Stray Heart escrita por Kiyuu


Capítulo 12
American Idiot


Notas iniciais do capítulo

Hey! Eu demorei um pouco pra postar, mas olhem só o tamanho dessa criança. Ficou bem grandinho, eu achei. Mas não sei vocês, espero que me perdoem por ser uma autora tão atrasada para postar.
Eu não fiquei lá muito satisfeita com ele – honestamente, quase nunca fico – mas espero que vocês gostem. Obrigada por todo o apoio (para não dizer pressão para postar, né, porque) que vocês me dão com essa fic – logo completa um aninho desde que a comecei, nossa -, yay!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/432532/chapter/12

Alfred. Arthur não tinha mais dúvidas – ainda mais depois de dois dias com o pensamento martelando-lhe a cabeça. Aquele casaco era de Alfred, e de alguma forma, Alfred estivera envolvido nos acontecidos da noite da sexta feira anterior. E por algum motivo, tinha deixado a peça lá, e até agora não tinha pedido de volta. Na verdade, não tinha dado sinal de existência.

E o punk começou a pensar muito no garoto. Por algum motivo, afundou em pensamentos sobre Alfred, e tentou juntas as pistas que já conseguira, além de colocar gasolina na sua fraca memória, para descobrir o que exatamente tinha acontecido. O casaco. Uma pegada de tênis Converse na parede da garagem. Alfred usava muito aquele tipo de calçado. Mas por que havia uma pegada na parede da garagem? Teria o garoto subido ali? Espera, Arthur se lembrava de algo... Ele tinha... Escalado também, e daí pulado pela janela...? Mas com Alfred? Ele não sabia ao certo, e isso lhe deixava frustrado.

O punk sabia que podia simplesmente ligar para o nerd e perguntá-lo, mas aquilo seria uma ofensa ao seu orgulho. Secretamente, Arthur era fã de fadas, bruxos e detetives desde criança, e sempre tentava solucionar casos bobos para sentir na pele como é ser um Sherlock Holmes. Ele também já tentara magia, mas quando saltou de cima do armário com a pretensão de voar e quebrou o braço, percebeu que era tudo fantasia.

Tudo o que fez durante o final de semana e a segunda-feira foi refletir sobre isso. Fez o máximo esforço para não pensar em Drake – que não lhe ligara de novo desde então, mas Arthur fingiu acreditar que a causa disso era o trabalho do outro punk – e nos outros, que também não mantiveram contato. Bem, Drake era uma espécie de líder do grupo, então se ele escolhesse não trocar palavras com Arthur, nenhum dos outros trocaria.

Tentou compor alguma música, tentou sair de casa, mas nada parecia mesmo interessante. Na terça-feira, ligou para Matthew, apenas para saber como ele estava indo.

– E aí, Matt – Cumprimentou assim que a voz do canadense disse “alô”.

– Arthur...! – Disse, parecendo um pouco surpreso. – Por que me ligou?

– Não sei – Arthur confessou. Era verdade, mesmo. –Tudo bem?

– Ah... Tudo, sim.

– É que eu ando no maior tédio e queria, não sei, fazer alguma coisa. O que você gosta de fazer?

– Eu... Gosto de, um, ver séries na tv, não sei.

– Então, a gente podia ver alguma coisa...

Houve uma breve hesitação da parte do canadense antes que ele respondesse à implícita pergunta:

– Err... Desculpa, Arthur, eu tenho outro compromisso hoje... Desculpa mesmo – Havia um peso na voz de Matthew, como se ele tivesse cometido uma terrível traição.

–... Ah.

– P-Por que não chama, sei lá, o seu namorado, ou o Alfred?

Arthur apenas emitiu um som ininteligível que parecia demonstrar desaprovação, seguido de um estalo com a língua.

– Desculpa... – Repetiu Matthew. – A-A gente pode marcar outro dia.

– Tudo bem. Vai pro seu compromisso.

–... Tá. Tchau, Arthur.

Desligando o telefone, Arthur se encostou na parede e resmungou alguma coisa entredentes. Matthew sempre estava ali para ele quando precisava, então por que não agora? Não continuavam sendo amigos? Arthur só queria fazer algo para acabar com aquele incômodo, ora. Amigos serviam para isso.

Não ligaria para Alfred e muito menos para Drake sem que eles ligassem primeiro. Era orgulhoso demais para isso. Portanto, viu as séries de investigação com a sua guitarra – a linda dama de vermelho, como era apelidada – e com os pensamentos que ainda tentavam infiltrar a sua mente.

–-

Na manhã da quarta-feira, Arthur acordou com o ruído absurdo de fogos de artifício. Toda a rua – não, todo o bairro, toda a cidade, todo o país - parecia estar em festa em plena oito e meia da manhã, e o punk quis abrir a janela e berrar uns palavrões para todos eles. Qual o motivo daquilo tudo, afinal?

Até que algum vizinho gritou “Liberdade!” com todas as suas forças, como se sua vida dependesse disso. Então Arthur decidiu arrastar-se da cama até a janela, onde pôde ver os fogos de longe e todas as bandeiras dos Estados Unidos penduradas nas janelas. O vizinho mais próximo estava fazendo um churrasco, e deviam ter umas cinquenta pessoas na casa, sem contar na fumaça que se direcionava exatamente para cima da sua casa.

Incrível.

Arthur detestava aquele dia com um ódio flamejante. Todos aqueles idiotas ficavam vangloriando a pátria e impondo toda aquela animação sem sentido aos outros. O garoto não era americano e era feliz com isso, mesmo que morasse em território estadunidense e fosse obrigado a conviver com aquela mesma ladainha todos os anos.

Até sua mãe se surpreendeu com o horário que o filho acordara, mas ela mesma também parecia ter tido seu sono roubado pelo 4 de Julho. A televisão estava ligada numa cobertura completa da comemoração em diversas cidades, e ao passar pelo controle remoto, Arthur a desligou imediatamente.

Ele tomou café – mais propriamente dizendo, chá – como um raivoso punk inglês (como ele mesmo). Provavelmente ficaria o dia inteiro em casa de novo, com a dama de vermelho... Não, ele estava cansado de ficar enfurnado no quarto ou no porão. Além disso, precisava perguntar algumas coisas a Alfred e lhe devolver sua jaqueta, e conversar com Drake. Sim, ele ia resolver tudo isso, assim não precisava prestar atenção nos contínuos fogos de artificio ou na transmissão do desfile barulhento pela televisão.

Mas provavelmente sua escolha não foi a melhor opção, pois quando ligou para Alfred, a primeira coisa que ele disse foi prevista:

– DEUS ABENÇOE A AMÉRICA!!

– Aaargh, caralho, Alfred!! – Bradou o punk, arrependendo-se de ter ligado no mesmo instante. Alguém estava cantando o hino nacional ao fundo, e Arthur não tinha dúvidas de que toda a família do outro estava fazendo uma festa. - Eu não devia ter ligado, sabia?

– Desculpa, Art, sei que você detesta os americanos, mas você vive aqui! Tem que conviver com isso – e soprou alguma coisa com som de corneta, provavelmente vermelha, branca e azulada.

– Eu vou dar um soco nessa merda que você chama de cara se você não parar de soprar isso – Avisou Arthur, soltando um suspiro pesado e irritado, porém não se livrando do estresse. E quando o barulho da corneta foi ouvido outra vez, ele tornou a berrar – Alfred!!

– Tá, tá, desculpa – Disse o garoto, tentando controlar a risada. – E então, o que te fez ligar pra mim às dez da manhã no Dia da Independência, Art?

O próprio Arthur precisou de um instante para parar de pensar no ódio que tinha de cornetas com temática estadunidense para relembrar o porquê de ter feito o telefonema.

– Ah... Ah, eu liguei porque acho que você esqueceu uma coisa aqui em casa...? Na verdade, eu não sei como isso veio parar aqui.

Alfred parou de rir assim que o punk proferiu as palavras. Agora a respiração constante e nervosa dele era audível até mesmo pelo telefone.

–... Que coisa?

– É um casaco...? Um casaco marrom. Eu tenho quase certeza de que é seu.

“Ah, meu Deus. O casaco. Eu deixei o casaco com ele, mas ele não se lembra de nada... Ele não se lembra! Obrigado, Senhor.”, foi o que se passou na mente de Alfred, seus batimentos súbita e drasticamente acelerando. Ele teve até medo de que Arthur ouvisse o repetido tum dum dum que reverberava do seu peito do outro lado da linha.

–... Ah, sim, o casaco... – Ele disse pausadamente, como se não soubesse mais como pronunciar as palavras. – E-Ele tá aí?

– Hm, está...? – Arthur fez tom de interrogação no final da frase, estreitando os olhos diante da súbita mudança de comportamento.

– Ah... Wow, ahaha, como isso foi parar aí? – Alfred tentou fingir humor, mas ele não conseguiu interpretar muito convincentemente.

– É por isso mesmo que eu liguei pra você, pra perguntar como essa coisa veio parar no meu quarto...

– Err... B-Bem, eu não sei como foi parar aí, dá pra... Dá pra você trazer de volta então? – O tom dele ainda era nervoso, mas Arthur não disse nada a respeito de suas suspeitas.

– Tá, eu levo – Vacilou o punk depois de alguns instantes, suspirando. – Só não me cumprimente com nenhuma corneta ou hino nacional, ou eu atiro o casaco na lareira.

Alfred riu, mesmo que não tão animadamente quanto antes, e ambos se despediram com um simples “Tchau”. No momento em que desligou, porém, Arthur sentiu uma estranheza. O nerd não era de mudar de comportamento tão rapidamente, e o fez assim que Arthur mencionou a jaqueta. De súbito, ele ficou realmente nervoso por algum motivo. Com certeza, era suspeito... Precisava de respostas de verdade.

Alcançou o casaco, que tinha pendurado num canto do quarto, e não conseguiu evitar inalar aquele cheiro que, ainda que fraco, permanecia no tecido. Do perfume de Alfred... Não, o cheiro de Alfred mesmo. O aroma não desimpregnava da jaqueta de forma alguma, e por algum motivo, aquele cheiro lhe trazia algumas memórias borradas. Como se ele tivesse sentido aquilo de perto em algum momento...

Ignorou a estranha sensação e prontamente calçou um par de tênis vermelhos, não se importando em manter o visual punk devido ao calor e não pondo a jaqueta sobre sua camiseta de banda antes de sair de casa sem dar muitas justificativas à sua mãe.

–-

Em dez minutos, Arthur estava diante da porta de Alfred, e era impossível não se irritar com o barulho que vinha de lá de dentro ainda que a porta estivesse fechada. Parecia que havia mais pessoas além do garoto e sua mãe, e Arthur sinceramente esperou que estivesse errado. Seria bastante desconfortável ter que estar num ambiente com muitos desconhecidos ou parentes da família Jones e ser apresentado como “um amiguinho” sob os olhares repreensivos das tiazinhas.

Suspirou e tentou agir normalmente ao apertar a campainha. Alguns ruídos foram ouvidos de lá de dentro, e pelo que o punk ouviu, uma mulher desconhecida estava prestes a abrir a porta logo quando a voz de Alfred ressoou e ele em pessoa abriu a porta.

– Hey – Cumprimentou o nerd, ainda segurando a porta e encarando o rosto do outro. Alguém apertou uma buzina de dentro da casa, o som sendo seguido por uma risada de criança.

O punk estreitou os olhos e tentou olhar para dentro da casa, inclinando a cabeça para o lado. Alfred ainda estava segurando a porta, imóvel.

– O que exatamente... Tá acontecendo aí dentro? – Indagou Arthur, meio incerto.

– Ah. É uma festa. Meus parentes estão aqui, e tal. – O loiro deu de ombros. Ele olhou de relance para o casaco que Arthur carregava, mas voltou a fitar o rosto dele logo depois.

– Festa de...?

– Wow, você não sabe que dia é hoje? – Alfred fez uma careta triste e infantil, com um biquinho.

– Claro que sei, hoje é o maldito Dia da... – Começou Arthur, mas o restante de sua frase foi cortada pela voz reconhecível da mãe de Alfred, que apareceu detrás do filho com um avental e um sorriso.

– Filho, adivinha! Seu bolo está quase pronto! – Ela anunciou, e vozes de crianças comemoraram batendo palmas ao fundo. Logo que a Sra. Jones prestou atenção no filho, espreitou-se para ver com quem estava falando. – Ah, foi o seu... Amigo quem chegou? Por que não chama ele pra dentro?

–... Ah, não, eu só vim entregar uma coisa – Constatou o punk, meio embaraçado diante dos olhares curiosos em sua direção.

– Ah, querido, não quer ficar para o bolo? Acho que o Alfred gostaria se você comemorasse com ele! – Incentivou ela.

E Arthur olhou para Alfred, depois para a Sra. Jones, depois para o casaco, e para Alfred novamente quando a súbita realização o atingiu. Oh.

– Espera... Alfred, hoje é seu aniversário...? – Ele arriscou quase num murmúrio, sentindo-se envergonhado e extremamente idiota. Alguém apertou uma buzina outra vez, como se representasse o som do peso que caíra na cabeça de Arthur. O loiro riu, ainda que igualmente embaraçado. – Ah. Merda. – Disse a última palavra num sussurro entredentes, repreendendo a si mesmo.

– E aí, você vai entrar e me dar parabéns pra redimir o erro de ter se esquecido do meu aniversário, ou...

– Eu não esqueci!! Eu... Eu só não sabia, tá? – Protestou Arthur, usando a verdade, mesmo que ela só piorasse a situação. - V-Você nunca me contou que fazia aniversário no 4 de Julho, por... Porcaria!

Alfred acabou por rir do punk, que tinha o rosto avermelhado e o cenho franzido e evitava olhar nos olhos do outro garoto. De alguma forma, Alfred achava-o engraçado e... Adorável, daquela maneira. Arthur resmungou alguma coisa para que parasse de rir, tentando reprimir os palavrões.

Arthur acabou entrando por insistência, ainda mais constrangido ao notar os vários parentes de Alfred na sala, que imediatamente observaram-no. Pelo menos a namorada dele não estava ali, porque senão ia embora naquele exato segundo.

Os presentes o fitaram com aquele mesmo olhar que ele recebia de todos, que era traduzido vulgarmente como “Quem é esse pirralho louco de cabelo colorido e cara furada?”. Alguns sons desaprovativos foram ouvidos, mas Arthur manteve a pose. Uma garotinha comentou sobre como o cabelo dele era esquisito.

Alfred logo socorreu o punk, que morria internamente:

– Ah, esse aqui é o Arthur, ele é... U-Um amigo – Disse, mas aquelas palavras pareciam tão difíceis de serem pronunciadas agora.

O punk discretamente deu uma cotovelada no estômago de Alfred, que emitiu um ruído, mas Arthur apenas sorriu desajeitadamente, erguendo e abaixando uma mão incerta. Olhou de soslaio para o nerd, que estava o fitando outra vez. Eles comunicaram-se pelo olhar, o punk pedindo – implorando – para que ele lhe tirasse dali.

– Er, então, mãe, eu vou ali com o Arthur e já volto – Disse finalmente, ouvindo o outro soltar o ar preso no peito.

Ela assentiu, comentando algo sobre estar terminando a cobertura vermelha, azul e branca do bolo, e os dois garotos escaparam da sala para o quarto. Quando vistos sozinhos, Arthur soltou uma série de palavrões murmurados e Alfred riu.

– Puta merda, Alfred, você devia se sentir mal pelas coisas que me faz passar – Apontou o punk, ainda com o rosto corado.

– Mas você entrou porque quis – Rebateu o outro.

– Não! Eu... Eu entrei porque não sabia que v-você fazia aniversário hoje, e...

–... E você queria me dar meu presente e um abraço de parabéns? – Completou Alfred, sorrindo de lado.

– Quê? C-Claro que não! Eu só vi entregar essa coisa que você... Q-Que você deixou lá, Argh! – Ele passou as mãos pelo cabelo, num desespero frustrado. Sentou-se na beirada da cama de Alfred como se estivesse em casa. – Aliás, como é que isso foi parar lá?

Outra vez, a postura de Alfred mudou. Ele congelou, seu rosto gradativamente assumindo o tom avermelhado. Arthur ergueu uma sobrancelha.

– A-Ah, sei lá, Art... – Mentiu.

– Alfred, eu não vou cair nisso – O punk revirou os olhos, cruzando os braços e exigindo uma resposta concreta e completa – Eu vi uma... Uma pegada na parede da garagem. Na parede. Eu tenho quase certeza de que é sua.

– Err... É mesmo? – O olhar do nerd vacilou, e ele parecia procurar algo para encarar que não fosse o outro garoto.

–... Tá, o que exatamente aconteceu?

Alfred inspirou e finalmente conseguiu olhar para Arthur, que mostrava uma expressão indignada. Ele não se lembrava de nada mesmo? Ele não deveria nunca mais ficar bêbado. Teria que contar a ele... Mas... Não precisava falar tudo.

– Você... Você ficou bêbado.

– Ah, não. – O queixo dele caiu, e em seguida levou as mãos à cabeça. – Merda.

– Bem, eu não sei como é que aconteceu, mas... Você... Eu encontrei você quando eu estava voltando – Alfred mentiu outra vez, planejando uma história que embaçasse os momentos vergonhosos sobre os quais nem ele nem Arthur queriam falar. – E daí você pegou, é, você pegou o meu casaco. E... – Ele tentou pensar em outra ideia, mas não havia outro jeito de explicar a pegada na parede. – A gente... Subiu no seu telhado porque você perdeu a chave.

– Quê? E-Espera, espera, eu não me lembro disso, eu... Ah, caralho...! – Resmungou, puxando nervosamente os próprios cabelos para trás.

– N-Não sei nada sobre a festa – Alfred disse uma verdade, na falta do que comentar.

– Ah, meu Deus, puta merda, eu me odeio – Ele quase berrou, escondendo o rosto com as duas mãos e meneando a cabeça num “não” arrependido.

Houve um silêncio no quarto, desconsiderando os ruídos que vinham dos outros cômodos, e Arthur apenas resmungou mais algumas dezenas de palavrões e coisas como “Eu não presto”, “Eu nunca mais vou sair de casa”, “Quero morrer”, dentre outras.

Alfred ficou incerto do que fazer. Na verdade, ainda estava pensando nos eventos da sexta-feira que omitiu para Arthur. Não tinha certeza de como contar aquilo, e ele ia se sentir ainda pior. Além de criar um clima ainda mais esquisito entre eles.

O loiro ignorou os batimentos cardíacos muito constantes e aproximou-se de onde Arthur estava sentado – encolhido, com o rosto enterrado nos joelhos e o cabelo vibrante escondendo o rosto – e levemente tocou o seu ombro numa tentativa de amenizar a situação.

– Não precisa me consolar – Ele disse imediatamente, e Alfred afastou a mão. – Só... Esquece isso, não conta isso pra ninguém...

Arthur disse aquilo quase implorando por piedade, mesmo sem fazer uso de um simples “por favor” – porque ele nunca iria ferir o orgulho dele pronunciando tais palavras - mas o loiro surpreendeu-se pelo fato dele estar praticamente lhe pedindo confiança. E ele esperara pelo momento em que Arthur lhe pediria alguma coisa, que faria tudo para que ele mantesse segredo, quase como numa dependência. E de alguma maneira, aquilo lhe deixava contente, porque por uma vez o punk deixara de lado o orgulho. Então Alfred se esqueceria do seu também.

– Art, relaxa – Fez o tom mais casual possível. – Juro que vou guardar segredo.

Os olhos verdes se ergueram para encontrar os azuis, mas o portador dos primeiros não encontrou algo a dizer e desviou a visão para um ponto aleatório no quarto. Imperceptivelmente, Arthur começou a morder o lábio, sutilmente brincando de morder o piercing dali, como fazia quando ficava nervoso. E Alfred não conseguiu parar de observá-lo fazendo aquilo. Por um instante, fitou atentamente a face do punk e os seus piercings, assim como o cabelo bagunçado – estava mais vibrante, ele devia ter pintado outra vez -, e principalmente seus lábios. Ele tinha visto tudo tão de perto naquela noite. Imaginou como seria se... Arthur tivesse realmente lhe beijado. Não beijado o namorado dele, mas beijado Alfred... Espera, não, ele tinha namorada! Ele não podia... Isso... Isso não estava certo.

Ao perceber sobre o que estava divagando, Alfred limpou a garganta estrondosamente. Arthur percebeu, mas também não soube o que fazer para quebrar o clima esquisito e inevitável.

– É... É melhor eu voltar pra casa. – Arthur pronunciou-se depois de mais um instante, mas quando o nerd estava prestes a replicar, a voz da mãe de Alfred elevou-se do lado de fora do quarto, dizendo algo para que os dois garotos saíssem e viessem para o parabéns pra você.

– Não, você vai ficar – Determinou Alfred, ele mesmo surpreendendo-se com a convicção imposta em sua voz.

– Como assim, você diz que eu vou ficar e pretende que eu obedeça? – Arthur revirou os olhos, ainda com o rosto avermelhado e parcialmente escondido nas mãos. Os seus olhos não focavam em Alfred por um tempo contínuo. “Por que não chama alguém, como por exemplo, a sua namorada?”, ele quase adicionou, porém não foi capaz de reunir coragem o suficiente.

– Eu quero... Q-Que você fique – Sua voz vacilou por um instante, mas ele não perdeu a determinação. Arthur fez algum ruído ininteligível, e Alfred prosseguiu – Por favor, é só hoje. Hoje é meu aniversário, Art. Você nem se lembrou disso.

–... P-Por que eu lembraria? Não é minha... Obrigação – O punk murmurou tão baixo que o outro precisou de um momento para entender o que ele havia dito.

– Puxa, valeu – Disse Alfred sarcasticamente, tentando não demonstrar o quanto estava decepcionado. Entretanto, ele sabia que Arthur acabaria cedendo. – Então tá. Quer que eu abra a porta, ou você sai pela janela?

Houve um breve silêncio, e o nerd apenas fitou Arthur, esperando uma resposta. Ele, porém, não o olhava de volta – estava encarando a parede vazia, mais para não ter que encontrar o olhar de Alfred. Ele o observava, também, mas quando ele não estava olhando.

– E-Eu posso... Eu posso ficar, mas só... Só pelo bolo, tá? – O garoto de cabelos esverdeados falou tão quietamente que quase soava como se ele estivesse fazendo uma terrível confissão.

– Claro. Só pelo bolo – Alfred fingiu acreditar, e os cantos dos seus lábios inevitavelmente elevaram-se num sorriso tolo.

Arthur fez uma careta, provavelmente para disfarçar que quase ia sorrindo também. E os dois garotos sentiram o clima melhorar bastante depois daquilo.

O punk foi levado até a sala, onde a Sra. Jones estava o esperando junto com todos os presentes. Havia cerca de seis parentes do garoto, e Arthur se sentiu um peixe fora d’água, mas o nerd insistiu para que ele se juntasse.

Então todos cantaram “parabéns pra você” para Alfred – exceto por Arthur, contendo-se em bater desanimadas palmas -, seguido de aplausos e buzinas. Um garotinho de visualmente uns cinco anos passou o dedo na cobertura do bolo furtivamente, e o loiro protestou com um sorriso enquanto ajudava a mãe a tirar as velas dos números um e sete e a cortar as fatias de bolo.

Arthur notou algo diferente nele, agora que sorria abertamente... Onde estavam aquelas borrachinhas pregadas nos seus dentes? Na verdade, ele notara isso antes, mas não dissera nada a respeito. Até porque... Notou que o sorriso dele era ainda mais bonito sem aqueles aparelhos. E aquilo era algo que o punk jamais assumiria ter pensado.

Ele estava observando-o quando Alfred ergueu uma fatia de bolo sobre um prato, com um sorriso de orelha a orelha. E os seus olhos azuis caíram sobre o punk sozinho no canto da sala quando estava prestes a anunciar de quem seria a primeira fatia.

Mas ele apenas a entregou à sua mãe, que lhe deu um abraço apertado e um beijo na bochecha, quase enforcando o garoto, que tinha o rosto avermelhado. Sem evitar, Arthur riu baixinho, do canto onde estava, cobrindo a boca com uma mão.

Aquele mesmo garotinho parente de Alfred aproximou-se do punk e começou a lhe fazer mil perguntas sobre seus piercings e seu cabelo, reagindo com espanto e admiração. Ele não soube bem como responder, mas mesmo assim a criança ficou maravilhada com Arthur e disse que queria ser como ele quando fosse “grande”, sendo repreendido pela mãe.

Alguém tocou o ombro de Arthur por trás, e ao girar a cabeça, encontrou Alfred segurando um pratinho com uma fatia de bolo.

– E o sétimo pedaço de bolo vai pra você – Disse, entregando-lhe a fatia com cobertura de listras brancas e vermelhas. Logo que ficou com as mãos vazias e não soube o que fazer com elas, levou uma até a nuca, um tanto envergonhado.

– Finalmente. Eu estava morrendo de fome – Arthur disse em tom de brincadeira, com um esboço quase imperceptível de sorriso no rosto quando comeu uma garfada do doce.

– Poxa, nem pra dizer um obrigado ou um parabéns. Você é o pior amigo do mundo, Art – Alfred fez um biquinho chateado, e o punk revirou os olhos com um meio-sorriso.

O aniversariante foi pegar um pedaço para si mesmo – quase cortando um quarto do bolo apenas para ele – e retornou à sala, sentando-se ao lado de Arthur, que se acomodara em uma das cadeiras da mesa, já que todos os outros Jones ocupavam o sofá da sala assistindo ao desfile do 4 de Julho.

Eles não disseram nada por um tempo, apenas comendo. Apenas ali, sentados, numa tarde quente de quarta-feira, que ocasionalmente era um dia especial para Alfred. Esquecendo tudo que os incomodava mentalmente. Tão próximos, trocando palavras mentalmente, porém optando por pronunciar apenas as simples e triviais, como se a coisa fosse tão clara – como se fosse perceptível no ar entre eles por meio de uma espécie de sexto sentido - que ninguém precisasse abrir a boca para explicar.

O hino da independência ainda tocava da televisão, junto com a maldita buzina que as crianças permaneciam apertando.

– Essa merda de desfile vai durar o dia todo? – Indagou Arthur. Ele já tinha terminado a sua fatia, enquanto Alfred estava no terceiro merecido pedaço – afinal, o bolo era seu.

– Wow, você realmente odeia o Dia da Independência. – Fez Alfred, de boca cheia.

– Não. Eu odeio os Estados Unidos por completo – Argumentou Arthur, franzindo as sobrancelhas diante da falta de educação do outro. – Acho que foram uns ingratos na questão da independência. Além disso, eles se acham os heróis de todo o mundo. Bando de egocêntricos filhos da mãe.

– Mas nós somos os heróis, inglesinho revoltado – O loiro zombou, mostrando a língua para o punk, que fez uma carranca.

– Heróis idiotas, isso sim. Principalmente você.

– Eu sou herói ou idiota?

A pergunta foi tão súbita que Arthur encarou-o por longos segundos, com a sobrancelha com o piercing erguida. Alfred o encarou de volta, esperando. Com o choque dos olhos azuis retribuindo-o, o punk desistiu e soltou um rosnado frustrado ao virar o rosto.

Alfred riu, e o punk disse alguma coisa sobre ele “obviamente não ser herói, e sim um americano idiota”. O herói idiota quis responder, argumentando que tinha o salvado naquela noite, mas trazer aquele assunto à tona só tornaria a situação constrangedora, e apenas em pensar naquilo Alfred sentiu um arrepio.

Tentando ignorar aquele nervosismo desconfortável que ele sentia quando ficava perto do punk, agiu como sempre agia. Foram novamente para o quarto de Alfred, com o intuito de jogar videogame. Entretanto, Arthur recusou a oferta, dando lugar ao garotinho de uns nove anos que estava implorando para se divertir com o primo mais velho. Então o punk ficou apenas assistindo as duas crianças exageradas, ocasionalmente bisbilhotando as coisas do quarto por não ter mais o que fazer.

– Ei, Al. Esse seu amigo, ele é algum tipo de malvadão da escola? Ele não bate em você? – O menino sussurrou em algum momento enquanto o jogo carregava, olhando de soslaio para Arthur e com a falsa certeza de que ele não estava os ouvindo.

Alfred prendeu o riso, inflando as bochechas, e tentou responder ao primo num sussurro – que também não fora nada menos indiscreto do que o do menor.

– Hah, que nada. Ele finge que é assim, mas na verdade é um bobão.

– Sério? Um bobão?

– É, uma vez ele quebrou a guitarra dele e começou a chorar! E ainda disse que foi minha culpa. Ele nem tinha amigos.

E de súbito, ele sentiu algo sendo atirado contra suas costas, e a voz do Capitão América ecoou no quarto. Alfred largou o joystick com fúria nos olhos, e uma almofada do chão foi lançada na direção do punk ao lado da estante, junto com um grito de guerra.

Até o garotinho se esqueceu do jogo quando foi travada uma batalha incansável de travesseiros no quarto, até que todas as crianças estivessem enterradas em almofadas e penas e sem nenhum ar nos pulmões.

– Isso foi pela dama de vermelho... Quer dizer, pela minha guitarra. Ouviu? – Arthur esclareceu, ainda arfando. Estava deitado no chão, o cabelo colorido grudado na testa.

– Cala a boca, você foi quem mais apanhou – Disse Alfred, recuperando o ar e erguendo o indicador para acusar Arthur. Mas ele logo percebeu que havia algo de errado consigo: – Espera, cadê os meus óculos?

O primo de Alfred, que por acaso se chamava Edward, começou a rir, mas foi interrompido pela sua mãe que apareceu diante porta do quarto. Ao se deparar com a cena do seu filho com dois adolescentes suados no meio de vários travesseiros bagunçados, ela não soube muito bem o que dizer, então só chamou o garotinho porque teriam que voltar para casa.

Ele se despediu de Alfred com um high-five, assim como fez com Arthur, que já tinha se tornado seu “amiguinho”, e saiu porta afora com a mãe. Os dois adolescentes suados se viram sozinhos outra vez no quarto. Ficaram ali, sentados no chão com os travesseiros e almofadas, sentindo o aroma de cookies que vinha da cozinha e lhes fazia inalar expectativa, como se fossem exatamente dois moleques idiotas de dez anos de idade.

– Eu ainda preciso voltar pra casa.

Alfred estreitou os olhos para o punk, e em seguida ergueu as sobrancelhas.

– Você nunca sairia daqui sabendo que os biscoitos estão no forno.

Arthur jogou outra almofada na cara do loiro, que começou a gargalhar, perguntando se queria revanche e atirando de volta outro travesseiro.

Em alguns instantes, os dois moleques idiotas estavam em uma espécie de lutinha, Arthur tentando socar Alfred, sendo impedido por um travesseiro-escudo. O punk riu, agarrando o travesseiro para tentar tirá-lo do outro, que dava passos para se esquivar. Até que o loiro se deparou com um obstáculo e tropeçou em alguma coisa – o boneco do Capitão América, esquecido dentre a bagunça -, caindo direto ao chão.

Alfred bateu a cabeça no canto da cama, e soltou um “ouch” exagerado com a pancada. Mas aquilo foi pouco quando, ao ver o monte de cabelos verdes sobre seu peito, ele percebeu que Arthur também tinha caído. Em cima dele.

Ele nunca tivera tanto contato com Arthur – nunca tinha o abraçado -, e agora o corpo dele só estava separado do seu próprio corpo por um travesseiro. A situação trouxe à sua memória a noite da sexta-feira passada, e seu coração passou a bater muito rápido. Foi por um imperceptível milésimo de segundo que seus olhares se fixaram uns nos outros, antes que o punk saísse de cima dele no milésimo seguinte.

– Aargh, Alfred, seu idiota!! – Bradou Arthur, fingindo que o seu rosto corado era consequência da lutinha de antes enquanto passava as mãos pelos cabelos no intuito de arrumá-los.

– E-Eu sou idiota? Foi você quem começou!! Eu me machuquei!

– Machucou nada, só bateu a cabeça!!

– É assim que as pessoas se machucam, Arthur!!

A briguinha infantil foi interrompida pela Sra. Jones, que apareceu na porta do quarto com duas luvas de cozinha nas mãos:

– Ei, o que está acontecendo aqui, meninos? – Ela perguntou, exatamente como faria se tivesse flagrado duas crianças brigando sobre coisas bobas.

– Foi o Arthur quem começou! – Acusou Alfred, apontando para o punk com a mão que não estava atrás da cabeça, onde tinha levado a pancada, ao mesmo tempo em que procurava os óculos perdidos.

– Hey!! – Reclamou o outro, mas não acusou-o diretamente pelo fato de sua mãe estar presente. Então direcionou-se a ela: – Perdão, Sra. Jones, Alfred e eu estávamos agindo infantilmente.

– Oh, eu vejo – Ela constatou ao ver a bagunça de almofadas dentro do cômodo. – Então, as crianças vão querer biscoitos?

No mesmo segundo, os dois levantaram-se do chão.

– Er, se não for incômodo, eu aceitaria... – Murmurou Arthur, fingindo não estar com água na boca com o pensamento.

– Ele tá morrendo pra comer seus biscoitos, mãe. Ele é um grande admirador deles – Alfred deu um soquinho no ombro do amigo, que resmungou algo contra, mas não fez nada.

E as crianças foram à cozinha, ansiosas para engolir os biscoitos como se suas vidas dependessem deles. E foi em algum momento depois daquilo que Arthur percebeu como estava se sentindo contente naquela tarde. Como tudo estava sendo divertido. Alfred tinha essa peculiar capacidade de tornar qualquer momento algo... Especial. Momentos compostos de pequenas coisinhas, brigas tolas, comentários bobos ou ofensas não sinceras. De tardes com buzinas, fogos de artifício, biscoitos e guerra de travesseiros. E Arthur os adorava, mesmo que não demonstrasse. Porque ele nunca conseguiria admitir que alguém como aquele garoto tinha tanto poder para manipulá-lo dessa forma e lhe fazer se sentir tão estranho, como se seu mundo virasse de cabeça para baixo.

–-

Foi por volta das cinco da tarde que foi ouvido no cômodo um som de mensagem recebida. Arthur tirou os olhos do entediante filme de comédia que ele e Alfred assistiam e alcançou o celular – com a misteriosa rachadura na tela. Surpreendeu-se ao visualizar uma mensagem, não de ninguém mas Joey. E de imediato, perguntou-se o conteúdo e o porquê dela. Afinal, Drake estava chateado com Arthur, e ninguém contataria o punk mais novo do grupo sem a autorização do namorado deste.

Entretanto, ele sentiu todo o seu ser ser engolido por uma ansiedade mista de medo quando leu a mensagem. Até Alfred percebeu que ele tinha parado de respirar momentaneamente e tirou os olhos do filme.

– Art...? – Indagou o garoto, depois de mastigar a pipoca (para a qual ele surpreendentemente arranjara espaço no estômago), pendendo levemente a cabeça para o lado. – Aconteceu alguma coisa?

Arthur não respondeu. Ele fitou outra vez a mensagem, mas com um olhar perdido, antes de se levantar.

– Preciso ir.

– O quê? Mas agora é a melhor parte do filme... – Alfred fez um biquinho e cara de cachorro pidão para o punk, que o encarou por um momento, porém não vacilou.

– Não, eu preciso ir. Agora. – Repetiu Arthur, caminhando em direção à porta. Suas mãos estavam tremendo, e ele tentou escondê-las nos bolsos. – Chama, sei lá, a sua namorada pra ver essa merda com você.

– Ei, espera! – Disse o loiro, pausando o filme e se levantando para seguir o outro até a porta. – O que aconteceu? Você tá tremendo, Art.

– Nada. Me deixa ir.

– Mas... O que acontec...

– Nada! – Vociferou Arthur, assustando o outro com a súbita exaltação. Ele cruzou seu olhar árduo com o de Alfred por um segundo, mas desviou-o, mordendo o lábio com força. - Só me deixa ir, tá?

Ele hesitou um pouco antes de responder.

–... Foi bem divertido hoje – Alfred sorriu um pouco, meio sem-graça. – Foi legal você ter vindo, Art.

Arthur permaneceu mordendo o lábio, não abrindo a boca para pronunciar uma réplica. Ele estava encarando a porta à sua frente, até que Alfred finalmente notou e abriu-a para que o outro saísse. E foi só o que o punk fez. Foi embora, sem dizer mais nada.

– Até mais, Art.

Alfred o observou até que ele descesse a rua, caminhando apressadamente, os cabelos vibrantes brilhando com a réstia de luz fraca de sol do final da tarde. E quando ele desapareceu, o garoto sentiu como se um vazio se ampliasse dentro dele. Como se tivesse se acostumado a tê-lo por perto depois daquela tarde... E agora que ele fora embora, tremendo por algum motivo, Alfred apenas quis que ele desse meia volta e regressasse, sem explicar nada, e lhe desse um abraço de parabéns. E o garoto nunca pensou que... Fosse sentir tanta falta de uma pessoa como ele como sentia naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que ainda estejam vivos depois de todo esse açúcar, e se estiverem, não me assassinem por chegar ao capítulo 12 sem juntar o casal principal. Mas eu já tenho meus planos para os próximos, só preciso criar motivação, organizar tudo, sentar e escrever.
Senti que esqueci algumas coisas nesse capítulo, e provavelmente só vou lembrar delas mais tarde e rugir de frustração, então me aceitem, errar é humano... Hahaha.
Bem, espero que tenha ficado bom! Obrigada de novo pelos seus reviews lindos, e pra quem começou a ler a minha fic por comentários no Twitter ou qualquer coisa. Eu fico muito feliz com isso, mesmo, espero que todos sintam-se abraçados por mim! :3