I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 7
Até que caiu bem


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Só eu estou no tédio do damingo? Bem, eu atrasei então o capítulo de sabádo está apenas hoje aqui para tirar o tedio (ou tentar) do seu domingo! Ou pelo menos é o que eu espero.
Capítulo é meu, mas a última cena foi ideia da Elisa então nào me culpem! Kkk, bem, na minha humilde opinião, eu amo esse capítulo! Mas ok, boa leitura!



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Tudo começou turvo, como sempre fazia, mas quando a imagem voltou a se focar, notei que aquilo definitivamente não era comum. Estava em uma praia, as ondas do mar se quebravam calmas e delicadamente na areia que permanecia fresca em meus pés descalços. Não havia um mar turbulento e nem uma areia quente, não havia uma cidade barulhenta para quebrar a tranquilidade do local. Era quase como a praia do acampamento meio sangue, apenas com a exceção de não conseguir ouvir campistas gritando ou o som de espadas sendo cruzadas. Aliás, eu não ouvia nada a não ser o barulho do mar e a brisa refrescante zumbindo no ouvido, faziam dias que eu não ouvia e não enxergava tão bem. Olhei para baixo ao notar de estava de pé, meu corpo estava intocado, sem cicatrizes e sem sangue nem a perna quebrada, não havia qualquer resquício do acidente com a aranha.

–É lindo, não é?

A voz soou atrás de mim, solene e límpida carregada pela brisa marítima, mas na verdade eu não duvidava que o som fosse feito de brisa, ou talvez, a brisa fosse feita de sua voz. Mal precisei virar-me, Poseidon já estava ao meu lado com sua costumeira bermuda, blusa larga, chinelos de dedo e chapéu, típicas roupas de um pescador. Ele não carregava o tridente no momento e seus olhos verdes tão parecidos com os meus estavam fixos no mar. Se não soubesse que se tratava do deus dos mares e se ele não irradiasse uma energia tão... confortável, estaria certo que falava com um marinheiro prestes a subir em seu barco, para um pescaria calma em um domingo ensolarado. Mas não era o caso, até por que não era domingo, e aquilo não era real.

–Onde estou, pai? –perguntei, e pela primeira vez em dias, minha voz não saiu roca ou fraca, ela era vivida e forte, sem a menor menção que a qualquer momento pudesse começar a tossir sangue. –Eu estou...

–Morto? –o deus dos mares sorriu, mas poderia jurar que era um sorriso nervoso por trás de sua calma. Mas não poderia ter certeza, ele tivera eras para aprimorar seus sorrisos enigmáticos. –Não. Só está sonhando.

–Geralmente apenas observo em meus sonhos, não falo com ninguém. Bem, pelo menos não diretamente. Sou sempre o intruso em meus sonhos, aqui é diferente.

–É por que você não é o intruso, é o sonhador. Eu sou o intruso. –ele me encarou pela primeira vez. –Foi por causa da menina que rejeitou a imortalidade, não foi? Pela filha de Atena.

–Annabeth. –disse. –Mas eu não rejeitei ainda.

–Verdade, mas ela é uma caçadora agora.

–Tem me observado? –perguntei, quase em um tom bem humorado, mas ele parecia estar falando extremamente sério.

–Sempre lhe observei, Percy, principalmente nos últimos dias. –respondeu. –Mas não foi assim que soube, a menina encontrou Ártemis no próprio Olimpo, a deusa da caça lhe recebeu com prazer. Bem, e eu estava presente quando foi nomeada e fez o juramento. –ele suspirou. –voce conhece o juramento, não é mesmo?

–Ela não pode se envolver mais com homens. –disse, tentando ainda manter a voz firme e sem ser abalada pelo ressentimento e magoa. -conheço o juramento das caçadoras.

–Annabeth Chase foi precipitada ao aceita-lo, ela tinha tempo para decidir, o quanto quisesse, Ártemis teria esperado. Mas não estou dizendo essas coisas por acaso, Percy, voce sabe por que estou aqui, certo?

–Estou piorando.

–Cada fez mais. –disse. –Os deuses podem esperar, Percy, mas a Parcas não podem. Nem o mais poderoso deus tem força para impedir as Parcas. É possível lhe salvar antes que o fio seja rompido, mas uma fez cortado, nada o recompõem.

–Essa praia...

–É o Elísio, ou uma prévia dele. Mas voce ainda não está morto –ele disse. –mas está muito próximo disso.

–Por que me trouxe aqui?

–Não trouxe, seu fio da vida está tão fraco que duvido que possa acordar sozinho novamente, essa é a metade do caminho. –ele disse.

–Mas disse que eu estava sonhando.

–O que seria a morte se não talvez um sonho sem fim?

–E é?

–Como eu poderia saber? –ele sorriu triste. –Mas a questão é: não posso impedir as parcas mas consegui atrasa-las um pouco. Aqui tens suas únicas opções: pode seguir para o Elísio e deixar seu fio ser rompido, ou pode dizer sim. –sua mão repousou em meu ombro de uma maneira tão paternal quanto pensei que fosse possível. –É sua última chance, última chamada para aceitar a imortalidade.

–Não posso mesmo ser curado? –perguntei. –néctar, ambrosia...

–Tudo foi dado na guerra dos titãs, Demeter tem tentado produzir mais... mas demorará. Nem a magia de Apolo é forte o suficiente para lhe salvar. –abaixei a cabeça, encarando as mãos que eu sabia que, na verdade, estavam manchadas de sangue e com horríveis cicatrizes. –foi uma filha legitima de Aracne que lhe atacou, tão antiga quanto a mãe, seu veneno é poderoso, e já se instalou em seus tecidos. Irônico, não? O veneno de uma aranha ser capaz de destruir o tecidos dos órgãos de um semideus. Apolo pode lhe dar uma última chance, nada a mais que alguns minutos.

–Alguns minutos? –minha voz saiu dolorida.

–Pode decidir o que fará com eles. Pode usar para ir comigo ao Olimpo e se tornar um deus, solene, forte e invencível, imortal; ou pode considerar tais minutos como seu presente, pode usa-los para se despedir. –disse, e ao ver minha feição abalada, ele acrescentou: -não são opções ruins, meu filho. Já observei o Elísio, é um lugar incrível, calmo... E não há ninguém que o mereça mais que você. É um lugar para o descanso, se se permitir descansar, se quiser descansar. Ser um deus exige responsabilidades, mas significa não sentir a vulnerabilidade e a impotência que vocês mortais tanto se queixam em vida. Pode garantir que a vida não tenha fim. Não há motivos para desistência, a menina não pode ter contato com homens, e mesmo que pudesse, você não sobreviveria para tê-la para si.

Uma onda de tontura e dor se apoderou de mim, me engolindo como as ondas engolem os barcos à deriva. Meu pai apoiou meu ombro, e eu, novamente, tossi o sangue que manchou minhas mãos de vermelho escuro.

–O sonhos está acabando, você está morrendo na vida real. –ele disse. -O que será, meu filho? Se tornará Perseu Jackson, o mais jovem deus do olimpo, ou o mais novo integrante do Elísio, com seu nome gravado em uma mortalha?

...

–E ai! Como vai, Percy? –foi o que Apolo disse assim que abri os olhos. O deus oferecia um sorriso divertido e empolgado. A sala poderia ser dada por fazia a primeira vista, mas Annabeth estava lá, junto a Grover próximos a cama. Annabeth estava sentada em uma cadeira com a bochecha encostada em minha cama, debruçada e desmaiada na cabeceira, Grover já estava largado com a cabeça pendente para trás em uma cadeira, um de cada lado de minha cama. –Ah, relaxe, estão apenas dormindo. Hipnos deu uma ajudinha.

–Hipnos o... deus do sono? –perguntei, tossindo ainda mais.

–Ah, quase me esqueci dessa parte... –Apolo tocou um ponto exatamente sob meu coração, e murmurou uma benção. Instantaneamente me senti melhor, minha garganta já não era mais feita de ácidos e meu peito e pulmões não pareciam pesar toneladas, minha perna enfaixada na não parecia mais quebrada, no máximo levemente torcida. Contudo, minha cabeça ainda doía, e meu corpo ainda era mole. –Melhor agora, isso não lhe segurara para sempre, muito menos o favorzinho de Hipnos, que, aliás, virou um grande fã seu por garantir aos seus filhos um lugar no acampamento. Ficou bem feliz em ajudar, mas ainda não durará para sempre. Então, Poseidon me disse que se juntará a nós, não é?

Apolo me estendeu a mão, que eu aceitei. Era estranho ser tratado como um igual por um deus, mas sabia que em breve seriamos. Apenas concordei com a cabeça.

–Uma curiosidade, por que não quis se despedir, preferiu que seus amigos não o vissem sair? –tirei os olhos do deus para encarar Grover e Annabeth.

–Por que ele são tudo para mim. –eu disse. –conseguiriam me fazer mudar de ideia sem nem dizer nada.

–Difícil deixar para trás, não é? –Apolo disse. –você sempre poderá vê-los. Bem, não sempre, mas voce me entendeu. Não é um adeus.

–O Elísio seria.

A verdade, era que eu não parava de pensar que, se recusasse a imortalidade, eles me veriam morrer, e se eu aceitasse eu os veria morrer com o passar dos anos. Talvez Annabeth nem tanto, mas um dia sim. Mas pensava também, que se um mortal e até mesmo um semideus vive com a ideia da morte, que para nós é ainda mais próxima, um deus pode viver sem ela. Sempre soube que meus amigos morreriam um dia, é o ciclo natural da vida, mas o fato de que eu não morreria mudaria a forma que eu via a morte: como algo medíocre ou ainda mais perigoso.

Mas se fiz por merecer a possibilidade de não ter que me preocupar com a morte, deveria utiliza-la para evita-la agora que está tão próxima, certo? Morrer... eu poderia morrer em anos se não fosse pela aranha, mas um dia morreria. A questão é que tememos muito mais a morte quando a encaramos cara a cara do que quando pensamos nela como um futuro distante, e a possibilidade de não precisar mais teme-la e tentadora. Eu não quero morrer, não quero morrer agora e não vou querer nunca por que ninguém quer morrer, eu não sou diferente. Seria covardia reconhecer o medo? Ou seria apenas um forma de evita-lo? Eu possuía uma forma de evitar a morte, e eu a usaria.

–Seria. Mas você fez coisas demais para ir parar no Elísio, certo, Jackson? –sorriu novamente. –Vamos lá, o Olimpo nos espera, e, nossa, como Zeus odeia esperar! Uma droga!

Apolo estralou os dedos em meio a um rolar de olhos, e eu fechei os meus, e ao se abrirem, já tinha a minha volta o espaço dourado e braço, mas sem decoração, mas em pé, e isso era muito para um local que a menos de uma semana atrás estava em ruinas. Eu estava no Olimpo.

–Perseu Jackson, sabia que voltaria atrás em sua decisão. –a voz veio do trono bem a minha frente, o trono bem no meio da meia lua de tronos, onde eu me encontrava de frente. Até Apolo já estava em seu trono, e não a meu lado como estava a três segundos atrás, como eu poderia jurar, estava sorrindo de forma arrogante com sempre para mim assim como meu pai, mas esse tinha uma expressão serena e orgulhosa. –Aliás, Apolo, eu ouvi aquilo.

O sorriso do deus do sol diminuiu para um sorriso que dizia: Foi mal, mas é verdade. E eu já começava me sentir tonto novamente, os ossos quebrados como perna e costelas pareciam querer se contorcer para voltar a me torturar. O veneno parecia voltar a fazer efeito. O que deve ter ficado obvio para Zeus e os demais quando falhei na primeira tentativa de dar um paço a frente. Foi apenas quando uma bela garota foi me ajudar que eu reparei nas outras duas.

Tratavam-se de três garotas, ambas com tons de pele clara como o leite, olhos cinzas como a pedra, muito parecidas, a não ser pelo tom do cabelo. A que me apoiava tinha o cabelo alaranjado quase vermelho, a outra, em um dourado límpido, e na terceira ainda possuía um tom de vermelho quase negro. Talvez eu não as reconhecesse se não fosse pelos rostos familiares.

–Hespérides. –disse, quase em um sussurro. –são irmãs da Zoe.

Foi meu pai quem começou as apresentações.

–Percy, essas são Egle, a luz avermelhada da tarde, -sorriu a menina que me apoiava. -Erítia – o esplendor da tarde –a de cabelos dourados, que agora me lembravam mesmo o tom do sol durante a tarde, inclinou a cabeça docemente. –e Héspera, a luz crepuscular. –foi a vez da garota dos cabelos vermelho-escuro acenar com os dedos. –mas acredito que devam se conhecer.

Assim como os tons de cabelo, me passou pela cabeça se seus temperamentos se davam de acordo com as luzes do dia também, e me fez com que surgisse a ideia de que Zoe, com seus cabelos negros e temperamento frio, pudesse um dia ter sido a luz da noite, a quarta irmã. Talvez eu até tivesse perguntado as garotas, se não estivesse fraco a ponto de me apoiar em Egle.

–Irmãs, a maça. –disse Zeus, e Héspera esticou para mim uma grande maça encrostada por ouro que irradiava uma energia tão forte que eu temia que queimasse quando a eu segurasse, mas por fim, não queimou, nem se quer era pesada. –A maça da imortalidade, sim, guardada pelas Hespérides com todo o zelo, e que agora oferecemos a voce, Perseu Jackson. Está disposto a aceitar nosso presente, com todas as suas responsabilidades inclusas? Em um caminho sem volta?

–Eu aceito.

–Sinta-se na vontade para morder a maça divina. –disse Zeus, e eu enterrei meus dentes na casca dourada, porem macia da fruta.

Senti um calor subir ao peito, saindo da garganta e passando até pelo esofago. Por um instante, pensei que vomitaria sangue e a mordida da maça divina, o que era a única coisa que eu havia comido em dias. Mas eu sentia a bile queimar na garganta, e assim como todo o resto do corpo, formigar. Sentia os pés e mãos em estado de dormência, a garganta em queimação e formigamento junto aos pulmões.

Soltei um gemido atordoante e dolorido, caindo finalmente de joelhos agarrado a garganta. A maça caio de minhas mãos, e senti na cena uma terrível semelhança com a história infantil da branca de neve. No entanto, os deuses sorriam para mim.

–Eu, Zeus, proclamo Percy Jackson, o filho de Poseidon, como o deus das ondas.

–Ah, fique tranquilo! A reação é sempre a mesma! –disse a Afrodite. –Tinha que ver a cara de Hercules ao comer a maça. Hilário!

–Acho que Dionisio foi pior. –Disse Apolo.

–Diz isso só por que ele não está aqui para se defender. –Disse Atena, e Apolo deu de ombros e voltou a retrucar.

Enquanto os deuses tinham a pequena discussão entre si mesmos, eu sentia a sensação de formigamento passar, junto com a tontura e toda a vontade de vomitar e tossir o sangue do corpo. Conseguia mover o corpo livremente pela primeira fez sem me retorcer de dor, limpei a garganta e não notei qualquer sinal de sangue, na verdade, toda a vulnerabilidade que sentia se transformou em alivio e força. Sentia que poderia correr quilômetros sem nem ao menos suar. Respirei fundo, testando os pulmões que funcionavam perfeitamente, mas me passou pela cabeça se precisaria usa-los.

–Se sua pergunta é se deuses sentem dor, a resposta é sim. –disse Poseidon. –se segurar a respiração não morrerá nem desmaiará, mas sentirá o sufoco enquanto o faz.

Gostaria de agradecer, dizer algo, qualquer coisa, mas estava paralisado, não era capaz de falar, eu sentia tudo mudado a minha volta, eu estava mudado, e não sabia como reagir a isso. Como se deve reagir quando se vai da morte diretamente para a imortalidade de um deus?

–Bem, que tal testarmos? –foi o que Ares disse com um sorriso maldoso no rosto. Eu queria gritar para impedi-lo, mas já tarde. Eu provavelmente poderia ter impedido aquilo se não fosse pego tão desprevenido, só pude arregalar os olhos quando Ares estralou os dedos, e apenas com isso me empurrando Olimpo a baixo.

Eu já havia me perguntado se deuses sentiam dor. Sim, eles sentem, e eu descobri de uma forma bem ruim. Até que a imortalidade caiu bem.


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Notas finais do capítulo

Alguem ai entendeu a péssima piada sem graça do titulo do capítulo com o fim? HAHAHAHA no.
Agora que o fanfiction tem um contador de acessos nas historias eu posso dizer: Eu sei que leitores fantasminhas passaram por aqui e não comenteram! Então se voce tiver lido isso, pegue alguns segundos do seu tempo para dizer se gostou ou não, ou para aqueles com um pouco mais de tempo nesse domingo tedioso copie o trecho ou trechos que mais gostou e nos de sua opinião no que deve ser melhorado, ou se a historia está bem direcionada! E, como sempre, avisem-nos se acharem erros ortograficos ou de digitação. Mas sobre o acento cirunflexo o meu pc tem problema então não é sempre que está pegando, quando pega eu coloco, quando não... Bem, dai eu não coloco.
Até o proximo sabado (ou domingo). E comente, favorite ou recomende! Por favor, não temos nenhuma recomendação aqui...



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