Flower of science escrita por Berry Baker


Capítulo 13
Irmãos de sangue


Notas iniciais do capítulo

Hiii peoples! bem não vou fazer uma nota muito grande porque agora(a hora que eu postei) é madrugada,tipo...uma da manhã,então eu to parecendo um zumbi e pensando como uma,hauhauhuahua,por isso esse capitulo merece mais cometários!! sim...eu estou fazendo chantagem emocional,beijos na bunda! :D



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Capitulo anterior:

“ –A um mês atrás quando eu te contei tudo...não pensei que você já a amasse tanto.

Arregalo os olhos e fico ainda mais curiosa,do que eles estavam falando???:

–Tem razão Marise,eu nem sequer sabia da verdade mas já a amava de um jeito inexplicável desde o dia que a vi.No fundo meu coração já sabia que... que a Mônica é a minha irmã.”

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POV´S AUTORA:

Mônica escutou cada palavra com espanto,seus olhos estavam arregalados.e a cor esvai de seu rosto.Para ela era como o mundo tivesse congelado do nada e quebrado em mil pedaços antes de dar uma volta completa de trezentos e sessenta graus.

Ela engasga ainda pálida e fria como gelo,e sem pensar duas vezes abre a porta com força:

–EU SOU O QUE???-fala completamente abismada.

Os dois saltam da cadeira e a olham pasmos e completamente surpresos.Mônica ainda estava mais apavorada que os dois,será que tudo que ela conhecia era mentira? Será possível que mesmo depois de tudo as coisas ainda sim fugiam de seu controle como água escorrendo pelas mãos??:

–M-Mônica..-Adrian engole em seco e congela sem conseguir falar absolutamente nada.

Ela ainda segurava a maçaneta da porta com uma expressão de espanto sem piscar os olhos:

–Eu sou...eu sou...SUA IRMÃ?-diz sem conseguir controlar a fúria,entra no laboratório e fecha a porta fortemente atrás de si.

Marise levanta uma das mãos com leveza na tentativa de acalma-la:

–Podemos explicar.-tenta dizer com a maior calma possível,mas ainda continha uma expressão de surpresa em sua face.

–Eu achei que podiam.-ela diz com um certo deboche escondendo o sentimento que estava crescendo cada vez mais dentro de si: o medo.

Adrian e Marise trocam olhares ansiosos.Ele da um passo a frente fazendo Mônica recuar,ela não queria seu conforto,estava assustada o suficiente:

–Mônica...fica calma...

–CALMA?? CALMA??-ela explode olhando para Adrian.-A QUANTO TEMPO SABIA DISSO?? PORQUE ME ESCONDERAM??

Marise respira fundo tentando aliviar a tensão:

–Mônica querida,deixe-nos explicar.Lembre-se do bebê.

Mônica parecia alguma espécie de bicho acuado preste a atacar,mas atacar por puro medo,medo dos predadores...que nesse caso era a verdade,ela não queria saber que toda aquela família que ela conheceu...talvez fosse mentira.:

–Comece a explicar.-ela lança um olhar matador para Adrian que estremece.

Adrian mais uma vez dá um passo a frente a fazendo recuar ainda mais,ele olha para baixo com um olhar triste e finalmente fala:

–Somos irmãos Mônica,irmãos de sangue,é verdade.

Mônica sente-se como se tivesse sido golpeada no rosto com força,ela tinha ouvido anteriormente,mas aquelas palavras fizeram com que caísse na realidade:

–Eu sou...sou adotada?.-ela sente seus olhos arderem ao ouvir aquela palavra sair dos seus lábios.

Adrian parece dar um passo para trás surpreso com a ideia da jovem:

–Não,você não é adotada.-ele dá alguns passos em sua direção,dessa vez Mônica não recua,estava estática com um medo crescente tomando seu corpo,ela apenas desvia seu olhar do dele.-Deixa eu te explicar.

Era uma suplica.Adrian segura sua mão e a guia até a cadeira de escritório.Mônica senta pesadamente como se estivesse desabado,estava chocada com tudo aquilo e sua cabeça explodia tentando assimilar cada palavra,era informação de mais.

Marise senta bem a cadeira da frente e Adrian senta ao lado da irmã,a olhando preocupadamente.Mônica não olha para nenhum dos dois,estava tão perdida quanto uma sacola plástica voando aos ventos:

–Mônica...-Marise começa com bastante cautela e doçura.-Preste atenção,não estamos contra você lembra?,não fique com medo de saber a verdade,porque ela lhe pertence.

Mônica apenas faz um positivo enquanto seus olhos ardiam já distantes dali,ela passa a mão no cabelo preso em um coque em completa confusão.Adrian estava tenso mas começa a explicar:

–A Marise contou a você que eu sou adotado.-ele escolhe essa frase para começar,Mônica apenas concorda com um gesto.-Pois bem,eu fui adotado e tive uma irmã adotiva também,ela não tinha meu sangue mas eu a amava do mesmo jeito.-Adrian suspira como se falar da irmã fosse algo muito difícil para ele.-Mas eu odiava os meus pais adotivos,e no fundo eu também sabia que eles me odiavam,a minha irmã era a única a quem eu amava naquela casa.Quando eu fiz 14 anos ela foi sequestrada e virou cobaia,isso a Marise também contou.Dai eu vi com meus próprios olhos que meus pais nem sequer a procuraram,eles não chamaram a policia,não fizeram nada.Então eu fiquei inconformado e decidi fugir de casa e procura-la.,ela era a minha única família de verdade.-ele para por um instante e seus olhos parecem arder.-Eu passei um mês nas ruas a procura de pistas,e por incrível que pareça encontrei algumas,eram poucas...mas suficientes,eu descobri que minha irmã havia sido sequestrada por uma programa clandestinos de testes em humanos e tentei de tudo achar pistas de quem era o mandante para que pudesse por o canalha atrás das grades.Foi na procura dessas pistas que a Marise me encontrou,ela me ofereceu um lar pois eu não queria voltar para junto dos meus pais adotivos.-Adrian e Marise trocam olhares de afeto por alguns segundos.-Ela me ajudou a descobrir sobre o caso da minha irmã e ai...

Adrian perde a fala pois sua voz havia falhado,Mônica olha para ele e por um momento cobre sua mão pesada sobre a mesa de vidro com a sua,ela não queria fazer-lo lembrar de tudo:

–Deixe para lá Adrian,tudo bem,não precisa fazer isso.-diz sentindo seu coração se apertar ao ver o irmão daquele jeito.

–Não.-ele diz com firmeza.-Você tem o direito de saber.

Marise entende o recado e continua,poupando o jovem de tocar no assunto:

–O que ele ia falar é que... durante as pistas descobrimos que o casal adotivo era na verdade pessoas a serviço do Samuel.-ela diz fazendo Mônica ficar boquiaberta e chocada.-Eles selecionavam crianças resistentes para serem cobaias ao crescerem e o criavam,falsificando documentos de adoção,e ganhavam muito dinheiro por isso.-Ela suspira como se fosse algum tipo de historia macabra e cansativa.-Então o que quer dizer que a irmã de Adrian não foi sequestrada mas sim entregue.

Mônica cobre a boca com as mãos tentando esconder o espanto,Adrian fecha os olhos por alguns momentos como se estivesse sentindo dor:

–Então se eles falsificavam os documentos de adoção...como é que eles coseguiram os dois?- pergunta abismada.

Marise fica mais séria e seus olhos brilham exalando tensão:

–Eles roubavam.-diz fazendo Mônica segurar o ar pesado e escuro dentro de si.-A mulher era enfermeira de um hospital e selecionava as crianças e com a ajuda do seu marido que era médico davam a falsa noticia de que o recém-nascido havia morrido.Era tudo muito planejado,o medico falsificava exames e outras provas para que parecessem reais,e ai os pais acreditavam.-Marise passa a mão na testa ficando cada vez mais séria,ela olha diretamente para Mônica dessa vez com seus olhos concentrados.-Foi nesse hospital que a sua mãe deu a luz ao seu primeiro filho,Lucas Souza.

O susto de Mônica é tão grande que faz com que dê um pequeno pulo na cadeira,ela fica mais branca que papel oficio ao ouvir esse nome,e tudo que lembra é que...a sua mãe já havia o citado uma única vez a anos.Ela cobre a boca com as mãos totalmente perdida:

–Lucas G..

–Lucas Gabriel Souza.-Adrian repete afirmativamente como se estivesse se imaginando com esse nome e logo faz uma cara esquisita ao analisa-lo.

Mônica encosta suas costas fortemente contra a cadeira como se tivesse desnorteada:

–Minha mãe me contou sobre ele uma vez a muitos anos,mas pediu para que eu nunca tocasse nele porque ela...não aguentaria.-ela diz para si mesma ainda absorvendo tudo aquilo.-Ela disse que...ele havia morrido.

Marise a olha e seu olhar exalava compaixão e tristeza por ela e por Luisa,ela mais que ninguém sabia o que era perder um filho:

–Pois é Mônica,mas seu irmão não morreu.Ele foi roubado e arrancado dos braços dos seus pais para virar cobaia,mas fugiu a tempo quando foi procurar pela irmã,ele não desconfiava de nada,vai ver por isso odiava os pais adotivos,ele sabia que no fundo eles não prestavam. Dai...os Souza tiveram uma filha depois de alguns anos,no caso...você.

Mônica olha para Adrian e eles se olham por alguns segundos com um olhar cheio de emoções conflitantes,ele então decide continuar ainda olhando em seus olhos:

–Eu cresci sem saber da verdade.E não sabia de nada sobre nos quando te conheci Mônica,eu só...sentia algo diferente.-ele diz fazendo com que ela sorrisse melancolicamente.-A um mês atrás eu estava procurando informações sobre meu roubo como eu sempre fiz,desde que descobri da verdade me empenho a colocar aquele casal atrás das grades junto com o Samuel.Sendo que dessa vez foi diferente...consegui invadir os registros do hospital pelo computador,e encontrei meu registro de nascimento,fui o único bebê do sexo masculino a nascer naquela data no hospital,e para minha surpresa...o nome dos seus pais estavam nele.

Mônica permanece quieta totalmente sem palavras.Marise decide esclarecer ainda mais:

–O Adrian me mostrou o registro e eu fiquei espantada e surpresa,nunca imaginaria isso.-ela da um sorriso contido.-Mas apesar das provas...ainda era muito incerto,então ele me pediu para fazer um exame de DNA.Aproveitei que estou fazendo seu pré-natal e utilizei um pouco do seu sangue que retirei para fazer o exame e levei a um hospital para garantir que a resposta fosse cem por cento segura,e...deu positivo.Você e o Adrian são irmãos.

Mônica parece petrificada por alguns instantes,sua cabeça dói,mas algo bom invade seu corpo como uma onda de choque,o ar parece ficar leve como nunca antes.

Ela olha para Adrian e libera o ar que estava preso esse tempo todo em sua garganta,expulsando a tensão dentro de si.Ela percebe que seu rosto assim como o dele estava molhado pelas lágrimas.Os dois sorriem ao mesmo tempo,um sorriso enorme que se esboça nos olhos que brilham de...felicidade.Sim,ela estava feliz,Adrian era o seu irmão,e esse irmão...era alguém que ela amava:

–Adrian...-Mônica diz sentindo seu coração esquentar dentro do peito como uma chama crescente parecida com quando abraçamos alguém da nossa família depois de anos sem vê-la.

O ar parece ficar ainda mais leve e quase imperceptível,era um sentimento tão forte que quase chegava a ser papável,ele saia dos dois como um manta poderoso e inquebrável,ninguém poderia desfazer esse momento.

“Foi o destino” pensou Mônica,tantas pessoas nesse mundo e mesmo assim nos encontramos.Agora aquela sensação familiar que Adrian a provocava fazia sentido.”temos o mesmo sangue,somos da mesma família”.

Os dois levantam por impulso e sem se controlar mais se abraçam,um abraço forte e fraterno,cheio de sentimentos pairando sobre eles.Mônica enterra sua cabeça em seu ombro,ela não podia parar de pensar que mesmo antes de saberem a verdade...eles já tinham algo especial.

Marise sorri ao presenciar a cena e dá um sorriso que faz seus olhos brilharem.Mas os dois não parecem nem sequer perceber,tudo em volta parecia ter desaparecido,era um momento particular para os dois.Eles ficam abraçados por incontáveis minutos sem nem sequer ficarem sem graça,apenas estavam perdidos naquele universo tão novo mas que ao mesmo tempo parecia estranhamente conhecido.

Por fim eles se afastam e encaram um ao outro,um lágrima rola sobre a face de Mônica e ela sorri largamente:

–Com essa melancolia toda duvido que você ainda vá assistir pornô.

Adrian por um minuto arregala os olhos surpreso e depois gargalha o mais alto que pode.Marise franje a testa para ele:

–Não importa o que aconteça garotinha,eu SEMPRE estou em clima para filme pornô.

–COMO É QUE É?-Marise exclama surpresa.-Nananinanão,nada de filme pornô na MINHA TV Adrian!!!

Adrian ri ainda mais indo rapidamente em direção a porta:

–Qual é o canal da playboy?-brinca fazendo Mônica rir,mas Marise parece ficar vermelha de raiva.

–Adrian quero explicações!! Não pago TV a cabo para você e o Mark assistirem porcarias.

Ele sai dali rapidamente fugindo das reclamações da Marise e fechando a porta atrás de si:

–VOLTE AQUI MOCINHO!! EU AINDA NÃO TERMINEI!!!-ela abre a porta reclamando como nunca.

Mônica ri ao acompanhar a cena pelo corredor.Adrian faz caretas engraçadas enquanto corre da Marise,com uma almofada na mão para se proteger:

–To brincandooo!!! –ele corre pulando para o outro lado do sofá e ela o acerta com outra almofada.-AIIII!!! EU VOU ASSISTIR TELETUBBIES MULHER!!!

Mônica gargalha com as mãos na barriga já vermelha e quase sem ar.Ela pensa em seu bebê e diz para si mesma ”é filho...esse é o seu tio” ela sorri ainda mais com o coração quente “esse é o meu irmão”.

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O quarto escuro era iluminado apenas pelos feches de luz sombrios que passavam pelas frestas da cortina,a luz vinha dos postes lá de fora que mal conseguiam iluminar a rua.Alguém abre a porta do quarto,a pessoa continua olhando para o teto completamente impassível:

–Esta feito.-o homem avisa com um sorriso perverso.

A pessoa sorri e seus olhos brilham como relâmpagos contidos entre nuvens negras:

–Excelente,a família da Mônica não vai mais me incomodar agora que todos pensam que ela esta morta..-fala enquanto desvia seu olhar para o homem sem levantar da cama.-Me diga meu caro...onde arranjou o corpo e como conseguiu convencer os oficiais?

O homem sorri com uma pitada de divertimento na voz:

–Roubei um corpo carbonizado,não foi fácil mas tenho uns esquemas...pode ter certeza que não vão achar nenhuma prova.E os oficiais...bem,aceitaram o suborno,dobrei a conta para que ficassem calados.

A pessoa se espreguiça como se nada tivesse acontecido e dá um largo sorriso:

–Excelente,logo logo ficaremos ricos.

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Bairro do Limoeiro:

–FILHO!!! FILHO!! ABRE ESSA PORTA!!-dona Cebola batia insistentemente na porta do filho desde que o mesmo subiu correndo como nunca e soluçando.

Dentro do quarto de Cebola havia uma imensa escuridão,as luzes estavam todas apagadas,mas a pior de todas elas era o do seu peito,era como se ainda existisse alguma luz de esperança,mas agora...ela estava apagada definitivamente .

Cebola atira um objeto fortemente contra a parede,talvez o chão estivesse cheio de estilhaços pois ele já tinha feito isso várias vezes.Cebola chora inconsolavelmente, o que aconteceu não tinha retorno:

–Filho...por favor,deixa eu te ajudar.-Dona Cebola suplica do lado de fora.-Eu posso chamar seu pai do trabalho também ,você quer?

Ele não responde absolutamente nada pois os soluços o impediam,a única pessoa que poderia resolver esse problema era a Mônica.

Cebola joga outro objeto as cegas contra a parede,mas o mesmo quebra fazendo um barulho de vidro e isso chama a sua atenção.Ele liga a luz do pequeno abajur em cima do criado mudo e desvia seu olhar para o chão.

Era um porta retrato.Cebola se agacha e fita o objeto estilhaçado com curiosidade,ele puxa a foto de dentro dele que sai com um pouco de vidro.Ele segura a foto em suas mãos e a vira,no mesmo momento se arrepende.

Seu coração parece ser arrancado do peito criando um enorme vazio.A imagem mostrava ele e a Mônica juntos,ela estava em suas costas enquanto Cebola segurava suas coxas para que não caísse,ele sorria de uma maneira tão plena que nem se lembrava quando foi a ultima vez que sorrira assim,Mônica tinha uma expressão apaixonada enquanto beijava sua bochecha docemente,em seu pescoço estava o colar de coelhinho azul que sempre usava desde que Cebola havia lhe dado:

.-Se eu pudesse...-diz baixinho enquanto fitava a foto.-Faria tudo diferente,nunca perderia aquele tempo tentando derrotar você,eu aproveitaria cada ultimo segundo.

Cebola fala sentindo o pesar de cada palavra,só nesses momentos percebíamos o quanto o tempo era precioso e o jogamos fora dando atenção ao que podemos deixar para depois ou com o que não importava.Só quando perdíamos é que descobríamos o quanto a pessoa valia.Se ele soubesse o quanto estava perdendo... o quanto tempo estava desperdiçando...

Cebola levanta e as lágrimas caem em seu rosto,uma onda de fúria toma seu corpo fazendo com que fechasse as mãos em um punho e amassando a foto.Ele joga a imagem para longe e começa a esmurrar a parede com força.

Sentia-se frustrado e vazio como nunca,o dia do jantar insistia em torturar sua mente.Ele havia dito que não queria mais ver-la,ele queria que ela fosse embora...e ela foi...para sempre.

Cebola esmurra a parede com ainda mais força fazendo suas mãos doerem,ele não sabia do que estava com raiva,talvez de tudo.Dele,dos policias que não a acharam,pela a morte dela...

Ele finalmente para de socar a parede e encosta sua cabeça na janela totalmente exausto e suado,ele decide extravazar sua ultima gota de energia e por todos aqueles sentimentos esmagadores e sufocantes para fora.Agarrando com força o cabelo:

–AHHHHHHHHHHHHHHHH!!

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POV´S MÔNICA:

Eu estava deitada na cama agarrada ao travesseiro,meus olhos fitavam atentamente o colar que eu mesmo tinha pendurado na cabeceira da cama,era o colar de coelhinho.No meu pescoço estava o colar da Angel que tinha escrito “M” de Marise,ela tinha deixado eu ficar com o colar pois queria respeitar a vontade da filha.

Eu amava os dois,mesmo que eu não soubesse exatamente quem tinha me dado o de coelhinho,só sei que...ele era muito especial.

Toco de leve no colar o avaliando cautelosamente e sinto um arrepio bom percorrer meu corpo na mesma hora:

–O que será que é isso filhote?-pergunto ao meu filho mesmo que ele ainda não possa responder.-Porque será que eu sinto algo estranho por causa desse colar?

Passo meu polegar com uma doçura ,que eu nem sei de onde vinha, sobre o pingente,de repente um pensamento invade minha cabeça como uma onda agressiva,”Te amo” ouço uma voz aparentemente familiar e logo ela some.Arregalo os olhos confusa e minha cabeça dói um pouco:

–Eu acho que mamãe está precisando de uma água!-digo enquanto passo a mão na barriga já fora da cama.-Só vem acontecendo coisas loucas ultimamente,isso definitivamente não esta me fazendo bem.

Digo e tenho a impressão de mãe que ele pode me entender,saio do meu quarto impecavelmente arrumado e normal(já que não tinha posters e nenhum móvel fora do comum) e abro a porta passando pelo corredor de paredes escuras.

Esfrego as mãos nos meus olhos com sono e minhas pernas parecem bambas,bocejo enquanto luto para manter meus olhos abertos.Devia ser umas duas da manhã.

Esse dia havia sido um dia e tanto,definitivamente:

–Você também esta dormindo ai dentro?-pergunto bobamente para minha barriga de três meses,ser mãe torna agente assim mesmo hehehe.

Um barulho estranho chama minha atenção,parecia um...gemido? aperto os olhos investigando o local cautelosamente,será que...era os meninos assistindo coisas indecentes lá embaixo?

Não,não pode ser,penso comigo mesma.O barulho estava perto demais,talvez fosse do...banheiro?? arregalo os olhos e ando um pouco mais adiante até parar na porta,ouço mais um gemido baixo vindo de lá de dentro,era daqui mesmo que estava vindo.

Pode me chamar de enxerida, mas encosto o ouvido na porta para saber do que se tratava,eu não aguentava de curiosidade,por um minuto me senti a própria Denise.

Ouço sussuros abafados pela porta,espera...eram duas pessoas?? Engasgo fazendo barulho e coloco as mãos na boca instintivamente,mas seja lá quem for...parece estar se divertindo o bastante para escutar.

Finalmente posso indentificar as vozes sussurantes:

–Eu te amo Lice,amo demais!-meu queixo cai ao ouvir aquela voz...era o meu irmão!

–Eu também te amo Adrian...muito.-Alice diz com uma voz doce como a de Adrian e logo em seguida ouço o barulho dos seus lábios se encontrando.

Estou pasma e meu queixo simplesmente parece não querer voltar para o lugar,os dois juntos?? Tudo bem que eu já desconfiava um pouco...eles viviam provocando um ao outro o tempo todo:

–Quer casar comigo ter cinco filhos dois cachorros e três gatos?-Adrian pergunta com um tom doce e brincalhão.

Posso ouvir o risinho da Alice entre sua respiração ruidosa :

–Que tal seis filhos?-ela entra na brincadeira.

Adrian ri:

–Insaciável senhorita Alice...gosto disso.-ele diz tão baixo que tenho que me esforçar para ouvir,com certeza estava sussurando em seu ouvido.

Ouço mais barulhos de beijos apaixonados e mais um gemido,coro no mesmo instante como um pimentão só de imaginar o que eles estavam fazendo.

Paro de ouvir me sentindo culpada por ter feito isso,definitivamente eu me senti a Denise.Não ouça isso filhote,não ouça! Penso comigo mesma lembrando do meu filho,é um alivio para mim que ele ainda não possa ouvir.

Na mesma hora que vou dar uma passo a frente ouço uma voz:

–Mônica?-congelo na mesma hora como se tivesse sido pega no flagra,mas quando eu viro era o Mark.

Dou um longo suspiro de alivio,ele arqueia a testa confuso:

–O que você...?-mas para assim que “ouve” determinadas coisas,ele faz uma expressão que mais parece dizer”what the fuck?” mas fica vermelho logo em seguida.-Ah...ta.

Ele passa a mão pelos cabelos loiros ficando sem graça,ele definitivamente era o sobrinho da Marise:

–Eu...eu só....-tento me explicar mas ao invés disso sorrio amarelo.-Err...estou com sede,você não?

Mark concorda,mas talvez era porque estava sem graça.Descemos até a cozinha bastante simples e rústica,e que era bastante confortável.

Abro a geladeira e nos dois não falamos uma palavra sequer,havia sido muito constrangedor.Decido quebrar o silencio quando começo a encher meu copo com a jarra:

–Eles estão a muito tempo juntos?

Mark me olha curiosamente como se acabasse de fazer essa pergunta a si mesmo :

–Se estão eu não sei.-ele dá de ombros mostrando seu sorriso simpático.

Dou um curto risinho ainda em efeito do sono,se a Denise estivesse aqui...ela chamaria o que tinha acabado de acontecer de “bafão gritaria”,e realmente tinha sido um bafo daqueles.Indico a jarra em minha mãos perguntando se ele também queria,Mark concorda e começo a encher seu copo:

–O Adrian não faz o tipo que gosta de contar o que faz.-digo com uma pontada de ironia na voz.

–Tem razão.-Mark sorri e pega o copo que lhe entrego.-Obrigado.-diz e toma um gole.-Eu acho que a pessoa a quem ele revela mais coisa é a você.

O olho surpresa :

–Ah é?

–Sim,não percebeu Mônica? ele te tratava como uma irmã antes mesmo de saber a verdade,ele gosta muito de você.

Engasgo com a água e logo depois o fito ainda mais surpresa:

–Você sabiam?-ele confirma.-Tava todo mundo sabendo e eu não?Quando iriam me contar?-faço uma cara emburrada.

Mark ri um pouco e pousa o copo vazio no balcão:

–Achamos que era meio perigoso contar agora por causa do bebê, emoções muito fortes podem ser perigosas.

Faço bico e por um breve instante Mark me examina me fazendo corar,ele para ao chegar em meu cabelo e vira a cabeça meio que de lado parecendo curioso:

–Porque você sempre está com o cabelo amarrado em um coque?

Minhas mãos inconcientemente vão até meu cabelo:

–Porque o meu cabelo é MUITO grande,as substancias das experiências fizeram esse efeito.-Digo e Mark me olha com pena,como se estivesse triste ao ouvir aquilo,eu odiava que sentissem pena por mim então decido falar outra coisa.-Acredite...se eu soltar-lo ele provavelmente vai estar nos joelhos.

Mark finalmente ri me fazendo ficar aliviada,ele tinha um sorriso branco e perfeito :

–Então corta,a Alice sabe muitos penteados bacanas,porque não tenta?

Faço uma cara pensativa:

–Hum...vou pensar no caso.-digo e bebo a restante da água do copo,sinto uma fome enorme apertando meu estomago com força.Ai filhote,tão tarde assim?

–Boa noite.-Mark diz e vai caminhando em direção a porta,antes que eu responda ele vira e me olha curioso.-Não vai dormir?

–Err...é porque alguém decidiu fazer uma boquinha.-digo apontando para minha barriga.

Ele ri balançando a cabeça negativamente :

–Eu pego um prato para você.-ele diz e antes que eu negue ele abre o armário.

Sinto uma tontura fora de hora e minha visão fica um pouco turva,minhas pernas fraquejam e antes que eu caia no chão Mark me segura:

–Você esta bem?-pergunta com os olhos arregalados de preocupação.

Percebo logo de cara que estávamos muito perto um do outro,coro e minhas bochechas ardem,as palavras não saem por um bom tempo enquanto nos encaramos,Mark que estava olhando para meus olhos agora olhar para meus lábios:

–Eu...-tento responder ruborizada,mas ele me cala encostando seus lábios nos meus.

Por um minuto fico surpresa e não tenho tempo para recusar seu toque,Mark me laça com suas mãos de uma forma carinhosa e toca meu rosto de leve.Nossas línguas se encontram,e ele fecha os olhos assim como eu.

Mark vai andando para frente até me encostar em um dos armários sem interromper o beijo.Ele beijava tão carinhosamente e de um jeito tão leve que me fez pensar se era real.

Sinto o gosto doce e caloroso de sua língua enquanto sua mão passeia pelo minha cintura,ele era romântico.

Por algum motivo minha mão vai até seu cabelo e quando chega até lá minha mão se fecha como se esperasse por algum fio incomum,mas não o encontra,meus olhos se abrem rápidamente como estivessem sido despertados,me afasto de Mark parando o beijo abruptamente,eleparece completamente confuso e me olha:

–O que houve?-pergunta com preocupação.

O fito com os olhos arregalados e a respiração ofegante como se estivesse beijando um príncipe e ele tivesse virado um sapo ao terminar:

–M-Mark...me desculpe,isso foi...errado.-gaguejo e sem pensar duas vezes saio rápidamente da cozinha.

Subo as escadas praticamente correndo e ouço seus passos logo atrás.Alcanço meu quarto e entro fechando a porta logo atrás de mim.

Esbarro pesadamente com as costas na parede.Algo dentro de mim dizia que aquilo havia sido errado,mas o mais estranho era que eu parecia procurar alguma coisa no Mark...alguma coisa da qual eu não encontrei.E isso por algum motivo me deixou profundamente frustrada.

Coloco as mãos no rosto de uma jeito exausto,todo o dia passava diante dos meus olhos,e definitivamente havia sido um dia para lá de movimentado.Minha cabeça tilintava tentando processar cada detalhe.de hoje.

É muita coisa para minha cabeça.Meus olhar vai na cabeceira da cama até que eu veja o colar de coelhinho,minha nuca arde de tanta dor,coloco as mãos nos ouvidos,eu sei que tinha haver com esse colar...ou com a pessoa que me deu,mas porque eu não lembrava?? Eu queria me lembrar,talvez tivesse sido alguém da turma.

Praticamente caio na cama de exaustão,aquele vazio ainda estava lá,um sentimento de saudade me toma como uma faca impiedosa e cortante,decido me entregar ao sono e a última coisa que eu vejo é aquele pequeno pingente balançar sobre minha cabeça me trazendo lembranças e sentimentos felizes e verdadeiros dos quais eu infelizmente... não podia lembrar.Mas de uma coisa eu sabia...eu ainda podia senti-los cada vez mais vivos e fortes dentro do meu peito.


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Notas finais do capítulo

Ei pessoas?? o que acharam? amaram? odiaram? deixem seus comentários e façam uma sonambula feliz!!! ;D beijos na bunda de vocês!



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