More Than One escrita por Cherry Bomb
Notas iniciais do capítulo
Oiii meus leitores(a), infelizmente a história está chegando ao fim, mas antes eu gostaria de saber com quem vocês acham que a Julieta deve ficar...
Espero que continuem lendo a minha história e garanto que depois de More Than One mais uma história virá.
Beijos e boa leitura.
Eu sentia uma dor de cabeça muito forte. Não conseguia lembrar de muita coisa da noite passada. Só lembro dos cinco sentados no sofá e depois de estar nos braços do Joseph com o Fernando me dando um beijo na testa. Sentei na cama bem devagar e percebi que ainda estava com o vestido da festa. Levantei para me olhar no espelho e quase morri de susto. Meu cabelo todo bagunçado e a maquiagem marcada no meu rosto como se eu tivesse chorado. Achei melhor tomar um banho para começar a parecer um ser humano normal e depois eu iria tentar saber o que aconteceu.
Vesti um moletom qualquer e prendi meu cabelo em um coque. Minha cabeça parecia que ia explodir, sem contar o fato de eu estar preocupada com o que tinha acontecido ontem. Fui para a cozinha e vi o Sebastian terminando de espremer algumas laranjas.
–Bom dia madame.
–Bom dia Sebastian. – Puxei um dos banquinho e abaixei a minha cabeça, senti um enorme vergonha.
–Fiz um suco com torradas e separei um remédio para dor de cabeça.
–Meu herói! – Respondi falando muito baixo. Tomei o comprimido com o sujo e comi duas torradas.
Sebastian não falou nada sobre o que tinha acontecido mas eu lembro de ter visto ele sentado no sofá também. Acho que ele é o melhor para me dizer o que aconteceu.
–Sebastian, como fui parar na minha cama e ainda por cima de vestido?
–O senhor Joseph a levou depois de ter brigado com eles.
–Eu briguei com eles?
–Bom, a madame gritou e expressou seus sentimentos. – Eu queria me enterrar ali mesmo.
–Falei o que não devia?
–Depende madame. A senhorita só disse como se sente em relação a eles.
–Nunca mais vou beber na minha vida. – Devo ter falado tudo o que não devia, nenhum deles devia saber como me sinto ou o que penso.
– Se serve de consolo a madame não brigou comigo, não muito pelo menos.
–Eu briguei até com você? – Sebastian deum um sorriso e se aproximou de mim, se aproximou mais do que devia na verdade, nossos rostos estavam bem próximos.
–Yes, my lady. – Ele sussurrou aquelas palavras e então saiu da cozinha.
Eu já não entendia mais nada. Desde de quando Sebastian me trata assim?
–Bom dia maninha! – Fernando entrou na cozinha e passou a mão na minha cabeça soltando alguns fios do meu cabelo.
–Bom dia. – Eu não queria falar mais do que isso.
–Bora curtir uma piscina marota?
–Não obrigada.
–Se mudar de ideia estarei lá. – Ele tirou a camisa ali mesmo e saiu correndo para a piscina, só consegui ouvir o barulho da água quando ele provavelmente mergulhou.
Fernando ainda é o mesmo babaca de antes, mas o negocio de “maninha” foi esquisito.
Lavei o copo e o prato que tinha usado. Comecei a andar pela casa e pensei no piano, acho que tocar piano agora seria uma boa. Conforme descia as escadas pude ouvir algumas notas, Joseph deveria estar tocando, parei no meio da escada e comecei a pensar se seria uma boa continuar.
Uma hora ou outra eu iria ter que encara-los afina de contas moramos na mesma casa é meio que impossível ignorar qualquer um. Terminei de descer e me sentei ao seu lado.
–Dormiu bem? – Ele perguntou sem tirar os olhos das teclas.
–Sim. Obrigada por ter me levado até o quarto.
–Não foi nada, você parecia cansada.
–Desculpas se falei alguma coisa que te ofendeu ontem. – Ele parou de tocar para me olhar.
–Tudo que é dito bêbado foi pensado sóbrio. Você não tem que me pedir desculpas, tudo que disse ontem foi a realidade, meus irmãos e eu não pensamos muito em como você iria se sentir, nós é que devemos desculpas. – Não lembro de nada que falei mas acho que foi bem útil.
–Espero que os outros não tenham ficado bravos comigo.
–Não ficaram eu garanto. – Ele voltou a tocar. – Não se esqueça que hoje é a minha peça. – Droga! Esqueci completamente mas ele não precisa saber.
–Ah claro! – Eu ainda nem tinha separado o que iria vestir, esqueci completamente disso. – Bom eu vou subir porque preciso fazer algumas coisas, até mais tarde.
Levantei e antes que eu chegasse a porta Joseph me chamou:
–Julieta. Nós irmãos concordamos em te respeitar e só fazer algo se você pedir mas ainda sim... – Ele parou de falar e eu pude ouvir ele se levantar e se aproximar de mim. Joseph passou os braços envolta do meu corpo e apoiou seu queixo em cima da minha cabeça. – Ainda sim vamos fazer de tudo para você pedir e também iremos provar que te merecemos e que realmente gostamos de você.
Eu poderia muito bem derreter ali. Achei justa a decisão deles, então eu iria pedir, mas só quando sentisse que valeria a pena. Soltei os braços do Joseph e subi as escadas. No caminho para o meu quarto vi a porta do quarto do Thiago aberta. Ele estava deitado na cama olhando para o teto. Lembrei da noite que dormimos juntos.
–É feio espionar as pessoas. – Olhei para trás e vi Nicolas sorrindo pra mim.
–Não estou espionando.
–Aham sei. – Entrei no meu quarto e fechei a porta.
Coloquei uma calça, uma blusa, tênis e saí. Eu queria respirar um pouco e pensar a respeito do que Joseph tinha dito.
Perto da escola tem um café que sempre me chamou a atenção mas nunca consegui entrar, talvez eu entre hoje, não quero ficar muito tempo dentro de casa com os quatro lá. Semana que vem vai ser o casamento e eu acho que preciso tomar uma decisão em relação aos rapazes afinal de contas tenho criado expectativas para eles também.
Infelizmente o café estava fechado então fui em outro. Pedi um chá e um bolinho. Enquanto comia lembrei de tudo que tinha acontecido desde que eu tinha chego. A ideia deles não foi ruim, talvez se eu ver cada um deles assim eu mude de ideia, ou não.
Voltei pra casa perto da hora de Joseph e eu irmos ao teatro. Tomei um banho, sequei meu cabelo e comecei a me vestir. Coloquei uma meia preta que vinha até um pouco a cima do joelho, um shorts branco de cintura alta, uma blusa branca com alguns detalhes, cintinho preto na cintura, e uma jaqueta preta. Parei em frente ao espelho e puxei a minha touca vermelha que estava em cima da mesinha de canto.
–Toc toc. – Joseph falou e fez o som da porta. – Posso entrar?
–Claro. – Ele estava com um sobre tudo preto provavelmente para que ninguém visse a roupa do Romeu.
–Vai ser difícil levar você para uma faculdade assim.
–Por que?
–Lá só tem lobos e você vai ser a carne fresca. Não saía de perto de mim.
–Você agora é o macho alfa?
–Mais ou menos isso. – Joseph pegou minha mão e descemos as escadas.
Nenhum dos meninos estava lá o que me deixou bem mais tranquila. Joseph abriu a porta do porsche preto. Ainda não entendi essa coisa que eles tem com carro. Não conversamos muito durante o caminho, ficamos conversando sobre a proposta que ele recebeu de emprega na Itália.
Quando chegamos ao teatro da faculdade Joseph me entregou um papel onde dizia onde era o meu lugar. Entrei e fui pegar meu lugar. Era na primeira fileira e ainda por cima bem no meio do palco, consegui total visão de tudo.
A peça começou, as cenas eram incríveis, eles conseguiram pegar tudo que eu tinha lido e visto em outros filmes e trazer para o teatro. Mas comecei achar esquisito quando Joseph, no caso Romeu, parou de falar em baixo da janela da Julieta e veio a ponta do palco me olhar e recitar os versos diretamente pra mim.
–“ Ah Julieta, ela ensina as tochas a brilhar! Parece estar suspensa na face da noite, tal qual joia rara na orelha de uma etílope; beleza incalculável, cara de mais para ser usada, por demais preciosa para uso terreno.” – Todos da plateia estavam olhando pra mim e meu rosto corava conforme as palavras dele me atingiam. – “Meu coração amou antes de agora? Essa visão rejeita tal pensamento, pois nunca tinha eu visto a verdadeira beleza antes dessa noite.”
Joseph foi aplaudido de pé depois dessa cena. Obvio que fiquei sem reação mas também aplaudi de pé.
Depois da peça fui até o camarim dar os parabéns para ele. Joseph estava colocando o sobre tudo quando entrei.
–Meus parabéns!
–Obrigado. Gostou?
–Muito. Você fez um excelente trabalho. – Ele sorriu então achei que toda aquela cena merecia um abraço.
Dei alguns passos para frente e passei meus braços envolta do seu pescoço para abraça-lo. Joseph é tão alto que meus pés praticamente saíram do chão para conseguir alcançar seu pescoço, mas consegui apoio quando os braços dele passaram pela minha cintura e me seguravam de um jeito firme e forte.
–Opa, desculpas atrapalhar o casal! – Uma menina loira, alta e muito bonita entrou no camarim.
–Oi Annie. –Joseph disse. – Você não está atrapalhando. Essa é a Julieta, minha meia irmã. Julie essa é a Annie, foi ela quem fez a Julieta da peça.
Estiquei minha mão para cumprimentar aquela beleza toda.
–Você fez um excelente papel. – Elogiei a mulher alta de olhos escuros.
–Obrigada, fico feliz que você tenha gostado. – Ela pegou a bolsa e se virou novamente pra nós. – O pessoal vai ser para beber, querem ir?
–Melhor não. A Julieta aqui não é boa com bebidas.
–Tudo bem então. Boa noite para vocês. – Annie saiu e até os movimentos que ela faz são bonitos e graciosos.
–Ela é da sua turma? – Perguntei.
–Não. Ela está no ultimo ano de artes cênicas, vai ser uma grande atriz ainda. – Não duvido disso, ela é muito linda e tem muito talento.
–Quer ir pra casa? – Eu não queria ir mas achei melhor evitar mais alguma coisa.
–Quero.
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