O Torneio escrita por BobV


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora :D
Todo esse capítulo foi digitado em trinta minutos ao som de Soldiers of Sunrise da banda brasileira Viper.
Me perdeoem se o tetxo estirev com muitos erros.



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— Ryoga ! — Akane abriu as portas do dojo e encarou seu segundo professor. — Nós precisamos conversar.

— A-Akane eu... — ele foi interrompido com um direito que conectou com seu maxilar.

— Esse foi pelo que você fez ontem.

O garoto tentou argumentar, mas foi interrompido quando Akane levantou a mão, sinalizando para que ele parasse.

— Espere, Ryoga. Antes de qualquer coisa me ouça: Eu não estou muito feliz com o que você fez ontem. Sobre o que você disse, eu acho que eu sei como você se sente, porque eu ACHO que sinto a mesma coisa. — O garoto de bandana se viu no paraíso com o fio de esperança. — Mas infelizmente não é por você. — E ele se viu descendo ao inferno. — Eu sinto muito, você é apenas um amigo para mim. E sendo sua amiga, eu não posso retornar o mesmo sentimento. Não seria justo se eu não te dissesse após o que aconteceu ontem. Eu tenho certeza que existe alguém lá fora que irá se declarar para você, do mesmo jeito que você fez comigo. Eu sinto muito mesmo, Ryoga. — Akane respirou aliviada por ter conseguido se lembrar de todo o discurso ensaiado na noite anterior. Ela teve que fazer isso ou Ryoga teria um falsas esperança. Ela não queira vê-lo machucado.

— Eu entendo. — Ryoga abaixou a cabeça. De alguma maneira ele já esperava esse desfecho, contudo, ele não poderia deixar de tentar. Ouvindo Akane dizer tudo isso o deixou triste, mas não tanto quanto ele esperava, é verdade. Ryoga teria morrido de arrependimento caso não tivesse se confessado, mesmo que o resultado fosse a rejeição.

Ele se sentiu mais leve e a voz em sua cabeça o dizia para seguir em frente. Se declarar pra ela foi um decisão importante. Agora que ele havia recebido sua resposta e que seu amora não seria retornado, era hora de retomar sua jornada.

— Eu entendo perfeitamente, Akane. Não há necessidade de se desculpar.

— Depois disso tudo, será que podemos continuar sendo amigos ?

— É claro que sim. Não há motivos para não sermos.

— Sério ? será que você pode continuar me ajudando a treinar então ?

Ryoga apenas respondeu que sim.

— Mais uma coisa, será que você pode manter em segredo o que aconteceu ontem. Você sabe, sobre o, hum, beijo.

— C-claro. Eu prometo que não vou contar para ninguém.

— Obrigado. Eu tenho que dizer que eu estou um pouco curiosa em saber como tudo isso começou. Você não costuma passar muito tempo aqui em Nerima, e quando você aparece, é para lutar com o Ranma. — De repente, algo veio a sua mente. — Um minuto. Não me diga que esse era o motivo de vocês dois sempre estarem brigando ?

— Bem. — Ryoga começou a coçar a parte de trás de sua cabeça.— Podemos dizer que esse era um dos motivos. Eu tinha em mente que se eu conseguisse derrotar o Ranma, talvez eu conseguisse, sabe, me aproximar de você.

— Eu não acredito nisso. — Akane revirou os olhos.

— Esse era um dos motivos, os outros não precisam ser mencionados agora. Eu sempre achei um injustiça que alguém como você tenha que ser forçada a ser noiva de alguém como o Ranma. Ele não merece isso, você merece algo muito melhor.

— Muito obrigado pela preocupação, Ryoga. Entretanto, ninguém vai me dizer quem é melhor ou pior para mim. Eu sou suficientemente capaz de fazer isso e não vou deixar ninguém controlar a minha vida. Eu vou fazer o que eu achar que é certo.

— Eu sei. É por isso que eu gosto de você. "E provavelmente o mesmo motivo do Ranma também gostar de você." — Agora, que tal pararmos de papo e começarmos a treinar ?

— Sobre o treino, será que eu posso ter uma folga essa tarde ? Eu tenho algo muito importante para fazer.

— Sem problemas. Quer ajuda ?

— Não, obrigada. Eu tenho que fazer isso sozinha.

Akane leu e releu vezes o conteúdo do papel que se encontrava em sua mão. Decidindo que as instruções eram complicadas demais, ela deixou a folha de lado e optou por seguei seus próprios instintos.

"Kasumi nunca usou nenhuma receita."

Akane pôs todos os utensílios e ingredientes na mesa e os conferiu, um por um, para saber se havia alguma coisa faltando. Ela sempre viu sua irmã fazendo isso e decidiu seguir o ritual.

"Ranma tem me ajudado bastante nesse últimos dias e eu ainda não fiz nada para agradecer. Eu vou fazer o melhor jantar da minha vida e o prato especial será para o Ranma."

Mais cedo, pela manhã.

— Vamos lá, Akane. Você consegue ontem a noite.

— Eu estou tentando. — Akane se equilibrava em cima da grade, mas sem caminhar. — Minha perna não está se mexendo.

— Isso é porque você está com medo.

— Eu não estou com medo!

— Sim, você está e isso está te afetando. Veja, eu estou aqui atrás de você e não deixarei você cair no chão. Confie em mim. Agora ande.

Ranma se posicionou atrás de sua noiva para fazer sua presença ser sentida para qualquer eventualidade.

Akane se sentiu mais segura e confiante com a presença de seu noivo. Pouco a pouco sua pernas começaram a se mover e ela começou a andar. Eram passos curtos, lentos e firmes. Em nenhum momento ela perdeu o equilíbrio. A cada passo sua confiança aumentava, bem como a distancia entre os passos. No quinto passo, ela escorregou e Ranma teve que segurá-la.

— Acho que é o suficiente por hoje. Eu não esperava que você conseguisse chegar tão longe, considerando quão desajeitada você é.

Akane acertou um cotovelada nas costelas do garoto pelo comentário.

— Eu estava brincando, Akane. Será que você não consegue entender uma piada ?

— Isso não teve graça nenhuma.

— Que seja. Vamos andando para não nos atrasarmos.

De volta a cozinha.

"Acho que eu exagerei hoje de manhã. De qualquer forma, o jantar vai servir como pedido de desculpas também."

Kasumi entrou na cozinha e respirou fundo quando viu o cenário de guerra, ou melhor, quando viu que sua irmã caçula cozinhando.

— Você vai fazer o jantar de hoje, Akane ?

—Olá, Kasumi. Sim eu pretendo cozinhar o jantar e também pretendo fazer algo especial para o Ranma. Não vá pensar besteira.— Ela tratou de adicionar rapidamente. Kasumi apenas sorriu.

— Algum motivo especial ?

— Ele tem me ajudado bastante a melhorar minhas habilidades de luta. Eu decidi cozinhar como forma de agradecimento.

— Eu tenho certeza que ele vai adorar. — Ninguém soube dizer se ela realmente quis dizer aquilo ou se estava sendo sarcástica. Se tratando de Kasumi, as segunda opção jamais seria considerada.

— Eu irei visitar uma amiga já que você tem tudo sob controle. Boa sorte.

Kasumi cruzava os portões quando se encontrou com sua outra irmã.

— Akane é a responsável pelo jantar.

— Droga. Era só o que faltava. Bem, agora eu posso ver se o Kuno vai manter a promessa de pagar minha conta no Nekohanten. Eu vou trazer o jantar para todos, não se preocupe.

Pela segunda vez em uma semana, Ranma chegou em casa e não ouviu nenhum som vindo do dojo. Ele olhou para o céu e viu uma nuvem carregada rodeado apenas a residência dos Tendo.

"Isso não é um bom sinal."

Sua suspeitas forma confirmadas ao entrar em casa. Todas as pessoa tem algo que elas chamam de visão do inferno. Por exemplo: Ranma seria um poço cheio de gatos; Happossai seria um quarto lotado de roupas íntimas masculinas. No caso da família Tendo e seus residentes, a irmão caçula na cozinha era a responsável pela tal visão.

Ranma recuou lentamente na ponta dos dedos, esperando que ninguém ainda tenha percebido sua presença. Infelizmente, a sorte não estava do seu lado.

— Olá filho. Indo a alguma lugar ?

O artista marcial se virou e encontrou sua mãe vindo pelo corredor.

— Oi, mãe. Eu estava, bem, eu marquei um encontro com meus amigos. Eu vim aqui apenas para guardar minha mochila.— Ele mentiu descaradamente.

— Sinto muito, mas você não vai a lugar algum. Akane passou a tarde toda preparando o jantar, seria uma penas se você não estivesse presente na mesa para apreciar todo o esforço dela.

— Por favor, mãe. O que ela faz na cozinha pode facilmente ser considerado uma arma química. Se os E.U.A ou a União Europeia descobrirem o que está sendo feito aqui, uma terceira guerra mundial será iniciada.

— Não exagere. Você sabe que isso.. — Ele fez uma pausa ao ouvir uma explosão vindo da cozinha. — ... impossível.

— Você não ouviu isso, mãe ? Ela vai nos matar !

— Não seja dramático. dê uma chance a ela e você não vai se arrepender. Eu tenho certeza que ela vai ficar muito feliz se você comer o que ela preparou.

— Meu estômago não parece concordar com a senhora.

— E pensar que o grande Ranma Saotome tem medo de um simples jantar. — Ryoga o provocou. Ele procurava o caminho até o banheiro e, misteriosamente, foi parar na entrada da casa.

— Fica na sua, porquinho. Eu apenas estou sem apetite.

— Ótimo. Eu vou comer o comida que ela preparou. Você não merece ter nada dela, ingrato!

— Veja lá como você fala, eu já fiz muita coisa por ela.

— Como o que por exemplo ? insultá-la ? fazer chacota de suas habilidades. Vá em frente, vá se divertir com seus amigos. Eu ficarei fazendo companhia para a sua noiva. — Mesmo sabendo que não tinha mais chances, o sentimento de amizade ainda era mutuo e ele não perderia uma chance te tentar afastar a Akane do Ranma. Ela merece algo melhor.

O sentimento de ciúme do garoto de rabo de cavalo escolheu essa hora para aparecer. De maneira alguma ele iria deixar sua noiva passar mais tempo com seu rival.

— Sem brigas, rapazes. — Nodoka interviu ao ver os ânimos se animarem.

— Eu vou falar com a Akane e avisá-la que você não irá jantar conosco, Ranma.

— Não precisa. Eu ficarei.

— Você tem certeza ?

— Sim ! — Ele e Ryoga se encaram com fogo nos olhos.

As tigelas foram posta a mesa e todos trocaram olhares de preocupação. Havia algo dentro dela, algo que em outra dimensão poderia ser considerado comida, ou talvez até um presente

divino. Um refeição tão deliciosa, suculenta e saborosa que qualquer outra refeição que não fosse preparada pela por está mesma pessoa, não iria satisfazer nenhum de seus degustadores. Esse não era o caso.

A única pessoa que parecia feliz era a própria cozinheira. Ela começou a encher as tigelas e ir passando uma a uma para os presentes na mesa, que engoliram seco ao ver o conteúdo.

Ranma preferiu não perguntar e tentou identificar pro conta própria o que estava a sua frente. Um material viscoso, borbulhento e esverdeado. Boiando na superfície, se encontravam diverso pedaços de carne e vegetais ou que algum dia foram.

Ryoga lançou o desafio ao pegar seus hashis, pescar algo da tigela e jogar para dentro da boca. A cor de sua face foi do roxo ao amarelo em pouco segundos, e com muito esforço, ele conseguiu se manter consciente.

Ranma foi pego de surpresa, mas não arredou pé. Ele pegou dois pedaços de qualquer coisa que boiava na tigela e empurrou para dentro. Ele rapidamente bebeu uma xícara de chá para tentar amenizar o gosto inexplicável da comida, bem como para também não cuspi-la.

O garoto de bandana sorriu cruelmente e indagou:

— Qual o problema, Ranma ? a comida está forte demais para o seu gosto ?

Ranma é um competidor nato e feroz. Ele se recusa a perder em qualquer tipo de competição, especialmente para seu rival.

Coma tigela próxima a boca, ele jogou todo conteúdo mastigável para dentro de sua boca, e como golpe final, bebeu toda a gosma verde. Sua face alterou entre todas as cores possíveis e impossíveis. Nem mesmo seu cabelo escapou ileso. Seus olhos pareciam querer saltar do seus orifícios e boca ficou bizarramente contorcida.

Todos na mesa sentiram como se estivessem sendo esfaqueados na barriga ao ver Ranma se alimentando. Quando ele bebeu a gosma, era como se a faca estivesse sendo girada em um movimento sádico para prolongar a dor e o sofrimento.

Ryoga rangeu os dentes e imitou cada movimento do rival. Os hashis caíram de suas mãos e sua visão ficou desfocada. Por alguns segundos ele teve a impressão de ter ouvido um voz distante chamar seu nome. Com o pouco de consciência e juízo(ou falta dele) que ainda lhe restava, ele teve a coragem de pedir uma segunda tigela.

Akane explodiu de alegria ao ver sua comida sendo apreciada.

— Você realmente gostou da minha comida, Ryoga ?

— A comida está... — Ryoga esfregou os olhos e sacudiu a cabeça. —... boa. Ele teve que usar toda a força de vontade para se manter no mundo dos vivos.

Ranma não ficou atrás e também pediu um segunda tigela.

— Você também, Ranma ? — Akane não podia estar mais feliz. Não só porque ela conseguiu fazer algo comestível, especialmente pra seu noivo.

— Eu tenho algo especial para você Ranma : curry.

Ela não ouviu uma palavra dita pela sua noiva. Ele apenas pegou o prato e devorou a comida como se estivesse em piloto automático.

Ranma nunca bebeu qualquer bebida alcoólica, porém, sensação parecia ser bem próxima dos relatos que ele ouviu de seus colegas. A comida desceu queimando cada centímetro de sua garganta até chegar ao estômago. Ao abrir a boca ele se sentiu como um dragão cuspidor de fogo.

— E então, estava bom ? — Akane perguntou, esperançosa.

— Horrível.— Ele conseguiu dizer com muito esforço.

Ranma sentiu o perigo vindo de duas direções diferentes. A primeira ameaça vinha, obviamente, do martelo de sua noiva. A segunda era que mais lhe preocupava: sua mãe desembainhou metade da katana e fez uma careta em sua direção.

"Minha mãe conspirando a favor da Akane novamente. Era tudo o que eu precisava."

— O que eu quis dizer é que a comida está um pouco quente demais. Acho que você colocou um pitada a mais de pimenta. "Ou melhor, você colocou curry na pimenta."

— Estranho, eu não lembro de ter colocado pimenta no curry. Talvez tenha sido...

Kasumi e Nabiki apareceram na sala de jantar carregando diversas caixas com comida do Nekohanten. Todos ficaram aliviados por saber que poderiam comer sem por em risco a própria saúde.

— Desculpe, Akane. EU pensei em mudar o cardápio e por isso eu trouxe esse macarrão.

— Não tem problema, Nabiki. O Ranma o Ryoga estão adorando a comida da Akane. — Nodoka pegou uma das caixas e começou sua refeição.

— Sério ? — Ele levantou uma sobrancelha.

— O que você ia dizer sobre o curry, Akane ?

— Eu não coloquei pimenta nele. Eu usei alguns frasco de tempero que estavam em baixo da pia.

— Debaixo da pia ? — Kasumi perguntou, incerta. — Mas esse é o lugar onde eu guardo os produtos de limpeza.

— Oooohhhh... — Ranma viu o mundo girando a sua volta antes de cair no chão, inconsciente e com a boca cheia de espuma.

— Acho melhor alguém ligar para a escola e o doutor Tofu e avisar que ele não foi poder estar presente amanhã.


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Notas finais do capítulo

De acordo com o que eu tenho planejado, a fic tem mais uns seis ou sete capítulos restantes.
O capitulo 17 já está sendo escrito e será postado essa ainda semana.

Críticas construtivas serão sempre bem-vindas.
Percebeu algum erro de português, concordância, formatação ou qualquer outro tipo? me avise para corrigi-lo.

Até a próxima.