Meu Snape escrita por Hawtrey


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, perdoem-me pela demora, dessa vez eu só fiquei doente, melhorei um pouco mas ainda estou com certas dificuldades...
Bom, fazer o que né?
Aproveitem a leitura queridos...



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É, o dia não poderia estar mais bonito. O sol não brilhava tão forte, o vento balançava as árvores vagarosamente e os pássaros pareciam felizes em cantar ao redor da Mansão. Tudo parecia calmo. Mas só parecia. No segundo andar, no quarto mais isolado, Hermione fitava seu reflexo do espelho pela terceira vez.

Ali estava Hermione Granger, com um olhar temeroso, pensamentos preocupados. Não conseguia parar de alisar o vestido, tão branco, tão lindo, tão cheio de significado. Com um discreto sorriso acariciou a barriga, não era só uma nova vida, mas também uma nova chance.

Era o grande dia. O grande momento.

― Preparada querida?

Hermione virou-se para a porta e fitou Eileen, sem conseguir esconder o que sentia sem conseguir responder.

― Parece tão preocupada... ― a mulher reparou ― Tem algumas pessoas aqui que podem ajudar você.

Ela abriu ainda mais a porta e deu espaço para duas pessoas entrarem.

― Gina! Luna!

Ruiva e loira avançaram, sorridentes, para abraçar Hermione que estava a beira das lágrimas.

― Vocês vieram! Como?

― Snape nos chamou ― respondeu Gina abrindo o sorriso ainda mais ― Olhe para você, está mais linda do que nunca!

Hermione sorriu sem graça antes de fitar as amigas, assustada.

― Snape chamou vocês? Tem certeza?

― Sim ― respondeu Luna serenamente ― Ele me contou tudo e depois nos trouxe aqui.

― Chegamos a quase uma hora ― complementou Gina ― Ficamos com a Sra. Snape. Ela é tão legal!

As três riram. Hermione estava feliz por ter suas amigas ali, naquele momento tão marcante para ela. Também queria seus pais ali, sentia tanta falta deles e...

― Tudo bem meninas, está quase na hora ― anunciou Eileen alegremente.

***

Era seu último momento como Hermione Granger. Respirou fundo e fechou os olhos, tentando acalmar seu coração e a leve tremedeira das mãos. Não precisava desmaiar agora. Abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi o sereno sorriso de Dumbledore, na verdade era um sorriso bem largo e satisfeito. Havia apenas eles dois ali parados do lado de dentro da Mansão, e somente depois da porta, nos jardins, ela poderia ver seu noivo, Severo Snape. Será que ele estava tão nervoso quanto ela? Talvez não... ele não se importava o suficiente.

Não seria uma grande cerimônia, de fato, ela nem sabia porque estava tão arrumada. Só estavam presentes a professora McGonagall, Gina que seria sua madrinha, Luna, o Juiz de Paz, Eileen, Helena, e Dumbledore que seria seu acompanhante e o padrinho. A lista perfeita para Hermione seria bem maior, mas se contentava com essa por segurança.

― Preparada? ― perguntou Dumbledore oferecendo o braço.

― Não ― respondeu ela sinceramente enquanto colocava a mão sobre a dele ― Mas vamos lá.

O diretor abriu as portas e Hermione ainda teve tempo de ver Minerva secando as lágrimas, logo em seguida Gina estava na mesma situação. Mas Hermione se segurou, precisava chegar até Snape sem cair ou desabar em emoções. Ergueu a cabeça e o encarou, e quase desabou. Ele estava lindo... não tão diferente do normal, mas aquele frague o dava um ar mais elegante. Mas é claro, ela jamais diria isso em voz alta. Olhou em volta discretamente e percebeu que ainda tentaram decorar as árvores e os bancos, perto dali ela podia ver o bolo feito por Eileen. Encarou-o novamente e por um instante viu um brilho diferente naquele negro olhar, mas antes que ela pudesse pensar ele já beijava, graciosamente, sua mão e agora ambos encaravam o Juiz.

O Juiz era bruxo e faria o casamento do modo bruxo e trouxa, então ninguém estranhou que ele estava com a bíblia em uma mão e a varinha na outra. Na mesa havia um cálice e uma garrafa, mais nada.

― O amor se faz presente até nas situações mais complicadas e inusitadas, ele vence o ódio, a tristeza e a desconfiança. Hoje, nesse lindo dia ensolarado, estamos aqui reunidos para unir essas duas almas em matrimônio. Que Deus, com sua Divina paz, misericórdia e amor, abençoe esses dois em cada dia de suas vidas e que o amor os guie nesse novo caminho ― ele pausou sua fala e colocou o liquido da garrafa no cálice e depois o ergueu ― Que a magia os siga pela eternidade e os mostre as surpresas da vida e que sele esse amor para todo o sempre. As alianças ― pediu, então Gina colocou as alianças sobre a mesa.

O Juiz apontou a varinha para o cálice e proferiu algumas palavras inaudíveis e depois fez o mesmo com as alianças, ambos brilharam por um momento e então ele ergueu o cálice novamente e continuou:

― Eis aqui a fonte da magia eterna que selará esse amor. Bebam e confirmem esse amor para todo o sempre. Bebam.

O cálice foi passado para as mãos de Snape que tomou um longo gole, depois Hermione respirou fundo antes de fazer o mesmo. De imediato ela não sentiu gosto algum, em segundos o liquido foi ficando azedo para no fim se tornar doce. Ficou pensando se aquilo tinha algum significado, mas não era o momento certo para pensar.

― Os votos ― anunciou o Juiz.

O coração de Hermione parou. Prepara-se para tudo, menos para aquilo.

Tentando não demonstrar sua total incapacidade de preparação e calma, ela viu Snape pegar a menor aliança, segurar sua mão esquerda, olhar em seus olhos e soar o mais natural possível.

― Hermione Jean Granger ― ele posicionou o anel ― Não há outro no mundo que concorde mais do que eu o quanto foi uma decisão rápida e inesperada. Mas eu posso dizer, com toda a sinceridade, que não me arrependo de toma-la ― ela o olhou surpresa ― Hermione, estamos aqui para criar uma nova vida, para nos dar uma nova chance e tudo isso em prol de uma outra vida, uma vida que amaremos e protegeremos para todo o sempre ― ele finalmente colocou o anel em seu devido lugar ― Não importa o que aconteça, eu permanecerei ao seu lado ― e então beijou o local.

Hermione deixou cair uma lágrima e sorriu, pegando a outra aliança.

― Severo Prince Snape ― começou ― Para a surpresa de todos e até mesma sua, eu ainda não desmaiei ― todos riram, até mesmo seu noivo ― Mas você esta certo: estamos aqui em prol de outra vida e por ela somos responsáveis, por ela tentaremos, por ela passaremos por cima de tudo ― ela encaixou o anel perfeitamente e beijou o local ― Eu confio em você Severo e sei que além de ótimo marido, será um ótimo pai.

Talvez fosse imaginação dela, mas Hermione jurava que havia naquele olhar negro um bom traço de emoção, uma lágrima presa e bem abaixo um sorriso reprimido.

O Juiz sorriu e fitou Snape, continuando:

― Fiquem de frente para o outro ― ordenou, então Snape pegou as mão de Hermione e a forçou a virar e fitar seus olhos ― Severo Prince Snape, você aceita essa mulher como sua legitima esposa, para amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, em todos os momentos da vida até que a morte os separe?

E ali surgiu um problema: amar. Poderiam prometer diante da situação que amariam um ao outro quando na verdade não o fariam? Isso era certo? Não havia algo no caráter ou na própria moral que impedia uma pessoa de mentir desse jeito?

Mas de qualquer forma, ali estava Snape, hesitando, Hermione percebeu e não o culpou. O noivo abaixou o olhar e suspirou, olhou ao redor e depois bem nos olhos dela. Respirou fundo. Ele não mentia em coisas como essa. Amar, cuidar... eram coisas importantes demais para Severo Snape, importantes demais.

― Aceito.

Hermione soltou o ar que nem sabia que segurava. Não sabia bem o porque, mas estava aliviada. Não pela resposta em si, mas pela forma que foi dita, sem pressa e sincera.

― Hermione Jean Granger, você aceita esse homem como seu legitimo esposo, para amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, em todos os momentos da vida até que a morte os separe?

Era a sua vez de ficar nervosa. E não bastava o peso da perguntava, Snape tinha que ficar encarando-a. Apertou forte a mão do homem com quem viveria pelo resto da vida.

― Aceito.

Agora Hermione entendia porque as alianças e o cálice foram o momento inicial, era a parte mais fácil. Pois responder um simples “aceito” para uma pergunta como aquela, que envolvia promessas e amor, tornavam-se de longe um grande desafio quando você não tinha plena certeza de que estava fazendo a coisa certa.

― Pelo poder e pela magia a mim concedido, eu os declaro marido e mulher ― declarou o Juiz, erguendo as mãos para o alto e sorrindo ― O que foi unido aqui, nada vai separar ― ele fitou Snape ― Pode beijar sua esposa.

Antes que Hermione pensasse em expressar sua surpresa ou nervosismo, Snape soltou uma de suas mãos e a puxou para mais perto, colando seus lábios. Ela não se lembrava de ter sentido isso antes, essa sensação tão estranha e intensa, quando colocou a mão no ombro dele começou a se perguntar se ele podia escutar o seu coração bater tão ridiculamente rápido e forte.

Eu devia estar muito bêbada naquela noite para não lembrar dessa sensação...Hermione sentiu seu rosto corar com esse pensamento, pois desconfiava de não precisar ficar muito bêbada para se perder nesses beijos.

Não era uma cena comum e nunca seria. Hermione vestida de noiva, enquanto assinava um acordo matrimonial, Severo ao seu lado, esperando sua vez. Quem esqueceria uma cena assim? Tão rara, tão bonita, tão única. Depois de todas as assinaturas, ambos ficaram ali, apenas observando as próprias assinaturas, lado a lado, no mesmo papel que declarava um casamento.

Os olhares se cruzaram. Snape hesitou quando fitou a mão de Hermione, ela percebeu. Os dois trocaram mais alguns olhares e entraram em um acordo silencioso. Hermione sorriu e enfim deram as mãos. Como um verdadeiro casal. Nesse momento os poucos convidados se fizeram presentes e puderam perceber flashes surgindo. Claro, todos querem guardar essa cena para sempre.

― Parabéns Mione ― congratulou Gina partindo para um abraço ― Não se preocupe, essa cópia é sua ― e apontou para o fotografo. Depois virou-se para Snape e apertou sua mão ― Cuide bem da minha amiga, professor.

― Farei o meu melhor Srta. Weasley ― garantiu Snape, firme.

Depois dela veio Luna, tão singela e serena, Eileen, quase aos prantos de tão emocionada que estava, o próprio Juiz e Alvo Dumbledore:

― Espero que seja um bom marido e pai, Severo, ou serei obrigado a espalhar certos boatos seus entre os alunos da sua casa ― o sorriso do diretor era brincalhão, mas o olhar mostrava um tom sério.

Mas nenhum dos dois precisava de um recado daqueles, pois agora sabiam: estavam casados.

A Mansão estava vazia, silenciosa. Todos já tinham ido para casa e Eileen levou Helena para passar algumas semanas em sua outra casa, na França. Ali, só havia Snape e Hermione em um momento delicado.

De uma forma ou de outra, estavam em lua-de-mel.

Snape não conseguiu ignorar o olhar nervoso e constrangido de Hermione.

― Eu disse que não forçaria você a nada ― garantiu enquanto se afastava e se servia de um pouco de vinho que estava sob a mesa.

A castanha piscou algumas vezes, saindo do transe, antes de responder:

― E eu disse que confio em você ― ela se aproximou e também se serviu de vinho ― Não é isso que me preocupa?

― E o que é?

― Onde está pensando em dormir? ― ela perguntou sem rodeios. Não podia hesitar em nada agora, a parte mais nervosa já tinha passado.

Ela já se tornara a Sra. Snape.

― No sofá ― Snape indicou o grande sofá negro que ficava perto da lareira.

― Isso é ridículo ― protestou Hermione, revirando os olhos ― Não pode dormir no sofá pelo resto da vida.

Snape a fitou. Porque ela parecia tão mais unicamente linda naquele maldito vestido de noiva?

― Sem problemas para mim ― respondeu dando as costas a ela.

Mas Hermione estava determinada a fazer isso dar certo.

Agarrou o pulso do seu ex-professor e o arrastou escada acima, até o quarto do casal.

O quarto estava simples, nada de velas, nada de rosas, nada de romântico, nada que lembrasse que ali dormiria um casal.

― O que pretendo com isso? ― questionou Snape cruzando os braços e fitando Hermione.

Ela cruzou os braços também, em desafio, e respondeu:

― Vamos ter que aguentar a companhia do outro até a morte e não podemos fingir o tempo todo. Então, se temos que nos acostumar a essa vida, que comecemos agora.


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Notas finais do capítulo

O que acharam pessoal?
Bom, vou confessar algo a vocês agora. Sei que demoro e agradeço aqueles que possuem essa grande paciência comigo.
Mas recentemente recebi um email de uma certa pessoa (não direi nome), criticando esta fic em especial. Eu me senti um pouco mal pelo o que me foi dito neste email, palavras que não irei repetir, mas queria a opinião de vocês. Apenas isso.
Aviso que não irei desistir da fic com apenas essa critica, mas que desanima é fato.