– Mas o que...? - disse com a voz falha

Meus olhos se encheram d'água e logo minha visão ficou embaçada. A minha frente estavam Nathaniel e Melody, ele apenas de boxer com uma das mãos nos seios dela, enquanto a garota estava totalmente nua e com a mão por dentro da boxer de Nathaniel.

– Carol, calma. Não é nada disso que você está imaginando - Nathaniel começou a falar - A gente só est....

– CALA BOCA - deixei uma lágrima cair - Nunca mais olhe na minha cara de novo, seu idiota! - bati a porta com força e sai correndo de lá.

Corri seu rumo pela intensa reserva, tentando inutilmente esconder a minha vergonha. Eu sentia cada veia do corpo saltar de raiva, claro que metade de mim estava triste e totalmente desiludida, mas a outra metade só queria pular no pescoço dos dois e matá-los ali mesmo.

– Você não deveria ficar aqui sozinha - ouvi uma voz desconhecida atras de mim. me virei e dei de cara com o garoto dos ônibus, Armin.

– Ah, eu só quero ficar quieta um pouco - sorri tentando disfarçar as lágrimas

– Bom, você que sabe - sorriu - Mas é um desperdício uma garota tão linda ficar chorando por um idiota engravatado - Ele saiu colocando a mão no cabelo e me deixando ali parada.

Depois do encontro com o garoto, passei um tempo sentada debaixo de uma árvore grande e bela, abaixei minha cabeça e fiquei pensando por um tempo ali. Na verdade, eu não amava Nath, eu tinha uma ligação com ele por ser gentil e tudo mais, mas na real, eu não sei se eu realmente gostava dele.

O céu começou a escurecer e a armar para chover, percebi que era hora de voltar para o acampamento. Só tinha um problema: Eu não tinha nem ideia de onde ele ficava. As gotas grossas de chuva começaram a cair em meu rosto, sai correndo meio sem rumo, depois de andar um pouco, vi duas pessoas ao longe, corri para ver quem era e se poderia me ajudar a voltar;

– Vocês? - Me surpreendi ao ver os dois se agarrando na floresta

– Ai - Ouvi uma voz irritante - Ah, então você está ai? - riu. Ótimo, eu só precisa da companhia da Ambre agora.

– O que você faz aqui? - Castiel me perguntou vendo o choque que eu havia levado

– O que... Porque vocês estão aqui? - perguntei

– Você sabe o que estávamos fazendo aqui queridinha - Ambre sorriu - Se você não percebeu, é a mesma coisa que o meu irmão estava fazendo com a Melody. Afinal, parece que você não foi mulher o suficiente pra ele - gargalhou

– Co-Como você sabe disso? - senti meus olhos lacrimejarem novamente

– Ora, não percebeu ainda flor? Fui eu quem ajudou a Melody a seduzir o Nath enquanto você perambulava igual uma retardada por ai. - revirou os olhos

– O que? Você não me disse isso - Castiel se intrometeu

– Ah, não liga não. Afinal é só o Nerd babão e a orfãzinha de merda - Ambre sorriu e deu um selinho em Cast.

Depois de ouvi aquilo, sai disparada novamente. Eu realmente precisava sair daquele lugar, era demais, até mesmo pra mim. Corri entre as arvores novamente e tentei encontrar algum tipo de cerca ou arame que separasse a reserva da estrada, mas com a chuva, tudo parecia estar mais denso que o normal. Foi então que eu vi uma placa dizendo sobre os animais e mais abaixo dela havia uma rodovia. Sai em disparada ao encontro da placa, mas fui parada por uma mão forte que me prendeu em uma árvore próxima.

– Me solta! - quando foquei meu olhar, vi que se tratava de Castiel - ME SOLTA!

– Não, você vai me ouvir! - e me pressionou mais ainda. Ele deixou seu corpo colado ao meu, pude sentir sua pele gelado por debaixo da blusa fininha e molhada que ele usava.

– EU NÃO QUERO! -gritei

– PARA DE FAZER DOCE! - ele gritou de volta - Eu só quero te explicar

– Explicar o que? Explicar como você não me defendeu na frente da idiota da Ambre? Ou como você fingiu não saber nada sobre o que fizeram comigo? Não, não, na verdade você poderia explicar o porque de estar beijando a Ambre, já que você dis...

Mal pude me ver, quando dei por mim, Castiel já estava com os lábios pressionados aos meus, senti sua respiração igualmente descompassada como a minha. Pude vê-lo dar uma leve mordida no meu lábio inferior e assim que eu abri um pouco a boca, ele a invadiu ferozmente usando sua língua. Suas mãos se depositaram em minha cintura e ele fortemente me puxou para mais perto dele, enquanto apertava toda minha cintura. Eu, por outro lado, coloquei minhas mão em volta de seu pescoço e comecei a puxar de leve seus cabelos ruivos.

"O que eu estou fazendo? Ele é meu irmão" - pensei. Com esse pensamento, conseguir sair do transe e quebrar o beijo. Assim que nós abrimos os olhos e pude ver que pela primeira vez, Cast se sentia inseguro em relação a mim

– Por favor - disse com a voz falha e encarando o chão - Nunca mais faça isso.

Sai correndo em direção a placa, meus pensamentos a mil e meu coração acelerado como nunca. Que tipo de sensação era aquela, da qual nem com Dake eu havia sentido. Meu corpo estava totalmente confuso assim como minha mente, sentir Castiel daquele jeito me fez sentir algo que eu nunca tinha sentido e o pior... Eu gostei.

Assim que consegui chegar a placa, me dei conta que todos os meus pertences estavam na cabana e que eu não fazia ideia de como eu pularia aquele muro enorme.

– Senhorita! - ouvi uma voz grossa atras de mim. Me virei e era um dos seguranças da reserva

"Droga, pensei que estavam apenas blefando"

– A senhorita terá de me acompanhar até a cabana da Diretora - apenas assenti e o segui pela floresta até chegarmos no acampamento. Vários olhares se inclinavam para mim, mas eu apenas tentei não encará-los.

Passei um tempo ouvindo a diretora falar que aquele não era o comportamento de uma garota de elite como eu, que eu teria sérios problemas como meu irmão se eu não melhorasse e que eu teria que pagar por tal ato de desrespeito.

– Você ficará suspensa das atividades que programamos para esse fim de semana. Existe uma cabana afastada de tudo ao norte daqui, você ficara lá até o fim do acampamento. A cabana tem comida, banheiro e tudo que você precisa, tem uma pequena cachoeirinha que você pode usar, mas você não tem permissão para sair fora do campo da cabana. - ela suspirou - Eu esperava mais de você querida

Depois de pegar todos os meus pertences da minha antiga cabana, o mesmo segurança que me trouxe, me levou até onde eu ficaria pelos próximos dois dias. Para falar a verdade, ela era até melhor que a antiga; Era bem mais espaçosa, com uma mini cozinha e um banheiro arrumadinho, o quarto possuía uma beliche e uma cama de casal. E até uma Tv, se bem que eu duvido que pegue algum canal que preste. Assim que terminei de observar o local, o segurança saiu e eu fui arrumar minha coisas, guardei tudo em seus devidos lugares e fui terminar de ler o meu tão amado livro.

Já era quase nove da noite quando ouvi algumas batidas na porta, obviamente estranhei, já que ninguém podia subir aqui. Pensei até mesmo que fosse a diretora para me vigiar, então calcei os chinelos e fui até a porta para abri-lá.

– Vo-você?