Clínica de Reabilitação para Super-Vilões escrita por The Mother


Capítulo 14
Capítulo XIV: Consequências


Notas iniciais do capítulo

Não sei se já mencionei, mas Oz e Ed são os do Gotham com alguns ajustes. Ed também tem um pouco do passado das HQs.



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Loki acordou com um pensamento sólido e insistente na cabeça.

Úrsula tinha que morrer.

De início não teve certeza do porquê desse pensamento surgir tão insistentemente, mas então esticou-se na cama e encontrou de novo aquele perfume nos lençóis. Ele quase levantou e atirou o abajur da cômoda longe, mas se conteve. Respirou algumas vezes (sentado e longe dos lençóis, e levantou da cama sentindo a necessidade de um banho. Porém, essa necessidade se colidia com a de se manter assim. É a cama dele. É a pele dele que esteve naqueles lençóis.

Mas não sozinho.

Com aquela bruxa.

Então sim, ele teria que matar Úrsula.

...E talvez não só Úrsula.

Depois da pequena conversa de ontem, Loki decidiu que se Lex ainda não o queria ele teria que começar a trabalhar nesse problema. E como ele não sabia muito como lidar com relacionamentos que não de uma forma possessiva, a conclusão tinha sido óbvia. Tinha que eliminar concorrentes. Até que Lex não tivesse escolha a não ser ficar com ele.

Porém, abaixo daquilo tudo, não escapava a Loki que sua obsessão com Lex tinha sido um tanto repentina demais. Como da noite pro dia. A experiência com magia e poções o deixara com uma leve desconfiança sobre si mesmo... Sim, é claro que já nutria sentimentos pelo amigo a algum tempo, mas mesmo assim...

Ouviu uma batida na porta.

“Loki? Já está de pé?”

Lex!

Loki agitou-se como um cão que ouve o dono chegar em casa. Esqueceu-se rapidamente do que estava pensando e correu até porta, pouco se importando se ainda estava de boxers e camiseta, e abriu a porta de supetão quase assustando Lex.

—Ah, você-

— Lex! – Loki o interrompeu alegremente – Bom dia! Dormiu bem?! Eu tive um sono maravilhoso!

Isso não era totalmente verdade, Loki tinha ficado acordado até tarde, distraído demais pelo cheiro de Lex e Úrsula nos lençóis para relaxar. Mas não queria preocupa-lo, é claro.

— Ah, sim... claro. – Por algum motivo que Loki não entendeu no momento, o rosto de Lex tinha ficado rosado. Era uma visão encantadora. – E-eu só vim avisar que o café está pronto. – ele tentou olhar diretamente para Loki, sem sucesso, e esfregou nervosamente o pescoço – Tenho que ir a uma consulta médica e... acho que talvez você deva ir comigo.

— Mas é claro que eu vou com você! – disse Loki rapidamente, com um entusiasmo acima do normal, e se aproximou de Lex até ficar a apenas alguns centímetros dele – Eu iria a qualquer lugar com você.

Lex quase saltou para trás e seu coração subiu na garganta. O estimulo mental era demais para essa hora da manhã. Que diabos havia de errado com Loki? Primeiro abria a porta do quarto vestido daquele jeito, com os cabelos maravilhosamente desgrenhados e agora dizia que...! O que ele estava tentando fazer? Será que ainda estava atordoado pelo dia de ontem? Isso era parte de algum plano?

Será que era tudo normal e Lex é quem estava exagerando?

— Ok. – disse por fim. – Se arrume, eu espero você na cozinha.

Apesar do giro de 360 graus que a mente de Lex estava dando, ele conseguiu se recompor novamente. Respirou fundo, virou-se e correu dali.

Loki o viu ir embora como se ele fosse um príncipe se afastando em seu cavalo branco. Será que Lex foi sempre assim tão encantador? Está certo que Loki sempre o achou charmoso e bonito, mas não a ponto de querer se jogar na frente de um trem se ele pedisse. E é assim que ele se sentia agora.

E não conseguia se importar nem um pouco.

Quer dizer, a não ser por Úrsula, e quem mais fosse que Loki tivesse que eliminar.

***

Já era perto do meio-dia quando Oswald Cobblepot desceu as escadas para o andar principal de sua cobertura de luxo.

Ao chegar na sala de jantar, encontrou um prato frio de café da manhã o esperando. Suspirou um pouco irritado e pegou o prato para ir esquentar na cozinha, sendo impedido abruptamente por um Edward Nygma frenético e sorridente.

— Bom dia, dorminhoco! Como você está? Dormiu bem? – ele notou o prato que Oswald carregava e o retirou rápido, e gentilmente, de suas mãos. – Oh, nada disso! Deixe que eu esquento para você!

Oswald ficou paralisado com as mãos na posição que carregava o prato e com uma expressão de profunda confusão no rosto.

“Dorminhoco?!” Ele ouviu bem? Será que ainda estava dormindo? Oswald esfregou uma mão no rosto e seguiu atrás do outro.

— Edward... – ele pensou em perguntar se estava tudo bem e então lembrou-se de que o Charada raramente se comportava normalmente e desistiu do assunto, provavelmente tinha ouvido errado mesmo – Edward, eu acho que realmente me excedi no horário hoje. Por que não pediu que me acordassem? Tenho sempre muito o que fazer, sabe disso.

Oswald pegou uma xícara no balcão e o encheu com um café que havia sido preparado.

— Sim, sim, eu sei. – disse Edward, entrando na cozinha e colocando o prato no micro-ondas. – Mas é que você estava tão adorável e num sono tão profundo que não tive coragem de o acordar.

Oswald quase cuspiu o café frio. “Adorável”? Edward não era de dizer essas coisas. E ele esteve em seu quarto? Ok, agora ele definitivamente não estava ouvindo coisas.

— Desculpe, o que foi que você disse?

Edward ajeitou o paletó e gravata e observou atentamente o micro-ondas, como se cuidasse para não passar do ponto correto.

— Oh, não se preocupe, Ozzie. Já cuidei dos seus afazeres da manhã e coloquei todos os relatórios da noite passada no seu escritório. – virou-se orgulhoso para Oswald.

— Não foi isso que eu quis-

Foi interrompido pelo alarme do micro-ondas.

Edward voltou-se alegre para o eletrodoméstico e Oswald jurou que ele iria agradece-lo por seu serviço enquanto retirava o prato, mas felizmente Edward não parecia ter enlouquecido a esse ponto.

Ed levou o prato novamente até a sala de jantar.

— Pronto, aqui está! – olhou apreensivo para a caneca de café que Oswald havia arranjado. – Quer que eu esquente isso também?

— Não! Não, obrigado. – apressou-se Oswald, não querendo encorajar o novo comportamento de Edward, e sentou-se na mesa.

Edward sentou-se também, do lado direito mais próximo de Oswald como de costume, e... ficou ali. O observando comer com um olhar estranhíssimo que estava deixando Oswald louco.

Conseguiu dar apenas duas mordidas. Largou os talheres no prato e virou-se para Edward, irritado.

— Ed. Você pode voltar a fazer o que quer estivesse fazendo antes, ok? Eu estou tentando comer. Estou com fome.

A expressão estranhamente amável de Edward mudou rapidamente para uma de ansiedade quando notou o tom de Oswald.

— Ah, bom... E-eu estive esperando você acordar.

Oswald esperou que Edward continuasse e explicasse o motivo de ele estar o esperando acordar, mas nada veio. Era só isso mesmo.

Oswald suspirou.

— Então você não tem nada mesmo para fazer? Nenhum plano para causar caos na cidade e marcar seu nome em Metropolis? Nenhuma charada nova para elaborar?

Edward pensou bem brevemente e balançou a cabeça.

— Não. Nada. – de repente, pensou em algo, e agitou-se na cadeira. – A não ser que você queria que eu faça isso. Você quer?

A noção de que Edward estivesse pedindo qualquer tipo de permissão para Oswald era absurda, mas ali estava. Havia realmente algo muito errado aqui. E Oswald não estava inteiramente disposto a descobrir o que era no momento. Agora ele estava com fome e recém acordado. Então, suspirou e cedeu à loucura momentânea de Ed.

— Sim. Sim, eu quero, Ed. Por que você não vai e, uh, cria alguma charada nova pra mim, ok?

O rosto de Edward se iluminou e ele rapidamente levantou e subiu para o seu escritório.

Ótimo, pelo menos agora Oswald poderia encher o buraco em seu estomago em paz antes de ter que lidar com o que quer que tenha acontecido com Ed.

Não muito tempo depois, pouco mais de meia hora talvez, quando Oswald estava em seu quarto ajeitando-se na frente do espelho, Edward reapareceu. Ele simplesmente entrou, mas Oswald disse a si mesmo que estava distraído então talvez ele não tivesse ouvido as batidas, e parou atrás de Oswald com um sorriso cortante e olhos brilhantes.

Oswald ficou tenso outra vez. Algo no rosto de Ed lembrava muito o Ed antigo de muitos anos atrás.

— Eu trouxe a charada que você pediu...

— Ah, é mesmo? – disse Oswald, no mesmo tom que você usa para falar com uma criança que quer te mostrar um desenho. – Hm, que bom, vá em frente!

Oswald virou-se para ele e aguardou. O Charada limpou a garganta, juntou as mãos num gesto nervoso e recitou:

— Não posso ser comprado, mas posso ser roubado com um olhar. Não valho nada para um, mas sou valioso para dois. Quem eu sou?

Oswald piscou algumas vezes, sem acreditar. Ele não gostava nada de se sentir confuso, isso o deixava impaciente.

— Amor, Ed. É o amor! Você-você já me disse essa charada antes quando... – ele pausou, respirou fundo, e apertou frustradamente a ponte do nariz.

Edward franziu, preocupado com o semblante nervoso do outro, mas manteve o brilho nos olhos, que não pareciam desaparecer desde que Oswald viu Ed aquela manhã, e um leve sorriso no rosto. Ed suspirou e tentou se explicar de maneira mais animada do que frustrada.

— Eu sei. Eu tentei fazer uma nova para você, mas eu não consegui parar de pensar nessa charada! Você se lembra da primeira vez em que a perguntei a você? – perguntou de forma quase sonhadora.

Oswald esfregou as duas mãos no rosto, mas por um momento as memorias daquele tempo voltaram e ele suavizou um pouco a voz.

— Sim, Ed. Claro que eu lembro. Você era meu chefe de gabinete.

— Era bom não era? – suspirou Ed, e Oswald levantou rapidamente o rosto para olhar para ele, incrédulo – Nós éramos tão mais próximos, não tínhamos nada contra o outro... Seria tão bom se tudo voltasse a ser como era antes... Como éramos antes.

De repente, tudo começou a fazer sentido. Oswald sentiu seu sangue ferver quase ao ponto de evaporar e fumaça sair de seus poros. Seus olhos começaram a arder, então ele virou-se rapidamente, caminhando ao redor do quarto para tentar descarregar aquela fúria.

— O que você quer, Nygma? – a voz fria como gelo e o som de seu sobrenome sendo dito por Oswald tiraram Edward de qualquer transe nostálgico em que ele estava naquele momento. Ele sentiu como se tivesse levado um tapa.

— O que?

O tom de inocência só enfureceu mais o Pinguim.

— O QUE VOCÊ QUER?

Edward olhou para os lados confuso e de volta para Oswald, atordoado pelo tom e altura de sua voz. Tinha uma sensação horrível no peito e instintivamente começou a se abraçar. Era algo que não lembrava de ter sentido desde que era criança. Como uma aranha saindo lentamente de um dos porões de suas lembranças.

— Como assim? O que eu-

— PARE! – Oswald virou-se abruptamente para ele e depois de um momento, tentou se acalmar, respirando fundo algumas vezes. – Olha, Nygma, eu não sei o que eu fiz para aborrecer você, realmente não sei e pelo amor de deus adoraria que você me contasse, mas por favor. Isso-isso é baixo demais até mesmo para você. – sua voz se estreitou nas últimas palavras e, para se salvar, ele tentou recuperar um pouco de sua fúria. – Agora me diga: O QUE VOCÊ QUER DE MIM?!

Edward continuava profundamente confuso e um pouco amedrontado. Oswald pareceu não notar isso ou levou em conta como sendo apenas atuação.

— Mas eu... Eu não estou aborrecido com você, Oswald. Você é quem parece aborrecido... Foi algo que eu disse? Por favor, não foi minha intenção! – Edward tentou suplicar, mas não parecia estar adiantando nada. De fato, parecia estar só piorando.

O jeito que Oswald olhou para ele não parecia ter exatamente ódio. Era algo como choque. Como alguém sendo traído terrivelmente por alguém que ama, por um melhor amigo. Ed já tinha visto esse olhar antes. E aquele olhar foi lentamente se tornando frio e raivoso novamente, como se uma barreira de gelo estivesse sendo construída dentro dele e se mostrava em seus olhos.

— Inacreditável. – disse Oswald – Quero você fora daqui.

Ele deu a volta em Edward dizendo:

— É bom você não estar mais aqui quando eu voltar.

E bateu a porta ao sair, com tanta força que provavelmente havia a rachado em algum lugar.

Edward saltou com o barulho, desceu lentamente até ficar sentado no chão, abraçou fortemente as pernas e chorou; sua mente geralmente clara e brilhante, cercada por sons altos e gritos vindos de memorias muito profundas e até então esquecidas.

***

Gabby se esticou na cama com um bocejo. Se sentia feliz como não se sentia a muito, muito tempo.

Era uma sexta-feira, ela ainda tinha que abrir a cafeteria, mas mesmo assim não se importava.

Gabby não gostava muito do seu trabalho. Era simples, sim, não exigia muito dela. Mas talvez esse fosse precisamente o problema.

Boa parte da sua vida tinha passado dentro de um laboratório. Adorava isso, por isso mesmo tinha se formado em medicina e ciências biológicas. Podia até mesmo se arriscar com engenharia mecânica.

Mas tudo mudou quando seu pai foi preso, após uma denúncia anônima que revelou os experimentos assombrosos que ele fazia em segredo no porão da clínica. Era algo hereditário, eles descobriram, anotações e ensinamentos passados de geração em geração.

E seu pai queria que ela fosse a próxima.

Ele a mostrou seus trabalhos, lhe fez um tour pelos corredores cheios de celas de pessoas que gritavam por ajuda ou faziam sons perturbadores e impossíveis de distinguir, e outras que eram simplesmente silenciosas.

Aquele era seu legado, disse seu pai, e a levou para acompanhar o processo de um de seus experimentos.

Quando aquilo acabou, Gabby foi para seu apartamento e ficou lá trancada por uma semana. Ao final dela, numa noite tranquila de lua cheia, sentou-se no parapeito da janela e ficou pensando nas opções que tinha. Apenas duas opções sobraram em sua mente enquanto olhava para baixo da janela de seu apartamento. Decidindo-se por fim, pegou o telefone e ligou para um o contato de uma amiga que trabalhava para o FBI.

Pediu para a ligação ser anônima, mas Gabby sabia que no fundo seu pai sabia que tinha sido ela.

A partir de então, Gabby decidiu se mudar, tentar uma vida nova e discreta e que não tivesse nada a ver com sua vida anterior. Toda a vez que suas ambições subiam ela as afogava novamente em culpa e temor.

Mas nada disso importava mais.

Porque Gabby estava feliz. Estava em paz. Gabby encontrou Kat.

Podia ver Kat de pijama na cozinha, preparando um café, pela porta aberta do quarto. Nunca pensou que a teria em sua casa, preparando café da manhã depois de uma noite que só conseguia descrever como a melhor noite de sua vida. Não, Gabby nunca esperaria isso, por mais que tanto desejasse, porque Gabby não merecia coisas boas. Gabby tinha gerações de terror e agonia nas veias. E ambições...

Seu humor estremeceu por um momento, como uma vela que toma uma pequena brisa, e então, ao ouvir o som da voz de Kat, se estabilizou novamente em felicidade.

— Bom dia, linda. – Kat disse com um pequeno sorriso maroto no rosto. Ela se aproximou da cama carregando uma bandeja – Dormiu bem?

Gabby recebeu a bandeja ao sentar-se, que continha uma boa xicara de café preto com pouco açúcar e duas torradas com manteiga. Do jeito que ela gostava. Kat realmente prestava atenção nela, pensou encantada.

— Como uma fada. – respondeu com um riso. Tinha se esquecido de como era bom rir.

— E fadas dormem bem? – provocou Kat, arrancando outro riso de Gabby e se aproximando para aconchegar-se a ela.

Em vez de responder, Gabby virou-se cuidadosamente e a envolveu num beijo gentil e macio. Quando terminou, encostou a testa na dela e a ficou olhando, como se ela fosse a única coisa importante no mundo. E ela era. Sem dúvida.

— Eu ainda não acredito que isso está acontecendo... – disse Kat, baixinho, e mais devagar do que de costume – Se eu não tivesse certeza que não bebi ontem, diria que estou delirando... Eu nunca imaginei que você realmente gostasse de mim. Não desse jeito.

— É... eu sou meio... – Gabby olhou para baixo e suspirou – Fechada... Tímida. – ela riu e voltou o olhar novamente para Kat. – Mas eu sempre gostei de você. Sempre.

Seu pensamento voltou para a noite anterior. Era a primeira vez que Kat havia a chamado para sair nos dois anos que se conheciam. E ainda sim era para ser apenas um encontro de amigas de acordo com Kat. Lembrava de ter ficado levemente desapontada com isso, mas feliz por poder passar algum tempo sozinha com Kat. Isso era, até que realmente estivesse sozinha com Kat. De repente, sentada ao lado dela no Ice Lounge, Gabby percebeu que não sabia o que dizer. Geralmente, nessas ocasiões, as pessoas conversavam sobre si mesmas. E ela não queria conversar sobre si mesma. Só queria ouvir Kat falar. Ela era divertida e interessante, sempre tinha algo novo para contar. E adorava ficar ouvindo sua voz.

Não muito tempo depois de terem chegado, um homem alto e magro com roupas verdes espalhafatosas sentou-se na mesa delas sem mais nem menos e começou a puxar conversa, o que irritou muito Gabby. E talvez tenha irritado Kat também, porque ela gritou para o homem, que se apresentou como Charada, ir embora dali.

Só então que ele começou a falar sobre o que realmente queria. Que era contratar Kat para um trabalho.

Kat hesitou, olhando de lado para Gabby, que entendeu como um pedido de privacidade e pediu licença para sair da mesa. Ao que Kat a impediu imediatamente ao segurar seu braço.

“Não! Eu confio em você.” Ela disse, causando sentimentos conflitantes dentro de Gabby. “Só queria saber se você se importa.”

Gabby sentou-se novamente e sorriu para ela, dizendo que não havia problema nenhum.

Os dois começaram a conversar e Gabby ficou ali. Escutando os detalhes e se sentindo especial. E ao mesmo se sentindo terrivelmente inconveniente.

Em algum momento, lembrava que um garçom se aproximou com uma garrafa de uísque e três copos, ao que Kat recusou o dela, porque iria dirigir. Charada aceitou a garrafa, que era aparentemente uma cortesia, e a compartilhou de bom grado com Gabby, que aceitou apenas para se socializar.

Agora, Gabby não era de beber. Também não era fraca para bebidas. Mas talvez aquele uísque devia ter mais álcool concentrado do que o comum, pois após apenas um copo, ela de repente se sentia solta e com a coragem que nunca teve antes.

O Charada devia ter sentido esse efeito também, porque, muito de repente, ele pediu licença e se retirou, parecendo muito empolgado e aflito ao mesmo tempo.

Depois daquilo, Gabby disse que queria ir para casa. Kat pareceu triste e se sentindo culpada, achando que tinha estragado tudo. Mas ao entregar Gabby em casa, foi convidada a subir.

E o resto já era História.

Kat beijou Gabby no rosto e deitou a cabeça em seu ombro.

— Coma, se não vai esfriar. – disse Kat. – Se quiser, eu levo você depois para o trabalho.

Gabby deu um gole no café, que estava delicioso, e respirou profundamente alegre. Sentia como se fosse começar a rir sem motivo algum. Apenas porque se sentia tão feliz.

— Eu adoraria, meu amor.


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Notas finais do capítulo

Hm, não queria ter jogado o passado da Gabby de uma vez só desse jeito, mas achei necessário.
Por favor, comentem :(

UPDATE: por motivos de falta de audiência, a fic está cancelada :/