Flower of science escrita por Berry Baker


Capítulo 9
A fuga!


Notas iniciais do capítulo

HII peoples!!! ta aqui mais um novo capitulo para vocês ;) mas antes eu queria agradecer a todos vocês por comentarem a historia e me darem apoio para continuar,sério mesmo,vocês não sabem o quanto isso é importante para agente que escreve,realmente faz com que eu saiba que tudo isso vale a pena! então muito obrigada mesmo , vocês merecem 1000000 beijos na bunda!!! XD espero que a historia continue a crescer cada vez mais :D



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POV´S MÔNICA:

–FIQUE QUIETA!!!.-Alic segura fortemente meus braços com raiva.

Peter levanta depois do soco que eu havia dado em sua cara,ele tinha perdido um dente da frente.Eu lutaria até o fim se fosse preciso,eles não podiam fazer isso! Não podiam!!! Um filho?? Eu só tenho quinze anos!:

–Eu vou acabar com essa garota!!-Diz Peter furioso enquanto limpa sua boca com um lenço amarelo.

Distribuo chutes e socos tentado me livrar de Alic,eu queria gritar,a vontade era tão grande que minha voz finalmente dá as caras:

–ME SOLTAAAAA!!!!!!! VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO COMIGO!!! NÃOOOO!!!!

Peter acerta em cheio meu rosto,se não fosse por Alic segurando meus braços eu teria caído:

–CALADA! NEM MAIS UM PIU!-ele parece tremer de tanto ódio.-TODA VEZ A MESMA PALHAÇADA,QUE DROGA!.-Peter segura meu rosto com força,fazendo com que o seu fique perto de mim.-Você vai ser mãe e acabou! Você percebeu que não tem escolha?

Sinto nojo do seu toque,e sem pensar duas vezes cuspo em sua cara.

Peter me olha incredulo e passa a mão no rosto sem acreditar no que eu tinha feito.Sua pele pálida muda para vermelho,um vermelho de puro ódio.

Ele respira fundo e quando abre os olhos sinto meu corpo tremer,seu olhar parecia arder como brasa:

–Muito bem.-ele fala com uma calma fingida.-Você vai apanhar.

Alic fica pálido enquanto me segura defensoramente:

–O chefe...

–Foda-se o Samuel,eu não vou mais aguentar essa garota batendo em mim,chega!-Ele diz mas Alic ainda não recua,Peter revira os olhos.-Se não quer participar então deixe que eu faço sozinho.

Alic me solta e põe as mãos para cima como se dissesse que não tinha nada haver com isso e se afasta,não tenho tempo de reagir e sinto um soco violento me fazendo cair no chão.

Caio desnorteada e confusa e antes que consiga levantar Peter puxa meu cabelo me fazendo gritar:

–VOCÊ VAI POR BEM OU POR MAL?-Ele grita furioso enquanto as veias do seu pescoço parecem pular para fora.

Fico ajoelhada enquanto tento fazer com que solte o meu cabelo,mas ele o segura ainda mais forte:

–ISSO PODE DOER MUITO MAIS!

Ele puxa meu cabelo me fazendo levantar e ficar em sua frente,sinto uma dor cortante no meu coro cabeludo:

–ME SOLTE!!!-grito com meu rosto queimando feito brasa.

Alic olha tudo estático e impressionado.Peter me arrasta pelos cabelos até a maca metálica enquanto grito:

–VAI PRO INFERNO!!!!-digo furiosa tentando me livrar de suas mãos.

Quando chego na frente da maca ele para:

–Diga agora que vai ter a droga desse filho,diga que não vai dar nem mais um pio.

Faço um cara de nojo enquanto o fito,ele ainda segura meu cabelo.Não importa o quanto eu sinto medo deles desde a Angel morreu,nada importa,eu não deixaria que fizessem isso comigo:

–Para que?-minha voz soa mais calma do que eu queria.-Para que vocês façam com o MEU filho o que fazem comigo? Para que eu bote uma criança nesse mundo para sofrer?.-faço um negativo com a cabeça e meus olhos ardem só de imaginar tudo que eu passei sendo vivido por uma criança,pior...com o meu filho.-NUNCA.

Respondo com a maior determinação da minha vida.Peter se enche de raiva e na mesma hora sinto algo espetar a lateral de meu pescoço como uma agulha e um liquido frio e dormente se espalhar rápidamente pelo meu corpo forçando meus olhos a fecharem enquanto minhas pernas fraquejam. A ultima coisa que eu vejo é o chão se aproximando e logo em seguida a escuridão.

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POV´S AUTORA

–Cebola Meneses !!!-treinador Atila chama sua atenção furioso.-Eu quero que foque na quadra,seja lá o que estiver acontecendo na sua vidinha de adolescente rejeitado...esqueça.

Cebola faz uma careta nada amigável para o treinador quando ele vira para dar outros sermões no time:

–Ta tudo bem careca?-Cascão estava suado e respirava tão rápido que parecia ter acabado de sair de uma maratona.

Cebola suspira:

–Não,preciso falar com você.

Cascão parece surpreso e arqueia uma das sobrancelhas em dúvida,mas logo isso passa para uma expressão maliciosa:

–Ah claro amor,vamos discutir nossa relação?-ele faz uma voz fina e irritante.

Cebola empurra o amigo enquanto finalmente consegue rir um pouco:

Fala sério otario!

Cascão finge estar ofendido:

–Não sou mulher o suficiente para você?

–IHHHHH!!-Titi diz enquanto se aproxima dos dois.-Eu sempre desconfiei!

Dito isso ele corre enquanto ri antes que Cascão o alcançasse:

–Vai pastar!-Cascão dá um dedo para o amigo que já estava do outro lado da quadra.-Neh mole?

Cebola ri com a zoeira do amigo.Esse era o bom das amizades,fazer você esquecer dos problemas por piores que sejam por pelo menos alguns instantes.Inevitavelmente ele lembrou da Mônica,ela sempre o fazia esquecer dos problemas ao seu redor.”droga estou pensando nela” seu coração aperta no mesmo instante:

–Ta tudo bem Careca?-Cascão pergunta dessa vez mais sério ao ver a mudança de expressão do amigo.

Desde o dia anterior,quando ele e a Irene haviam passado a noite juntos,Cebola sentia algo muito ruim o sufocar por dentro.Ao lembrar disso as cenas daquela noite invadem sua cabeça,sim...eles realmente haviam transado.Ele precisava contar o que havia acontecido para o amigo,era o único jeito de botar tudo aquilo para fora,aquele peso horrível que ele não queria ter que suportar.Mas infelizmente nada mudaria o que tinha acontecido.

Treinador Atila apita indicando o final do treinamento,todos os jogadores vão em direção ao vestiário,mas antes que Cascão entrasse Cebola o impede:

–Preciso falar com você,de verdade.

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–VOCÊ E A IRENE O QUE???-Cascão está completamente boquiaberto sem acreditar nas palavras do amigo.

Cebola suspira e bota as mãos no rosto envergonhado enquanto senta em sua cama:

–Cascão...por favor,eu já repeti três vezes,não me faça repetir a quarta.-ele diz já farto daquele assunto.-Você sabe,eu e a Irene...pelados...juntos fazendo...

–TA! ENTENDI!-Cascão o interrompe incrédulo e pálido fazendo um gesto para que parasse.-Meu Deus!!! Que mancada que você fez!

–Eu estava bêbado.-Cebola tenta se justificar.

–E daí? Por favor neh? A bebida pode influenciar sim,mas não é como se te possuísse ou coisa assim,quando um não quer...dois não fazem.(menos em caso de estupro claro)

Cebola fica ainda mais corado:

–Eu sei Cascão,eu tenho que admitir...eu também tenho minha culpa nessa historia.-Ele bota a mão no rosto se sentindo ainda mais culpado.-Eu poderia ter sido mais forte,ao invés disso eu fui fraco.

Cascão suspira entendendo o lado do amigo,ele não queria pegar pesado com o Cebola porque sabia que no fundo ele estava completamente arrependido.Cascão ao invés disso decide ajudar e senta ao seu lado:

–Cara...não fala assim,o que ta feito ta feito,o que determina se você é forte ou não é o que vai fazer depois de cair.Você vai seguir em frente ou vai ficar remoendo o que fez de errado?

Cebola olha para o amigo com seus cotovelos apoiados nas pernas,seus pensamentos estavam distantes dali:

–Mas eu errei...

–Todo mundo erra Cebola.-Cascão dá um sorriso amigável e conselheiro.-Ficar pensando no passado só vai te afundar ainda mais,ao invés disso agora você sabe o que pode fazer diferente.

Cebola olha para os próprios pés:

–Acha então que eu devo esquecer o que aconteceu?

Cascão nega com a cabeça:

–Esquecer não,mas tomar como lição.-ele parece lembrar de algum detalhe importante e olha para o amigo com os olhos arregalados.-Cebola...você usou o preservativo não usou?

As imagens da noite passada tomaram a cabeça de Cebola,ele lembrou de quando Irene tirou o papel laminado do bolso e o rasgou revelando o preservativo:

–Sim,usei.-ele diz meio inserto,Cebola tinha certeza de ter usado,mas o problema não era esse...ele não tinha o visto quando acordou,bem...talvez a Irene tivesse jogado fora,então ele resolve não dar muita importância a isso.

Cascão parece suspirar em completo alivio:

–Bem...-ele bate nas costas do amigo.-Menos mal ein? Agora sim...definitivamente você pode seguir em frente.

Cebola segura um risinho:

–É,eu posso...-e volta a ficar para baixo.

Cascão percebe e logo de cara sabe o porque:

–Esta pensando na Mônica não esta?

–Sim.-ele fecha os olhos por um instante e depois torna a abri-los.-Eu sinto muita falta dela,e ao mesmo tempo sinto como se tivesse traído a Mônica depois de ontem.

Cascão olha amigavelmente para o amigo:

–Você ainda ama ela,não ama?

Cebola suspira dolorosamente enquanto olha para a imensidão lá fora:

–Sim.

Na mesma hora o telefone toca,interrompendo os dois.Cebola o atende rapidamente:

–Alo?....Franja?fala!...-há uma pausa sufocante enquanto Cascão vê os olhos do amigo arregalarem.- VOCÊ O QUE???

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Samuel olhava para a imensa janela de seu escritório,era mais outro dia ensolarado que ele tanto odiava.

A porta é aberta com um rangido e ele não vira para saber quem é,apenas continua fitando a paisagem,observando a imensa fabrica abandonada ao longe:

–Chefe...esta tudo pronto,fizemos a inseminação com as amostras que o senhor trouxe mais cedo.-Alic entra ao lado de Peter,sua voz soava desconfiada,e Samuel logo pode notar.

–Excelente.-ele diz com sua voz grave.-Se tudo der certo saberemos do resultado daqui a duas semanas.-Samuel vira para olhar os dois,eles parecem ficar ainda mais desconfiados.O chefe passa sua mão no queixo avaliando com cuidado cada rosto em sua frente.-Aconteceu alguma coisa fora de meu consentimento?

Alic engole em seco e Peter fica pálido:

–Claro que não senhor,tudo na mais perfeita ordem.-Peter sorri forçadamente.

Samuel dá um risinho sombrio,que faz os dois ficaram estáticos.Ele liga um computador de ultima geração e gira a tela de frente para os dois.Estava passando um vídeo,um vídeo que faz Peter suar a frio totalmente nervoso:

–Eu imagino que esteja tudo em ordem.-ele fala debochadamente.

As imagens mostravam Peter acertando em cheio o rosto de Mônica e logo em seguida puxando seu cabelo.Ele dá um passo para traz totalmente nervoso enquanto Alic o observava estático:

–Eu...eu só...eu...

Samuel desliga o monitor,sua expressão estava tão calma que chegava a ser sufocante,mas seus olhos...brilhavam sombriamente de um jeito sádico:

–Me diga Peter...o que foi que eu disse sobre tocar na cobaia?

–Eu...eu...-ele tenta se justificar sem sucesso.

Samuel passa as mãos pelo cinto bem devagar como se procurasse alguma coisa.O clima que havia se instalado no local estava tenso,tão tenso que parecia um pesado chumbo sobre as costas dos dois,fazendo-os sufocar.

Ele finalmente alcança o objeto em seu cinto e o puxa com cuidado.Era um revolver,o mesmo que tinha matado a Angel.Ele aprecia a arma em suas mãos e sorri com maldade:

–Chefe eu não quis...eu...-Peter treme ao ver o objeto fatal.-Por favor...

–Adeus Peter.

Samuel atira bem em sua nuca,o fazendo cair coberto de sangue.Alic arregala os olhos completamente branco como papel oficio:

–CHEFE...!?

–Saia daqui se não quiser levar o próximo tiro.

Dito aquilo Alic sai quase que imediato.Samuel grita para que escutasse:

–E mande alguém vir aqui para limpar essa sujeira.

“isso é para que aprendam,é isso que acontece com quem se atreve a entrar em meu caminho”

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Duas semanas depois.

Era um dia bastante frio e chuvoso,Mônica tremia enquanto se enrolava o máximo que podia no lençol fino.Ela tinha a corrente da Angel em seu pescoço,tinha a letra “M”,ela pensou no porque, mas logo lembrou de “Marise” a suposta mãe da Angel,talvez fosse por isso.Aquela correntinha a trazia lembranças boas e de certa forma não a deixava sozinha em seus pensamentos.

O barulho da chuva fazia com que seu estomago embrulhasse,até o gosto da comida que tinha comido mais cedo.

Sem aguentar mais aquele enjôo ela corre para o apertado banheiro e abre a tampa da privada,tendo ânsias horriveis enquanto apertava sua barriga e respirava fundo.

Ela vomita sem aguentar mais conter aquela sensação,tudo ao seu redor parecia enjoa-la ainda mais.

Ao terminar,ela levanta até a pia e lava seu rosto,ao olhar para o espelho fita sua imagem.Estava pálida com uma aparência um pouco doente,e...com um brilho estranho nos olhos.

A porta abre a tirando de seus devaneios:

–Garota? Esta ai?-ela reconhece aquele sotaque americano de qualquer lugar.

–Alic?-Mônica sai do banheiro dando de cara com o ruivo.

Ele parece curtir algum tipo de piada interna quando a vê:

–Nossa...nunca te vi tão viva.

Mônica lembra de quanto estava pálida,mas se mostra indiferente:

–O que você quer?-diz sem paciência.

O sorriso na boca de Alic some e muda para uma expressão mais séria:

–É hoje o dia do seu teste.-ele mostra um teste de farmácia em suas mãos Mônica percebe com deboche.

–Teste de farmácia? Pensei que tinham alguma coisa mais evoluída cientificamente falando.

Alic aperta os olhos para ela:

–Estamos passando por alguns improvisos,agora vá logo.

Ela pega o teste em suas mãos sem a menor delicadeza e fecha a porta do banheiro atrás de si ao entrar.

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POV´S MÔNICA

Eu estava no banheiro segurando aquele maldito teste,minhas mãos suavam só de pensar no que poderia acontecer.Eu não queria ser mãe...não agora.Jesus como é que eu vim parar aqui mesmo?

Calma Mônica,vai dar tudo certo,alguma coisa tem que dar certo na minha vida...não é? Não podia dar tudo errado,era impossível.

Faço o que tenho de fazer no frasco plástico e saio do banheiro o entregando para Alic.Ele bota o pequeno frasco em cima da cabeceira e mergulha o teste dentro dele,seu rosto esta sério e profissional.

Esperamos por um tempo que mais parecia esterno para mim em um silêncio pertubador.

Alic arqueia as sobrancelhas enquanto observa duas listras surgirem.Revezo meus olhares para ele e para o teste,totalmente tensa:

–O que significa?-tomo coragem cara perguntar.

Alic olha para mim e um sorriso perverso surge em seu rosto:

–Que você esta grávida.

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Meu mundo parece desabar,fico estática e sem fala,tudo ao meu redor parece passar em câmera lenta enquanto todo o teto caia por cima de mim em um peso esmagador.Eu...mãe?? não!! Não!! Por favor não pode estar acontecendo isso comigo!:

–Me dá isso aqui!-puxo o teste em minhas mãos tremulas e gélidas.

Arregalo os olhos,droga!!!!:

–Cadê a felicidade? Os gritinhos?-Alic ri com sarcasmo.

Uma onda de raiva esmaga meu corpo me fazendo ferver por dentro,jogo o teste contra a parede em uma explosão fúria:

–SAIA DAQUI!!!! SUMA AGORA!!!!-grito apontando para a saída.

Alic dá mais um risinho e se dirige a porta,mas antes de fecha-la me provoca pela ultima vez:

–Parabéns mamãe! O chefe vai ficar feliz com a noticia.

Jogo um travesseiro com toda força possível contra ele,mas Alic consegue fechar a porta a tempo.

Grito o mais alto possível segurando meu cabelo com força:

–EU ODEIOO MINHA VIDA!!! ODEIOOOOOOOOOO!!!!!!

Chuto com toda força o criado-mudo:

–O QUE EU FIZ PARA MERESSER ISSO?? O QUE??-caio de joelhos no chão,tentando inutilmente receber uma resposta digna para minha pergunta,mas tudo que recebo é o silêncio.

Meus Deus...um filho! Um filho!, eu ainda tenho quinze anos!!não faço ideia de quem seja o pai, e pior...eu sou virgem!! Eu...não estava preparada para isso ainda.

Grito ainda mais de fúria,eu não tive nem sequer o direito de escolher alguém que eu amasse para criar uma família,por dentro eu sabia o quanto estava assustada, e pior ainda...sozinha.

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POV´S AUTORA

Casa do Franja.

–Acha mesmo que ela pode estar ai?-Magali pergunta incrédula vendo a enorme fabrica na tela moderna do computador.

Franja vestia seu jaleco branco enquanto seus dedos movimentavam-se no teclado tão rápidamente que invejaria qualquer nerd.Seus olhos estavam centrados na enorme tela enquanto avaliava vários números e códigos que Magali não fazia ideia do que fosse.Marina olhava o namorado atentamente,ela conhecia o Franja muito bem,e sabia que ele estava se empenhando ao Maximo para achar a amiga:

–Não Magali.-ele finalmente para de teclar e olha para as duas,apontando para uma área especifica do monitor.-Essa é a localização próxima de onde ela pode estar,eu avaliei o terreno através de imagens de satélite,e olhem o que eu achei...

Franja mexe no mouse diminuindo o zoom da imagem.Magali e Marina avistam toda a área deserta ao redor da fabrica,não tinha absolutamente nada:

–Não estou vendo nada.-Marina olha para todos os cantos da imagem.

Franja diminui ainda mais o zoom.As duas finalmente avistam outra instalação um pouco longe da fabrica,parecia uma espécie de hospital abandonado:

–Um hospital?-Magali pergunta abismada.-Tem certeza ?

Ele tira os óculos e vira a cadeira para as duas,sua expressão estava séria e cansada:

–Não posso dar cem por cento de garantia,mas...sim,eu tenho quase certeza que é aqui que a Mônica esta,é a única instalação perto da fabrica,e está abandonada,mas vejam isso.-Franja dá um bom zoom no hospital,mostrando a estrutura.-Mesmo estando abandonado ele parece bem conservado...

Magali olha para a estrutura,ele tinha razão,o Hospital não parecia tão decadente,talvez fosse mais resistente ao tempo,mas talvez... realmente estava sendo ocupados por bandidos:

–E o que vamos fazer a respeito?-Marina pergunta com uma certa expectativa na voz.

Franja limpa a testa um pouco úmida.Os três estavam em silencio,Magali estava tão anciosa que teve vontade de gritar com o amigo para que ele falasse logo,ao invés disso ela se controla.

Ele novamente fica sério e não responde nada.Franja ativa a impressora que imprime o mapa completo da região ao redor da fabrica:

–O que você está fazendo?-Magali pergunta confusa enquanto morde os lábios com expectativa.

Franja finalmente a olha com o mapa em mãos e dá um sorriso cansado ao mesmo tempo que vitorioso:

–Magali,ligue para policia.Hoje daremos uma missão de verdade para eles.

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POV´S MÔNICA:

Estava de noite,mais necessariamente de madrugada.Eu estava quieta como nunca antes sentada em minha cama abraçada com minhas pernas e olhando para o nada,era isso que minha vida tinha virado...nada,cinzas,pó.

Tive o dia todo para pensar em tudo que tinha acontecido em apenas dois meses.No passado eu com certeza não acreditaria se me dissessem que eu iria ser sequestrada por um bando de cientistas malucos e obcecados por dinheiro para passar as piores situações da minha vida e mais o importante...que eu ficaria grávida.

Eu sentia raiva,raiva de tudo e de todos,menos ...dele,acaricio minha barriga ainda pequena demais para perceber.No inicio confesso que não queria saber de jeito nenhum desse bebê,mas tive tempo para pensar melhor.Eu não tenho culpa alguma do que aconteceu...mas ele menos ainda,era apenas um bebê,MEU bebê.Não importa se foi feito do jeito “tradicional” ou não,inseminação ou não, nada ia mudar o fato de que era o meu filho,sangue do meu sangue,carne da minha carne.E eu...ia ser mãe.

Este bebezinho era a única luz que eu podia enxergar naquele túnel escuro.

Sem perceber toco no colar da Angel em meu pescoço,ela também era apenas uma criança,uma criança que me dava alegrias mesmo em um ambiente de tristezas.Eu não queria que meu filho crescesse em um lugar destes como ela,eu não perderia mais uma pessoa que eu amava.

Era incrível o quanto meu amor por aquele serzinho crescia cada vez mais só de pensar nele.

Pense como se estivesse sozinha,longe de sua família e amigos sem saber se um dia iria voltar a vê-los e que agora você tinha uma pessoa ao seu lado,e que ela era nada mais nada menos que a pessoa que você mais ama nessa vida:

–Eu vou tirar agente daqui filhote,mamãe promete.-acaricio minha barriga e sem perceber deixo um sorriso bobo escapar.-Não vão tocar em você.

Mas alguma coisa interrompe nosso momento,era um barulho alto de...tiros??

Levanto desnorteada da cama enquanto meu coração batia a mil por hora:

–PORRA!!! DEVE SER UMA QUADRILA SAQUEANDO O LOCAL.-Ouço um cara gritar do lado de fora,ai meu Deus! Uma quadrilha?-VÃO LOGO SEUS IDIOTAS,METAM BALA ANTES QUE ELES INVADAM!

INVADIR??,minha mão vai na mesma hora para minha barriga.Essa definitivamente era a hora para sair daqui.

Bato na porta com força com o meu plano em mente:

–SOCORRO!!! SOCORRO ELES ENTRARAM POR AQUI! ME AJUDEM!!-grito o mais alto que posso.

Ouço a grade ser aberta e logo em seguida a porta.No mesmo momento saio correndo como nunca antes esbarrando com o cara,a adrenalina movimentando minhas pernas e me guiando pelos corredores brancos:

–PORRA!! ELA VAI ESCAPAR!!-um dos caras vem atrás de mim mas é impedido pelo companheiro.

–Deixe ela ir,vai morrer antes que saia pela porta!-ele vira e olha para os outros caras armados.-VÃO VÃO VÃO!!! DEFENDAM O TERRITORIO!

Desvio para o outro e longo corredor,as sirenes vermelhas tocavam com um barulho enlouquecedor e iluminava o local com luz vermelha.

Reconheço o caminho e empurro a grande porta dupla entrando no pátio do hospital.

Fico pálida e estática,a minha vontade era de gritar.O pátio estava coberto de sangue e corpos.Meu olhos ardem,eu nunca mais esqueceria essa cena.

Corro mais que minhas pernas podem suportar,a adrenalina pulsando em minhas veias e controlando minha respiração ruidosa.Avisto a porta da saída,nada iria me impedir agora:

–HEYYYYYYYY!!!-ouço alguém gritar atrás de mim,viro meu rosto em direção a voz sem parar de correr,era o Alic.-NÃO SE ATREVA A SAIR!!!!

Não o obedeço e continuo a correr,ouço um barulho de tiro e viro novamente.Alic estava caído no chão coberto de sangue a poucos metros de mim.

Grito de pavor ao ver a cena e minha cabeça gira completamente pertubada pelo que tinha acabado de ver.

A porta de saída estava a centímetros de mim,a empurro com toda força e sou recebida pela forte chuva.

Ouço o som da artilharia pesada la dentro,tiros e gritos combinando na perfeita sintonia de guerra.

Corro ainda mais depressa pelo gramado morto e encharcado.Um raio ilumina o céu fazendo com que eu caísse.

O barulho de chuva era infernal,o escuro dificultava minha visão e o barulho dos raios me deixava perdida.

Levanto sem fraquejar e continuo a correr desesperadamente e sem rumo.Eu odiava chuva,eu tinha medo,muito medo.Tudo de pior que tinha acontecido na minha vida vinha seguido de tempestades.Meu sequestro,a morte de Angel...

Sou surpreendida por um alto barulho de explosão,olho para trás,meus olhos se arregalam e tento conter o grito de pavor enquanto observo aquele maldito hospital queimar em chamas em minha frente:

–AHHHHHHHHHHHH!-grito com a mão abafando minha própria voz.

As lágrimas ensopando minha face juntamente com a chuva.Esse era meu passado indo embora feito cinzas...tudo isso virando pó.

Corro sobre a enorme e encharcada campina,os gritos de corpos vivos queimando ecoando pela minha cabeça como flechas flamejantes .

Entro na densa mata,eu estava viva...eu estava aqui fora!!!

Corro desviando de todas as arvores e galhos a minha frente,os trovões fazendo um grande barulho como tambores mortais.

Minha visão e todo meu corpo guiados pelo instinto de sobrevivência.Corro não sei por quanto tempo,minutos,horas talvez.

A única coisa que sei é que avisto a enorme estrada a minha frente enquanto um carro quase me acerta em cheio mas consigo passar a tempo.

Meus pés ardem enquanto minha visão fica turva.Coloco minha mão na barriga por instinto enquanto repetia para mim mesma que tudo ficaria bem.As luzes do farol passam por mim como vultos luminosos.Talvez eu tenha perdido completamente a noção do tempo,pois a ultima coisa que avisto antes de apagar é um beco frio e sombrio.O resto era apenas escuridão iluminada pela lua alaranjada brilhando lindamente no céu.Esse... finalmente seria o novo começo.


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Notas finais do capítulo

E ai pessoal? o que acharam? o capitulo foi um pouco corrido porque eu já tenho muitas ideias em mente para essa nova fase ;) não esqueçam de comentar o que acharam!



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