" Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. "

P.O.V Remo

Estava empurrando meu carrinho em direção a plataforma nove e três quartos. Nem estava acreditando que estava indo para Hogwarts cursar o meu sexto ano. Parecia ontem que eu estava ansioso para saber em que casa eu iria cair, ou se as pessoas iriam me aceitar. Nem eu imaginava que iria achar três amigos que seriam como irmãos para mim, que seriam capazes de saber que sou lobisomem e não se distanciarem, mais sim trabalhar duro para se tornarem animagos e me ajudarem. Nós formamos um grupo, os marotos, e hoje em dia somos as pessoas mais populares de Hogwarts. Bem, eu não gosto muito disso como Sirius e James, principalmente quando uma maluca se joga em mim, mais também tinha suas vantagens.

Continuei andando até a passagem, até que eu vi uma garota parada um pouco perto da passagem conversando com um homem de cadeiras de rodas. Eu nunca tinha visto aquela menina na escola, ela praticamente deveria ter a mesma idade que eu, e parecia que ela estava indo para Hogwarts por causa do malão. Não pude deixar de achar ela bonita. Ela tinha os cabelos negros, longos e lisos com voltas no final e os olhos azuis elétricos. Olha, eu não sou de ficar espionando as pessoas, mais eu estava curioso para saber quem a garota era. Aproximei-me devagar e prestei atenção na conversa.

- ... não to achando isso uma boa ideia – falou a menina para o homem de cadeiras de rodas. A voz da menina era dose, mais ao mesmo tempo desafiante.

- Minha querida eu sei que você vai conseguir, você já me provou isso muitas vezes. – falou o homem.

A menina bufou irritada, e o homem apenas deu um sorrisinho como se achasse engraçada a irritação da menina. Estava me perguntando se o homem era o pai dela.

- Tá, mais como eu vou saber quem são eles? Pelo menos me dá uma dica! – Suplicou ela fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança e biquinho. Sério, se fosse eu já teria falado quem era a pessoa que ela queria saber, a carinha dela estava muito fofa.

O homem apenas deu risada.

- Você sabe já há muito tempo minha querida, que essa cara não funciona comigo. É você saberá quem é. – ele afirmou, ainda com um sorriso divertido no rosto.

A menina o olhou brava.

- Então eu simplesmente vou dar uma de adivinha? Você ta me ajudando bastante hein. – ela falou revirando os olhos.

- Me desculpe não poder falar mais nada. Mas olhe pelo lado bom, você pode achar um novo namorado aqui. – ele falou.

Estava na cara que ele só estava falando isso só para irritar a menina.

- Da onde você conseguiu um pouco de humor hein? Me fala quem conseguiu fazer o milagre. – ela falou, não se deixando abater pelo comentário.

- É melhor você se apresar, minha querida, ou vai perder o trem. Você se lembra como eu expliquei que é para passar? – ele perguntou. Nesse momento tive certeza absoluta que a menina nunca tinha ido para Hogwarts.

- Sim – uma expressão séria e preocupada apareceu em sua face. – Quíron, e se... e se eu encontrar eles aqui? – ela perguntou.

O homem chamado Quíron olhou para a menina com tristeza nos olhos. Fiquei me perguntando que eram esses eles, e o que eles tinham feito para deixar essa infelicidade entre o homem e a garota.

- Seja forte. Supere, minha querida. E sempre se lembre de que o que escolhe quem somos são nós mesmos, e não o nosso sangue. – ele falou com um ar de sábio – Seja simplesmente você mesma e não deixe seu passado enfraquece-la.

A menina deu um sorriso triste.

- Obrigado Quíron, por tudo que você fez pra mim. – ela falou.

- Eu já lhe disse que não precisa me agradecer. Agora vá minha menina, está na hora. – ele falou. A menina falou um tchau e já estava se virando para ir em direção a passagem, quando o homem falou – Ah, a Jhessyca lhe mandou um abraço!

A menina se virou e deu risada. Nossa ela é muito linda dando risada, eu pensei. Perai, o que está acontecendo comigo? Eu mal conheço essa garota.

- Depois dela se agarrar nas minhas pernas falando que iria sentir saudades, ela ainda me manda um abraço? – a garota falou dando risada – Só ela mesmo.

A garota deu risada e seguiu para a passagem. Ela deu uma distância, começou a correr e atravessou a barreira.

A esse ponto eu estava bem mais curioso para saber quem era a menina. Quem ela deveria encontrar? Quem era as pessoas que ela estava com tanto receio de encontrar?

Resolvi atravessar a barreira e falar com a garota. Deu uma distância da barreira e comecei a correr. Bem na hora que eu estava para dar de cara com a parede de tijolos, eu a atravessei e sai do outro lado. Lá estava bem mais barulhento com os alunos conversando e os pais se despedindo. Comecei a andar e logo vi a garota. Ela estava andando em direção a uma porta do trem e pegando a bagagem. Andei até a menina.

- Precisa de ajuda? – eu perguntei para a garota.

Ela se virou surpresa e me olhou. Eu senti mais de mil volts passarem pelo meu corpo quando aqueles olhos azuis se encontrarem com os meus. A menina pareceu me avaliar por um segundo, mais logo deu um sorriso maroto.

- Bem, eu poderia muito bem levar meu malão, mais já que você se ofereceu... vai em frente. – ela falou.

Sorri e tirei o malão do carrinho colocando dentro do trem.

- Eu não me lembro de te ver em Hogwarts. – eu tinha decidido não mencionar que eu “sem querer” a ouvi conversando com aquele homem.

- É que eu estou entrando em Hogwarts agora. – ela falou simplesmente.

Eu franzo as sobrancelhas.

- Estranho. Eu nunca vi ninguém entrando no meio do ano. – eu disse.

Ela apenas deu um sorriso convencido.

- Bem agora eu sou a primeira.

- Em que ano você vai entrar? – eu perguntei.

- Sexto. – ela afirma.

Eu não me contenho e dou um sorriso.

- Legal, se você for para a Grifínoria a gente vai estudar junto. – eu falo.

Ela cruza os braços e me olha com um olhar avaliativo, sem tirar o sorriso dos lábios.

- E o que o “legal” quer dizer pra você? – ela me pergunta.

Uso todas as minhas forças para não corar.

- Creio que você não conhece muita gente por aqui, então eu poderia mostrar as pessoas pra você. – eu falo. Era a verdade o que eu tinha dito, mais não toda ela. – Ah, meu nome é Remo Lupin.

Ela me olha desconfiada.

- O meu é Mellany Mayler, mais pode me chamar de Mel. – ela completou.

- Bem Mel, você quer sentar comigo e com os meus amigos já que você não conhece ninguém aqui? – eu pergunto.

Ela olha pra cima e finge pensar.

- Deixa eu ver. Eu sozinha numa cabine com um monte de meninos? – ela se vira pra mim e sorri. – É, porque não?

Eu sorrio e entro no trem com a minha bagagem e a da Mel, com ela logo atrás. Eu começo a andar pelo corredor procurando os marotos. Muitas pessoas olham pra mim quando passo e depois para Mel, acho que muitos estavam se perguntando quem ela era. Mas pro final do corredor vejo James, Sirius e Pedro vindo em minha direção.

- Hey Remo, estávamos quase achando que você não ia pra Hogwarts esse ano – fala James, depois ele olha para Mel interrogamente. – Quem é?

- Essa é a Mellany, Mel esses são James, Sirius e Pedro. – Eu os apresento – Ela vai entrar em Hogwarts esse ano. – eu explico.

James dá um sorriso, Sirius a olha de um jeito confuso e Pedro murmura um oi. Vejo que Mel está olhando Sirius com a sobrancelha franzida.

- Você me parece familiar – diz Sirius, ainda com uma cara confusa.

- Ao menos que você more em Nova Iorque, eu acho que não te conheço. – ela fala.

Sirius da nos ombros e me lança um sorriso maroto.

- A gente te deixa sozinho por alguns instantes e você já aparece com uma garota, Aluado? – ele pergunta. Eu coro um pouco, mais consigo responder.

- Não se esqueça de que os galinhas aqui são você e o James. – eu falo.

Olho pra Mel e vejo que ela não ligou muito com o comentário de Sirius, ao invés disso ela está olhando para algum lugar a nossa frente.

- Quem são os maus encarados? – ela pergunta.

Eu me viro junto com James e Sirius e olho para onde Mel está olhando. Um grupo de sonserinos do sexto e sétimo ano estão andando pelo corredor em nossa direção.

- São os sonserinos – responde James com desgosto.

O grupo vem sendo liderado por Lúcio Malfoy com mais três garotos. Eles param na nossa frente. Nos imediatamente pegamos nossas varinhas e apontamos para eles, que fazem o mesmo. Vejo que Mel fica parada apenas olhando para eles.

- Olha se não são os pequenos baderneiros – fala Lúcio e logo olha para Mel – E quem é a garota?

Mel apenas o olha ameaçadoramente.

- Nossa, fala como se eu não estivesse aqui. – ela continua sem pegar sua varinha, e parece que não se importa de ter várias varinhas apontadas para ela.

- Você não respondeu minha pergunta. – ele diz apontando a varinha para ela. Eu e os marotos apontamos nossa varinha para ele.

- E nem vou responder, você não manda em mim. – ela fala calmamente e cruza os braços.

O sonserino olha para ela com uma sobrancelha erguida.

- Não lhe ensinaram a respeitar os superiores? – ele pergunta.

- Sim, me ensinaram sim, mais nunca fui muito de obedecer, sabe? E sinto lhe dizer que você não é superior a ninguém, me desculpe por ter acabado com o seu sonho. – ela fala com uma expressão falsa de desculpas.

O garoto a olha pronto para lhe lançar um feitiço, mais é interrompido quando Mel fala.

- Ah, e se eu fosse você não me lançava um feitiço agora, tem um monitor chefe a menos de dez metros de você e ele não iria gostar de ver isso. – ela fala.

Malfoy olha para traz e vê que é verdade, e meio relutante sai junto com os outros garotos, não sem antes olhar com ódio para Mel. Nos abaixamos nossas varinhas.

- Nossa isso foi legal – eu digo para Mel. Ela se vira para mim.

- Já enfrentei gente pior – ela fala. – Esses caras tão precisando de uma lição.

- E como você vai fazer isso? – pergunta James

- Com uma pegadinha, é claro. – ela falou sorrindo maroto.

- Enfrenta os sonserinos e gosta de pregar peças. – fala Sirius sorrindo – To começando a gostar de você.

- Acho que vou considerar isso um elogio. – ela fala

- Mas é claro que é um elogio! Afinal eu sou o cara mais legal, inteligente, engraçado, lindo, sexy, gostoso...- Sirius fala dando uma de Sirius, mais não consegue terminar por causa de um grito vindo da Mel, que colocou a mão no pescoço.

- Não to conseguindo respirar! Seu ego é grande demais! – ela fala fingindo desespero, e fazendo todos rirem, menos Sirius que lhe mostrou a língua, mas dava pra ver um sorriso em seus lábios.

- Gente, vamos logo pra cabine, daqui a pouco a mulher com o carrinho passa e eu to com fome. – Fala Rabicho. Eu e os marotos apenas damos de ombros e vamos, até que eu os chamo.

- A Mel pode vir com a gente? Ela não conhece ninguém aqui. – eu pergunto para os marotos.

- Claro que pode se você quiser né Aluado – fala James sorrindo maroto. Sirius lança um sorriso malicioso para mim e para Mel, que eu devolvo com uma careta.

Nos começamos a andar, mais não achamos nenhuma cabine vaga, então decidimos (James e Sirius) nos sentar na cabine que só tinha a Lily e a Marlene. Claro que James não iria deixar de dar uma cantada na Lily.

- Meu lírio! Estava morrendo de saudades de você! – ele fala sentando (lê-se jogando) na cadeira do lado de Lily – Sabe, a gente pode sentar aqui com vocês? O resto da cabine está cheia, e perdemos a hora procurando o Aluado que estava com uma garota. – fala ele apontando para Mel e para mim que estávamos na porta.

É claro que eu iria retrucar, mais Mel foi mais rápida.

- Bem, pelo menos não sou eu que está olhando com cara de bobo apaixonado para uma garota que até eu, que cheguei agora, sabe que vai te dar um belo pé na bunda. – ela fala com um sorriso maroto.

Não deu para aguentar, todos deram risada, até mesmo Lily e Marlene, que nem a conheciam. James vez uma careta e lhe mostrou a língua.

- Nossa, estou falando com vocês a menos de quinze minutos e já me mostraram a língua duas vezes. – Mel fala e depois se vira para Marlene e Lily – Me digam meninas, vocês tem que cantar canção de ninar para as duas crianças dormirem? – ela fala apontando para Sirius e James.

- Graças a Merlin não precisamos fazer isso. – fala Lily sorrindo para Mel. – Mas eu nunca te vi em Hogwarts, em que ano você está? – Lily pergunta.

- Na verdade estou entrando em Hogwarts esse ano. Eu entrarei no sexto ano. Meu nome é Mellany Mayler. – ela fala se apresentando.

- Meu nome é Lily Evans e essa é Marlene Mcknnon. – diz Lily. – Mas me diz como você foi parar logo com os marotos?

- Eu encontrei com Remo na estação, então como não conheço ninguém por aqui, Remo me chamou para sentar com os meninos. – ela explica para as duas meninas.

- Então desculpa por não ter de chamado pra sentar com a gente antes e ter feito você sentar com o Black e os outros. – fala Lene para Mel. Vejo que Mel fechou a cara por algum motivo, mas parecia que Lene não havia percebido. – Mas se você for para a Grifinoria a gente vai dividir o mesmo dormitório.

Percebo que Mel parece que nem escutou a ultima frase de Lene, em vez disso ela está olhando Sirius de um jeito estranho.

- Seu sobrenome é Black? – ela pergunta em um tom serio para Sirius. Vejo que tinha ficado silencio na cabine.

- Sim, meu sobrenome é Back. Mais pode deixar, eu sou a ovelha- negra da família. – ele falou sorrindo. Isso já tinha acontecido antes, varias pessoas se assustavam de Sirius pertencer a família de puro sangue que é famosa por ser arrogante e preconceituosa. Mais depois percebi que Mel continuava olhando Sirius de uma maneira diferente, como se esse não fosse o problema. Mel se levanta e fala olhando para o chão.

- Eu acho que vou ao banheiro, não estou me sentindo muito bem. – ela fala e sai antes que alguém possa falar alguma coisa.

Um silencio se segue pela cabine.

- O que será que deu nela? – pergunta James um tempo depois.

- Eu não sei. Ela estava sorrindo até que a Lene falou que Sirius era um Black e fechou a cara. Eu não entendi. – Lily fala.

- Será que isso tem alguma coisa a ver com o fato de eu achar ela familiar? – pergunta Sirius.

- Mas ela disse que morava em Nova York, como você pode conhecê-la? – eu pergunto para Sirius.

- Eu não sei. – Sirius fala simplesmente. – Mais que ela esconde alguma coisa eu tenho certeza.

Eu estava achando isso também. Será que tinha a ver com a conversa dela com aquele homem?

Eu não podia ter certeza, muito menos perguntar para ela. Isso seria praticamente admitir que eu tinha ouvido sua conversa escondido.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .