A estranha garota escrita por Tachibana Anne


Capítulo 5
Primeiro dia de aula


Notas iniciais do capítulo

A parte que tá em itálico é o passado da Sammy.



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Sammy com quatro anos:

Papa você vai sair? Me leva junto?

Eu vou, mas você vai ficar ai e aprender a ser mais agradável.

Papa... Sinto lágrimas nos meus olhos.

O homem de terno atravessa a porta com seus outros dois filhos que zombam da minha cara.

Eu sento em um cantinho escuro e começo a chorar livremente até que um garotinho com a mesma idade que eu aparece na minha frente, ele tem cabelos pretos e veste um macacão de jardinagem sujo.

Você está bem? O que aconteceu?

Quem é você?

Filho da cozinheira, o aprendiz de jardineiro. - Sorri o garoto.

Retribuo o sorriso fracamente e ele me abraça.

Quente... Penso alto.

Calma vai ficar tudo bem, eu estou aqui, não se preocupe.

... -......-

Sammy com cinco anos:

Você não me pega!

Você vai ver quem não pega quem Sammy!

O filho da cozinheira ousa divertir essa bastarda que não merece nem miseras migalhas de pão? Os dois são da mesma laia, mas não significa que ela possa se divertir. Meu pai chega.

Ela é sua filha e trata-a assim, essa garota tão doce?!
Não te interessa o que eu faço garoto!

Ele me puxa pelo braço e me aperta.

Aii... Gemo baixinho.

Não reclame idiota!- Ele levanta a voz.

Eu encolho com a reação.

C-claro pa-papai..

Ele me leva para o porão e me joga na parede.

Sua idiota! Ele me chuta.

Isso é pela minha mulher!

Ele pisou em mim e cuspi sangue.

Isso é porque você não é educada.

Ele me pega pelo cabelo e bate minha cabeça na parede.

Isso é por me irritar.

Ele continuou me chutando até eu ficar inconsciente.

Abro os olhos devagar, a figura de cabelos negros me encarava preocupado.

O-onde eu estou? Falo com dificuldade.

No porão.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto.

Foi horrível, horrível.

Ele me abraça.

Eu sei me perdoe. - Me aperta mais.

Você pode não me apertar, e-está doendo.

A c-claro desculpe.

Ele faz curativos em mim e limpa os ferimentos.

Toma cuidado tá bom, talvez o John faça algo com você. Falo.

Tudo bem, desde que você fique bem.

Tá vendo, fiz você sorrir.

É... - concordo.- Você promete que vai ficar comigo para sempre?

Sim, para sempre Sammy.

Eu sabia que podia contar com você.

... -......-

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Caio da cama assustada.

Maldito despertador barulhento. E ainda me acordou mais cedo!

Olho para o relógio do despertador: 05h40min.

Pelo menos é mais tempo para arrumar.

Tomo um banho e coloco o uniforme, arrumo minha mochila e desço rapidamente até a cozinha pegar um lanche.

Vivian a cozinheira me dá um pacotinho e eu agradeço, ela é a única pessoa boa nessa casa.

Pego minha bicicleta e espero meus irmãos saírem, porque infelizmente, eu não sei o caminho.

Eles chegam e vão à frente, eu os sigo calmamente. No meio do caminho eles se encontram com seus amigos e vão conversando até a escola, o assunto mais chato do mundo.

A escola era ENORME sério mesmo, meu pai fez alguma coisa de certo nessa vida *emocionada*.

Coloco minha preciosidade no estacionamento e me dirijo à secretaria para ser informada de qual sala eu estou.

Olá, por favor, você poderia me dizer em qual sala eu estou? Sou Sammy Vermilion.

A sim, você está no 8º D4.

Obrigada, com licença.

Dirijo-me até minha sala e abro a porta educadamente, o professor ainda não chegou, ufa.

Sento na ultima carteira do lado da janela e fico observando as sakuras que tinham no jardim do colégio. A porta se abre e revela a ultima pessoa que eu desejava ver, C-A-R-A-L-H-O esse cara tá me perseguindo, o que eu fiz pra merecer isso?

Algumas vadias com as saias mostrando a calcinha levantaram e começaram a esfregar seus avantajados seios no braço do verme. Que olhava com NOJO (MAS NÃO COM TANTO DO NOJO QUE EU SENTIA) e mandava elas embora. Ele olhou em minha direção e surpreendeu-se.

Cara é você mesmo? Que inferno, minha vida nunca foi melhor.

O que diabos você faz aqui Sammy.

Não sei eu acho que é para dormir, o que você acha?

Para com essas respostas.

Pra que? Eu faço o que eu quiser.

A deixa pra lá então. Agora sai do meu lugar.

Eu cheguei primeiro, não enche.

Você chega no meio do ano e rouba a cadeira dos outros?

Sim não tá vendo. Esqueceu os óculos em casa?

Que menina ridícula, discutindo com o Seitaro. Eu no lugar dela estaria saindo do lugar e pedindo desculpas. - Sussurrou uma vadia no canto da sala.

CALA SUA BOCA VADIA, NINGUÉM TE PERGUNTOU PORRA NENHUMA.

VERDADE FICA QUETA AI DEBRAH. -Seitaro fala EU DISCUTO COM QUEM EU QUIZER NA HORA QUE EU QUIZER.

Claro Seitaro-sama. A tal de Debora responde.

AQUI O DEBORA, VÊ SE NÃO ENTRA NO MEU CAMINHO, AS COISAS PODEM SAIR FEIO PRA VOCÊ.

É Debrah não Debora.

TANTO FAZ.

Eu assento e Seitaro começa a reclamar de novo até que o professor chega e dá uma bronca nele. IUPII!

Ele me chama lá na frente para me apresentar.

Olá, sou Sammy Vermilion. Espero ter um bom ano com vocês. - Forcei um sorriso, nossa, os garotos se ofuscaram e babaram. Só que não, eles ficaram normais. Mas meu sorriso merece nota dez.

Voltei para o meu lugar e assisti à aula. MAS QUE MERDA DE VIDA, POR QUE O SEITARO?! LOGO ELE!


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