-os como se estivesse envolvendo por cordas invisíveis!

–Estou tentando – gritava Leo em resposta.

–Não está não – gritou Emily em resposta – Não adianta nada, então você não está tentando.

–Eu estou sim – disse Leo.

–Então me deixe tentar – disse Emily.

Leo abaixou a varinha e Emily levantou as mãos tentando capturar Leo. Não conseguiu, o suor dela pingava no chão repetidamente, mas Leo ainda conseguia se mover livremente. Essa era a primeira vez que Leo viu Emily tentar fazer um feitiço e não conseguir, até ela ficou constrangida.

Quem teve mais sucesso foi, inesperadamente, Mike. Não foi como deveria ser, mas conseguiu imobilizar Emily, não com cordas invisíveis, mas sim com uma cobra.

A cobra era enorme. Apertava Emily com seu longo corpo, parecia que ia quebrar todos os ossos da garota.

–AH... TIRE ISSO DE MIM, ESSA COBRA VAI ME MATAR!!! – gritou ela em desespero.

Mike não sabia o que fazer. Os gritos de Emily o deixavam apavorado, não conseguia libertá-la. A cobra apertava cada vez mais, Emily estava correndo perigo, se não fizessem alguma coisa ela morreria esmagada e Mike se culparia pelo resto da vida.

Enquanto Mike lutava contra seu próprio feitiço Leo transformou a varinha em uma espada e partiu da cima da cobra. Leo a golpeou, mas não conseguiu cortá-la ao meio. O golpe de Leo só fez um corte não muito profundo no corpo da grande víbora. Não a matou, mas chamou sua atenção e desenrolou-se de Emily que caiu desacordada no chão. Mike correu para ajudá-la.

‘ A víbora encarava Leo na posição de ataque. Da cabeça ao rabo, deveria ter uns 20 metros e a tinha mais ou menos 30 centímetros de diâmetro.

A cobra atacava e Leo se esquivava do bote. As tentativas de golpeá-la vindas de Leo foram todas em vão, salvo a primeira quando a cobra ainda apertava Emily. A cobra era veloz e os botes um seguido do outro, mal dava tempo de Leo desviar. Mike não podia ajudá-lo estava desesperado tentando reanimar Emily. Estavam sós, Leo e a víbora.

Leo parou e olhou pra trás na direção de Mike e Emily, não foi uma boa ideia. Nesse intervalo a cobra o atacou com a cauda, derrubando-o. Ele ficou cara a cara com ela deitado no chão. A víbora deu o bote e Leo rolou para o lado tentando escapar. Levantou rápido e a golpeou atrás da cabeça, ela guinchou e voltou-se para trás. Leo enfiou a espada na cabeça da víbora que a atravessou, a ponta da espada apareceu no topo de sua cabeça. Leo tirou a espada e a cobra caiu morta por cima do pé de Leo que precisou da magia para tirá-la de cima.

Quando Leo se aproximou de Emily ela já estava consciente e sentada no sofá da mansão.

–Tá tudo bem? – perguntou Leo.

–Agora sim, não me sinto mais esmagada.

–Desculpe Emily. Juro que não queria te matar. Eu... eu só... eu só tentei te imobilizar como você disse. Mas aí saiu uma cobra enorme e eu... fiquei desesperado, não sabia o que fazer – disse Mike todo afobado com cara de assustado.

–Não acho que tentou me matar. Tá desculpado. Só tome mais cuidado da próxima vez. Onde já se viu imobilizar alguém com uma cobra enorme. Graças ao Leo está tudo bem. Obrigada, você salvou minha vida.

–Não foi nada, vocês fariam o mesmo por mim. Agora... o que nós vamos fazer com uma cobra de vinte metros morta?

No mesmo instante que Leo falou, a cobra se desintegrou e sumiu no ar. Foi Mike, ele fez sua criação sumir.

–Quando ela tá morta é mais fácil né? – disse Leo zombando do amigo.

Mike não respondeu.

–Vamos voltar ao nosso treinamento que não anda nada bem. Não conseguimos nem fazer isso uns nos outros, imagine nos Dixens.

–Talvez não funcione com humanos – observou Mike.

–Pode ser – disse Emily com um pouco de desdém ao comentário do amigo que quase a matou – Mas mesmo assim, precisamos tentar. Se conseguirmos, pelo menos, amarrar o outro, desde que não seja com cobras é um avanço.

–Eu já pedi desculpas – disse Mike perante o comentário da amiga.

–E eu já aceitei – resmungou Emily – Vamos parar de criancice e treinar.

Horas se passaram enquanto treinavam. Progrediram... Leo conseguiu capturar Mike com fitas, o coitado ficou enrolado até o pescoço.

–Ótimo – sibilou Emily – Estamos progredindo. Agora desenrole Mike pra eu tentar.

Leo tentou, mas no final tiveram que apelar para a faca. Ainda bem, que as fitas não eram muito resistentes e se partiram ao toque da faca afiada que encontraram na cozinha.

Emily não conteve o riso ao ver o amigo todo enrolado naquelas fitas feito uma múmia.

–Muito engraçado – disse Mike ao perceber o riso de Emily – Por que não vem você aqui pra ser enrolada também!

Depois do incidente com a cobra, Emily não permitiu que Mike testasse seus feitiços com ela e Mike ficou aborrecido com isso. Afinal, sua amiga de tantos anos não confiava mais nele.

Quando Leo terminou de desenrolar, Mike partiu pra cima de Emily e a enrolou, assim como Leo fez com ele, mas desta vez até a cabeça dela foi enrolada. Leo correu pra ela com faca e fez um buraquinho pra que ela conseguisse respirar e tratou de desenrolar o resto do corpo da garota.

Emily ficou furiosa, tentou um milhão de vezes enrolar Mike também, mas não conseguiu. Mike riu de Emily, afinal, havia um feitiço que ela não conseguia fazer. Emily o jogou contra a parede e passou um zíper na sua boca pra que não conseguisse falar.

Leo foi na direção de Mike pra tentar ajudá-lo mas foi reprimido por Emily:

–Deixe ele assim, pelo menos não fica falando mais besteiras.

Era até engraçado ver Mike com zíper na boca, mas não se atreveu a rir. A briga já estava grande demais pra ele colocar mais lenha na fogueira.

O céu já estava escuro quando Emily finalmente conseguiu enrolar Leo. Era uma sensação horrível não poder se mexer. Emily não estava zangada com Leo, então o enrolou só até o pescoço. Quando Leo se lembrou que a faca estava no seu bolso e que não conseguia pegar ficou com medo. Mas Emily não precisou da faca e o desenrolou usando sua magia. Ela tinha demorado pra conseguir fazer o feitiço, mas no final conseguiu até desfazê-lo.

Mesmo com toda a raiva que Mike estava de Emily conseguiu ficar feliz pela amiga, ela sempre conseguia. Se conseguisse falar ele a elogiaria.

–Parte de nosso treinamento está cumprido – disse Emily – Esperávamos enfrentar os Dixens ainda hoje, mas eles não apareceram. Treinaremos amanhã também e se eles não aparecerem vamos atrás.

Mike estava doido pra falar alguma coisa. Ele fazia gestos com as mãos imitando uma boca e apontava para ela.

–Fique quieto seu idiota – ordenou Emily.

A ordem de Emily não adiantou de nada. O coitado continuava com suas babaquices, pulando de um lado para o outro.

–Emily, não é melhor deixar Mike falar? – pediu Leo – Ele já não fala há muito tempo.

–AH... que seja – resmungou Emily.

O zíper na boca de Mike se abriu e desapareceu. Ele abriu a boca e soltou um longo bocejo.

–Até que enfim hein. Achei que não ia tiraria isso da minha boca.

–Desculpe Mike, mas ás vezes você é muito irritante. Perco a paciência – disse Emily.

–Tudo bem. Mas me diga uma coisa, se os Dixens não vierem, como vamos chamar a atenção deles?

–Não sei – respondeu Emily secamente - Pensamos nisso depois, se não vierem nos preocupamos com isso. Agora vamos descansar, está ficando tarde, temos um longo dia amanhã. Leo, você pode assumir a primeira vigília hoje? Estou muito cansada, afinal fui atacada por uma cobra.

Leo sentiu o tom de indireta que foi lançado no ar e tinha certeza que Mike também percebeu, o olhar que ele lançou à Emily não deixou dúvidas, mas preferiu não dizer nada a respeito, só respondeu a pergunta de Emily dirigida a ele:

–Claro, sem problemas. Não estou muito cansado – mentiu Leo, ele estava exausto, aquela cobra acabou com ele.

–Obrigada – disse Emily - Depois eu venho e troco o turno com você.

–Certo. Agora vão dormir.

Leo observou os dois subirem as escadas em direção aos seus respectivos quartos. Ele não queria ficar com o primeiro turno, mas como foi Emily que pediu, ele aceitou sem pensar duas vezes.

–EI – gritou Mike no andar de cima – Fique com esse travesseiro e esse cobertor.

Mike jogou as coisas pela escada e Leo pegou no andar de baixo. O cobertor tinha desenhos de borboletas.

–Desculpe cara, é o único que achei – disse Mike.

–Não tem problema – disse Leo - Obrigado

Mike não respondeu, só deu um sorrisinho e voltou para seu quarto.

Leo colocou o travesseiro no sofá e deitou a cabeça sobre ele. Pegou o cobertor e jogou por cima si. Estava frio, Leo estava congelando, o cobertor ajudou muito.

O momento que Leo mais gostava do dia era esse. Quando está deitado e pode ficar sozinho com seus pensamentos. Costumava refletir sobre tudo que aconteceu no dia e o que ia acontecer no próximo. Ultimamente essas reflexões foram deixadas de lado, estava sempre cansado e dormia rapidamente. Mas hoje ia ficar acordado para fazer a vigília, então tinha muito tempo com seus pensamentos.

Estava aborrecido por não conseguir fazer o feitiço que estava treinando da maneira correta. Leo nunca tivera problemas assim, sempre conseguia fazer os feitiços. Queria pensar que não conseguiu por que não era possível fazer nos humanos, talvez com os Dixens se saísse melhor. Perturbava-lhe ter demorado tanto tempo pra enrolar Mike em fitas feito uma múmia. Será que seus poderes estavam perdendo a intensidade? Ou era ele mesmo que não era um bom feiticeiro? Percebeu que agia melhor por impulso, quando tinha uma motivação pra fazer um feitiço, como no dia que ele e seus amigos quase morreram com aquelas aranhas. Leo conseguiu destruir todas elas, o feitiço foi tão forte que derrubou o segundo andar da casa. Ele viu seus amigos sendo sufocados, não queria que morressem, isso o motivou para fazer o seu melhor. Torcia para que isso acontecesse quando fossem atacados pelos Dixens, ele era um feiticeiro poderoso e tinha que ajudar seus amigos.

Em meio a todos esses pensamentos preocupantes, um deles o fez chorar. Ele tinha se esquecido; como pôde? Ele se lembrou de Lily. Jogou mil pragas sobre si mesmo por ter sido um filho tão ingrato. Fazia muito tempo que a vira. Saiu apressado pra escola com Mike naquele dia que os Dixens atacaram sua escola e nunca mais voltou. A vida dele estava tão corrida que não teve tempo de visitá-la e apagar a memória dela. Talvez só tivesse tempo quando isso tudo acabasse, libertar o grande Grayton que nunca tinha visto e arriscava a vida por ele. Se perguntou se estaria fazendo a coisa certa, abandonara Lily por um velho que não conhecia? Mas Leo confiava em seus amigos. Sim, ele fizera a coisa certa.

Tentou afastar Lily da sua cabeça pra que não se sentisse ainda mais triste. Mas era difícil, Lily era muito importante pra ele, não conseguia esquecê-la.

O sono foi ficando mais forte. Não sabia como tinha resistido até àquela hora. Emily dissera que ia trocar de turno com Leo, já eram 03h45min e ela não apareceu. Não conseguiu resistir mais e caiu no sono agarrado ao cobertor de borboletas que Mike lhe emprestara.


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