Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 10
O jogo de Quadribol


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer a Just Maria pela recomendação



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– Você é brilhante, Annabeth. – sorriu Percy.

– Obrigada. – ela corou.

Eles estavam no banheiro feminino do segundo andar preparando a porção. Graças ao boné dos Yankees dela – que tornava invisível quem usasse – Percy conseguiu "pegar emprestado sem pedir" alguns ingredientes para a poção, outros eles conseguiram tirar das aulas de poções na justificativa de fazerem dever de casa. Felizmente o professor Plutão, com seus cabelos sebosos, até que ia com a cara de Annabeth. Fazia mais ou menos três meses que as aulas haviam começado, ou seja, o recesso de natal estava a apenas um mês de acontecer. Enquanto ela fazia a poção com delicadeza, ele ficava admirando o trabalho da colega. Estavam nisso tinha quase um mês e ainda não haviam tido nenhum sinal de Grover.

– Falei com Quíron ontem. – Percy disse, a voz fraca. – Ninguém ainda teve sinais de Grover.

– Minha preocupação está aumentando. – confidenciou Annabeth.

– A minha também. O lado bom é que o Profeta Delfos Diário parou de falar besteira.

– Nem tanto assim... eles pararam de dizer que Cronos está atacando Hogwarts, porque, bem... tirando a pomba de estimação de Silena e Piper, mais nada nem ninguém foi atacado. – ela explicou colocando sabe-se lá o que no pequeno caldeirão preto.

Percy sabia que ela estava certa. Pelo último mês ele vivia temoroso que, seja lá qual fosse o monstro que estivesse escondido no Bunker Secreto, fizesse algo pior do que petrificar a pomba de Silena Beauregard.

– Ei Sabidinha, se é um monstro que vive no bunker, então porque não morreu de fome? Digo, Hogwarts tem mais de mil anos, a criatura já deveria ter morrido de fome. – ele disse brincando com o zíper do casaco.

– Há animais que hibernam por longos períodos, Percy. E há alguns que podem passar milênios sem comer.

– Então... isso deve reduzir a busca certo? Não deve haver muitas criaturas que possam fazer esse tipo de coisa.

– Também há animais que renascem das cinzas. Ou talvez o bunker tenha um estoque de comida mágico ou Clarisse pode ir levar lanchinhos pra o que é que seja.

– Aff...

Ele encostou a cabeça na parede. Usava calça jeans preta com uma camiseta verde clara de mangas compridas, com uma camiseta branca por cima que tinha o logo dos Beatles, All Star preto e um casaco cinza liso. Annabeth também usava jeans e All Star preto, mas usava uma blusa rosa de mangas compridas com uma blusa roxa xadrez desabotoada por cima, a jaqueta marrom dela estava no colo de Percy. Seguiram em silêncio por mais uns minutos até que uma mensagem de Íris surgiu na frente dele, mostrava Beckendorf no campo de Quadribol com o uniforme do time, com Frank ao fundo tentando acalmar os meninos da Lufa-Lufa.

"Percy, onde tártaros você está?" Beckendorf exclamou.

– Ah... banheiro...

"Precisamos de você" alguém do time da Lufa-Lufa gritou.

"Luke está na enfermaria com diarreia e precisamos de alguém para ser o apanhador do time."

– Querem mesmo que a Lufa-Lufa perca. – Annabeth riu.

– Ha, ha. – Percy olhou para ela e deu seu melhor sorriso sarcástico, fazendo-a rir. – Olha Beckendorf, eu sou péssimo com a vassoura! Vamos perder feio se vocês me colocarem como apanhador. Querem mesmo que a Grifinória ria da nossa casa até o resto do fim do ano? Não só a Grifinória, como também a escola inteira.

"Percy, não temos outra escolha. Os do primeiro ano não podem jogar e mais ninguém dos outros anos pode jogar, é temporada de gripe. O doutor Yew disse que tiraria pontos da própria casa se colocássemos alguém doente." Explicou Beckendorf. "Qualquer tosse, coriza ou catarro entre algum substituto e estamos ferrados."

– Cara, vamos ser ridicularizados pelo resto do ano. Eu sou um desastre com a vassoura! Pergunte pra qualquer um do segundo ano!

"Percy o jogo começa em quinze minutos. E você vai jogar no lugar do Luke." Will Solace disse, irritado, fazendo a mensagem apagar.

– Eu vou morrer. – ele exclamou.

– Quer deixar de drama?! Vamos para o campo, eu não vou perder esse jogo por nada. – riu.

– Que amiga hein. – ele reclamou.

Percy passou o caminho inteiro reclamando e sendo puxado por Annabeth. Ele mentiu quando disse que era ruim com a vassoura, na verdade ele era PÉSSIMO. Pelo que ele sabia Poseidon foi o melhor goleiro da Grifinória em anos, com Zeus sendo um dos melhores apanhadores da história da casa. Podiam-se ouvir os gritos de comemoração de longe, todos da escola estavam no estádio, isso porque quem ganhasse aquele jogo iria decidir contra Sonserina quem ganharia a taça daquele ano. Os alunos da Corvinal seguravam bandeiras nas cores vermelha e dourado para apoiar a Grifinória. Enquanto a Sonserina levantava pequenas bandeiras da Lufa-Lufa. Os professores pareciam empolgados pelo jogo. Para ter certeza de que Percy não corresse de volta para o castelo, Annabeth o seguiu até a porta do vestiário.

– Eu não acho que ele brincou quando disse que era horrível. – ela disse para Beckendorf, que esperava junto com ela que Percy se vestisse.

– Não ligo se ele seja horrível ou não, precisamos de um apanhador. O doutor Yew está tentando convencer a madame Hooch a esperar mais três minutos.

– Posso não saber muita coisa de Quadribol e, perdão por me meter, mas... não acha que seria mais prudente colocar alguém que ao menos soubesse montar em uma vassoura? – ela franziu a testa.

Beckendorf deu um leve sorriso para ver se a acalmava. As vestes reserva de Chris Rodriguez couberam direitinho em Percy, que nunca imaginou usar um uniforme de Quadribol.

– Olhe só pra isso. – Beckendorf sorriu. – Até parece um veterano!

– Estou parecendo uma fuinha isso sim. – Percy respondeu com um nó na garganta.

– Deixa disso. – Beckendorf deu umas tapinhas nas costas dele. – Vamos, o campo é por aqui, creio que você se sairá bem com a vassoura do Luke. – ele seguiu caminho.

Percy estava pálido. Annabeth fechou o zíper de sua jaqueta marrom (estava muito frio no local) e deu um sorriso para alegrar o amigo.

– Você vai vencer esse jogo e provar pro Jason Grace que, ao contrário dele, você não irá bater com a vassoura no Salgueiro Meio-Sangue. – ela disse positiva.

– Você sempre sabe o que dizer para me alegrar. – ele fingiu um sorriso.

– Boa sorte Cabeça de Alga. Vejo você no fim do jogo. – ela disse indo em direção ao banco da torcida da Corvinal.

Percy estava se sentindo mal só por pensar em jogar Quadribol, mas as palavras de incentivo de Annabeth fizeram com que ele tomasse vergonha na cara e fosse atrás de Beckendorf. O doutor Yew, com sua cara de fuinha, estava contendo a torcida da Lufa-Lufa, enquanto a Silena Beaureguard anunciava os times no alto falante. Frank deu a Percy a vassoura de Luke e fez um sinal de positivo com a mão.

– Os batedores são Connor e Travis Castellan. – a multidão aplaudiu, enquanto Silena anunciava. – O goleiro Franklin Zhang. Como artilheiros Christopher Rodriguez, William Solace e Charles Beckendorf. E substituindo o apanhador e capitão Lucas Castellan, teremos Perseu Jackson. O time da Lufa-Lufa é o único dos quatro que só tem meninos, ainda assim é um dos times mais fracos da escola.

A multidão inteira ficou quieta com a substituição inesperada. Enquanto os demais do time faziam manobras ao entrar e tomavam suas posições, Percy abraçava a vassoura de Luke com o vômito na garganta.

– Uma surpresa interessante à substituição de Castellan por Jackson. – disse Silena como comentarista. – O que você achou disso, Hylla?

– Eu ainda tô tentando entender como você me convenceu a ser comentarista nisso Beauregard. – Hylla respondeu com raiva.

– E aí vem o time da Grifinória. Os batedores são Clarisse La Rue e Jason Grace. Com Hazel Levesque no gol. Os artilheiros Leo Valdez, Jacob Mason e Lou Ellen. E por último, mas não menos importante a capitã e apanhadora Thalia Grace. – Silena anunciou. – Sabemos que a Sonserina está torcendo pela Lufa-Lufa e a Corvinal pela Grifinória, mas e você Hylla, acha que quem irá ganhar?

– Professora, eu posso dar o fora daqui? – Hylla perguntou para Minerva Chase, ganhando um olhar de reprovação.

A madame Hootch desejou boa sorte para ambos os times e autorizou o início do jogo. Percy não sabia a as regras e estava perdido na partida. Enquanto Clarrise e Jason pareciam ajudar Leo, Jake e Lou a não serem machucados por bolas voadoras e ferozes; Travis e Connor pareciam estar fazendo o mesmo com Will, Beckendorf e Chris. Enquanto os demais faziam sabe-se lá o que, Thalia estava parada no lado oposto de Percy observando o campo. O garoto amaldiçoou Luke mentalmente por ele estar com diarreia. Então viu algo dourado voando e refletindo a luz do sol, uma bola pequena que voava rápido e parecia um beija flor. Assim que viu a bola, Thalia voou atrás, Percy não tardou a entender que ele deveria fazer o mesmo e também foi atrás do objeto.

– E pelo visto os primos Perseu Jackson e Thalia Grace já encontraram o pomo de ouro. – Silena anunciou feliz no alto falante, com as torcidas gritando ao máximo.

– Iupi. – Hylla disse sarcástica.

– Vai Percy! – Annabeth gritou na arquibancada da Corvinal.

– Sério? – Katie Gardner repreendeu.

– Ele é meu amigo. E seu primo. – ela repreendeu a monitora, que revirou os olhos.

Percy e Thalia voavam lado a lado, quase batendo um no outro. O vento estava quente para uma tarde de fim frio, mas ainda assim era de cortar a pele.

– Desiste Jackson, você nem sabe jogar. – Thalia o provocou. – Você não pertence a esse time.

– Eu sou da Lufa-Lufa, Grace. – ele revidou.

– Pode até ser. Mas o sobrenome na sua capa é Rodriguez, não Jackson. – ela acelerou.

Ele queria que ela estivesse mentindo, mas bordado de preto na capa amarela estava o sobrenome de Chris. Percy segurou firme na ponta da vassoura com a mão direita e estendeu a mão esquerda e inclinou-se para frente, fazendo a vassoura de Luke deslizar pelo ar como se fosse um patins no gelo. Ele e Thalia estavam muito acima, com nuvens como um tapete, o ar estava deixando a garganta de Percy coçando, os olhos estavam ardendo pelo ar frio.

– Esse barulho todo é o som da sua derrota Jackson. – Thalia disse olhando para trás e rindo.

– Que barulho? – ele olhou para ela, estranhando.

Thalia franziu o cenho e arregalou os olhos, puxando a vassoura para a direita. Percy olhou para trás e viu uma bola ferro voando na maior velocidade até eles, ele puxou a vassoura para a esquerda.

– Thalia, o que tá acontecendo? – ele gritou.

– Não sei! Balaços não são tão perseguidores assim! Clarisse, Jason, Connor e Travis deveriam ter livrado a gente desse. – Thalia gritou como resposta.

Cada um foi para um lado diferente, enquanto o pomo de ouro seguia em frente. O balaço seguiu Percy, que teve que fazer vários ziguezagues e terminou cara-a-cara com o pomo. Ele não via Thalia, nem as torres do campo de Quadribol, mas via o balaço indo com velocidade e força para cima dele.

– Thalia, socorro! – ele gritou com o pomo em mãos.

Mas ela não estava à vista, ele deu meia volta indo em direção ao campo e o bola o seguiu ainda mais rápido. Quando Percy estava quase chegando perto da torre dos professores, o balaço atingiu a parte de trás da Firebolt de Luke, fazendo com que Percy caísse de uma altura muito alta e quebrasse o braço. Os professores foram correndo até ele, enquanto os jogadores pousaram e tentaram prestar os primeiros socorros.

– Percy! – Beckendorf gritou.

– O que aconteceu? – Frank disse segurando uma bola de couro em mãos.

– Um dos balaços o acertou. – Thalia falou enquanto corria até eles. – Estava nos seguindo.

– Não é possível. – Clarisse falou, assustada. – Lou e eu estávamos brigando com um enquanto os gêmeos estavam com o outro.

– É. – Lou Ellen confirmou, ainda sem fôlego.

– Com os balaços no nosso campo de visão ou não, o fato é que ele tá com cara de quem vai desmaiar. – disse Connor.

– Esse é o papel do Jason, relaxem. – Leo disse sarcástico.

– Algum dia você vai me perdoar? – Jason perguntou cansado.

– Duvido muito disso. – Leo respondeu com raiva.

– Saiam da frente crianças. – Febo Yew disse abrindo passagem.

– Professor, o senhor sabe algum feitiço para colocar os ossos dele no lugar? – Hazel perguntou, assustada.

– Claro. – Febo pegou a varinha e se ajoelhou ao lado de Percy.

– Isso vai dar zebra. – Travis cochichou para Will.

Os cabelos loiros encaracolados de Febo brilhavam no pouco sol da mesma forma que os de Will e Jason. Todos dos dois times se entreolharam preocupados, os demais professores viam correndo, mas nenhum era tão novo quanto Febo Yew para chegar a Percy tão rápido assim.

– Chris, vá chamar o doutor Yew ou o Fletcher. – Beckendorf ordenou.

– Tá. – Chris montou em sua vassoura e foi em direção à ala da Lufa-Lufa.

– Bobagem. – Febo mostrou a varinha roxa com desenhos de notas musicais incrustadas. – Dolor, it extinguere.

Na hora que os demais professores alcançaram o grupo, os ossos de Percy haviam sumido. Ao menos a dor parou. Antes alguém dissesse algo, o balaço intruso voou na direção deles e Leo Valdez o destruiu com uma bola de fogo, com sua varinha cor vermelha com desenhos de ferramentas desenhados no metal. O doutor Yew só faltou dar uma tapa na cabeça do próprio pai quando viu a falta de ossos no braço de Percy. Os meninos da Lufa-Lufa levaram o amigo para a enfermaria, onde Luke estava gemendo por causa da diarreia.

– Meninos, eu creio que o senhor Jackson precisa descansar. – o diretor Júpiter disse para os alunos. – Por que vocês não vão comemorar a vitória do jogo?

– Sim senhor diretor. – o pessoal da Lufa-Lufa disse, animados.

– Melhoras Percy. – Frank deu um leve sorriso.

Percy sorriu de volta, todos do time pareciam estar empolgados com a vitória. O time da Lufa-Lufa e o diretor Júpiter saíram da enfermaria desejando melhoras. Ele se lembrava de cuspir o pomo de ouro antes de o professor Febo Yew chegar e dar um fim nos ossos do braço, fazendo com que os lufos ganhassem para os grifinórios. O doutor Yew usava trajes brancos como sempre e deu a ele um remédio com um gosto horrível.

– Esperava o que? Suco de abóbora? – o médico respondeu ao ver a careta do menino. – Fazer ossos crescerem não é nada fácil, senhor Jackson.

Percy limitou-se a concordar de leve com a cabeça. Luke parecia estar em uma situação de dor pior, mesmo sem usar uma tipoia. Até a cicatriz do rosto do rapaz parecia que queria vomitar. Lee Fletcher deu algum tipo de remédio para Luke e saiu da enfermaria limpando a mão melada nas vestes cor laranja.

– O que tártaros você comeu que te fez ficar assim? – Percy perguntou ao amigo.

– Não faço a mínima ideia. – Luke disse com uma expressão visível de dor. – Mas obrigado por me substituir cara.

– Não tive outra opção. Annabeth praticamente me arrastou até o estádio. – ele deu de ombros.

Luke forçou um sorriso, fechou os olhos e colocou a cabeça para trás. O doutor Michael Yew lia o que parecia ser um prontuário.

– Obrigado. – Percy disse, sentindo-se envergonhado.

– Pelo que? Você é que fez a gente ganhar pra Grifinória. – Luke falou ainda de olhos fechados.

– Você e Thalia cuidaram de Annabeth. Foram a família dela de certa forma. E... bem... ela é minha melhor amiga. Então... obrigado por cuidar dela quando eu não estava lá por ela.

– Amigos servem pra isso Percy. Agora vá descansar. – Luke disse bocejando.

Percy deu um sorriso fraco e feliz. Ele sentiu-se muito melhor em saber que Luke também o considerava um amigo. O doutor Yew o fez tomar aquela poção horrorosa mais umas vezes antes do anoitecer e logo o menino pegou no sono. Acordou com o barulho de trotes, os mesmos de antes da pomba de Piper ser petrificada, ao abrir os olhos, quase teve um ataque cardíaco ao ver Blackjack cheirando seu cabelo.

– Blackjack. – exclamou.

"Olá" disse o pégaso.

Na cama em frente a ele, Luke mudou de posição e começou a roncar. Não havia sinal do doutor Yew ou do estagiário Lee Fletcher, a enfermaria estava com todas as luzes apagadas, a lua crescente iluminava o local, deixando a pelagem de Blackjack parecendo azul.

– O que tártaros você tá fazendo aqui?

Blackjack relinchou e Percy tentou acalmá-lo, não tinha como ele explicar para Luke sobre o pégaso. O menino acendeu a luz da mesa de cabeceira e viu que havia marcas de machucados recentes na boca do animal.

– O que aconteceu com você?

"Hogwarts é perigosa. Você deve sair daqui. Imediatamente."

– Não posso ir embora. Hogwarts é minha casa. Annabeth precisa de mim.

"Então leve sua namorada com você, mas você precisa sair daqui. Com urgência."

– Ela não é minha namorada. – as bochechas dele coraram.

"Por favor Perseu Jackson. Saia logo daqui! Eu tentei fazer com que você abrisse os olhos e visse o quão perigoso era, mas pelo visto meu sacrifício foi em vão."

– Do que você está falando?

"Eu adiantei o relógio da estação para que o portal fechasse e você e o loirinho chato não viessem para a escola. Coloquei um balaço a mais, um extremamente descontrolado para que você se ferisse... achei que assim, você notaria que Hogwarts não é mais segura."

– O que o Jason tem haver com isso? O que está acontecendo? Sabia que ele e eu quase fomos expulsos?

"Eu não posso responder. Mas seria melhor que tivesse sido expulso, assim estaria longe daqui"

– Não sei o quão doido você é, Blackjack, mas você quase me matou.

"Lamento muito por isso. Lamento de verdade, mas Perseu Jackson tem que dar o fora daqui!"

– É melhor você levantar voo, Blackjack. Pois quando meus ossos voltarem... eu... eu... eu o transformarei num cálice de água!

Percy queria ter dito algo mais ameaçador, mas não sabia ser malvado. Ele não era Thalia.

"Sou ameaçado o suficiente para saber quando alguém está blefando”"

– Sei que não irá falar porque está tentando me matar. Ou matar o Jason. Se bem que eu não me importo com ele, mas ainda assim, o chato é meu primo...

"Eu não quero matá-lo... eu quero salvá-lo. Escute-me: Hogwarts não é mais segura."

Percy observou Blackjack mais atentamente, havia muitas cicatrizes escondidas pela pelagem negra. Obviamente ele apanhava muito, pois havia marcas de chicotes, fações, espadas, flechas e entre outros objetos que podem machucar.

– De onde veem essas cicatrizes Blackjack?

"Do meu dono. A maioria dos pégasos são livres, mas não Blackjack, Blackjack é aprisionado como um elfo doméstico."

– Deve haver alguma forma de fugir de seu dono. Nenhum animal ou pessoa merece ser tratado assim.

Por mais que Percy amasse os animais marinhos, ele tinha um carinho especial por cavalos e o fato de poder ouvir Blackjack em sua mente fez com que ele desenvolvesse certo carinho por pégasos também.

"Pégasos só podem ser libertados se receberem o sangue do próprio dono em um frasco."

– Que loucura.

"Eu não fiz as regras."

Antes que Blackjack continuasse, eles ouviram um barulho de passos perto da enfermaria.

"Acredite quando digo que Hogwarts não é mais segura. Perseu Jackson não pode mais ficar aqui, agora que a história está para se repetir."

– Para se repetir? O... o Bunker Secreto...

Não houve tempo para que Percy completasse a frase, os passos começaram a se aproximar, Blackjack abriu as longas asas negras e voou pela janela aberta, desaparecendo na noite fria. Percy se jogou na cama e apagou a luz. Logo ouviu vozes conhecidas misturadas ao ronco de Luke. O diretor Júpiter com Minerva e Michael Yew.

– Mas o que aconteceu...? – a voz do médico era fraca.

– Aconteceu mais um ataque. – o diretor disse com a voz serena.

– Acho que ele está petrificado, Michael. – Minerva disse com certa urgência na voz. – Talvez ele tenha tirado uma foto de quem o atacou.

Percy ouviu o barulho de alguém abrindo uma máquina fotográfica e logo em seguida um barulho de uma pequeníssima explosão.

– O que isso quer dizer Júpiter? – Minerva perguntou, assustada.

– Quer dizer, que os alunos correm grande perigo. – houve certa preocupação na voz do diretor.

– O que devemos dizer a todos? – o médico perguntou.

– A verdade. – Minerva falou. – Hogwarts não é mais segura.

– Aconteceu o que mais temíamos, Minerva. O Bunker Secreto realmente foi aberto outra vez. – o diretor respondeu.


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Notas finais do capítulo

Dolor = dor (em latim)
It extinguere = extingua-se (em latim)