O Mundo do Outro Lado escrita por Alasca


Capítulo 26
Presente


Notas iniciais do capítulo

Agradecemos a todas as leitoras que acompanharam nossa história desde o começo, as leitoras que começaram agora, e até mesmo as fantasmas. Sem vocês essa fic não andaria pra frente de jeito nenhum, é sempre bom saber que alguém lê e gosta do que você está postando. Nós adoramos vocês, de verdade. Está é a primeira fic em que já sabíamos como terminaria e que chegamos até este fim perfeitamente bem, só não imaginávamos que iria ser tão rápido. Então vocês, que acompanharam tudo até aqui, obrigada.
Autoras.
P.S.: Não pensem que acabou para sempre, voltaremos, e com uma companheira nova. E qualquer dúvida que tiverem sobre a história, podem mandar pra gente por MP.



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–E fim- Diz Jonatan em um tom musical, fazendo as crianças rirem.

–Jon, não seja tão palhaço, estamos no castelo!- Diz Mellynda

–Melly, meu querido amor, se comparar isso ao que fizemos aqui no passado, eles devem estar lisonjeados com nossas boas maneiras.- Responde ele arrancando mais risadas.

–Você não toma jeito.- Diz Mellynda revirando os olhos mas sorrindo.

–Não mesmo.- Diz o irmão sentado ao seu lado fazendo Jonatan o olhar feio.

–Papai, por que os fogos que você contou tinham formas de crianças?- Pergunta uma das crianças.

–Você vai saber na idade certa, Amber.- Responde Maxon.

–Mas eu quero saber agora.- Retruca.

–Querida, por que você não vai brincar com o primo Fred?- Sugere America.

–Não, quero saber dos fogos.

–Eu também.- Falou Fred.

–Prometemos que lhe contamos mais tarde.- Diz Mellynda –Agora vão brincar.

–Tá...- Diz Amber um pouco emburrada, mas logo começa a brincar com o primo.

–Essa teimosia dela veio todinha de você.- Diz Maxon olhando para America.

–Ha, ha, ha, hilário.- Diz ela com sarcasmo explicito.

–Você anda irritada demais esses dias.

–Tente estar grávida e hormonalmente instável, então você vai ver o mau-humor.

–Melly não está hormonalmente instável.

–Ela está mais na corda bamba.- Diz Jonatan se intrometendo.

–Não falem em mim em terceira pessoa enquanto estou aqui.- Reclama Mellynda.

–Viu?- Fala Jonatan como se confirmasse.

–É porque não são gêmeas! Tem duas pessoas aqui, e elas estão cada vez mais pesadas!- Fala America apontando para a barriga que crescera devido ao tempo da gravidez. -Tenho que pensar seriamente no que estou comendo, elas pesam muito!

–Maxon, você tem que ser mais compreencivel.- Reclama Mellynda.

–Certo, certo, não quero começar uma briga aqui em baixo.- Diz Maxon levantando as mãos, como se rendesse.

Maxon, America, Jonatan, Mellynda, Elise, Brok e as crianças estão no abrigo abaixo do castelo. Os rebeldes nortistas decidiram fazer uma visita surpresa aos parentes e amigos, mas os sulistas pareceram ter a mesma ideia. Sofie, Mark, Silena, Nick, Mahi e Lucca estão ajudando os guardas a defender o castelo. Mellynda está grávida e Elise tem uma criança de colo, não podem ajudar. Seus maridos decidiram ficar aos seus lados durante o ataque, e ajudar com as outras crianças. Maxon e America... os guardas nunca iriam deixar ajudarem, mesmo se America não estivesse grávida também.

As crianças sempre ficam muito assustadas com os ataques sulistas que ainda ocorrem, então, neste ataque, Jonatan decidiu contar uma história para seus filhos e sobrinhos, as crianças mais novas. Sobre como todos daquela sala, incluindo os que lutavam, se conheceram. As crianças esqueceram por um tempo dos tiros acima de suas cabeças, e agora estão brincando juntas. Mellynda nina Leon, o mais novo até o momento, em seus braços para que ele não acorde com o barulho, America e Maxon se ocupam em distrair George com um chocalho.

Elise e Brok conseguiram por alguns dos mais novos para dormir, e mantém alguns dos mais velhos a calmo. John, filho mais velho de Silena e Nick, ajuda a manter a paz lendo um livro para sua irmã e Paty, filha de Sofie e Mark. As outras crianças brincam para se distrair. O tempo passa rápido e logo quase todas as crianças estão dormindo. Já é muito tarde da noite, e os tiros já pararam. Maxon e America já sabem que acabou, mas como seus filhos são muito pequenos, eles pediam que retirassem quaisquer corpos do caminho dos quartos, e às vezes isso demorava.

Maxon e Jonatan conversam em um canto do abrigo, Jonatan ajuda Maxon com algumas estratégias para os rebeldes sulistas. Mas logo mudam de assunto e passam a falar de como estão aliviados da guerra na Nova Ásia ter acabado, e Maxon tem a surpresa de descobrir que os rebelde se preocupavam muito com a guerra, e a odiavam como as castas. As castas foram quase completamente disolvidas, ainda existem alguns Dois e Três que se mantém em alguns estados, mas muitos poucos, por isso os nortistas fizeram uma trégua com a realeza, e para a alegria da rainha Amber, os dois filhos começaram a se dar muito bem, ficaram muito unidos até depois de sua morte. Pena que os ataques sulistas aumentaram bastante.

–Maxon.- Diz Jonatan chamando a atenção do irmão.

–Que foi?- Responde Maxon baixo para não acordar o filho que está em seu colo.

–Lembra do dia da invasão?- Pergunta.

–Como se fosse ontem.- Responde Maxon, relembrando do choque ao ver o gêmeo pela primeira vez e o terror de quando ele lhe disse que America havia sido sequestrada pelos sulistas. –Por que?

–É que...

–Majestades.- Diz um guarda interrompendo Jonatan. –Já podem sair.

–Ótimo, obrigado Soldado...

–Falcon, Majestade.- Respondeu.

–Sim, obrigado Soldado Falcon.- Respondeu Maxon.

Desde o dia que aprendeu os nomes das criadas de America, Maxon se exforça ao máximo para aprender o nome das criadas, dos guardas, dos porteiros... de todos que trabalham no palácio. Mas ele acha bem difícil, são muitos e todos tem nomes muito diferentes. Ele quer ser diferente do pai, quer respeitar os súditos, e nada melhor para começar do que aprendendo o nome de quem trabalha para ele.

Logo os rebeldes que ajudavam entram no abrigo e todos ficam aliviados. Depois de um tempo, logo todos estão pondo os filhos na cama, felizes por estarem seguros. Mas Mark e Sofie tem alguns problemas com isso, Paty está energica e fica correndo pelo quarto até a exaustão total. Ela dorme abraçada a perna do pai, que perdeu todas as forças ao tentar a por na cama. O resto das crianças dorme rápido, já que a maioria já dormia no abrigo.

Amanhece, Paty dificulta na hora de acordar, mas logo fica energica de novo. Alguns bebês acordam chorando, reclamando da fome, equanto as crianças já crescidas imploram aos pais para que possam explorar o castelo. A mesa do café da manhã está animada, todos comendo, brincando e fazendo uma bagunça inadmissível nos tempos do rei Clarkson, como se o ataque não tivesse acontecido. Mas comparando à uma mesa de café da manhã de uma família grande assim... até que está bem comportada.

–Mamãe! Papai! Mamãe! Papai!- Grita Amber da sua cadeira.

–O que foi?- Pergunta America.

–Posso ir para o jardim depois?- Amber pode ter herdado os traços físicos do pai, mas por dentro é igualzinha a mãe, e adora os jardins mais que tudo.

–Claro, aliás...- Diz Maxon se levantando –Depois do café, adoraria que todos fossemos desfrutar os jardins e como estão bonitos nesta época do ano.

–Cara, você sabe que não precisa ser tão formal assim com a gente, né?- Diz Brok

–É só para não perder o costume.- Responde Maxon se sentando.

O café acaba, logo todos estão nos jardins. As crianças correm e pulam, até pedem para que alguns guardas se juntem as brincadeiras. Fred e Amber adoram brincar juntos, principalmente com Paty, e lá estavam correndo atrás uns dos outros, caindo algumas vezes, mas continuavam rindo e levantavam rápido. Mila faz tranças na irmã Hannah, e algumas vezes recebe ajuda da mãe, Silena. Mag corria com as outras crianças, mas logo saiu da brincadeira e procurou o irmão.

–Ei, Leo, aposto que não chega ao topo da árvore antes de mim.- Diz ela

–Chego sim, você é muito lerda.- Responde ele.

–Já ganhei de vocês.- Grita John já começando a subir na árvore, os irmãos correm e já iniciam a subida.

–Não é perigoso?- Pergunta Elise ao notar a escalada.

–Não, nós ensinamos eles a escalar muito bem, e John também é muito bom.- Responde Mahina observando os filhos –Além disso, a árvore é baixa, o máximo que pode acontecer é uma raladura.

John e Mag empatam, Nick e Lucca comemoram debaixo da árvore. Como Leo perdeu, Lucca o põe acima dos umbros como cavalinho e corre com ele. Logo se arrependendo, pois o filho crescera e ficara pesado demais. Mahina e Elise riem da cena e se juntam a eles. America e Mellynda conversam animadamente, o assunto alternando de tempos em tempos. Logo Mellynda ouve o choro de Leon, ela se ausenta para dar de mamar, America avisa a Maxon e Jonatan que vai assumir o cuidado das crianças.

–Finalmente, já estou morto de tanto correr...- Diz Maxon arfando.

–Já está ficando velho, irmãozão?- Diz Jonatan com um grande sorriso no rosto. Por fora ele parece bem, mas por dentro está quase tão cansado quanto Maxon.

–Se você está me chamando de velho, não esqueça que temos a mesma idade, vovô.- Responde Maxon recuperando o folego.

–Mas você é mais velho.

–Ninguém sabe quem é o mais velho.

–Certo, então vai ser você por enquanto.

Maxon olha para ele irritado, enquanto Jonatan está sorrindo.

–Mellynda tem razão, você não tem jeito mesmo.

–Pois é, diferente de você, eu não nasci com o cabelo cheio de gel e sem uma tabua nas costas. Então deixei de ter jeito à muitos anos.

–Engraçadinho.- Fala Maxon, logo os dois se afastam mais da animação e Maxon pede água para uma criada que estava próxima.

–Então, como o grande rei de Illéa conseguiu um tempo na sua agenda super lotada de trabalho, festas, reuniões e organizações para sua família querida?- Pergunta Jonatan

–Eu não consegui, vocês foram entrando sem aviso.- Responde ele.

–Como nos velhos tempos... achei que já havia se acostumado.

–Ah sim, mas eu não precisava preparar quartos para todos.

–Como se precisasse, tem milhões de quartos aqui.

–Ah, deixa pra lá. O que importa é que eu consegui adiar algumas coisas até vocês irem.

–E é por isso que te chamam de rei.

–É, e por outras coisas também.- A criada volta com a água e ele oferece a Jonatan que bebe rapidamente. Alguns instantes de silencio são quebrados depois. -O que você queria falar comigo ontem?

–Hm?- Pergunta Jonatan ainda bebendo, mas engole o líquido. –Falar o que?

–Ontem durante o ataque, você perguntou se eu me lembrava do dia em que invadi seu acampamento.

–Ah... eu queria saber como descobriu que eu existia.

A pergunta é estranha aos ouvidos de Maxon e faz ele engolir a água de mal jeito e quase se engasgar. Mas depois de respirar fundo ele consegue falar.

–Como?

–Bem, é que você queria, entre todos os rebeldes capturados, falar particularmente comigo. E isso é óbvio, já que eu era seu irmão gêmeo “roubado”, você queria comprovar com seus próprios olhos. E sei que não me escolheu por acaso, seus guardas não ficaram tão surpresos assim por ver seu rosto entre os rebeldes, e eles me separaram do grupo assim que me avistaram, não me feriram em nenhuma ocasião, e nem me deixaram chegar perto dos outros, podendo muito bem ter escolhido qualquer um deles para me substituir. Então você sabia que eu existia, mas como? Meu pai garantira que ninguém mais sabia.

Maxon admite, mas só em sua mente, que Jonatan é realmente muito prestativo a detalhes. Seu pai ia adorá-lo como seu sucessor, ele notava cada coisinha que parecia insignificante, ajudava Maxon quando a guerra na Nova Ásia ainda estava acontecendo, sempre achava locais importantes no mapa com pouquíssimas informações. Ele também fica surpreso em como ele conseguiu se lembrar disso em tantos anos.

–Bem, respondendo sua pergunta, o médico que fez o parto da minha mãe não era um rebelde, mas teve uma lesão na cabeça que afetou sua memoria. Ele passou anos sem se lembrar do ocorrido, mas se lembrou pouco tempo antes do ataque. No dia em que meu pai caiu da escada.

–Hmmm, isso explica... como seu pai caiu?

–Ninguém sabe.(NA: Eu sei, só não vo dizer. Mistérioooo!) Você chamava nossa mãe de “mãe”.

–Sim.

–Por que não chama nosso pai de “pai”?

Jonatan sorri e solta um pequeno riso, mas seus olhos não acompanham.

–É óbvio. Clarkson só pensava nele, não queria ajudar o povo, queria que ele ficasse onde estava, naquelas porcarias de castas. E quando eu soube o que ele fazia com você e nossa mãe...- O sorriso desaparecera e dera lugar a uma expressão de ódio, Jonatan cerrou os punhos. -Minha imagem dele só fez piorar. Ele não é meu pai, nem nunca será.

Silencio.

–Então... sua resposta continua sendo não, não é?- Fala Maxon mudando de assunto, falar sobre o rei não faz bem a nenhum dos dois.

–O que?- Diz Jonatan sem perceber a mudança –Ah, sim. Continua sendo não.

Dessa vez, Maxon solta uma risada.

–Eu não entendo vocês... já recusaram três vezes.

–Bom, nós não queremos. E além disso, como vai explicar para seus “amiguinhos da realeza” que tem dois rebeldes morando no mesmo teto que você e sua família?

–Bom, o conflito com os nortistas acabou, e vocês também são família.

–Bons pontos. Mas ainda recusamos.

–Por que?

–Ora, somos rebeldes, não precisamos nem queremos isso.

–Mas a guerra entre a coroa e os nortistas acabou.

–Ok... vou explicar de outro jeito.- Diz Jonatan colocando o copo d’água em uma mesa. –Digamos que... você desista da coroa e dê ela pra alguém qualquer.

–Alguém qualquer?- Perguntou Maxon –Eu não ia entregar Illéa para “Alguém qualquer”.

–Sem interrupções. Você vai deixar de ser rei.

–Isso é óbvio.

–Quer que eu dê o exemplo? Então pare de interromper. Certo, você assinou o documento de abdicação e começou a ter sua vida como pebleu. Mas, mesmo que você não seja oficialmente o rei, isso ainda vai estar em você. Você foi o rei que se preocupou com toda a nação, que fez o que podia pra que ela melhorasse, que libertou o povo das castas, que olhava para além do seu umbigo estranhamente limpo. Não vai ser um documento ou a memória das pessoas que vai tirar isso de você. Você sempre vai ser o rei que ajudou e se importou com Illéa. Entendeu? O documento é a trégua, e...

–Não preciso que me explique, já entendi. Mas tem outra coisa.

–Que coisa?

–Você é meu irmão, e nada pode mudar isso também.

–É verdade, nada muda esse fato. Mas tem outra coisa.

–O que?

–Eu tenho sangue real, mas todo o resto de mim é rebelde. Um é o documento do outro, então eu posso escolher. E eu escolhi ser o rebelde.

–Por que?

–Ora, Illéa já tem um rei bom, não precisa de dois.

A resposta de Jonatan faz com que Maxon estreite o olhar e enrugue a testa. Jonatan ainda está com a mesma expressão de antes, um pequeno sorrisinho. Ele pega o copo de água estranhando um pouco a reação do irmão, bebe um pouco mas logo se engasga. Acaba de perceber que elogiou o gêmeo, coisa que não faz. Normalmente é algo como “Você não é tão ruim assim afinal.”, “Achava que era pior”, ou “Está acima do que eu imaginava.”. Nada que indicasse que ele é bom, só que excede espectativas. Mas já é tarde, ele havia dito.

–Se eu não te conhecesse- Fala Maxon percebendo o engasgo do irmão. –Diria que está... como se diz... sendo um puxa saco.

–Ainda bem que você me conhece.- Diz Jonatan bebendo o último gole de água.

–Sim.

–Maxon, Jon!- Grita Mellynda.

–Sim?- Respondem os dois rapidamente.

–Podem vir aqui?- Grita America.

–Claro.- Diz Maxon.

–Já vamos.- Fala Jonatan.

Pouco antes de chegarem até lá, Maxon fala para Jonatan: “Obrigado.” O irmão faz uma cara confusa e responde: “Pelo que?”.

–O que vocês tanto sussurram?- Pergunta America.

–Presentes de aniversário para o pequeno Leon.- Diz Maxon.

–Mas ele só faz aniversário ano que vem.- Fala Mellynda embalando o bebê.

–É o primeiro ano, tem que se comemorar com estilo.- Explica Jonatan. –Chamaram, madames?

–Sim, queríamos lembrar vocês que a festa de May é semana que vem. Bem mais próxima que a de Leon. Então pensem no presente dela.

–Ah, tá. Maxon, o que acha de... hm...- Começa Jonatan.

–Bem, acho que... deiva ser...- Maxon tenta pensar.

–Não, é melhor... aaan...- Gaguejou Jonatan.

–Uau, vocês são horríveis.- Diz America. –Mas nós já decidimos, vai ser um vestido. Aquele meu vermelho, daquele dia da Seleção.

–Mas vai caber? Você tinha 17, ela tem 21.- Pergunta Jonatan.

–Claro, May é pequenininha e magrinha, Vai dar certo.- Afirma America. –Falando em pequeno, Maxon, você enviou o convite para meus pais e Gerard ontem a noite?

–Claro, deve ter chegado hoje ao hotel deles.- Responde –O correio normal não é assim?

–Não quando se é pra mandar algo pra Europa.- Fala Mellynda.

–Nash e Cody vão? Eles se deram muito bem com Gerard.- Perguntou America.

–Não, eles estão na Itália com a mãe. Ajudando no tratamento dela.- Responde Mellynda.

Assim que a mãe dos garotos acordou do coma, eles foram visitá-la no hospital para o qual foi transferida. Eles passaram muito tempo com ela depois disso, e ela já começara a falar com eles. Mellynda não podia ficar mais feliz por eles, e quase chorou quando ela agradeceu por ser uma irmã mais velha tão boa para eles. Agora os dois garotos ficavam muito tempo com a mãe, o que era bom, mas Mellynda sentia muitas saudades dos seus irmãos pestes. Cartões postais não são a mesma coisa que ser acordada por berros toda manhã.

–Ela está melhorando rápido.- Avisa Jonatan. –Os hospitais da Itália são mesmo milagrosos, foi bom ela ser transferida para lá.

–Sim, eles podem crescer com ela agora.- Diz Mellynda. –Finalmente me livrei dos pestes.

–Você fala isso, mas os ama, não é?- Diz America.

–Sim... eu estou com tantas saudades!- Fala caindo no choro –Eles nunca mais vão me tirar do sério!

–Ah, calma.- Diz Jonatan a abraçando.

–NÃO VOU FICAR CALMA! Eu quero meus irmãozinhos onde eu possa abraçá-los!- Reclama ainda chorando.

–Eles só vão ficar um tempo na Itália, vão voltar. E podemos visitá-los.

–Não é a mesma coisa! Eu quero eles em Illéa!

–Querida... eu sei que eles vão te tirar do sério mesmo estando em outro continente.

–Promete?- Diz fungando.

–Prometo.

–E depois a minha gravidez é que é cheia de hormônios...- Sussurra America para Maxon.

–Shhh, ela se acalmou, não a irrite. Ela pode chorar de novo.- Responde ele aos sussurros.

–Você e esse seu medo de mulheres chorosas...

–Não é medo, é desconforto.

–Mesma coisa.

–Não briguem...- Diz Mellynda com voz de choro nos braços de Jonatan –O casamento de vocês é tão lindo, não briguem!- E ela volta a chorar.

–Ok, ok, pazes feitas! Nada de brigas, pare de chorar, sim?- Fala Maxon, fazendo-a chorar mais alto.

–Maxon, o que você tá fazendo pra ela chorar?- Reclama Mahina se aproximando.

–Eu não fiz, nada! Eu... eu...- Mellynda chora mais alto –O que está acontecendo?- Pergunta ele desesperado.

–Vem Maxon, é melhor você ficar um pouco longe disso.- Diz America o conduzindo jardim adentro em direção ao banco deles.

–Ok, pra que esse choro falso? Queria afugentar os dois?- Pergunta Mahina.

–Na verdade...- Diz Mellynda limpando os olhos. –O primeiro foi de verdade, o segundo é que eu queria ver até onde esse medo do Maxon dava.

–Você é doida.- Diz ela pra amiga.

–O que posso fazer, atuo muito bem.- Responde jogando os cabelos pra trás. –Mas meu maridinho quase estragou tudo, ainda bem que não perceberam que você estava quase rindo.

–Ah, eu não consegui segurar, foi muito engraçado!- Disse ele caindo as gargalhadas.

–Eu errei, vocês dois são doidos.

–Por isso casamos queridinha!- Fala Mellynda rindo.

–Estou vendo... é melhor eu sair logo, ou também vou ser atacada por suas atuações estranhas.- Avisa Mahina se afastando.

–Tchauuu!- Acena Mellynda ainda rindo.

Mahina sai rindo da besteira da amiga e vê Jonatan a beijando do nada. E eles ficam lá, se beijando enquanto os filhos falam “eca” e as garotas maiores fazem “ownt”. Mahina ri da cena, e olhando para o outro lado vê America acalmando o marido do medo do choro.

–Querido, você não ficava assim quando as crianças choravam.- Diz America.

–Eram bebês! Bebês chorando é algo normal, não? Era só dar a mamadeira e pronto.- Explicava ele.

–Maxon, deixa de bobagem.- Fala America. –Você tem que ficar mais calmo.

Mahina se afasta para que não a ouçam rindo, aquele nervosismo de Maxon é hilário, ninguém consegue segurar quando o vê assim. Ela olha em volta e observa todos. Mellynda e Jonatan ainda se beijam fazendo seus filhos ficarem com cara de nojo. Nick está com a cabeça deitada nas pernas de Silena, e Hannah dorme em cima da barriga do pai. Mark e Sofie correm atrás de Paty, que roubara o sapato de um dos guardas de algum jeito. Brok ajuda Elisa a acalmar o filho chorando, o que consegue depois de finalmente achar a chupeta. Todos mudaram tanto, e ao mesmo tempo continuam os mesmos.

No centro dos jardins, as crianças brincam umas com as outras felizes, correndo, gritando, pulando, empurrando, puxando, caindo, rolando, cantando, subindo em coisas... enfim, se divertindo. Essa cena seria impossível em alguns anos atrás, nunca teria contecido. Se alguém falasse sobre isso naquela época, teriam rido, ou chamado a pessoa de louca, já que era algo que não tinha chances de acontecer. Mahina vê Lucca deitado no chão esparramado, fingindo-se de morto, e se aproxima.

–O que é que está fazendo?- Pergunta ela.

–Estou morto.- Responde ele –Prometi ao Leo que quando eu revivesse iria brincar com ele. Então ainda estou morto.

–Faz quanto tempo?

–Uns dois minutos.

Ela se senta ao lado dele e continua a observar as crianças. Aquela era a prova viva de que a realeza podia se entender com o povo, os reis, príncipes e princesas estavam lado a lado com os rebeldes, inimigos de muitos anos, rindo e se divertindo. Criando uma amizade muito forte.

–Conheço essa cara.- Diz Lucca.

–Claro que sim, é a minha.- Responde Mahina olhando para ele no chão.

–Também. Mas você tá pensando em alguma coisa.

–É...

–No que é?

–Você está muito curioso hoje.

–Faz mal eu querer saber o que te preocupa?

–Não, não está me preocupando. Só estou pensando.

–Então o que é que tanto pensa?

–Bem... o “Impossível” parece não existir.

–Que?- Pergunta ele confuso e levantando a cabeça.

–Bom, ele é difícil, claro. Mas pode-se chegar até ele algumas vezes, então ele não é tão impossível assim. Só é um “Muito Difícil” superestimado.

–Hmmm... certo...

–Ei, se não vai entender o que eu digo, vá brincar com o Leo.

–Certo. Você vem?- Pergunta se sentando.

–Claro.- Responde ela se levantando.


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Notas finais do capítulo

Oi, oi, oiiiii! Demorei muito pra postar, mas queriamos que o último capítulo ficasse realmente bom. Reescrevemos ele milhões de vezes até chegar no final correto. Espero que tenham gostado.
Manatica.



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