A Domadora - O Fragmento da Profecia escrita por Maria Beatriz


Capítulo 15
Capítulo 14 - Portal


Notas iniciais do capítulo

Eaeeee! Óia eu aquie de novo o/
E desta vez, com um capítulo que, certamente, no próximo, alguns ficarão meio putos comigo e.e Mas sem spoilers, eu mal comecei a escrever ainda... e.e'
Obrigada pelos comentários: Cassiela Collins, Ryan Phillips e Caçador de historias o/ (sim, quando vocês comentarem eu colocarei o nome nas notas iniciais e na ordem de quem comentou primeiro)
Mas, para descontrair, um rascunho de um desenho ^^
(não, ela não isa necessariamente essa roupa, o que me lembra q eu pretendo desenhar a Sora de vestido e.e)



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No momento, viajamos em silêncio. Era noite e estávamos atravessando um bosque, mais frente, passaríamos em frente às montanhas, onde se encontrava um dos portais. Havíamos de fato nos juntado a Aliança de Pale, embora, isso duraria até desviarmos nosso caminho, que aconteceria daqui uns três dias. Já estávamos com eles há dois dias.

— Eu nunca vi um portal antes... —Yoru comentou, ela cavalgava ao meu lado. A nossa frente, estava Denzel e Yume. Atrás, nos seguia Fallen e Benjamin. E, mais afrente, ainda estava Deron, junto de Otolon. Bélicos tinham o costume de usar as chamadas montarias, a dele era a de um Urso Guardião, que era uma espécie diferente da maioria que eram vistas. Seu tamanho era maior do que a de um urso comum, e sua pelagem era marrom, o animal usava uma espécie de armadura. Otolon havia o nomeado como Arctos. Dafar e Namish seguiam Solace que nos guiava. Ela era uma boa líder, precisava admitir.

—Mas já viajamos para outros mundos. —Observei-a e arrisquei-me sorrir na sua direção enquanto ajeitava o capuz de minha capa.

—Realmente... E até que foi legal, agora, parando para pensar.

Resolvi analisar o que havia mais afrente, a quantidade de árvores diminuía e entre elas era possível ver parte do portal. Não demorou muito para que atravessássemos o caminho que ainda restava, tento a finalmente a visão de sua construção. Lembrava uma espécie de templo e, de dentro dele, podíamos ver uma luz de dourada irradiar. Sua construção era de cor ocre, sua forma era arredondada e havia quatro entradas. Os pilares eram alinhados e para entrar dentro dele era preciso subir alguns degraus.

Existem muitos outros portais espalhados pela Terra, não é? — Falei a Arcano.

Porém, nem todos funcionam como este. Durante a Grande Guerra, alguns portais foram destruídos. E se destroem um portal aqui, os outros dois que correspondem a esse nos outros mundos param de funcionar.

Então nas Trevas e Luz existem alguns que são apenas ruínas?

Exatamente, e na Terra também.

—E esse é um dos famosos portais. — Deron falou. —Já ouviram falar das Joias Sagradas?

—A Sora tem uma. —Benjamin respondeu e Fallen erguei os olhos para encara-lo.

—Sério? —Sua voz era visivelmente surpresa — E como é a sensação de usa-las para ir para os outros mundos?

—É horrível. Dá uma vontade dos infernos de vomitar. —Benjamin respondeu fazendo uma careta.

— Viajar com os portais também não é uma sensação tão diferente, garoto. — Otolon respondeu.

—Mas essa sensação diminui um pouco, depois que se viaja pela segunda vez. —Yume respondeu.

—Então vocês utilizaram uma joia sagrada pra viajar, mais de uma vez?

—Sim. —Yoru objetou por fim.

Após isso adentramos um pouco mais a clareira que cercava a construção do portal, era uma área extensa e dava uma boa visão do local. Passamos reto, porém, diminuindo o passo para fita-lo novamente. Mais atrás, ficavam as montanhas. E a noite, a edificação do portal arrostava com a luz que emitia de dentro até onde estávamos, dava uma bela visão. Observei Denzel que estava mais a frente, seus olhos de dragão contrastavam com a luz que enunciava de dentro do portal, além, se que sua atenção estava completamente fixada na construção.

—As áreas que cercam os portais não são muito amistosas. —Solace disse cavalgando mais a frente. — Mas teremos que parar em algum lugar por aqui, já está ficando tarde.

Ninguém falou nada e, seguimos por mais um tempo. Atravessamos a clareira que cercava o portal e adentramos a floresta à frente. Entendia o porquê de Solace dizer aquilo. Não era novidade que certos animais nada amigáveis gostavam de atravessar os portais, as áreas ao redor de onde eles se localizavam não eram das mais propícias para se parar por muito tempo. Além de que ainda poderia dar o azar de se encontrar com pessoas nada amistosas.

Passaram-se alguns minutos, até encontrarmos uma clareira relativamente grande para podermos parar. Descemos dos cavalos e os amarramos.

—Amanha você vai me ajudar com essa história de aprender a ser um invocador? —Benjamin perguntou enquanto mexia em suas coisas e guardava seus óculos, sua pergunta era direcionada a Deron. O fato é que, eles haviam se interessado nas habilidades que cada um da Aliança tinha. Fallen havia revelado até mesmo que em uma de suas tentativas de fuga quando estava na Luz, fora para poder tentar se tornar uma Summoner.

—Mas eu lhe passei o livro com os selos... —Ele retirava o chapéu para coçar os cabelos, visivelmente confuso.

—Mas eu não entendi.

—Mas só temos três dias... Você tem que lê-lo antes.

—Mas são muitas páginas.

Resolvi ignorar o que eles diziam e faziam, procurei entre as minhas coisas meu saco de dormir. Ainda usava o vestido que Solace me emprestara, havia lhe dito que iria devolver, mas ela insistira para que eu ficasse. Estendi o saco de dormir no chão, sentei sobre ele e coloquei as bainhas as espadas ao meu lado no chão. Não tivera tempo para ensinar alguma coisa a Yoru ainda, ela e Yume haviam passado a maior parte do tempo entretido em como era ser um bélico. Observei Denzel, ele havia colocado seu saco de dormir perto do meu e no momento, ele estava sentado sobre ele enquanto fixava seus olhos no livro que trouxera, junto do lampião para iluminar as páginas. Os outros conversavam, mas resolvi ignora-los.

—É sobre o que? —Acabei perguntando e deixando a curiosidade transparecer, ele ainda estava na metade do livro, que deveria ter umas quinhentas páginas.

Denzel ergueu os olhos de dragão e me observou. É, acho que eu já me acostumara com aquele dourado.

—Um romance. —Ele fechou-o e guardou-o em sua mochila. —Conta a história de uma moça, que se apaixonou por um príncipe, porém, nenhum dos dois sabe a descendência dele, ele próprio não sabe de onde veio. Ela é nobre e ele um “plebeu” no reino onde estão. O que os impede de poder ficar juntos, nesse meio tempo está acontecendo uma guerra e ele resolve entrar para os exércitos do reino, estando lutando contra seu próprio pai. Não sei ainda como vai ser o final.

—Interessante...

— Você tem o costume de ler?

—Sinceramente? Nunca parei muito para fazer isso...

—Se quiser, quando chegarmos em Temesia, posso lhe emprestar.

—Está bem.

***

Subitamente acordei com a sensação de que algo me sufocava. O ar faltava e estava ofegante, suava frio. Era uma sensação estranha, como se estivesse sendo observada. Sentei e encarei o que havia ao redor, ainda com a respiração se normalizando. Mas o que fora aquilo?! Não, eu não me lembrava o que deveria ter sonhado, porém, ainda assim... Era como se algo tivesse forçado a acordar.

O que foi isso, Arcano?

Você teve um pesadelo e não lembra-se dele, apenas.

Olhei ao redor, era a única acordada. Yume e Yoru dormiam ao meu lado, Fallen e Benjamin mais a frente. E o resto da Aliança de Pale também, os animais estavam em silêncio e vi Arctos me observar enquanto seus olhos brilhavam no escuro, porém, ele estava do outro da clareira ao lado de Otolon. No entanto... Denzel não estava ali.

Pelos Deuses, onde ele se meteu agora?

Denzel parecia bem interessado em ver o portal mais cedo...

Você quer dizer que ele deve ter ido até ele?

Não exatamente...

Suspirei sentindo o ar gelado entrar em meus pulmões, ajeitei minha capa e pus o seu capuz enquanto levantava. Peguei as duas espadas e calcei minhas botas, havia perdido completamente o sono. Denzel sumira e estávamos próximos de um portal, Solace mesmo havia dito que não era uma boa ideia parar por muito tempo nesses locais. O que era mais um motivo para ficarmos pouco tempo por aqui.

Segui caminhando na trilha que julguei ser a que havíamos vindo. Com cuidado, para que minha saída não chamasse atenção. Não tinha ideia de tempo, poderia ter se passado poucas horas, ou, poderia estar prestes ao nascer do sol. Segurei a saia do vestido que estava usando, levantando um pouco sua barra para que não se enganchasse onde caminhava.

A lua ainda pairava no céu, porém, não sabia dizer exatamente se logo iria amanhecer. E não indicava que iria novamente chover, o que era ótimo. Segui por mais alguns minutos caminhando, a noite era silenciosa e nem o vento sussurrava.

Só após certo tempo pude ter a visão da estrutura do portal mais a frente. Mantinha-se irradiando a mesma luz dourada. Empurrei alguns galhos a minha frente e adentrei a clareira que o cercava. Caminhei até ele e subi os degraus, finalmente entrando na estrutura do portal, vislumbrando-o por fim.

E as paredes...

Elas cintilavam.

Estranhamente, isso é bonito, Arcano.

De fato.

A luz que emitia do seu centro, vinha de uma espécie de construção quadrada que lembrava a estrutura de uma porta, embora, devesse ter uns três metros de altura. E a luz vinha diretamente daquele local, ao seu centro as cores misturavam em tons de ocre, dourado, laranja e amarelo. O que fazia com que a estranha textura brilhante das paredes, cintilasse. No teto havia aberturas que davam a visão do céu à noite. E também, pude facilmente notar que não estava sozinha ali.

Denzel observa um dos lados do portal. Ele notara minha presença, porém, preferiu ficar calado enquanto seus olhos de dragão contrastavam com a luz que emitia a sua frente. Caminhei até ele, ainda analisando os detalhes. No chão, havia espécies de desenhos de formas geométricas gravados nas pedras. E a estrutura de uma porta que havia ao certo construção circular, de um lado, tinha a palavra “Trevas” gravada e, do lado no qual Denzel observava, estava à palavra “Luz” escrita próxima do teto.

—O que faz aqui? —Acabei perguntando, ele, porém, permaneceu com os olhos fixados na luz que emitia do portal. Parei ao seu lado, analisando-o também.

—Quando Mabelle me encontrou... Foi em uma viagem que ela fazia até Pandane. Nesse caminho, quando ela voltava, precisou passar próxima do outro portal que existe no continente. — Ele fez uma pausa. — E foi perto desse portal que eu estava.

—Então, você quer dizer que...

—Talvez eu não seja da Terra. Minha família de sangue pode ser da Luz, ou Trevas. —Denzel completou enquanto pegava o pingente de seu colar e o analisava. —Essa frase... “Para minha querida flor de pétalas azuis”, faz algum sentido para você? — analisava as palavras minusculamente gravadas na aliança.

Forcei minha memória por um instante, porém, nenhuma ideia me veio em mente.

— Não.

— Foi o que imaginei... — Ele soltou um suspiro, visivelmente abatido. — Fui encontrado perto de um portal, pensei que vindo até aqui poderia ser um pouco útil para pensar. Mas vejo que não deu em nada.

Fiquei em silêncio. Não tinha ideia do que responder então me afastei, maneando minha cabeça pedindo para que me seguisse. Denzel assentiu e o fez. Afastamos-nos rapidamente do portal, aproximando-nos de uma das quatro saídas, porém, antes que descêssemos os degraus que dariam para a rua. Bom, ainda foi possível notar a súbita mudança de cores na luz que irradiava.

O brilho era de cor verde-água, não, puxava mais para o tom de verde do que azul. O que mudava a cor cintilante das paredes ocres, e instintivamente olhamos para o cima. A mesma luz descia dos céus, em uma espécie de raio que se sumia dentro as nuvens e caia diretamente no centro do portal.

—Mas o que está...

—Vamos! —Interrompi Denzel e o puxei para fora do templo, descemos as escadas rapidamente, corremos até as árvores mais a frente e nos escondemos entre suas sombras, apenas observando o portal.

—O que está acontecendo?

—O portal foi ativado. —Fui direta. —Alguém de um dos outros mundos está vindo.

—E qual é o problema disso?

Não creio que ele perguntou isso, Arcano...

Sim, ele perguntou, Sora. E você vai ter que crer.

—Não sabemos quem é. — Se estivesse mais próxima bateria em sua testa naquele momento.

Denzel resolveu não questionar mais, então, nos calamos enquanto observávamos o portal.

A luz ainda irradiava, ela cortava o céu durante e noite e brilhava, como se tivesse caído das alturas e atingido o portal em seu centro. Ficou desta maneira por certo tempo, franzi o cenho, alguém deveria estar vindo.

E então, tão subitamente quanto apareceu, o raio que cortava o céu desapareceu enquanto piscava, vimos à luz que irradiava de dentro do templo restaurar sua outra cor, por fim.

—Então é assim que os portais funcionam... —Denzel comentou.

—Silêncio. —Falei sem olha-lo, permaneci observando o portal.

Denzel fez uma careta e me encarou por um instante, voltando sua atenção ao portal. No entanto, foi à vez de então vermos dois homens saírem dali. Eles arrastavam uma garota por correntes em suas mãos, ela vestia trapos enquanto eles vestiam partes de armaduras, o que me fez ponderar de onde haviam vindo, poderiam fazer parte de algum reino da Luz... Desceram os degraus rapidamente e em seguida, mais três homens saíram dali. No entanto... O que eles traziam...

Era um animal.

Tinha o corpo e rosto comprido, porém, parte dele era tampado por uma espécie de mascara formada por ossos, e apenas os olhos de cor vermelha brilhavam conforme a luz se chocava. Seus pelos eram de cor branca e cinza. Tinha garras, embora, sobre sua cabeça e até sua cauda, seus pelos eram mais altos e ligeiramente rebeldes. Seus pés tinham garras e ele usava uma espécie de armadura, que lembrava um pouco a que o urso de Otolon usava. Porém, a dele era de cor dourada com vermelho. Era um pouco maior do que o tamanho de um cavalo.

— E o que vamos fazer com ela? —Ouvi um dos homens dizer, Denzel parecia tão interessado quando eu na conversa. Porém, tinha a ligeira sensação de que aquilo não iria dar em boa coisa...

— Ela já passou por tudo que tinha de passar mesmo... —Um dos que a seguravam pelas correntes falou. —Temos que extermina-la de vez. Ordens de Slade.

— E esse ordhere? — Então aquele era o nome do animal? Quem dissera fora um dos homens que o trazia acorrentado puxou-o mais para frente, arrastando-o protestante.

—Você sabe o que deve fazer...

Esses homens... Eles irão sacrificar o animal e matar a garota. —Arcano comentou em minha em mente e acabei arregalando os olhos.

O que quer dizer com isso?

E foi a vez de ouvir um brado.

Um dos três homens que seguravam o ordhere estava em frente à garota, ele empunhava a espada que havia acabado de atravessar no coração dela. Observei-o de longe, não era jovem, deveria ter entre cinquenta e sessenta anos. Seus cabelos eram grisalhos e em sua expressão... Era como se tivesse matado apenas uma mosca insignificante. Apenas observava o corpo morto a sua frente e o sangue, como se não fossem nada. Era o único que não usava elmo e julguei ser o líder, além de que ele não carregava somente uma espada, trazia consigo uma alabarda também.

Isso que acabou de ver é o que quis dizer, Sora. Essa garota deve saber de algo que não deve e, esse animal, deve pertencer a alguém já devem ter matado.

—Isso... Foi horrível. —Denzel acabou deixando o pensamento sair em forma de sussurro. Ele estava muito mais assombrado do que eu.

—E precisamos ir antes que nos vejam. —Falei Denzel assentiu, porém, ao darmos nosso primeiro passo, acabamos quebrando um galho e fazendo barulho. O pior de tudo, é que era tudo silencioso, até aquele momento.

O ordhere grunhiu algo e virou o rosto na nossa direção, os homens fizeram o mesmo e rapidamente nos escondemos novamente entre as árvores. Não ousamos nos mexer e ouvimos o som de botas de ferro pisar ao chão enquanto se aproximava.

Merda, merda, merda...

E então foi a fez dons passos se silenciarem, um pouco atrás entre as duas árvores que usávamos para nos esconder. Ouvi outro som, desta vez, de uma espada sendo desembainhada. O homem deu um passo à frente e então me obriguei a encara-lo.

Havia notando a minha presença, porém, não a de Denzel. Ele ergueu a espada na minha direção, iria golpear-me. Fiz com que minha aura exalasse de minhas mãos, não ficaria parada.

Porém, a seguir, o que vi foi o sangue.


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Notas finais do capítulo

Dúvidas? Choros e lamentações? Críticas e elogios? Estamos aeee o/ O que acharam dos portais? *O* A ideia deles serem assim me veio esse fim de semana, não que eu tenha ideia como funcionaria um portal :v Mas a história é fantasia, então, tá valendo :v



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