Linha Tênue escrita por TAYAH


Capítulo 22
Ao meu lado - Emma


Notas iniciais do capítulo

"Todo carnaval tem seu fim" E toda fanfic também.

Essa é o último capítulo da nossa Linha Tênue... Mas como disse na nota do cap anterior, teremos uma segunda temporada, para resolver varias coisas que ainda não foram resolvidas, e mostrar ainda mais essa linda história de amor que acabou de nascer.
Eu só preciso arrumar umas coisas, me organizar para poder reconciliar fanfic com pré-vestibular.

Sobre o capítulo, espero de coração que satisfaça a todos, e que mesmo com um final, deixe vocês com aquele gostinho de "quero mais".

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/431900/chapter/22

Eu estava me divertindo de uma maneira da qual eu nunca havia na vida. Parecia que a qualquer momento eu iria explodir de tanta felicidade dentro de mim. Eu nem sabia que podia ser tão feliz como estava sendo naquele dia tão perfeito. O destino realmente existia e ali estava à prova mais que concreta de que, contos de fadas eram reais. Na verdade mais que reais, eu era parte dele e tinha minha própria história encantada.

Em meio a cócegas, falta de ar e dor na barriga de tanto rir. Ouvi a voz de Mary Margaret surgir do além. Que foi o que fez nós três, pularmos da cama, como crianças pegas no flagra ao fazerem alguma besteira.

— A gente estava brincando. – Henry respondeu depois de alguns segundo daquele silêncio torturante. – Cócegas... – Ele completou como se fosse algo natural.

A expressão de confusão em Mary Margaret era tão grande, que ela não conseguiu dizer nada sobre a cena que viu. Sem duvidas aquilo deveria ser algo sobrenatural para ela, algo que nem mesmo a própria verdade – que estávamos fazendo cócegas uns nos outros - a faria entender naquele momento.

Já nós três ainda estávamos de pé quase em estatua, como se esperássemos por uma bronca ou um castigo. Regina mantinha superioridade em seu rosto, mas em seus olhos eu via que estava tão assustada quanto eu.

— Bem... – Mary Margaret disse depois de analisar cada um de nós com extrema duvida. – Eu estava preocupada, Emma... – Ela me disse como se aos poucos lembrasse o que realmente estava fazendo ali. - Você ficou desacordada por dias... Saiu do castelo hoje cedo, dizendo que vinha conversar com Regina e... – Ela pareceu ficar confusa outra vez olhando para nós, mas voltando seu olhar para mim. – Já está tarde... mas... pelo visto você não pretendia ir embora... – Ela disse me olhando profundamente, como se tentasse ler meus pensamentos. – Não é? – Meu coração disparou com aquela simples pergunta.

— É... não... na verdade... – Eu comecei a dizer como uma criança. Então respirei fundo e tentei me concentrar. – Na verdade eu só não tinha pensado nisso... – Eu disse fazendo Mary Margaret acrescentar ao seu rosto cheio de duvidas, algo como tristeza. – É que estávamos... Bem... – Eu realmente não sabia o que dizer, ou se deveria mesmo dizer alguma coisa.

— É... pelo visto, você não sente nossa falta como a gente sente a sua... – Mary Margaret choramingou, fazendo meu coração se partir, aquilo não era verdade.

— Não! – Eu disse em tom alto dando um passo a frente, ela não podia pensar aquilo. – Isso não é verdade, eu sinto muitas saudades de todos, principalmente sua e do David, é claro. – Eu tentei mostrar a verdade sincera em minhas palavras. – E não é porque eu vim resolver algumas coisas... e acabei me perdendo no tempo, que eu não sinta saudades.

— Tudo bem... – Mary Margaret disse ainda meio tristonha. - Então a gente já pode ir?

— Como? – Eu perguntei sem entender, já Regina resmungou alguma coisa que eu não entendi.

— Para a nosso castelo, Emma... – Mary Margaret respondeu como se fosse obvio. – Nove meses sem te ver, dois dias sem saber quem você era, e mais alguns dias com você desacordada. – Ela dizia ainda com aquela tristeza na voz, como se estivesse me perdendo. - Todos nós estamos ansiosos por sua presença, para saber como foi sua vida nesse tempo... – Ela fez uma pequena pausa ao respirar fundo. – Estamos com saudades, Emma...

— Sim... – Eu disse completamente confusa por dentro, sem saber o que fazer naquela situação. O certo seria ir com ela, mas eu não queria deixar Regina e nem iria conseguir. – Mas... o Henry... – Foi a única saída que eu consegui achar naquele momento.

— Ele vai com a gente é claro! – Mary Margaret disse mais uma vez como se fosse obvio.

— Mas ele não quer ficar longe da Regina... – Eu disse sentindo minha respiração se alterar o que fez Mary Margaret agir mais uma vez, como se quisesse ler meus pensamentos. – E nem eu... – Mary Margaret me olhou ainda mais confusa, fazendo-me ver o que realmente tinha dito. – Do Henry... Eu não quero ficar longe dele. – Eu estava me tremendo por dentro.

— Eu tive uma ideia. – Henry disse completamente descontraído, como se aquela situação não estivesse afetando ele.

Ao ouvir a voz do meu filho dizer aquilo, eu senti meu coração de acalmar. Depois das últimas coisas que passamos juntos, eu sabia que ele realmente iria achar uma solução saudável para aquela situação.

— Diga querido. – Mary Margaret disse com calma para ele.

— Você está com saudades da gente, assim como todos os outro estão, certo? – Henry fez uma pausa para que Mary Margaret apenas afirmasse com a cabeça. – Assim como eu e Emma também estamos de vocês... – Ele fez mais uma pequena pausa. – Mas eu não quero ficar longe da Regina, eu não quero viver sem ela... Minha mãe também é minha família e se ela é minha família ela também é de todos. – A cada palavra dele eu me sentia mais orgulhosa do garoto que ele era e do trabalho que Regina tinha feito em sua criação. – Então, já que vocês não querem ficar sem a gente e eu não quero ficar sem a minha mãe... – Ele respirou fundo antes de continuar. Confesso que estava com um pouco de receio do que ele tinha em mente, mesmo confiando nele. – Por que todos nós não vamos para o seu castelo juntos?

— O que? – Regina e Mary Margaret perguntaram juntas, como se não tivessem entendido bem o que ele havia proposto.

— Olha, pensem comigo... – Henry disse ao revezar o olhar entre elas. – Em Storybrook todos viviam bem próximos uns dos outros e sempre nos esbarrávamos pelas ruas, ou no Granny’s. – Regina o olhava atentamente com a cara fechada, já Snow parecia realmente não entender aquilo. – Minha casa ficava só a algumas quadras da sua, dava para ir andando. – Ele disse diretamente para a avó. – E o Granny’s era o centro onde muitas vezes todos tomavam café, almoçavam, lanchavam e ainda jantavam juntos, mesmo que em mesas separadas... Eu mesmo estava acostumado a ver todos vocês todos os dias. – Ele parou por alguns segundos observando cada uma delas. Mary estava pensativa, já Regina ainda com a mesma expressão de antes, seria mais difícil de convencê-la a fazer aquilo, do que a minha própria mãe. – Então acho que não tem problema nenhum... O castelo é enorme e todos podemos ficar muito bem acomodados lá. – Ele disse para Mary Margaret. - Não digo exatamente morar, mas passar uns dias... Para todos matarem a saudade... – Henry era realmente muito bom com as palavras. Eu mesma se não quisesse aquilo já estaria de acordo com aquele discurso. – E minha mãe é reservada, duvido que ela vá ficar andando pelos corredores ou que vá te fazer visitas em seu quarto. – Ele disse com um pouco de ironia da voz, o que me fez sorrir.

— Olha Henry... – Mary Margaret quem se pronunciou primeiro. – Pensando assim como você e colocando em questão todas as mudanças que tem ocorrido apenas para o bem nesses últimos tempos, eu não vejo problema nenhum em sua mãe ficar lá. – Ela fez uma pausa olhando para Regina em seguida. – Já moramos juntas por anos, nesse mesmo castelo aqui... Então se você quiser, pode ir com a gente, será bem vinda. – Mary disse realmente de coração, como sempre costuma fazer.

— Não vou a lugar nenhum. – Regina respondeu seca e orgulhosa, como se realmente não se importasse com aquilo. Mas em seus olhos eu via a quantidade de emoções que se passavam lá dentro.

— Posso falar com você um minuto? – Eu disse ao olhar para ela sem aceitar o “não” que ela havia dado para a ideia de Henry, mesmo a entendendo e sabendo que com ela não seria fácil.

Caminhei rapidamente para fora do quarto, parando a uma distancia segura para que não nos ouvissem. Se tratando de minha mãe, todo cuidado é pouco.

Eu não iria sem ela, não tinha mais condições emocionais para deixar algo que eu tinha acabado de descobrir, não aquilo, não a meu final feliz... Então eu estava disposta a qualquer coisa para não me separar mais dela. Porque eu sentia como se aquele beijo no coreto tivesse nos ligado completamente e se tivéssemos que nos separar não seriamos mais eu e ela apenas e sim metade de cada uma.

— Eu não vou, Emma... – Regina já se aproximou dizendo que não.

— Por quê? – Foi à única coisa que eu consegui pensar em dizer naquele instante.

— Por vários motivos, Emma... – Regina disse com uma risada meio triste. – Se você quiser eu posso lista-los para você. – Sua voz saiu irônica.

— Não precisa. – Eu disse um pouco desapontada e perdida. Então respirei fundo e me deixei levar pela emoção. – Regina... – Eu dei um passo a frente invadindo seu espaço pessoal, peguei em suas duas mãos e fixei meus olhos nos dela. – Eu estou com saudades deles... Eu quero revê-los, conversar, ouvir histórias e contar as minhas... – Ela me olhava meio triste, com as sobrancelhas franzidas. – Mas minhas prioridades são você e Henry. – Sua boca se comprimiu. – Eu quero ir... Mas eu quero muito mais estar com você... E se você não for... eu não vou conseguir te deixar... – Ela sorriu ainda com os lábios comprimidos, fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente varias vezes, soltou o ar que estava em seus pulões e voltou a me encarar com aqueles olhos brilhantes.

— Então me leva com você... – Ela sorriu meio tímida, o que me fez sorrir de volta.

Sem pensar e nem ao menos olhar ao redor, eu lhe roubei um beijo selado de tanta felicidade que eu senti com sua resposta.

— Emma! – Regina me recriminou ao me empurrar levemente e olhar ao redor. – Sua mãe! – Ela disse ainda olhando para trás.

— Ela está dentro do quarto, ninguém viu. – Eu ainda sorria olhando apenas para ela, que voltou a me olhar depois de ter certeza que não tinha mesmo ninguém.

— Porque está me olhando assim? – Ela perguntou com um sorriso gostoso nos lábios o que me fez intensificar ainda mais o meu olhar. – Para com isso Emma... – Regina pediu ficando nitidamente envergonhada, enquanto eu invadia lentamente seu espaço pessoal outra vez. – É sério... Para! – Ela colocou uma de suas mãos em meu ombro me impedindo de continuar. – Vamos logo voltar e dizer que eu vou com vocês... – Ela estava fugindo de mim, mas não porque não queria, mas sim porque estava com medo.

— Vamos sim... – Eu disse achando graça do jeito que ela havia ficado.

Assim que chegamos ao castelo de meus pais, Mary Margaret levou nós quatro – Regina, Henry, Tinker e eu – até o salão principal, onde fomos recebidos com uma festa surpresa em minha homenagem.

Enquanto eu dava atenção a cada um deles, em grupo ou separados, Regina e Tinker ficaram afastadas como duas estranhas no meio de uma multidão. Eu não gostava muito daquela aproximação delas, aquilo sempre me incomodou, mas ali naquela situação eu fiquei feliz em vê-las juntas, assim Regina não tinha que ficar sozinha e deslocada. Por que mesmo que não existisse mais nenhuma guerra entre nenhum deles a outra mãe do meu filho ainda era recebida com olhares medrosos e até com um pouco de reprovação.

Em nenhum momento eu tirei os olhos de Regina, assim como ela não tirou de mim. Em alguns momentos eu passava por ela e lhe perguntava se estava tudo bem, ou se queria alguma coisa, mas ela sempre me mandava sair de perto, dizia que estava tudo bem e me pedia para parar de olhar para ela daquele jeito - que eu nem sabia qual era ao certo.

Quando Neal me pegou para conversar a sós o olhar de Regina queimou em minha pele. De onde ela estava, mesmo que quase do outro lado do salão, eu podia sentir sua raiva borbulhar por ele tentar mais uma vez uma aproximação amorosa, como se eu realmente ainda o quisesse. Mas logo me livrei dele, olhando diretamente para Regina, que estava de braços cruzados e aquela cara de irritada que eu conhecia tão bem. Pensei em ir até ela e lhe roubar um beijo, para fazer aquele humor melhorar, mas antes mesmo de concluir meu pensamento Mary e Ruby vieram falar comigo.

Entre mais algumas histórias daqueles nove meses, uma voz familiar em um tom inconfundível, falou logo atrás de mim.

— Olá princesa... – Hook disse fazendo-me virar rapidamente para ele.

— Hook! – Eu disse surpresa ao vê-lo depois de tanto tempo, o que fez Mary e Ruby se afastarem nos deixando a sós.

— Vim o mais rápido que pude, amor. – Hook disse daquele jeito de sempre. – Então espero não ter te feito esperar muito. – Ele disse com um olhar galanteador e um sorriso torto.

— Eu estive bem ocupada nos últimos dias. – Eu falei sorrindo com um pouco de ironia.

— Pela festa que estão fazendo eu posso ver que sim. – Ele deu um passo a frente ficando mais próximo a mim. – Há quanto tempo você chegou?

— Faz menos de uma semana, mas parece que já tem meses. – Eu disse ao ver flashs de tudo que aconteceu nos últimos dias. – E você por onde andou?

— Eu estava navegando... Procurando por você... – Hook disse no mesmo tom de conquista de sempre.

— Como assim? Você não perdeu as memórias? – Eu perguntei um pouco confusa.

— Minha cabeça pode ter sido apagada, mas meu coração permaneceu intacto. – Ele deu mais um meio passo a frente quase invadindo meu espaço pessoal. – Meu coração não te esqueceu um dia se quer, Emma... – Ele disse sorrindo e colocando a mão sobre o próprio peito.

— Bom... – Eu não soube muito bem o que dizer, ainda mais naquela situação.

— E você... como foi sua vida nesses últimos meses? – Ele fez a mesma pergunta que eu já havia respondido mil vezes para todos os outros. – Conseguiu suportar a minha falta? – Ele ia dar mais passo a frente, mas recuou ao olhar para trás de mim.

— Pirata. – A voz de Regina estava seca e fria.

— Minha Rainha. – Hook disse de maneira irônica.

— Vejo que veio correndo desperdiçar seu tempo... – Regina disse debochada já o alfinetando.

— Não sou homem de perder tempo querida, você sabe disso. – Hook disse no mesmo tom que ela.

— Do mesmo jeito que você sabe que eu odeio que se aproximem daquilo que é meu. – Regina disse em um tom ameaçador, fazendo-me senti uma boba por ela se referir a mim como se fosse dela.

— Daquilo que é seu? – Hook perguntou um pouco confuso e achando graça, mas ele me olhou de relance como se no fundo soubesse do que ela estava falando.

— Eu posso não ser mais a Rainha Má. – Ela disse ainda mais autoritária, colocando uma das mãos em sua cintura, dando um passo à frente. – Mas você pode ter certeza, que se você não ficar longe da minha família eu vou destruir você. – Ela disse daquela maneira que faria qualquer um tremer de medo, já eu estava encantada como uma criança.

— Quanta paixão majestade... – Hook disse irônico a olhando de cima a baixo. – Até você resolveu entrar nessa luta? – Ele falou dando uma risadinha única.

— Não existe competição, pirata. – Regina falou com desdém. – A não ser que queria lutar para perder. – Ela disse naquele tom único de deboche, com um leve sorriso de vitória.

— Me desculpe alteza, mas não é você quem decide isso. – Hook deu um meio passo em sua direção como se quisesse impor autoridade. – Eu não tenho medo de você e nada do que disser vai me fazer desistir daquilo que quero. – A conversa já estava mudando de nível e logo viraria uma briga, eu tinha que acabar com aquilo, mas confesso que estava me divertindo um pouco. – Apenas ela. – Hook apontou para mim. – Pode me fazer desistir. – Ele se virou para mim, com seu sorriso mais galanteador nos lábios. – Não é mesmo, amor? – Ele realmente estava esperando que eu concordasse com ele, mas eu não ia fazer aquilo.

— Desculpe Hook. – Foi o máximo que eu consegui dizer.

Era tudo muito novo para mim. E por mais que eu estivesse gostando de ver Regina daquele jeito, eu não sabia o que dizer e nem como agir. Nada ainda havia sido conversado ou decidido, apenas sabíamos o que sentíamos, mas não tínhamos planos, não tínhamos nada concreto além do nosso primeiro dia naquela nossa vida de contos de fadas.

— Olhe só para você, Swan... – Hook disse calmamente ao me analisar. – Não é que entre o amor e ódio a linha é realmente tênue?

— Emma... – Regina se virou para mim ignorando o que ele disse. – Não acha melhor você ir descansar? Não faz nem um dia direito que você se recuperou. – Ela disse de maneira mansa, mas seus olhos diziam que era uma ordem e não um pedido.

— Só espero que saiba onde está se metendo princesa. – Hook disse diretamente para mim, fazendo Regina revirar os olhos ainda de costas para ele. – Nossa rainha tem o pequeno costume de destruir tudo que gosta. – Ele disse como um conselho, o que fez Regina rapidamente se virar para ele, invadindo seu espaço pessoal.

— Olha aqui pirata. – Regina falava entredentes de maneira raivosa. – Se você quiser eu posso te ajudar com seu problema de coração partido. – Ela colocou a mão no peito dele, o que me fez dar um passo a frente um pouco assustada. – Caso não queira, espero que coloque-se em seu lugar e tome conta apenas da sua vida.

— Já chega Regina. – Eu disse ao puxa-la pelo braço a afastando dele. Já Hook me encarava como se pedisse respostas, como se não acreditasse que aquilo era real. – Acho que já está na hora da festa acabar. – Eu disse entre eles que permaneceram calados apenas me encarando. – Vou pedir para Mary Margaret te levar até seu quarto. – Eu disse para Regina. – E se você quiser posso arrumar um para você também. – Eu disse para Hook.

— Eu me viro. – Hook disse meio seco ao dar um passo para trás. – E também tenho coisas a resolver... – Ele fez uma pequena pausa. – Espero que você seja feliz. – Ele disse com um sorriso meio triste antes de dar as costas e sair.

Me despedi de todos eles e agradeci pela linda festa de recepção. Ruby quem levou Regina e Tinker até seus quartos, enquanto Mary Margaret fez questão de levar eu e Henry para o nosso.

Eu estava realmente cansada, só não tinha reparado o quanto, até me sentar a beira da cama com Mary Margaret, a espera de Henry terminar seu banho. Conversei com minha mãe, contei mais algumas coisas sobre como foi meus meses com Henry. Na verdade eu fiquei falando sem parar, estava morrendo de medo que ela tocasse no assunto “Regina” e acabasse me fazendo falar demais.

Assim que Henry terminou seu banho, já foi se acomodando naquela grande cama. Enquanto eu, com dificuldade fiz Mary Margaret se retirar, para que eu também pudesse tomar o meu banho.

Depois de um banho quente de banheira, ainda relembrando com sorrisos intermináveis o dia maravilhoso que eu tive ao lado de Regina e Henry, eu me sentei a grande janela daquele quarto. Meu filho já dormia em um sono pesado e em algum lugar daquele castelo Regina também deveria estar dormindo.

Olhei para aquele céu perfeito e encostei a cabeça à parede. As estrelas piscavam sem parar, era como se tivessem no mesmo ritmo que meus pensamentos. Eu nunca em toda a minha vida, já havia me sentido tão feliz. Nem mesmo quando criança, ainda inocente dos problemas do mundo, eu nunca imaginei que poderia ter uma alegria tão grande dentro de mim.

Fechei os olhos e sorri pela milésima vez ao me lembrar do momento único no coreto com Regina. Do seu questionamento, da minha maneira enrolada de dizer o que estava acontecendo, do seu jeito irritante de sempre me fazer perder o ar, da sua aproximação, do seu cheiro, do seu beijo... E com aquela cena se repetindo sem parar em minha mente, eu desejei mais uma vez, que ela estivesse ali comigo, naquele momento e que nunca mais fosse preciso eu ter que ficar longe dela.

— Emma? – A voz de Regina saiu em um sussurro distante, o que me fez abrir os olhos lentamente e me deparar com ela sentada a minha frente. – Porque não deita na cama, em vez de dormir na janela? – Ela perguntou com um leve sorriso como se achasse engraçado.

— Eu não estava dormindo... – Eu disse ao me espreguiçar  de leve. – Estava apenas pensando. – Era impossível não sorrir o tempo todo. – Como entrou aqui? – Eu perguntei ao me lembrar de ter trancado a porta.

— Magia. – Regina disse com um sorriso meio irônico, ao levantar uma de suas sobrancelhas como se fosse obvio demais aquela pergunta. – Sei que teve um tempo em que você não queria nem ouvir essa palavra. – Seu sorriso era tão permanente quanto o meu. – Mas aposto que agora está adorando toda magia que tenho feito.

— Como você mesma já disse às vezes não usa-la também vem com um preço. – Eu disse no meu tom natural de desafio, era muito gostoso aquilo que fazíamos.

— Pode apostar que sim. – Regina sorriu um pouco tímida. - E eu confesso que não estava nada disposta a pagar o preço de não vir até aqui. – Ela desviou seus olhos por alguns segundos, mas voltou a me encarar.

O silêncio permaneceu por um tempo, enquanto nossos olhos tinham aquela conversa particular de sempre. Ver Regina sorrir era algo tão difícil no passado e ali naquele momento comigo seu sorriso era tão unicamente lindo, que era até difícil de acreditar que aquela mulher que conheci, poderia algum dia ser capaz de se dar a chance de mostrar aquilo que realmente era, e aquilo que sempre quis ser... Feliz.

— Obrigada por ter vindo. – Eu quebrei o silêncio.

— Você achou mesmo que eu iria ficar sozinha naquele outro quarto, enquanto você e Henry estavam juntos aqui? 

— Não... – Eu ri  que me olhou sem entender. – Por ter vindo com a gente para o castelo.

— É... Eu também estou feliz por ter vindo. – Ela disse olhando para suas próprias mãos, mostrando o quanto ainda era difícil dizer algumas coisas. – Onde você estiver, Emma... – Ela voltou a olhar para mim. – Eu vou estar também. – Ela disse ao pegar em minha mão.

— É a única coisa que desejo. Você e Henry ao meu lado. – Eu levei sua mão até minha boca e a beijei, fazendo-a sorrir meio tímida. – Vem aqui vem... – Eu a puxei para bem próxima a mim, fazendo-a ficar entre minhas pernas e envolvendo meus braços em sua cintura.

Sua face estava bem próxima a minha, nossas respirações se alterando e se misturando, logo se tornando apenas uma. Nossos sorrisos se transformando calmante em expressões mais sérias. Seus olhos encarando os meus quase sem piscar. Seu cheiro adocicado entrando por meus pulmões, fazendo-me sentir aquelas borboletas por todo meu estomago. Meu coração batia forte e pelo ar entrando e saindo rapidamente de Regina, era nítido que o dela também martelava em seu peito.

Toquei em seu rosto com as costas de uma de minhas mãos, o que a fez fechar os olhos e sorrir de leve ao se aconchegar ainda mais em meu carinho.

Seus olhos se abriram no mesmo instante em que sua mão repousou sobre a minha ainda em sua face. Já sua outra mão me segurou firme pela nuca, mostrando-me mesmo que sem perceber seu costume de sempre estar no controle.

Sorri como se deixasse que ela comandasse até mesmo naquele momento. Fazendo Regina morder seu próprio lábio, antes de me beijar com a vontade que ficou presa durante todo o dia depois do coreto.

Sua boca invadiu a minha de uma maneira bem diferente de mais cedo, foi algo mais intenso, com menos medo, menos pudor. Um beijo tão saboroso quanto, mas daquela vez tinha realmente gosto de beijo, daqueles que te fazem flutuar e quando estão lá em cima, sente que vai cair e perde completamente o ar.

Regina era minha, e eu era dela, nós nascemos para estar juntas. O destino realmente fez um trabalho perfeito para que nosso encontro fosse possível. Ali, naquele momento, entre beijos e carinhos que estavam começando a tomar outro rumo, eu tive mais que certeza, que viveríamos felizes para sempre. Que nosso amor seria tão perfeito quanto os dos meus pais. Se não ainda melhor...

Minhas mãos puxando-a para mais próxima a mim, quase fazendo-a sentar em meu colo. Seus dedos emaranhados em meus cabelos os puxando levemente vez ou outra. Sua boca me beijando de um jeito tão perfeito que me fazia ter vontade de morde-la da cabeça aos pés.

Tínhamos que parar com aquilo, antes que nosso filho acordasse e ficasse traumatizado para o resto da vida. Mesmo que vontade de parar não existisse, eu tinha que me afastar, tinha que voltar a realidade, de onde Henry estava dormindo há apenas três ou quatro metros de distancia.

Como se estivéssemos mesmo ligadas uma a outra, paramos de nos beijar bruscamente no mesmo instante. Fazendo-a se afastar um pouco de mim, ajeitando suas roupas e seus cabelos, o que em fez fazer o mesmo.

— Acho que... – Eu disse baixinho tentando recuperar o ar. – A gente precisa dormir.

— É eu também acho. – Regina disse igualmente a mim ao se levantar em seguida.

Ficamos em total silêncio apenas recuperando o ar e ajeitando o que tinha que ser ajeitado.

— Dorme comigo. – Eu disse sem pensar, o que fez Regina me olhar um pouco assustada, fazendo-me ficar envergonha logo em seguida. – Com a gente... – Eu me corrigi, falando o que deveria ter dito antes. – Dorme ali com a gente. – Eu apontei para cama onde nosso filho estava. – Eu, você e Henry... – Eu sorri meio tímida.

— Durmo sim, Emma... – Regina estendeu a mão para mim. – Vem, vamos deitar...

Eu peguei em sua mão e logo me levantei já a abraçando. Beijei seu ombro com calma, me afastei um pouco de seu corpo, segurei em seu rosto logo em seguida e selei seus lábios com vontade. Fazendo-a sorrir e me puxar para a cama que nosso filho já dormia.

Regina se deitou primeiro, deu um beijo de boa noite em Henry e se virou para mim que ainda estava me sentando. Logo me deitei ao lado dela, me aconchegando em seu peito, abraçando sua cintura, e ouvindo seu coração bater ainda rapidamente em meu ouvido. Fechei os olhos mais que satisfeita, ao sentir seu carinho em minha cabeça.

Regina estava mesmo ali, nós éramos uma família, um pouco diferente para aquele mundo, mas éramos e ainda íamos ser muito felizes, aquele era apenas o inicio do nosso final feliz. Com direito a amor verdadeiro e um filho lindo para acompanhar.

— Boa noite, Regina. – Eu disse quase em um sussurro sem conseguir abrir os olhos.

— Boa noite, Emma. – Regina beijou minha cabeça. – Até amanhã.

FIM?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui, eu quero agradecer a cada um de vocês, quero dizer que sem os comentários, as recomendações, os favoritos, nada disso aqui seria o mesmo. Porque cada retorno que tive, me fez querer escrever ainda mais. E sempre tentar fazer o melhor para vocês. É serio, sem vocês isso não teria chegando aqui onde chegou!



OBRIGADA PELO CARINHO E A ATENÇÃO DE TODOS!

OBS: Essa fanfic foi escrita com o apoio da Lhaiz Longobardi, que por muito tempo ficou enchendo meu saco para escrever alguma coisa sobre Swan Queen... E que sempre esteve ao meu lado me ajudando e me apoiando, OBRIGADA LAHIZ.

Agora me digam vocês, me falem o que acharam desse capítulo?
O que acharam da fanfic em si?
Por favor, não deixem de me dizer! Estou ansiosa por seus comentários!

SEGUNDA TEMPORADA DE LINHA TÊNUE AQUI: http://fanfiction.com.br/historia/489574/Amor_Eterno/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Linha Tênue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.