More Than One escrita por Cherry Bomb


Capítulo 14
Sacada


Notas iniciais do capítulo

Oiii pessoinhas lindas do meu coração. Fico contente em saber que cada vez mais pessoas estão lendo a minha história.
Recentemente recebi uma mensagem me perguntando sobre o casamento do pai da Julieta, então pensei que essa poderia ser uma coisa que está na cabeça de muita gente. O casamento vai acontecer mas vai levar um tempinho ainda pois vai ser quando a vida da nossa garota vai mudar. Só posso dizer isso....
Boa leitura. (:



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Deixei as meninas na casa da Flora e voltei para a minha casa, por sorte Sebastian ainda estava comigo então fez com que eu não pensasse no Fernando trocando salivas com aquela coisa.

Quando chegamos em casa subi direto para o chuveiro tirar a areia do meu corpo e do meu cabelo. Assim que voltei para o quarto me joguei na cama e fechei os olhos na tentativa desastrosa de tirar aquela cena da minha cabeça. Por sorte meus pensamentos foram cortados quando ouvi alguma coisa bater na minha janela.

Levantei para olhar e vi algumas pedras sendo jogadas. Quando abri a janela e olhei para baixo vi o Joseph parado em pé me olhando.

– Senhora, juro por essa lua que coroa de prata as copas destas árvores. - Quando o ouvi recitar uma parte da peça de Shakespeare lembrei que o ajudaria com a peça. A parte que ele cita é a jura de amor entre Romeu e Julieta.

–Oh! Não jures pela lua, a inconstante lua que muda todos os meses em sua órbita circular, a fim de que teu amor não se mostre igualmente variável.

–Pelo o que então devo jurar? - Notei que Joseph começou a subir pela trilha de galhos que tem envolta da casa justamente parando na minha janela.

–Bem, não jures. Em bora em ti esteja minha alegria, nenhuma alegria me causa o juramento desta noite; Doce coração boa noite! Que o doce e calmo repouso alcancem teu coração, como o que acalenta dentro do meu peito. - Joseph estava na minha frente. Apoiado apenas nos galhos presos na parede e em minha pequena sacada.

–Oh! Queres deixar-me assim tão insatisfeito?

–Que satisfação podes ter essa noite?

–A troca com o meu de teu fiel juramento de amor.

–Já te entreguei o meu antes que pedisses. - Quando terminei minha fala Joseph me beijou.

Seus lábios estavam quentes, me aproximei mais dele e coloquei minhas mãos em seu rosto com medo de que ele caísse, mesmo que não fosse adiantar muita coisa.

Joseph se afastou e um sorriso surgiu em seus lábios.

–Mais uma noite chega e o silêncio é tudo que sinto. Sei que ainda terei os sonhos, como os tenho todas as noites, povoados por você, minha amada. Sei também que nos sonhos continuarei repetindo como uma prece todo o meu amor. Conte-me o segredo do teu perfume ou me permita senti-lo sempre. Mas esta noite o que quero mesmo é estar ao seu lado para depois de um beijo dizer-lhe: Boa noite meu amor. - Joseph recitou ao últimos versos enquanto descia por onde subiu e assim desapareceu no escuro.

Voltei para a minha cama e deitei ainda sem acreditar que eu realmente tinha tido uma cena igual a da verdadeira Julieta.

Não conseguia dormir pensando em cada coisa que eles já tinha feito por mim e até mesmo como tinha sido beijar cada um deles.

Olhei no relógio e vi que era três da manhã, resolvi descer para beber alguma coisa.

Assim que entrei na cozinha vi o Nicolas comendo um pedaço de bolo de chocolate.

–Ahá!!! Peguei no flagra. - Falei.

–Só respondo na presença do meu advogado e quero deixar bem claro que a cobertura foi quem começou.

–Tudo bem vou fingir que não sei de nada se você me der um pedaço. - Nicolas sorriu e espetou o garfo no bolo tirando uma pedaço e levando-o até a minha boca.

–Abre. - Ele disse eu obedeci. Senti minhas bochechas corarem com aquilo mas logos desviei dos olhos do Nicolas para pegar um copo. -Desculpa pelo o que eu fiz na feira da escola. - Ele disse.

–Não foi nada, nem precisa se preocupar.

–É serio Julieta. Eu devia ter esperado você pedi ou pelo menos ter sido homem o suficiente para fazer isso na luz onde você pudesse ver o meu rosto. Vi isso em uma mangá e pensei que iria funcionar na vida real.

–Já falei para não se preocupar. - Enchi o copo da água e detonei ele em um único gole. Depois de colocar o copo na pia me virei para sair e senti Nicolas me puxar pelo pulso.

Seu braço estava na minha cintura enquanto a outra mão segurava meu rosto. Fiquei paralisada enquanto ele se aproximava mas para a minha surpresa ele parou os lábios bem perto dos meus e sorriu.

Senti que ele estava me soltando então me afastei rápido mas Nicolas me puxou de novo e desta vez me beijou. Como ele tem a mesma altura que eu não precisei esticar a cabeça ou nem ter ele me segurando.

Quando nos afastamos ele tinha um sorriso vitorioso no rosto.

–Espero que você tenha ficado com o rosto desse jeito na primeira vez. - Ele então saiu como se nada tivesse acontecido.

Fui até a sala e deitei no sofá. Minha cabeça estava doendo e eu queria sumir por alguns dias, semanas, meses, anos. Qualquer coisa.

–Acorda dorminhoca, vai se atrasar pra escola. - Acordei com o Fernando parado na ponta do sofá me encarando.

–Droga dormi na sala.

–Dormiu mas ainda não entendi o porque.

–Nada de mais. Bom dia. - Voltei para o meu quarto e comecei a me arrumar para a escola. Vesti um jeans e uma blusa com a bandeira da Inglaterra desenhada, coloquei uma sapatilha e desci.

Thiago estava na porta me esperando.

–Sorria, só mais uma semana de aula e finalmente teremos férias.- Eu não estava em clima para sorrir.

Pegamos o metrô cheio novamente e desde de que o Sr.musculos tinha me cantado Thiago fazia questão de irmos próximo um do outro, mais próximos do que eu achava necessário.

Assim que entramos na escola fui correndo procurar a Flora, não tínhamos comentado sobre a conversa que ela teve com o Thiago, por sorte a achei rápido,ela estava brigando com um cara do time de basquete porque ele jogou um papel no chão.

–Olha aqui só porque você é um bruta montes não pode fazer isso. Já que é um jogador de basquete faça a cesta então. - Ela disse pegando o papel amassando e fazendo dois pontos jogando-o no lixo.

–Posso falar com você? - Disse puxando ela pela saia curta florida.

–Claro Julie. - Ela virou para o cara alto e colocou dois dedos em baixo dos olhos e depois apontou para ele. - Estou de olho.

–Intimidando jogadores de basquete? - Falei ironicamente.

–Não suporto gente porca. Mas não era sobre isso que você queria falar né?

–Não. A gente nem conversou sobre como foi com os meninos. - No fundo eu sentia um pouco de medo do que ela iria me dizer mas respirei fundo e ouvi com a atenção.

–Ah foi legal. Andamos e conversamos sobre coisas básicas nada de realmente grandioso. -Não era bem o que esperava mas notei que era realmente verdade, ela tinha expressão de decepção no rosto.

Não tocamos mais no assunto durante o resto do dia. Quando a aula acabou voltei sozinha para casa, precisava pensar então fui andando.

Já fazia um bom tempo que eu estava andando então vi um grupo de quatro caras começarem a me seguir. Não demostrei medo mas entrei em algumas ruas só para ter certeza que eles estavam me seguindo, e eles realmente estavam.

Vi uma lojinha então entrei. Peguei meu celular e liguei para o primeiro contato da lista.

–Alô Fernando?

–Ligou pra dizer que me ama?

–Para de ser idiota. Tem uns caras estranhos me seguindo...- Antes que eu pudesse terminar ele me interrompeu.

–Já to indo. - Então desligou.

Depois de alguns segundo percebi que não tinha dado o endereço de onde eu estava e meu celular estava acabando a bateria, mas que merda.

Enquanto pensava em alguma coisa vi Fernando entrar na loja.

–Você está bem?

–Como sabia onde me encontrar?

–Meu coração me disse. - Ele piscou pra mim e comprou uma água.

Quando saímos da lojinha os quatro caras se aproximaram. Fernando passou a mão em meu rosto e me beijou.

Quando terminou a encenação real Fernando olhou feio para os caras que saíram andando.

–Como veio para aqui? - Ele perguntou me dando a mão.

–Precisava pensar mas acabei me perdendo enquanto ia pra casa.

–Pensei que estava indo me ver no trabalho. - Começamos a andar por onde parecia ser o caminho de casa.

–Não sei onde você trabalha.

Fernando então apontou para o lado oposto de onde estávamos indo.

–Trabalho em um estúdio perto da sua escola. Estou ajudando na gravação de um filme.

Fomos o caminho quase que todo conversando sobre o fato dele querer ser diretor e como é a faculdade de cinema. Contei até sobre eu querer escrever roteiros. Nós estávamos conversando normal, sem nenhuma brincadeira boba dele ou alguma ameaça minha.

–Thuco!!!!!! - Olhei para trás e vi a loira oxigenada vir correndo com aqueles sapatos altos. - É o destino bebê! - Ela disse passando as unhas postiças no cabelo dele.

–Ah oi. - Ele disse totalmente desanimado.

Ela começou a falar e falar e falar e falar com aquela voz estridente. Era claro que o Fernando não estava gostando daquilo então decidi retribuir o favor que ele tinha feito.

–Amor podemos ir? - Falei pegando em sua mão e vendo a cara da barbie do Paraguai.

–Você está saindo com isso? - Ela disse apontando o dedo me medindo de cima a baixo.

–Pois é meu bem ele finalmente viu o que é mulher. - Eu precisava interpretar bem.

–Não creio que me trocou por uma gorda de bunda enorme.

–Ah olha acho que você perdeu a sua então está com inveja da minha. Faz o seguinte loirinha some antes que eu faça mais uma cirurgia nessa sua cara plastificada. - Então virei e puxei o Fernando para mais perto de mim e pela primeira vez eu o beijei.

Pude ouvir a voz dela de gralha sair reclamando. Quando parei de beija-lo continuei a andar.

–Obrigado. - Ele disse pegando minha mão de novo.

–Só retribui o favor. Por que saía com ele afinal?

–Negócios. Ela tem amigos importantes e então me apresentou a eles, assim eu consegui mostrar o meu talento com o cinema e consegui um emprego.

Continuamos o caminho sem falar nada e quando paramos na porta de casa Fernando deu um beijo na minha testa e entrou na minha frente.


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