Os nove Guardiões escrita por Ed Henrique


Capítulo 13
Eu definitivamente perdi tudo!


Notas iniciais do capítulo

Gente, foi muito difícil arrumar tempo para escrever esse capítulo! Deixa eu avisar: Minhas aulas voltaram, então não estou tendo tempo direito. Eu tenho que: Ver anime, jogar, fazer trabalho e escrever. É muita coisa para uma pessoa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433184/chapter/13

Último capítulo
–Nós a perdemos! – Senketsu murmurou. Nós perdemos a Jun.

A única coisa que se passava na cabeça do Senketsu era as últimas palavras da Junketsu.

Senketsu poff's on

–E, Senketsu... Aishiteru. – Essas foram as últimas palavras da Junketsu para mim.

Senketsu poff's off
Agora – Senketsu on
–Calma.
–Como pode pedir para eu ter calma? – Perguntei olhando para Hotei. – Eu a perdi.
–Todos nós gostávamos muito dela! – Furoku disse de cabeça baixa.
–Sentimos muito. – Benzaiten disse se soltando do abraço do irmão.
–A culpa é sua! – Falei um pouco descontrolado. – Se tivesse posto uma barreira antes, ela ainda podia estar aqui! – Gritei. Zai abaixou a cabeça, pois de certo modo eu tinha razão. Mas, Bishamon se colocou na frente.
–Olha cara, eu não sei o que houve, mas a culpa não é da Zai! Eu aposto que ela tentou de tudo para poder ajudar. – Ele afirmou com os braços abertos, como quem virá o escudo de uma pessoa.
–“O que houve” é que a Junketsu... A Junketsu. – Respirei um pouco. – A Jun... – Eu não conseguia falar. Não tinha como eu dizer aquelas palavras sem chorar.
–A Junketsu se sacrificou para nos salvar! – Benzaiten disse chorando e o irmão a abraçou.
–Então provavelmente ela está... – Ebisu não precisou terminar a frase. Todos nós abaixamos a cabeça e ficamos em silêncio.
Outro lugar

–E, Senketsu... Aishiteru. –Essas foram as minhas últimas palavras.

Nunca pensei que morreria cedo. Não tinha grandes planos, mas isso é uma coisa que eu resolveria com o tempo! Mas agora é o fim. Pelo menos eu pude dizer a todos como me sentia. Eu espero que eles possam viver melhor. – Um clarão de luz vem na minha direção.

–O paraíso?

–Você só tem dezenove anos. Ainda é muito nova para ir para lá! – Uma voz falou.

–Quem é? – Perguntei já dentro daquela luz.

–Prazer, Goku. – Ele sorriu acenando para mim.

–O-O Goku. Quero dizer, o deus Goku? – Perguntei. – Então eu morri mesmo?

–Para falar a verdade, esse negócio de deus é só um título! Pode me chamar só de Goku. E não, você não morreu. – Me acalmei um pouco. – Só ficou morena!

–Ufa, menos... Pera, morena? – Peguei uma parte do meu cabelo e pus em frente ao meu rosto, confirmando o que ele disse. – Como eu fiquei assim? Ca-Ca-Cadê...

–A cor original? Sente-se. – Ele falou enquanto cruzava as pernas e flutuava. Eu fiquei meio confusa com esse “sente-se”, porque estávamos no meio do nada e onde eu sentaria? – É só sentar. – Goku viu que eu estava confusa e eu tentei. Sentei e para a minha surpresa, havia um banco ali. Eu não podia ver, mas tenho certeza que havia. – Aqui as coisas funcionam fácil assim.

– “Aqui”?

–Sim! Você não está morta, mas está entre uma daquelas fronteiras, entre a vida e a morte. – Ele explicou. – É aqui que eu vivo. Depois de muito lutar, eu ganhei esse título de “deus” e comecei a viver aqui. Para ser sincero, o Hachiman não é tão forte assim!

–Então você pode derrotá-lo? – Perguntei.

–Poder, posso. Mas como ele está no mundo dos vivos, não posso fazer nada. Ah, e sobre o seu cabelo, ele era uma forma de armazenar energia. Foi assim que você conseguiu tirar seus amigos de lá e até prender Hachiman.

–Isso quer dizer que acabou. Se eu o prendi, Hachiman não poderá fazer mais nada! – Disse um pouco feliz.

–Infelizmente não. Se você tivesse sacrificado sua vida, talvez, só talvez, você pude-se acabar com ele. Não estou dizendo que teria sido certo você fazer isso! Na verdade, foi bem imprudente!

–Mas, – abaixei minha cabeça – eu tinha que fazer algo pelos meus amigos! – Levantei a cabeça convicta.

–Eu não disse que foi errado. – Ele sorriu.

–Bom, se eu não o derrotei, o que houve com ele?

–Ficou preso. Suas túnicas o prendeu, mas só será eficaz por dez dias. – Goku ficou em pé novamente.

–Então tenho que voltar para os meus amigos! Se Hachiman vai reviver, temos que nos preparar para lutar com tudo. – Também me levantei do “banco”.

–Calma, calma. Você não pode voltar agora. Tem que treinar muito primeiro.

–Mas...

–Sem “mas”! – Ele falou. – Agora, pense em alguma coisa que você quer que aparece aqui.

Olhei para um lado qualquer e me concentrei bem. Fechei os olhos para ver se eu me concentrava mais, porém nada aconteceu.

–Nada. – Falei.

–Não. Na verdade, você conseguiu materializar alguém, porém foi muito rápido. Em quem você pensou?

–No Senketsu! – Afirmei.

–Pobre garoto. – Ele falou baixo mas pude ouvir a parte do “garoto”.

–Hã?

–Nada, nada. – Ele deu um passo para trás. – Já que você conseguiu materializar alguém, vamos começar a treinar desde já. – O Goku fechou os olhos. – Vocês me ajudam?

– “Vocês”?

–Sim! – Um homem alto e musculoso apareceu acompanhado de outros três homens, porém diferentes.

–Você não é o...

–Prazer, Hércules. – O homem-forte se apresentou (Homem mais forte da mitologia e filho de Zeu com Alcmena.)

–Eu sou Perseu (O que decapitou a Medusa).

–Eu me chamo Teseu! (O que venceuo Minotauro).

–E por último, eu sou Édipo (Antigo rei de Tebas e homem que usou a inteligência para decifrar o enigma da Esfinge).

–Você vai treinar com eles! Com o Hércules, no coliseu de Roma; com o Perseu, você lutará aonde ele determinar; Teseu, no labirinto e com o Édipo, você exercitará sua mente. – Ele pôs dois dedos na testa. – Eu terei que dar uma saída, mas depois eu volto para ver como seu treinamento está. – Sr. Goku desapareceu me deixando ali, sozinha com aquelas pessoas estranhas.

–Como ele fez isso? – Perguntei confusa.

–É uma das habilidades dele! – Teseu me explicou.

–Eu vou aprender isso?

–Não. Sinto muito. – Ele falou e abaixei a cabeça um pouco decepcionada.

–Vamos começar? – Hércules me perguntou.

–S-Sim. – Respondi com um pouco de receio. Já vi que isso não será nada fácil!

30min depois – Senketsu on

Eu andava pelas ruas com a mão no bolso da calça e com uma blusa preta. Qualquer um que olhasse diria que era só mais um jovem voltando para casa depois de mais um final de dia. Um vento forte soprou, mexendo os meus cabelos pretos e rebeldes. – Sim! Agora eles ficaram pretos. Não sei quando isso aconteceu exatamente, mas em algum momento eles mudaram. – Olhei para cima e vi os últimos raios de sol que iluminavam a cidade.

–É tudo graças a Jun. – Falei. – Mais, a que preço? – Pensei.

No final, as pessoas continuam paradas e ainda temos um oponente para enfrentar! Será que esse sacrifício não foi em vão?

–Não! – Pelo menos era isso que uma parte de mim dizia. A outra dizia que sim! Que se a Jun não tivesse feito aquilo, poderíamos estar vivendo juntos ou sei lá.

Pisei em uma pedra que estava no caminho, a quebrando.

–Agora tudo se resume ao que o Kamui disse!

Poff's on

Depois que briguei com a Zai, – injustamente – e ficamos no silêncio, percebemos que o senhor Kamui não estava ali. Depois de uns cinco minutos que demos conta ele apareceu.

–Eu tenho uma mensagem nada boa. – Ele falou sério e, todos menos eu, olhamos para ele.

Nada pode ser pior do que já aconteceu. – Falei com a cabeça ainda baixa.

Hachiman não foi derrotado! – Ele afirmou e logo me levantei.

Como assim? – Perguntei. – A Jun se sacrificou para acabar com ele e nos salvar!

–Eu sei, mas o deus Goku falou comigo. Ele disse que mesmo a Junketsu se sacrificando ela não pôde vencê-lo.

–Então o que houve com Hachiman? – Furoku perguntou.

Ele foi selado por uns dias, para ser mais exato, dez dias.

–O que faremos agora? – Ebisu perguntou.

Lutar é claro... Né? – Bishamon perguntou nos olhando.

–Por quê?

–Hã?

–Por que eu lutaria? – Uma lágrima caiu do meu rosto. – O único motivo para eu ter entrado para os Guardiões, foi para evitar que o que ocorreu com a minha mãe, ocorre-se novamente! Eu deixei que a Junketsu se sacrificasse por nós. Eu não fui capaz de salvá-la, assim como não fui capaz de salvar minha mãe.

Aonde você quer chegar? – Jurojin me perguntou.

­-Eu me demito de ser um Guardião. – Minha resposta surpreendeu a todos.

Ele não pode fazer isso, pode? – Hotei finalmente se pronunciou.

Pode. – Kamui disse com os olhos fechados e foi abrindo lentamente. – Eu não posso obrigar nenhum de vocês a ficar. Eu recrutei a cada um, mas a escolha de fazer parte ou não do grupo é de vocês!

–Então... – Benzaiten falou e abaixamos a cabeça. Não era difícil saber o que cada um pensava: E se eu sair?

Fui andando até o meu armário e peguei uma blusa, a minha estava rasgada por causa da transformação. A vesti e andei em direção a porta.

Aonde vai? – Zai me perguntou e não respondi até tocar a maçaneta.

Já não disse?! Eu me demiti. – A olhei de lado e saí.

Poff's off

Estava em frente ao sinal. Olhei de um lado para o outro, mesmo sabendo que nenhum carro passaria ali. – Já é um habito. – Após atravessar a rua, vi uma menininha segurando a mão da mãe. Ela devia ter por volta dos cinco anos de idade! – Controlei minha tristeza e virei para pegar o mesmo caminho de volta.

–Podemos conversar? – Virei para trás assustado e vi que ele estava olhando.

Suspirei.

–Sim!

Lanchonete

–Por que me trouxe justo aqui? – Perguntei o olhando.

–Esse lugar me traz lembranças! – Ele me respondeu.

Estávamos na lanchonete onde Jurojin costumava beber! Foi aqui onde eu fiquei mais próximo da Jun e comecei a aceitar os meus sentimentos.

–Você sabe porque eu te trouxe aqui? – Jurojin perguntou tomando café.

–Para fazer eu me lembrar da Junketsu e ter mais vontade de desistir de tudo?! – Disse sarcástico.

–Sim e não! – Ele colocou a xícara na mesa. – Eu quero que você pense na Junketsu, mas quero que ela seja uma motivação para você, e não o contrário.

–Perdeu o seu tempo, eu não quero ter motivação de uma pessoa que não está entre nós. – Falei fitando o chão.

–Vamos voltar. – Nos levantamos e saímos da lanchonete, mas o Jin estava indo na direção oposta.

–O caminho é esse.

–Eu já estou ficando velho, preciso andar um pouco! – Dei de ombros e o segui. Andamos um pouco e chegamos a uma praça.

–Quantas crianças. – Murmurei, mas ele pôde me ouvir.

–É assim que todo o mundo está: Parado. Tenho certeza que você percebeu que as várias cores que cobriam esse mundo sumiram. – Ele colocou a mão na cabeça de uma das crianças. – Mesmo você bancando o durão, tenho certeza que percebeu. – O olhar dele estava triste. Para ser sincero, era raro vê-lo assim. Geralmente estava sorrindo e conversando. Ele era como um avô para todos nós, inclusive para mim, que nunca conheci meu pai.

–Eu admito que sinto saudades do mundo barulhento em que estava acostumado!

–Viu? Sei o que deve ter pensado: “Será que não foi em vão?”, Mas não é assim! Ela não se sacrificou só para derrotar Hachiman, ela se sacrificou para nos ajudar. Os seus queridos amigos! Ela acreditou que podemos vencer os futuros inimigos! – Ele falou determinado. – Vai deixar essa determinação morrer junto da Junketsu?

Fechei meus olhos e respirei fundo. Lembrei de todos os momentos bons que tive com a minha pequena Guardiã dos cabelos brancos.

–Obrigado Jin. E, não. Eu não vou! – Peguei um pouco da determinação dele. – Vamos voltar. Temos um mundo para proteger! – Tirei minha blusa e deixei na mão da menina. – Essa vai ser a forma de promessa que eu não vou desistir.

Autor on

–Você está tão bonzinho que nem parece você mesmo. – Jurojin comentou.

–É mesmo é? – Senketsu deu um sorriso de canto. – Vamos logo, os outros já esperaram muito. – Quando Senketsu se virou, pensou ter visto uma lágrima correr pelo rosto da menininha. – Hã?

–O que foi? – Jin perguntou vendo que o amigo parou.

–Pensei ter visto algo. Deixa pra lá.

Ele ignorou e continuou andando. Mas, ele não percebeu que realmente aquela pequena menina havia deixado uma lágrima cair. Como? Talvez a promessa dele tenha tocado o coração da garota.

No coliseu – Junketsu on

–Argh, argh. Eu estou morta. – Me joguei no chão. Não aguentaria mais manter a transformação por nem um segundo.

–Se você não for mais forte do que eu, não conseguirá nem tocar em Hachiman! – Hércules afirmou. Como ele ainda conseguia se manter de pé depois de uma hora de treinamento? – De pé. – Ele bateu o pé no chão e levantei automaticamente.

–Sim, senhor.

Dojo – Narrador Senketsu

–Que bom que você voltou. – Zai falou.

–Desculpa pela maneira que eu te culpei. – Falei com a cabeça baixa. – Sei que a culpa não foi sua!

–Tudo bem. Todos temos o nosso momento ruim. – Benzaiten falou.

–Mas, você não estava falando sério sobre pedir demissão, né? – Sham perguntou.

–Não! – Sim. Por um minuto eu realmente pedi demissão. Se o Jin não fosse atrás de mim, talvez eu não estivesse aqui!

–Vamos treinar? – Ebisu perguntou sorrindo.

–Só tem um problema: Eu perdi os meus poderes!

–O quê? – Todos perguntaram juntos.



Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que todos tenham gostado :). Que bom que a Junketsu está bem né? E esse treinamento dela? Como será? E por que o cabelo do Senketsu também mudou? É muita coisa para descobrir!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os nove Guardiões" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.