Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, estava com saudades de vocês >.
Bom, para algumas pessoas que me pediram para add no facebook: eu tenho um pequeno problema de memoria, mas não esqueci não =D e para quem pediu meu numero, respondi a mensagem agora, deem uma olhada lá.
Ah e mais uma coisa: o proximo capitulo já está pronto! Postarei daqui a dois dias ok? Até lá queridos.



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Respirou fundo. Parecia que tinha corrido uma maratona, cada parte do seu corpo doía sem pena. Mexeu-se na cama e rapidamente percebeu que estava sozinha. Não se surpreendeu, daria o tempo necessário para que ele se acostumasse.

Tentou levantar, mas sentiu a cabeça latejar e os braços tremerem. Desistiu.

Pela primeira vez olhou o quarto de verdade, atrás de detalhes. Havia mesinhas de cabeceiras em ambos os lados da cama, em uma delas havia um vaso de flores, lírios, na lateral do quarto havia uma porta que deveria ser o banheiro, o closet estava na parede oposta, as janelas eram grandes e estavam cobertas por cortinas bege e perto delas uma varanda. O quarto com certeza era grande, mas era muito espaço para poucas coisas.

― Você acordou...

Por que ele fazia isso?, pensou Hermione sem parar de fitar o teto, Por que não batia na porta ou fazia um mínimo barulho para mostrar sua presença? Ela suspirou e o fitou, e quase arfou de susto. Quem era aquele? Aquele era seu marido?

Snape abandonara suas vestes negras e agora usava uma calça jeans simples e uma camisa branca de botão. Estava... apresentável. Okay, okay, estava bonito, sexy e...

― Algum problema? ― ele questionou arqueando a sobrancelha, fazendo-a despertar dos pensamentos.

Hermione negou e tentou levantar, a dor que sentiu a fez lembrar da atual situação do seu corpo. Bufou.

― O que você tem Srta. Granger? ― Snape questionou se aproximando e só então Hermione percebeu que ele carregava uma bandeja de café da manhã. Pôde sentir seu rosto esquentar, mas revirou os olhos quando lembrou de como ele a chamara.

― Por favor... não sei se lembra, mas nos casamos ontem.

― Ainda não me acostumei ― ele respondeu enquanto observava, desconfiado, o esforço que ela fazia para sentar.

― Tudo bem professor ― retorquiu Hermione entredentes.

Foi a vez de Snape revirar os olhos enquanto a ajudava a sentar.

― O que houve com você?

― Eu não sei... ― Hermione resmungou finalmente conseguindo se acomodar, sentada ― Me sinto tão cansada e dolorida.

― Precisa comer ― comentou Snape, levando a bandeja para mais perto dela ― Eu trouxe o café da manhã para você, trate de comer tudo.

― Obrigada ― ela agradeceu enquanto analisava melhor a comida: pão, maça, suco e bolo.

Grávida ou não, ela nunca ia comer tudo aquilo sozinha.

Adiantou-se para pegar a maça e percebeu que sua mão tremia, rapidamente a recolheu para que Snape não percebesse, ela não precisa mostrar que estava mais fraca do que aparentava. Mas ele percebeu e lhe lançou um olhar significativo.

― Vai tirar o dia para descansar e nem pense em fazer esforço.

Hermione nem se preocupou em reclamar, morder a maçã era uma tarefa bem mais importante.

***

Snape se serviu de Firewhisky pela terceira vez naquela tarde. Não queria, mas precisava se acostumar a essa nova vida. Mas tudo estava estranho, estranho demais. Ele estava casado e com Hermione Granger! Sua ex-aluna, a Sabe-Tudo Granger, a amiga inseparável do Potter! E ela estava grávida! Como ele pôde ser tão descuidado? E ainda tinha aquela menina, Helena, porque ela insistia em chamá-los de pais?

A garrafa seca trincou quando ele a depositou grosseiramente sobre a mesa, expressando sua irritação e o seu cansaço.

― Papai?

Ele fechou os olhos, respirando fundo e buscando paciência. Ela tinha que vim agora?

― Fala.

Helena não percebeu ou simplesmente ignorou o tom seco que lhe foi dirigido e se aproximou do Mestre de Poções.

― Não vai cuidar da mamãe?

― Ela está descansando ― Snape respondeu lhe dando as costas.

Ela recuou um pouco e agarrou o urso que carregava, hesitando.

― Então...pode brincar comigo?

Snape piscou, desacreditando no que ouvia. Virou-se para a menina que exibia um sorriso amarelo e um olhar inseguro. Arqueou uma sobrancelha.

― Brincar? ― ele indicou a pilha de pergaminhos intocados desde a semana passada ― Não vê que estou ocupado?

Suspirou quando viu o lábio inferior da pequena tremer, preparou-se para uma crise de choro.

― Tudo bem ― Helena respondeu sem encará-lo e saindo o mais rápido que podia.

Ele arqueou uma sobrancelha. Sem choro ou birra?

― Ela é mais parecida com você do que pensa ― comentou Eileen adentrando o escritório do filho.

Snape revirou os olhos esperando mais um dos monólogos da mãe e fez menção de sair.

― Nem pense em me deixar aqui sozinha Severo, quero falar com você.

― Pode ser outro dia? Esse não é o melhor momento e-

― Nunca é o melhor momento para você ― Eileen interrompeu ― Quando se trata de ser um espião você está entre os melhores, mas você perde quando se trata de ser um homem de família.

Snape bufou e encarou a mãe:

― Porque eu não um homem de família!

― Como não? ― exasperou-se Eileen ― Severo você está casado e em breve será pai, como pode ser capaz de dizer isso?

― Ainda tenho tempo...

― Tempo? Por Merlin o que você está esperando? Que seu filho nasça, que sua mulher encontre aconchego nos braços de outro, não! ― Eileen fitou o filho, furiosa com a teimosa dele ― Não pode esperar, devia estar mudando seu comportamento desde o momento em que a pediu em casamento.

― Não vou mudar o meu comportamento só por causa da Granger! ― Snape explodiu ― Ela sabe como sou e vai ter que se acostumar com o meu jeito assim como eu serei forçado a fazer o mesmo com ela. Justo!

― Idiota. Esse é um pensamento idiota! ― ralhou a mulher ― Por Merlin, você vai ser pai! Pai, Severo. E quer continuar assim, descontrolado? Mal-humorado o tempo todo? Pelo menos torne isso um pouco melhor para sua mulher e seu filho. Não seja tão orgulhoso e independente como Tobias!

Eileen recuou, quase ofegante, tocara em um assunto delicado para ambos e sabia muito bem disso. Seu filho poderia reagir da pior maneira possível ou não. Era difícil saber com certeza.

Snape paralisou. Por que ela tinha que tocar no nome dele? Sentiu sua face esquentar devido a raiva contida. Limitou-se a apenas responder entre dentes:

― Eu não sou ele.

― Eu sei que não é, filho ― respondeu Eileen mais calma, aproximando-se dele e tocando seu ombro carinhosamente ― Mas se não tomar cuidado, pode acabar se igualando a ele. Olha como tratou a pobre menina.

― Isso não foi nada ― ele respondeu impacientemente ― Principalmente se compararmos com ele.

― Não estou comparando vocês em agressividade ― ela tratou de falar ― Mas quando conheci seu pai ele era um perfeito galanteador, charmoso, eu sabia todos os defeitos até ali: chato, teimoso, orgulhoso, esperto, mal-humorado, individualista, grosseiro. Isso te faz lembrar alguém? Vocês dois são muito parecidos, aqui ― e tocou levemente a cabeça dele ― Essa personalidade marcante não é só minha, no entanto, você tem algo que faz toda a diferença: o saber se controlar. Não, você não tem muito controle sobre si filho, mas sabe como tê-lo e Tobias não tinha esse conhecimento.

― Mamãe, eu não serei ele ― Snape respondeu veementemente.

― Tenho fé em você meu filho ― afirmou Eileen esboçando um leve sorriso ― Eu sei... que faz seu esforço para melhorar a situação, para melhorar a si mesmo, mas lembre-se de demonstrar esse esforço, faça Hermione perceber que você está mesmo tentando. E por favor, não seja tão orgulhoso. Lembre que o orgulho é individualista, mas não fere somente a você.

Saiu, deixando Snape sozinho com seus próprios pensamentos e frustrações. Por que ela fazia isso?

***

Olhou-a pela segunda vez e bufou, suas intenções eram totalmente anormais e fora do seu padrão.

Quase uma semana se passara desde a lição de moral muito bem dada de sua mãe e dando continuidade a sua nova tradição, Helena mais uma vez estava sentada no jardim. Ela vinha fazendo isso todas as tardes...pegava seu pequeno urso velho, enchia um prato com biscoitos que Eileen fazia e corria para o jardim, onde se sentava na grama e passava o resto do dia ali, hora brincando sozinha com seu urso, hora tendo a companhia dos Elfos.

Mas depois daquela conversa e dos olhares repreensivos de Eileen, Snape decidira dar uma chance ao destino e tentar.

― Sozinha de novo? ― ele questionou se aproximando.

Helena o fitou por alguns segundos e depois voltou ao que estava fazendo.

― Não tenho ninguém para brincar hoje.

― Posso te fazer companhia hoje?

A menina o fitou por alguns segundos e respondeu:

― Só se o senhor aceitar um biscoito.

Snape esboçou um discreto e sincero sorriso, e mesmo desajeitado, sentou-se ao lado dela.

― Biscoito?

Helena concordou com a cabeça e entregou o prato a ele.

― Vovó que fez.

***

Hermione sentiu a cabeça latejar antes mesmo de abrir os olhos e bufou no mesmo instante. Quantas vezes mais ela teria que acordar naquela mesma situação? Quando a dor iria lhe abandonar completamente? Respirou fundo e abriu os olhos, dessa vez o quarto estava escuro e não teve dificuldades.

Levantou-se decidida a sair dessa pausa que seu corpo teimava em dar. Sentiu o chão frio e imaginou em parte do dia estava, ou melhor, em que dia. Quanto tempo dormira? Olhou em volta e percebera que a bandeja com comida deixada por Snape já não estava mais ali, aproximou-se das janelas cobertas por cortinas e percebeu que a noite começava.

Depois de um banho demorado e devidamente arrumada, a noite já chegara e Hermione decidiu sair daquela toca.

Enquanto descia as escadas sentiu o delicioso e familiar aroma da comida de Eileen e logo sorriu, tocando o colar que ganhara dela.

― Aceita ajuda? ― questionou encostando-se a batente da porta da cozinha.

Eileen estava misturando algo na panela no fogão quando escutou a voz da nora e sorriu ao encará-la.

― Ah Hermione! Aceito essa ajuda ― concordou enquanto colocava um prato a mesa ― Que bom que acordou, eu já estava preocupada... Como se sente?

― Muito melhor ― mentiu ― Em que posso ajudar?

― Mamãe!

Hermione virou-se para fitar melhor quem a chamava.

Helena estava sorridente e corria até Hermione, que se ajoelhou para abraça-la melhor.

― Mãe! Como a senhora ta? Ta bem né? E meu irmãozinho?

― Lena... ― Hermione sorriu e segurou o rosto da menina ― Calma, está tudo bem ― Então se deu conta do que ela falara ― Irmãozinho? Como sabe disso?

A menina sorriu e fitou Snape rapidamente.

― Papai me contou, ele também disse que pode ser uma irmãzinha, mas tenho certeza que vai ser um meninão!

― Um meninão?

Helena riu e concordou com um aceno de cabeça, mas pareceu pensar melhor.

― Talvez uma menina...não, um meninão mesmo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?