Linha Tênue escrita por TAYAH


Capítulo 1
Idiota - Regina


Notas iniciais do capítulo

(Essa história será baseada na terceira temporada de Once Upon a Time, mas o foco não será a busca do Henry, e sim todo de novo que esta acontecendo dentro dessas mães desesperadas. Se você não assistiu as outras temporadas talvez fique meio confusa(o) as vezes, mas não acredito que vá ficar totalmente desnorteada(o).
Nada acontecerá muito rápido, estou tentando tratar os personagens como eles realmente são, com seus medos e problemas. É sim uma fanfic Swan Queen, mas se você procura por algo mais quente e apressado, sugiro que nem leia. Mas se quiser ler sobre o amor, o verdadeiro amor, aqui você vai encontra-lo.)

Capítulo baseado no episódio 3x01.



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Estava de dia quando deixamos Storybrooke passando pelo portal no meio da água. Minha cabeça ainda não havia absorvido tudo que tinha acontecido na última hora. Primeiro que eu ia me sacrificar por Emma, Henry e todos os idiotas daquele lugar. Segundo que Emma e eu, usando magia, conseguimos salvar a cidade. Terceiro, meu filho tinha sido sequestrado por dois imbecis, que levaram ele diretamente para nada menos que Neverland. Um lugar sombrio onde todos seus pesadelos podem se tornar reais, liderado por Peter Pan, alguém muito pior do que a Rainha Má que eu já fui um dia... E por último, eu estava cercada de pessoas que não me suportavam.

Assim que o barco de Hook aterrissou do outro lado do portal estava escuro, a lua era grande e brilhante no céu estrelado. Senti calafrios por estar em um lugar novo e totalmente desconhecido, mas também me senti forte por saber que minha magia ali, seria bem mais intensa que em Storybrooke. Com poder em minhas mãos tudo seria bem mais fácil.

Rumple como sempre fazendo o que quer, da maneira que quer, nos deixou dizendo que encontraria Henry sozinho. Deixando-me ainda mais em minoria com aquelas pessoas tão ‘família feliz’.

Deixei aquilo de lado, eu precisava me concentrar em apenas uma coisa, recuperar meu filho, porque se ficasse pensando em todo aquele contexto que eu estava pertencendo, eu talvez enlouquecesse e de loucura eu já estava farta.

Fiquei um tempo sozinha lá em cima. Mil coisas estavam passando em minha cabeça, mas a frase que mais se repetia em minha mente era "o mundo da voltas". Quando que eu iria me imaginar naquela situação, quando que minha vida seria estável de verdade e pararia de mudar bruscamente? Será que ser feliz era pedir muito? Eu fui uma menina doce e apaixonada, fui uma mulher triste e amargurada com a perda de um grande amor, fui uma rainha má totalmente temida em todo o reino, fui uma prefeita totalmente solitária e fui uma mãe, mas agora... Agora eu sou como parte de uma família inteira, família da qual eu dediquei minha vida para destruir.

— Regina? – Emma disse ao se aproximar, fazendo-me despertar dos meus pensamentos. – Não vai se preparar? – Ela parou há uns dois metros de mim. - Hook disse que vamos contornar a ilha para podermos descer.

— Contornar? – Havia necessidade? – Qual o problema de seguirmos em frente e descermos logo? 

— Ele disse que é o melhor lugar. O mais seguro. – Sua expressão era séria, mas seus olhos sempre me passavam algo a mais.

— Só isso? Mais seguro? – Eu disse com meu tom de reprovação. – E você confia nele Srta. Swan? – Eu perguntei com um tom de ironia franzido o cenho.

— Não é questão de confiar ou não Regina, mas ele é o único que já esteve aqui. Então acho que não temos muitas alternativas... – Ela disse como sempre, como se tivesse me desafiando. Eu respirei fundo, olhei para cima e voltei a encara-la.

— Está bem... – Eu precisava ser menos controladora pelo menos naquele momento. – Eu só quero Henry de volta. – Era tudo o que me importava.

— Todos nós queremos Regina, todos nós. – Seus olhos sempre falando comigo, dessa vez me dizendo que conseguiríamos, e aquilo me tranquilizou. – E nós vamos acha-lo.

Como um flash de memória me lembrei de Greg falando que eu era uma vilã, e que vilões não tem finais felizes. Aquilo doeu dentro de mim. Será que eu realmente nunca seria feliz? Será que mesmo depois de encontrar meu filho, eu não ficaria com ele?

— Sabe o que é engraçado, Swan? – Eu sorri de canto, meio debochada. – Greg me disse que eu sou uma vilã e que vilões não tem finais felizes... – Eu molhei os lábios e sacudi a cabeça negativamente duas vezes tentando esquecer aquilo. - Espero pelo menos que Henry tenha o dele...

— Acho que não concordo com isso... – Ela disse pensativa.

— Com Henry ter o final feliz dele? – Eu perguntei assustada.

— Com você ser uma vilã. – Ela deu um passo a frente como se pensasse no que estava dizendo. – Você está mudando Regina... Não é mais aquela pessoa de antes. – Seus olhos me passando confiança. – Eu sei que existe coisas boas dentro de você, ainda há esperança de conseguir seu final feliz. – Ela deu um sorriso de canto. – Henry é a prova viva de que você não é tão má quanto pensa.

— Você acha mesmo isso? – Eu perguntei sentindo uma força estranha dentro de mim, como se eu pudesse ser feliz um dia.

— Acho. – Ela disse séria afirmando uma única vez com a cabeça.

Naquele mesmo instante o barco balançou bruscamente, eu teria caído bem feio se Emma não tivesse me segurando pelo braço assim que me viu cambalear.

— O que foi isso? – Eu olhei assustada para Emma que me olhava do mesmo jeito.

— Sereias! – Foi Hook quem respondeu ao aparecer na parte de cima junto com o casal apaixonado.

— Sereias? – Emma perguntou confusa indo correndo para a borda do barco, olhando para a água como uma menina curiosa e assustada.

Digamos que foi... divertido, usar magia tacando bolas de fogo nas sereias. Enquanto os outros tentavam com armas, inúteis... eu capturei uma como refém, para faze-la falar ou parar com a tempestade que ela havia chamado.

Eu me senti no poder e completamente revigorada quando a transformei em madeira, por não ser nada útil para a gente, o sentimento me fez pensar que eu tinha resolvido o problema.

Aquilo sim era gostoso, aquilo sim fazia eu me sentir poderosa. Mas as coisas ficaram piores, a tempestade se tornou algo mortal, Snow veio brigar comigo, tentando colocar a culpa em mim, eu falei verdade para ela e levei um soco, mas eu revidei... que delicia foi socar aquela cara sem graça dela. E entre xingamentos e tapas Emma se tacou no mar, no meio daquela tempestade monstruosa.

Meu coração foi na boca, um desespero tomou conta de mim. Corri para borda junto com Snow e Charming, tentei procurar por ela no meio de todas aquelas ondas, mas eu não conseguia ver nada.

— Idiota! – Eu pensei em voz alta, querendo socar a cara dela por ter feito algo tão estupido.

— Tira ela de lá Regina, tira ela! – Snow gritou comigo como se fosse minha culpa outra vez. Que maldita, a culpa não era minha se a filha dela era suicida.

— Não da, não consigo ver nada! – Aquilo sim estava me desesperando. – Se eu tentar tira-la com magia é capaz de só conseguir trazer uma perna...

A última coisa que eu mesma disse me fez entrar em choque. E se ela já estivesse morta? E se as sereias a pegaram? E se Henry nunca mais pudesse vê-la? Ele nunca me perdoaria por não tê-la salvo. Mas eu não conseguia me mexer, eu estava com medo, medo do pior. Medo de não ter meu final feliz, porque meu final feliz é meu filho, e meu filho jamais seria feliz sem Emma.

Quando consegui me mover novamente, saindo do meu momento de pavor, vi Hook sendo puxando por Charming e Snow, que carregava Emma desacordada. Senti como se meu coração tivesse sido arrancado do meu peito. Emma estava no chão, com a cabeça no colo do pirata. Seus pais em cima dela tentando acorda-la. Ela estava bem? Claro que não! Me chamei de idiota pela pergunta tola.

Depois de alguns segundos sentindo meu coração ser apertado bruscamente com aquela cena, ela tossiu cuspindo água e abrindo os olhos meio sonolenta. Eu tive vontade de bater ainda mais nela naquele momento, não acreditei que havia me feito passar por um susto tão grande. Mas o que realmente fiz foi respirar aliviada por ela estar viva e aparentemente bem.

Não aguentei ficar ali, tive que sair de perto. Eu ainda estava sentindo o susto em mim e ver seus pais a abraçando e comemorando me deu nervoso. Resolvi descer e me sentar pelo menos por alguns minutos, eu precisava me recompor. Em outros tempos eu não daria a mínima para a vida e Emma Swan, mas eu realmente estava mudando, eu me importava com ela. Meu filho ficaria orgulhoso de mim, eu não era tão má assim.

Só me dei conta que a tempestade havia mesmo passado e que o barco estava indo ao seu destino quando Emma desceu pelas escadas praticamente correndo, fazendo-me despertar de meus pensamentos pela segunda vez.

— Hook disse que já estamos perto. – Disse como se nada tivesse acontecido e eu ainda queria bater nela.

— Hum. – Resmunguei com raiva sem olhar para ela.

— Qual o seu problema? – Seus olhos me passaram duvidas assim que cruzaram com os meus, eu me levantei na mesma hora.

— Qual o meu problema, Swan? – Eu franzi o cenho como se minha raiva fosse obvia e ela me olhou sem entender. – Você se tacou no mar no meio de uma tempestade, poderia ter morrido! – Eu disse em um tom mais alto com raiva na voz. – E se alguma coisa acontecesse com você? O que eu ia dizer para o Henry? – Estupida!

— Nada aconteceu comigo Regina, eu sabia o que estava fazendo... – Ela disse séria, mas seus olhos me pareciam... felizes. – Diferente de você, eu consegui resolver o problema. – Ela disse em tom de desafio, sorrindo com os olhos como se fosse a dona da verdade.

— Não é justificativa para quase se matar, Swan! – Eu estava com as mãos na cintura e brigava com ela como se fosse meu filho. – Eu poderia ter dando um jeito!

— Um Jeito? – Ela disse perplexa – O mesmo jeito que você deu quando transformou a sereia em madeira? E fez tudo ficar ainda pior? – Sua expressão era algo parecido com desdém. – Não Regina... Querer dar uma de rainha má não vai dar certo. Então por favor, controle-se e pense antes de fazer alguma coisa. É a vida do meu filho que está em jogo! – Ela deu as costas como se fosse subir, mas se virou voltando a me encarar. – Não demore, já vamos descer. – E subiu os degraus com pressa.

Emma Swan era definitivamente a pessoa que mais me irritava naquele mundo. Até mais que a querida mãezinha perfeita dela. Na verdade não sei... Snow eu tinha vontade de esganar com minhas próprias mãos, tinha vontade de vê-la sofrer, vê-la me odiando e fazendo seu coração ficar completamente negro. Já sua filha, ela me irritava e me tirava do sério de uma maneira totalmente diferente. Uma maneira tão distinta que eu nem sabia explicar como era. E o melhor de tudo, era que eu realmente amava aquela rixa que eu tinha com Emma, com ela sempre foi tudo muito... divertido e empolgante.

Quando finalmente pisamos no solo daquela ilha maldita, Swan se colocou a nossa frente como se fosse fazer um discurso.

— E agora Hook, o que vamos fazer? – Emma pergunto diretamente para ele, mas porque para ele? Que maldito pirata, não podia ter ficado no barco, ele já havia ajudado o bastante.

— Acho melhor subirmos para conseguir ver a ilha de cima, assim saberemos para onde realmente temos que ir... – Ele disse com aquele tom de cantada

— Não precisamos fazer desse jeito, eu posso usar magia... – Emma me interrompeu.

— Não! – Ela disse com pressa, como algo proibido, mas prosseguiu com mais calma - Guarde sua magia, podemos precisar dela depois. Não vamos desperdiçar energia atoa.

— Então você sugere que a gente siga tudo que o pirata disser? – Eu disse com um tom mais raivoso.

— Não exatamente... – Emma começou a falar, mas foi eu que a interrompi dessa vez.

— Mas é o que estamos fazendo! Tudo até agora foi do jeito que ele disse. – Eu apontei para onde ele estava, que permanecia com aquela cara de galanteador irritante.

— Nem tudo Regina, a tempestade foi culpa somente sua... – Snow disse me acusando novamente.

— Olha só querida, você para... – Eu comecei a dizer com nojo na voz, estava pronta para mais uma briga, mas Emma me interrompeu novamente.

— Para! – Ela disse quase num grito olhando para mim e para Snow, fazendo-nos a olhar assustadas. – Não podemos mais ficar brigando, não podemos mais ter toda aquela rixa que tínhamos antes de subir naquele barco, se queremos encontrar Henry. – Ela falava com convicção, era bonito de se ver, passava confiança. - Temos que acreditar, acreditar em nós mesmos e um nos outros.

— Quer que sejamos amigos? – Eu disse com um tom de deboche, mas no fundo, eu é que queria realmente aquilo. – Depois de tudo que aconteceu conosco?

— Não é isso que eu espero... – Ela fez uma pausa como se pensasse no que estava dizendo. – Sei que tem muita história aqui, muita raiva e ódio também...

— Na verdade eu até gosto de você, de vez em quando. – Hook disse com seu melhor tom de cafajeste. – Isso quando não grita comigo. – Emma a ignorou, mas confesso que eu tive vontade de enfiar a cara dele na areia, ele não vê que estamos tratando de coisa séria?

— Não precisamos ser amigos. – Emma voltou a revezar o olhar entre seus pais e eu. - Só precisamos cooperar... cooperar para trazer Henry a salvo de volta...

— Com ele? Com ela? – Charming disse sem paciência apontando para Hook e para mim em seguida. – Não Emma, precisamos fazer do jeito certo! – Idiota, do que ele está falando? Ele é meu filho, o certo sou eu recupera-lo!

— Não, não precisamos do certo David! Precisamos apenas recuperar meu filho, e só desse jeito que vamos conseguir, sendo o que sabemos ser! – Ela disse com firmeza – Um pirata, um herói, uma princesa, uma vilã... Não importa o que cada um é aqui, o importante é que precisamos de todas essas habilidades... – Ela estava um pouco exaltada, mas se mantinha confiante. – E vamos ter que nos aguentar, tendo estomago para isso ou não...

— E qual seria sua habilidade... Salvadora? – Eu perguntei com deboche, mas na verdade não se passava de implicância mesmo, a força do habito. Nada mais divertido do que as caras que ela fazia quando eu a rebaixava, melhor ainda era ver como ela sempre perdia o ar.

— Eu sou uma mãe... E agora sou a líder também. – Ela disse um pouco ofegante com aqueles olhos arregalados. – Se não está satisfeita e nem quer ajudar a encontrar o meu filho, saia do meu caminho. – Ela me olhou por mais alguns segundos com aqueles olhos arregalados antes de dar as costas e entrar na floresta.

Eu não disse nada, na verdade eu não quis dizer nada. Eu sempre odiei receber ordens, seja de quem fosse, mas ali naquele momento eu sabia que ela estava certa, sabia que por mais que eu odiasse a ideia, tínhamos que trabalhar juntos para trazer Henry de volta, e que cada um era essencial para a Operação Henry. E que mesmo sendo a coisa mais irritante do mundo, eu ia sim ter que cooperar com Emma e aqueles três idiotas.


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Notas finais do capítulo

Eu nunca escrevi uma Fanfic antes. Tenho experiencia com Web Novelas, que bem ou mal é parecido, mas não é a mesma coisa.
Espero de coração que vocês gostem disso. E por favor, me digam de coração o que acharam desse primeiro capitulo.