Olhos de Sangue, série Bombas de Sangue escrita por scpereira


Capítulo 15
Kathéptis


Notas iniciais do capítulo

Leitores fantasma, oi como vocês estão?
O nyah vai entrar em manutenção segunda, então o capítulo veio adiantado!!
Não deixem de comentar!!
Espero que gostem do capítulo ♡



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"Dizem-me que sou muito jovem para entender, dizem que estou preso em um sonho. Bem, a vida vai passar por mim se eu não abrir meus olhos." AVICII

Barbie não sabia se ria ou se chorava.

Ela estava sozinha naquela sala, batendo nas paredes, chamando Lucas, Annabeth, qualquer um, se fosse morrer que pelo menos tivesse companhia. Foi quando aconteceu, a porta não havia voltado a aparecer, mas Lucas surgiu apoiado em uma das paredes do outro lado da sala, parecia ferido estava com a mão apoiada sobre o abdômen fazendo cara de dor.

Corri sem me importar com mais nada, e embora a sala nem fosse tão grande assim, tive a impressão que foi a corrida mais longa da minha vida. Envolvi ele nos meus braços e ele me envolveu nos dele, deixei minha cabeça apoiada no seu ombro e comecei a chorar e rir de forma histérica, estávamos bem, os dois.

– Como? - pergunto sem sair do lugar, estava com medo de que se soltasse ele sumiria de novo.

Ele me afastou, mas manteve o olhar sobre o meu, por fim disse:

– É uma longa história.

– Que bom, porque pelo visto temos muito tempo.

– Na verdade, não vocês não tem. - O som tinha vindo de um touro, sim havia um touro logo atrás de mim e ele falava.

– E você é? - Lucas me envolve de forma protetora e eu não pude deixar de ficar agradecida por isso.

– Tiépo, guardião dos espelhos de Zeus. - diz o touro como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas considerando que estávamos em um mundo de mitologia grega, devia realmente ser muito normal.

– Nunca ouvi falar - digo indiferente.

– Os semideuses não costumam conhecer muito sobre essa região. Sabem porque essa cidade é infestada de monstros? - Tiépo sorri divertido com a situação e eu fico paralisada ao olhar os dentes, eles eram enormes, sinto o braço de Lucas me apertando mais forte. - Por causa dessa sala. Antigamente muitos semideuses vinham até aqui, em Nova Orleans, procurando esse lugar. Vendo a oportunidade de comida fácil os monstros foram se acumulando, até que esse lugar se tornou impossível para qualquer semideus, então ambos os Acampamentos simplesmente pararam de falar sobre ele, fingem que não existe para evitar mortes. - O touro me olhava de uma forma como se estivesse pensando no meu sabor, senti minhas pernas tremendo.

– E o que tem nessa sala afinal? - Pergunta Lucas sério.

– E como assim Acampamentos no plural? - Pergunto curiosa.

– Tudo, todos. Os seus piores pesadelos e os seus maiores sonhos. Ambos batalharam para chegar até aqui, precisarão de o dobro da força que tiveram caso queiram sobreviver. E claro que é Acampamentos no plural, esperava o quê? Que os jovens do Acampamento Júpiter continuassem morrendo? - lembro da história de Jason, filho de Júpiter, existiam dois Acampamentos de meio-sangues, um romano e um grego.

– Sobreviver a quê? - Lucas ignora completamente a informação do outro Acampamento, será que ele já sabia? Eu tentava pensar, mas aqueles olhos vermelhos de Tiépo me tiraram as forças, eu não conseguia pronunciar uma palavra.

– Vocês estão quase na Kathéptis, a sala de espelhos de Zeus. - Ele ia começar a contar uma história, mas me dei conta de que eu já conhecia esse mito.

– Eu conheço essa história - digo algo finalmente - Foi em uma época que Zeus traía muito Hera não é mesmo? Quer dizer mais que o normal, então ela o trancou dentro do Olimpo para que ele parasse de traí-la, então ele criou essa sala, que era rodada de espelhos, cada um o levaria para um lugar, mas ele que teria que dizer para onde queria, senão ficaria perdido dentro dos pensamentos e desejos, não é?

– Estamos no Olimpo, então? - Pergunta Lucas.

– Sim. E muitos semideuses ficaram presos dentro dos espelhos, estão neles até hoje. - um arrepio me sobe a espinha, eu não queria ficar ouvindo esse touro que só podia ser invenção de Hades, desculpa Pai, digo pra mim mesma lembrando de não insultar a Hades. - E vocês não estão no Olimpo, ainda...

– E onde estão os espelhos e onde estamos, então? - pergunta Lucas.

Tiépo fez um movimento como se fosse nos atacar arranhando as patas contra o chão fazendo a sala girar, cada vez mais rápido. Me apoiei no chão para não me desequilibrar e segurei o vômito. Quando a sala parou de rodar eu tinha perdido a completa noção de espaço, o que fazia sentido uma vez que o local em que estávamos agora era completamente diferente. Eu olhava para o lado via espelhos, olhava para cima via espelhos, olhava para baixo via espelhos.

– Agora sim vocês chegaram a Kathéptis e estão em uma das salas do Olimpo. - diz Tiépo indiferente.

– Então é isso? - digo me levantando com a ajuda de Lucas. - podemos entrar em um dos espelhos? E para onde vamos ir depois?

– Vocês terão de descobrir sozinhos, mas antes de explorarem essa sala terão que passar por mim. - Tiépo arranhou as patas em um dos espelhos do chão e dessa vez nada rodou, agora ele iria realmente atacar.

Eu estava paralisada, o que tinha acontecido comigo? O touro ia me matar, mas graças aos deuses Lucas se jogou contra mim e ambos saímos do caminho.

– Alguma ideia? - pergunto encontrando forças para me levantar.

– Ia te fazer essa pergunta agora mesmo. - diz Lucas sacando o arco.

– Um pouco de força bruta nunca fez mal para ninguém - digo empunhando minha espada. Ela era pesada demais, não era ideal. Quem se importa? A adrenalina subiu no meu sangue e senti uma força que nunca havia sentido. Avancei.

Desviei para que Lucas conseguisse lançar uma flecha que atingiu certeira o peito do touro, mas não perfurou, não feriu, não fez nada. Que ótimo, a pele do bicho era impenetrável. Soltei um grito raivoso e deslizei por debaixo de Tiépo rasgando-o com a lança no processo. Ele soltou um grito de dor e se virou para mim mais furioso do que nunca.

– A barriga é o ponto fraco - grito para Lucas.

Desvio no momento que a fera avança em minha direção, consigo chegar até Lucas.

– Podemos até enrolá-lo, mas ele é imortal e por ser guardião provavelmente não vai para o Tártaro, precisamos de um plano B - diz Lucas lançando outra flecha que atinge o Nariz do touro. O sangue jorra, mas não dourado como o dos deuses ou vermelho como de humanos e semideuses, era bem mais escuro, um cinza da cor de pó de monstro.

– Os espelhos - digo, era a escolha mais óbvia.

Lucas balança a cabeça em sinal de entendimento. Ele ia avançar novamente, ambos desviamos, mas não foi o suficiente, ele atingiu Lucas que caiu no chão se contorcendo. Meu sangue ferveu, sem pensar ou planejar corro até o monstro, mas antes de nos colidirmos invoco os ventos para conseguir dar um pulo decente e cair em cima de Tiépo.

Assim que processou o que tinha acontecido ele começou a pular, trotar, fazer de tudo para me derrubar no chão. Quanto mais ele se mostrava forte mais eu me segurava e menor era meu medo.

– Saia de cima de mim. - grita Tiépo.

– Não obrigada - digo. Estava na hora de agir, então peguei a espada e a enfiei em seu olho direito. Dessa vez ele deu um pulo tão grande que fui lançada para o outro lado da sala, sorri ao sentir o gosto de sangue em minha boca. Olho para o outro lado da sala Lucas já estava de pé, então me levanto o mais rápido possível, Tiépo estava correndo na minha direção, dessa vez não teria volta.

– AGORA! - Grito para Lucas e me choco contra o espelho da parede á minha frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e não esqueçam de deixar seu comentário, seja ele positivo ou negativo, o importante é deixar sua opinião, xoxo :D