Stella POV

“O lugar é escuro, parece uma floresta, pisco tentando clarear minha visão. Inútil, ainda continua tudo escuro.

Encosto minha mão no que parece ser um galho ao meu lado, está úmido, pegajoso. Ando alguns metros, o lugar parece não ter fim, continuo andando, não sei exatamente o que me alerta.

Os barulhos dos passos, ou a sensação de estar sendo seguida, e em segundos deixo de andar e passo a correr, e o lugar continua com a mesma aparência.

Como se fosse uma espécie de circulo sem fim, paro e olho desesperada pros lados, tentando encontrar alguma saída, mas não acho. Sinto o que quer que estivesse me perseguindo chegar mais perto.

Me viro desesperada, quando o vejo, Frankie, seus olhos me fitam com ódio, e ele sorri.

-Não!”

­-Não!- Grito me levantando em cima da cama, a respiração aos arquejos, demoro alguns minutos pra me acalmar. Passo a mão pelo cabelo, depois pelo rosto, tentando de alguma forma me acalmar. O quarto ainda está numa penumbra, e extremamente frio.

Isso não devia estar acontecendo, sacudi a cabeça, não de novo. Os pesadelos haviam parado, já faziam o que? Uma semana que eu não acordava gritando dessa forma? Talvez eu apenas estivesse cansada demais até para ter pesadelos, sinto meu celular vibrar, e em seguida o toque estridente, suspiro e atendo- Bonasera.

Stella é o Danny.

-Hey Dan- Sussurro, tenho certeza que minha voz soa morta, sacudo a cabeça, ele iria pensar que era sono, olho pra parede. 05:00h.

Acordei você?

-Não- Falo, limpando meu rosto e me levantando- Aonde?

54 com a 42.

-Chego em 15 minutos- Falo abrindo o closet, e pegado a calça preta e uma blusa- E Lindsay?

Ela está bem, dormindo. Parecia ter entrado em coma.

-Ser mãe não é fácil Danny.

Nem me fale, acho que não sei o que é uma noite de sono desde o dia que ela voltou do hospital com Lucy. Vou desligar, Mac está chamando.

-Tchau- Falo e desligo, entro no banheiro, e me olho no espelho. Os cabelos completamente bagunçados, e o olhar fundo, suspiro, isso vai dar trabalho.

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-Então, nossa isso foi grande- Falo olhando pros escombros de metade de um prédio, a outra parte ainda estava de pé, mas mesmo assim, eu desconfiava que não era muito tempo.- O que aconteceu?

-Bomba, detonada de noite. Ninguém sabe exatamente como aconteceu- Jessica fala levantando a facha amarela com letras pretas: “Cena de crime, não ultrapasse”

-Legal? Eles autorizaram?- Pergunto enquanto andamos em direção ao enorme caos, parecia uma cena de guerra.

-Não, por isso chamaram a policia. Acharam primeiramente que fosse um terremoto ao algo do tipo. Então a poeira abaixou, e a perceberam que foi uma implosão na verdade.

-Como quem fez isso não achou que seria estranho um prédio implodir sem autorização?- Pergunto incrédula, ela sorri e encolhe o ombro.

-Cada um com sua loucura.

-Isso não é loucura, é estupidez- Falo colocando a mala no chão, abro e retiro as luvas colocando.- Onde estão Danny e Mac?

-Lá dentro, pediram pra você ficar aqui. O prédio ainda corre risco de desabar- Ela fala, assinto e me inclino pra analisar os primeiros destroços, olho pro prédio enquanto estou agachada, ele estava exatamente implodido na metade, como uma fatia de bolo. Como se alguém tivesse passado uma faca gigante no meio dele.

-Esses explosivos já estavam aqui, e estavam colocado estrategicamente- Falo, Jess assente.

-Na verdade o prédio iria ser implodido, porém não hoje. Já mandamos chamar o engenheiro e o dono do prédio.

-Por que eles implodiriam o próprio prédio antes do tempo e no meio da noite? E por que apenas metade do prédio?- Indaguei pegando um pedaço de uma porta e olhando- Não faz sentido.

-Talvez um acidente?- Me levanto e ando até mais perto na enorme pilha de destroços, boa parte, se não praticamente 80% dos destroços estavam exatamente naquele meio.

-Ou estão tentando esconder algo- Falo me afastando da enorme pilha- Precisamos retirar isso, se meu palpite estiver certo, isso não foi acidente. Isso foi acobertamento.

-Por que? Encobertar algo com uma explosão?! Não faz sentido.

-A não ser que o que você quer esconder seja muito mais perigoso.

-Então por que não levar isso? Seja o que for? Por que explodir um prédio?

-É o que vamos tentar responder.

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-Aqui está a analise- Danny fala entregando um papel branco, me ajeito e o pego, e leio rapidamente, estou ansiosa pro resultado, isso pode mudar o rumo de toda a investigação.

-Nada?- Pergunto decepcionada, ele assente, também frustrado.

-Nada, aparentemente Adam também não encontrou nada, parece que foi mesmo um acidente.

-Aquilo não foi um acidente!- Afirmo, meu Deus um prédio inteiro desabou?! E ele está me dizendo que aquilo foi um acidente?! Danny me encara confuso.- Pelo amor de Deus! Ninguém consegue implodir um prédio e não deixar pistas!

-Eu sei, assim como você, eu não acredito que seja um acidente. Estamos trabalhando pra isso. Mas eu preciso ir, meu turno encerrou faz 30 minutos, só passei aqui pra entregar isso.- Ele diz, suspiro e assinto, não é justo pedir que ele fique aqui trabalhando e fazendo turno extra, não com Lindsay em casa de licença maternidade, ele iria querer ficar com a filha e com ela.

-Está tudo bem. Eu vejo você amanhã.

-Ok- Ele fala levantando e indo em direção a enorme porta de vidro, porém para antes e me encara- Olhe, eu não quero ser chato, e nem estar parecendo o Mac. Mas acho que está trabalhando como uma maquina, talvez seja a hora de tirar férias.

-Eu estou bem- Digo, me ajeitando na cadeira. Eu realmente não queria entrar nesse assunto, afinal já bastava Mac me enchendo com isso, eu não precisava de Danny também.

-Bom eu estou indo.

-Ok, diga um ola a Lindsay e Lucy pra mim- Falo, ele sorri e assente. Posso ver a felicidade clara no rosto de Danny, o orgulho da mulher e filha. Suspiro e pego a pasta do caso novamente, não havia nada. Absolutamente nada, nenhuma digital, nenhum fio fora do lugar. Talvez.... Apenas talvez Danny esteja certo. E eu quero acreditar nisso, que ele esteja certo. Mas algo não me deixa, isso não foi um acidente. Quem em todo mundo explode uma bomba por acidente sem toca-la!? É a mesma chance de alguém explodir um prédio todo por acidente e sem deixar digitais.

-Talvez, ele esteja certo.- Me viro surpresa pra porta, Mac está escorado na porta de vidro, dois botões estão abertos da gola de sua camisa e ela está embolada até a metade do braço, eu o encaro confusa. Observo os dois copos em sua mão, ele não diz nada.- Meu carro resolveu não funcionar.

-Fazendo bico de mecânico?- Pergunto, ele sorri, e entra na sala.

-Café?

-Está perguntando a um rato se ele quer queijo?- Indago, ele revira os olhos. Mas não fala nada, então apenas levanto e pego o copo da sua mão.

-Você precisa ir pra casa.

-Eu sei- Falo me escorando na mesa, Mac me encara, e eu sei o que vem após esse olhar.- Eu estou bem.

-Não, você precisa descansar.

-Eu dormi bastante por que alguém me proibiu de fazer duplo turno esse mês- Falo, e tenho certeza que minha voz soa acusatória, essa é a intenção. Ele apenas revira os olhos em resposta.

-Eu disse descansar.- Ele diz, então sei que me pegou. Dormir e descansar, eis duas palavras diferentes.

-Eu estou bem- Repito, embora não sei mais ao certo se é pra mim ou pra ele.

-O que acha de um filme?- Ele pergunta, me surpreendo. Isso não era típico de Mac.

-Eu gosto- Falo receosa, o que ele realmente estava querendo dizer com isso? Mac iria me convidar pra ir ao cinema? Seguro o riso, isso parece ridículo.

-Então estava pensando, se você gostaria de sair um pouco. Sabe talvez assistimos um filme, você precisa descansar e eu preciso sair de casa, segundo minha mãe

-Millie?- Pergunto rindo, ele assente desconcertado- Ela está em Nova York?

-Sim, durante um tempo.

-Bom. Então o que vamos assistir?

-Isso importa muito?- Ele pergunta, eu sorrio. Eu confiaria minha vida a ele, então por que não confiar no filme que iriamos assistir? Pego minha bolsa e minha jaqueta

-Não.