Capitulo 33 – Doces ilusões

Narrado por Isa:

Acordei na segunda, a noite depois da conversa com o Lukas tive um sonho, ou melhor um pesadelo. Eu estava parada em algum lugar e na minha frente um garoto beijava a Tina, não sei quem era, uma hora parecia o Lukas, outra o Vini, mas eu não entendi o porque daquilo, só sei que lagrimas corriam pelo meu rosto e que eu comecei a correr sem rumo, num lugar escuro alguém me abraçou e me acolheu em seus braços, mas eu não sabia quem era, o abraço era bom, eu senti um perfume, mesmo sonhando. Logo o chão se abriu sob meus pés e eu caía sem parar, acordei com o despertador tocando e me libertando daquele pesadelo terrível, eu estava suada e meu coração estava disparado, esse era o tipo de sonho para o qual eu não tentava voltar. Nem pensar!

Levantei da minha cama com as pernas meio estranhas, como eu estava suada resolvi tomar um banho, entrei no chuveiro e coloquei a nuca na água, aquilo limpou meu corpo e minha mente, saí do banho mais aliviada, coloquei uma calça de malha preta, porque teria educação física e a blusa da escola, coloquei um all star, amarrei os cabelos, make normal e desci. Sentei na mesa e meus pais e tios como sempre já estavam saindo. Lukas chegou e sentou na mesa.

– Bom dia, gente. - falei.

– Bom dia... - o pessoal respondeu.

– Bom dia – Lukas disse sorrindo feliz.

– Dormiu pensando na garota né, Lukas? - meu pai fez uma pergunta estranha para o Lukas.

– Pior que sim, tio... ela não sai da minha cabeça. - ele disse ainda com aquele sorriso no rosto.

Eu ouvi aquilo mesmo? Ele estava apaixonado? E meu pai sabia por quem era?

Não sei porque mas aquilo fez meu coração doer um pouco, eu estava com ciúmes? Não... não podia ser.

– O Lukas, apaixonado? duvido muito... - falei rindo.

– Pois é, priminha... para você ver né... o problema é que ela nem me da bola. – ele falou olhando para mim.

– Também... galinha do jeito que você é. - respondi.

– Tchau, meninos, estamos indo. E, Lukas, não desista. - Meu pai disse e piscou para o Lukas.

– Pode deixar tio, eu não vou desistir dela. Nunca. - Lukas respondeu.

Depois que meu pai saiu ficou um silencio ali na cozinha, só eu e ele tomando café e ninguém puxava papo.

– Então... está apaixonado? – perguntei rompendo o silencio.

– Pois é... acho que estou sim, mas ela nem liga. - ele deu de ombros com um sorriso travesso.

– E ela sabe?

– Não. – ele falou mordendo o pão, quanto mais eu perguntava mais as respostas dele faziam meu coração sentir uma coisa... como se fosse um ciúmes, mas porque eu estaria com ciúmes dele?

Mordi meu pão.

– E quem é a coitada? - perguntei brincando e muito curiosa.

– Ah... ela não á coitada não... ela é linda, tem um sorriso lindo, ela é demais.

Dessa vez meu coração recebeu uma facada, ouvir aquilo me fez ficar olhando séria para ele sem resposta.

– Hum... – foi o que consegui murmurar.

Oh, meu, Deus! Eu estava com ciúmes do Lukas!

– Vamos? - Ele perguntou pegando a mochila.

– Vamos.

Peguei minha bolsa que estava no sofá e nós saímos.

Logo na esquina encontramos a Gio e o Pedro, Vini não estava lá.

– Oi! - Lukas e eu falamos juntos.

– Oi! - Pedro e Gio responderam.

– E o Vini? - perguntei.

– Estava meio mal... aí ele disse para a mãe que ia ficar em casa, fez uma carinha de doente e ela deixou... - Gio riu. - mimado.

– Hum. - sorri leve.

Seguimos andando e logo chegamos na escola, entramos e vimos a Lana sentada sozinha numa escada no pátio. Ela nos viu e fez um ''oi'' com a mão, acenamos de volta.

– Vou lá falar com ela. - Lukas disse.

– Mas ele não perde uma mesmo. - Pedro falou rindo.

Será que a Lana não é a menina por quem o Lukas está apaixonado?

Será?

Eu, Gio e Pedro fomos para a sala e colocamos nossas coisas lá, fomos lá para fora e o Lukas ainda estava conversando com a Lana, os dois sorriam um para o outro, logo eles vieram até nós.

– Sério? – ouvi ele falar para ela antes deles chegarem até nós, ela fez que sim com a cabeça.

– Gente, a Lana vai participar daquele concurso de musica amador que vai ter aqui na escola semana que vem, ela vai tocar piano. - Lukas falou.

– Sério, Lana? Que legal, eu toco piano sabia? - falei animada em saber que mais alguém gostava de piano como eu.

– Jura? Eu aprendi, mas estou um pouco sem pratica, então estou com um pouco de medo de participar da competição. - Lana confessou tímida.

– Ah... normal isso. Mas é só você treinar bastante essa semana que vai dar tudo certo semana que vem... se precisar de uma ajuda é só falar. – sorri para ela.

– Jura que você me ajuda? Eu ia ficar muito feliz, Isa, estou precisando de alguém que entenda mesmo. - ela disse um pouco mais alegre.

– Claro... tudo bem. Você tem piano?

– Esse é o problema da minha ferrugem... eu sempre treino na casa da minha professora... mas ela está mudando de casa, aí fica muito ruim, ela tem que ajeitar as coisas dela e não pode ficar me ajudando... por isso estou com um pouco de medo do concurso... não tenho onde treinar.

– Hum... – fechei meus olhos e fiquei tentando lembrar de algum lugar onde tinha um piano, mas eu não conseguia lembrar onde tinha visto.

– Que você está fazendo, Isa? Está com a mão nos olhos por quê? - Lukas perguntou confuso.

– Não... eu estou tentando lembrar onde eu vi um piano... eu sei que foi aqui nessa cidade, quando eu tinha uns cinco anos e a gente veio passear para cá,mas eu não lembro onde eu vi! - falei frustada.

– Hum. - Lukas murmurou.

– Isso! – falei levantando do banco. - lá em casa, Lukas, lá em casa!

– Lá em casa? Hã? Não temos piano, Isa. Ta doida? - ele disse confuso.

– Lá em casa, Lukas, tem um piano velho no porão, eu não estou doida não, eu lembro, eu vi um piano lá. - falei ainda lembrando.

– Que estranho, eu nunca vi esse piano. - ele disse.

– Quando a gente brincava de esconde-esconde, eu sempre me escondia lá, por isso ninguém me achava, foi lá que eu comecei a gostar de piano, ai depois quando a gente voltou para casa eu fiz curso, e fazia até antes de mudar para cá... Vem lá em casa hoje de tarde, Lana? Se estiver lá ainda você pode treinar a vontade! - Pedi para ela.

– Ta, eu vou sim! - Lana falou super animada.

O sinal soou e nós voltamos para a sala de aula. Lana era do outro terceiro ano.

Eu não vi nem o Vini nem a Tina na aula, achei estranho os dois terem faltado no mesmo dia, mas fazer o que né... As aulas passaram rápidas como sempre, e a ultima era de geografia, a professora deu um trabalho em grupo de quatro componentes e sugeriu que sentássemos com colegas próximos, então sentamos, eu, Gio, Pedro e Lukas. Combinamos de nos reunir quarta a tarde para fazer os tais cartazes que ela tinha pedido.

O sinal do termino da aula soou e fomos juntos embora, logo na esquina da escola, vi a Tina atravessar a rua e encontrar com umas amigas dela, sim aquela vadia além de burra, vive matando aula. Viramos na esquina pela qual ela tinha vindo e eu vi o Vini, ele estava sentado num banco, perto do muro da escola.

– O..oi gente... – ele falou meio assustado, como se não nos esperasse ali.

– Oi! - sorrimos para ele.

– Ta melhor já, Vini? - perguntei.

– Sim, princesa... melhorei e vim aqui só para ver... você! – ele falou e me deu um beijo na bochecha.

Fomos embora. Chegamos em casa eu e o Lukas, entramos, almoçamos e depois eu fui trocar de roupa para esperar a Lana. Coloquei um shorts e uma blusinha branca, desci e o Lukas tinha trocado de roupa também, estava com uma bermuda e sem camiseta, normal.

– Lukas, vai comigo ali no porão ver se o piano está por lá ainda? - pedi.

– Aham. – ele levantou do sofá e veio atrás de mim.

Saímos pela porta da cozinha e ali do lado tinha uma pequena porta que levava ao porão, abrimos e entramos, estava escuro, mas com a luz que vinha da porta dava para ver lá dentro. Entramos e o Lukas achou um interruptor, ele ligou e a luz acendeu clareando todo o porão que era bem pequeno, do tamanho de uma sala só. Tinha um monte de coisas velhas ali, um sofá antigo, um TV das primeiras que existiram, um radio muito antigo também, um baú, e do outro lado uma coisa tapada com um lençol escuro e cheio de poeira.

Era o velho piano.

Tirei o pano de cima e espirrei, devido ao pó, o piano ainda estava em ótimo estado de conservação, e era muito antigo, mas mesmo assim, parecia ser o melhor piano, o som dele ainda saía perfeito, toquei algumas notas para ver como estava.

– Toca alguma coisa aí, Isa. - Lukas pediu.

– Ah, não... eu tenho vergonha... sério, não consigo tocar na frente dos outros. - falei toda tímida.

– Vai... por favor, eu fecho os olhos! – ele falou me surpreendendo.

– Ah, eu morro de vergonha, Lukas, sério. - falei rindo.

– Vai, eu já disse que fecho os olhos. – ele colocou as mãos no rosto tapando os olhos. Lukas estava parado na minha frente e eu achei muito fofo o gesto dele, sentei na cadeira empoeirada do piano e comecei a tocar uma musica lenta, em inglês, Never Alone é o nome, é linda, muito linda e super romântica. Comecei a tocar e quando eu tocava era como se tudo a minha volta sumisse, não que eu fosse uma pianista perfeita, mas eu sempre me dediquei muito, e sim, eu era boa. Fechei os olhos e continuei tocando, como se flutuasse, quando acabei a musica e olhei para o Lukas ele ainda estava com as mãos cobrindo os olhos, mas agora ele sorria, aquele sorriso lindo, perfeito, ele sorria como se estivesse sozinho, como se nada pudesse tirar dele aquela tranquilidade.

– Foi... lindo. – ele falou enquanto eu me levantava da cadeira, só consegui sorrir para ele, porque o olhar dele não me deixou falar nada. Ele deu um passo a frente e ficamos cara a cara, meu coração acelerou, eu senti meu corpo se arrepiar quando ele pegou na minha cintura.

– Mas... - tentei falar.

Ele colocou o dedo na minha boca me fazendo ficar quieta, por alguns segundos ficou olhando em meus olhos e depois nós nos beijamos, foi um beijo perfeito, emocionado, caloroso, foi um beijo diferente, eu sentia as borboletas e os papagaios voado no meu estomago, eu sentia meu corpo se excitar, eu senti seu cheiro invadir minha mente, sua alma se fundir com a minha, era como se aqueles minutos nos beijando fizessem o tempo parar.

– Lukas, não... a gente não pode... - murmurei.

– Shhh. – ele colocou outra vez o dedo na minha boca, estávamos com as testas coladas. - A gente pode sim.

Ele me beijou de novo, dessa vez o beijo foi um pouco mais calmo, mesmo assim com desejo, era como se ele estivesse cuidando de mim. Me entreguei ao momento, era bom estar nos seus braços, sentindo aquele calor, aquele beijo, era bom sentir seu cheiro, era bom sentir o jeito como ele me desejava, era diferente do beijo de qualquer outro, eu sentia... sentia amor, naquele beijo.

Paramos de nos beijar quando a campainha tocou, devia ser a Lana. Lukas logo me soltou e ficou me olhando assustado.

Droga – pensei - só pode que é dela que ele gosta! Mas porque ele tinha que me beijar! Se gosta dela, por quê?! Para que mexer assim comigo!

– Deve ser a Lana... vou lá ver. – saí do porão e fui abrir a porta, era a Lana.

– Oi, Lana, entra. – sorri para ela, e ela sorriu também.

– Obrigada... espero não estar incomodando.

– Que isso... não está não... vamos lá no porão, o piano está ótimo, apesar do tempo...

– Ok.

Fomos e entramos no porão.

– Oi, Lana. – Lukas sorriu ao vê-la.

– Lukas! Oi! - Ela deu um abraço nele e um beijo na bochecha.

– Então... pronta para voltar a treinar? - perguntei.

– Claro. - Lana sorriu.

– Senta aí e toca alguma coisa. - falei.

– Ah... não... melhor não. - ela disse com medo.

– Vai.. tudo bem... o Lukas vai embora. - ri.

– Ah, mas eu quero ver! – ele fez carinha de coitado.

– Saí, Lukas. Se manda. - falei botando ele para fora.

Fechei a porta do porão e a Lana sentou e começou a tocar algumas notas, ela sabia o básico e um pouco mais, não era uma ótima pianista, mas se saía bem.

– Então.. o que achou? - Lana perguntou no final de uma música.

– Hum.. está bom! Mais um pouco de treino e fica melhor ainda. – sorri para ela.

– Toca alguma coisa, Isa? Para mim ver. – ela pediu sorrindo.

– Ta.. que musica você quer?

– Sério? Posso escolher a musica?

– Qualquer uma... se eu conhecer ela eu toco.

– Hum.. deixa eu ver... que tal aquela uma, Because of you, da Kelly Clarckson? Pode ser?

– Pode sim, essa música é linda. - concordei.

Comecei a tocar a musica e a cantá-la, Lana me olhava fascinada, tudo bem que eu não era uma cantora famosa e tal, mas minha voz até que era legalzinha, parecida mesmo com a da cantora da musica.

– Because of you , I find it hard to trust, not only me, but everyone around me because of you, I am afraid I lose my way, and it's not too long before you point it out I cannot cry because I know that's weakness in your eyes I'm forced to fake a smile, a laugh every day of my life my heart can't possibly break when it wasn't even whole to start with.

Cantei essa parte da musica e vi a Lana sorrindo, um sorriso bobo, ela gostava mesmo da musica, e essa musica a lembrava alguém, que a tinha machucado mas com certeza alguém que ela ainda era apaixonada. Terminei a musica e olhei para ela.

– Foi... lindo, Isa, lindo! - Ela disse sorrindo.

– Que isso... eu até estou um pouco sem pratica. - confessei.

– Sem pratica? Imagina com pratica! - ela riu.

Ri com ela, depois ela sentou e tocou mais um pouco, eu tinha ficado com um pouco de vergonha de tocar na frente dela, porque sei lá... tenho muito medo de publico.

Já eram quase cinco da tarde quando saímos do porão e fomos comer alguma coisa, Lukas estava no quarto.

– Então... como é morar com o cara mais popular e lindo da escola? - Lana me pegou de surpresa.

– Quem? O Lukas? - falei rindo. - ele é um idiota.

– Sei, sei... - ela riu.

– é sério. Ele é um idiota, só pensa nele e não se interessa por nada... Lana, ele está no terceiro ano, não sei como, e está quase rodado.. ele precisa no mínimo um noventa na prova de sexta em matemática... e se ele não conseguir, roda... porque já é a ultima prova... ele não se preocupa com nada mesmo. – falei isso como um desabafo para ela, ele não se interessa mesmo.

– Porque você não da uma ajuda para ele? Eu ouvi o Professor Charles comentar que você é a melhor da turma em matemática. - ela deu de ombros.

– E adianta? Ele nem ia querer ajuda para começo de conversa... Se ele se esforçasse eu até ajudava ele. - falei.

Nesse momento Lukas entrou na cozinha, fiquei com medo dele ter escutado nossa conversa, mas se escutou fingiu que não, porque não falou nada sobre isso.

– Então, Lana, deu para treinar? - Lukas perguntou sorrindo.

– Deu sim, Lukas.

Ele sorriu, pegou uma garrafinha de água e foi sentar na beira da piscina, tirou a camiseta e ficou lá olhando para o nada e mexendo na água com os pés. Vi ele olhar para o céu e sorrir. Achei a cena... linda. Ele é lindo.

– Algo me diz que você está apaixonada, senhorita Isabella... - Lana falou me olhando com um sorriso.

– Eu? Por quem? – falei ainda olhando para o Lukas, ela começou a rir. – Que foi?

– Nada, nada... bom... eu tenho que ir... manda um tchau para o Lukas. - Lana riu.

– Ta... quando quiser, pode vir de novo. – sorri para ela e ela para mim agradecendo.

Fomos até a porta e ela foi para casa, voltei para dentro e sentei no sofá. Fiquei pensando: eu apaixonada? Será que está tão na cara que o Lukas me fascina? Lukas? Que Lukas o que Isa... o Vini... que o Vini me fascina! Agora sim! Sorri para mim mesma.

Eram seis e meia e o Lukas veio para dentro, ele parou na subida da escada, eu estava no sofá.

– Isa... eu estava pensando... será que você pode me ajudar a estudar para a prova de sexta? - Lukas pediu.

– Hã? Você quer estudar? – estranhei a pergunta dele.

– é.. não estou muito afim de repetir o terceiro ano. - ele disse com um sorriso bobo.

– Tá, claro, a gente começa quando você quiser.

– Pode ser agora? Só vou tomar um banho.

– Pode ser sim... vou também, depois a gente estuda daí. – sorri para ele.

– Valeu... – ele sorriu para mim e subiu as escadas rapidinho.

Será que ele ouviu a minha conversa com a Lana?

Subi e tomei um banho também, descemos e eu peguei meus cadernos, porque ele não tinha nada nos dele... Sentamos no tapete da sala.

– Bom... o que você não sabe? - Perguntei para deixar as coisas mais fáceis.

– Ah, a matéria do ultimo trimestre... o resto está beleza. - ele riu.

– Hum... Ok, então vamos ver... começa com esses gráficos e essas equações... se você se concentrar fica fácil. - falei.

– Ok.

Comecei a explicar as coisas para ele e volta e meia ele coçava a cabeça com o lápis.

– Ah, eu nunca entendi essas coisas de sinal... aff. - ele fez careta.

– Presta atenção, Lukas, você tem uma divida de 10 reais, e só tem 8 reais para pagá-la, você ainda vai ficar devendo 2 reais né? então o sinal é de menos! Quando sobrar dinheiro, o sinal é de mais, por exemplo, se você devesse dez reais e tivesse doze, ainda te sobraria 2 reais, e o sinal seria de mais, entendeu? Você tem que pensar nisso como pensava naquelas coisas bobas da quinta série, é a mesma coisa só que agora tem X e Y aqui no meio. - falei como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo e de certa forma era extremamente fácil.

– Ah! é só isso? Que fácil... - ele riu da bobeira.

– Viu... é só prestar atenção que você entende. - dei de ombros.

– Mas é que com o Sr. Charles não dá vontade de prestar atenção, já quando a professora é gostosa... aí o aluno se dedica mais, para impressionar ela. - ele mordeu o lábio.

Eu fiquei olhando para ele, com uma cara sem muita explicação, nem sei como definir minha cara naquele momento. Sei que me deu vergonha, ele estava olhando nos meus olhos e colocou a mão na minha nuca.

– Lukas... para... – falei e olhei no olho dele.

Ele tirou a mão da minha nuca e voltou a olhar para os cadernos.

– Então se eu quiser descobrir x, eu preciso cuidar o sinal do quadrante? – ele mudou de assusto.

– é... isso mesmo.

– Ok... acho que por hoje chega né? Eu estou com sono. – Lukas falou ainda olhando para os cadernos.

– Aham, tudo bem, você aprende rápido. – sorri para ele, ele me deu um meio sorriso de volta.

Arrumamos as coisas ali do chão e ele levou tudo para o meu quarto, subi junto com ele, já eram mais de nove da noite. Logo em seguida meus pais chegaram.

– Boa noite, Lukas. – falei entrando no meu quarto.

– Boa noite, Isa. – agora sim ele me deu um daqueles sorrisos maravilhosos que só ele tem.

Entrei no meu quarto e deitei na cama, demorei um pouco para dormir porque fiquei pensando no porque dele querer estudar: mas é claro! Ele quer passar de ano, sua tonta. Pensei para mim mesma, estava com isso na cabeça e meu celular tocou, atendi e era o Vini.

– Oi, Vini.

.....

– Ah, que fofo você!

.....

– Tá, até amanha, beijo, tchau.

.....

– Sonho sim. Beijo.

Ai meu Deus! Ele ligou só para dizer que a minha voz é a ultima que ele quer ouvir todas as noites, pelo resto da vida! Como ele é fofo! Que doce!

Adormeci.