I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 6
A verdade e nada mais que a verdade


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui é a Lívia, como sempre, e eu postei esse capítulo mais cedo pois tenho um comunicado muito importante a fazer, eu sei que essa é um fanfic sobre Percy Jackson e eu não pretendia misturar os fatos, tentei postar isso como um capítulo na minha antiga fanfic de Jogos Vorazes mas não consegui, então estou postando aqui como esperança que algum leitor de minha antiga historia ou qualquer fã da serie de Jogos Vorazes leia. A questão é: soube que terá um encontro dos fãs de Jogos Vorazes na cidade de Ribeirão Preto (SP) no shopping Iguatemi na livraria cultura amanaha dia 7 de dezembro (sabado) as 4 horas da tarde. O encontro foi feito pela própria livraria e terá a distribuição de brindes, jogos de perguntas e respostas sobre a serie e é completamente seguro e divertido! Eu mesma irei e já fui em outro encontro desse sobre Percy Jackson mesmo! (pena que nao tinha a fanfic, se nao poderia até ter avisado aqui algum interessado) Juro que é divertido, na der Percy Jackson houve até refrigerante azul com direito a fumacinha de gelo seco (eu gabaritei o quiz e fui do primeiro trio que venceu! ok detalhes a parte). Então se alguem se interessar, quiser mais informações, tiver curiosidade ou morar na região de Ribeirão Preto ou estiver por lá no dia, me mande uma mensagem privada ou comente sobre isso! Posso dar mais informações e quem sabe não conseguimos nos encontrar também?
Vou copiar e colar isso nas notas finais para o caso de alguem le-las mas não as iniciais!

Bem, agora que já fiz o meu anuncio, vamos para a história! Surpresas não são surpreendentes para nos mas sim para nossos personagens estão por vir!



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POV Annabeth

Em poucos segundos Percy já havia desmaiado na cama do hospital, por alguns instantes fiquei apenas o encarando, observando-o dormir e seu peito de mover para cima e para baixo de uma maneira lenta, quase até mesmo preguiçosa. É claro que a respiração fica mais lenta ao adormecermos, mais calma, mas o caso de Percy era grave, temia que cada respiração pudesse ser sua última. Levei a mão a seus cabelos negros e manchado de sangue, tentando limpar levemente o que ninguém havia dado atenção. Um grande corte havia sido aberto ali, os ponto haviam sido dados, mas o sangue seco permanecia. Também tentava afastar os cabelos molhados pelo suor dos olhos adormecidos sem acorda-lo.

Estava tão distraída em meus próprios pensamentos, medo e agonias que nem mesmo notei Grover na porta, ele bateu os cascos no chão nervosamente para me chamar, provavelmente por respeito a Percy, que com certeza merecia seu descanso. Me levantei e Grover desapareceu atrás da porta, contudo, ainda podia vê-lo pela janela de vidro.

–Annabeth Chase, aonde é que você estava? –ele perguntou, com um grande misto de bronca com alivio e felicidade, mesmo que a preocupação se sobressaísse.

Eu ainda não havia falado Grover, havia chegado no acampamento e ido direto até Percy, sem cumprimentar ninguém, sem falar com ninguém. E lá havia permanecido até agora.

–Eu pensei em dar uma saída, descansar, ficar um pouco longe de tudo isso.... Pelo visto foi uma péssima ideia.

–E foi mesmo. E onde você foi? Sumiu por três dias, ninguém tinha nem ideia para onde você havia ido. –ele disse. –Percy queria fazer uma equipe de busca atrás de você, sabia? Apenas Quíron não deixou, disse que deveríamos dar um tempo. O coitado tinha certeza que você estava morrendo ou prestes a morrer!

–Eu sei, sinto muito. –disse, querendo mudar de assunto. –foi mesmo uma péssima ideia. Três dias sumida e veja a confusão. –tentei brincar de alguma maneira, contudo, Grover não esboçou qualquer sorriso, muito menos eu.

–Aonde você foi, garota?

–Nada importante, sério mesmo. –eu disse. -mas enfim, e o Percy? Não sobrou nada de néctar ou ambrosia? Nada que possamos usar para ajudá-lo?

–Não, ninguém pensou que algo assim aconteceria, nunca aconteceu. Toda a comida divina foi usada nos feridos da guerra. Acabou feito água. –se lamentou. –Mas Percy está realmente mal, nunca o vi assim Annie. –conseguia ver a dor nos olhos de Grover quando ele falava, e quase também era capaz de ver a minha própria refletida me seus olhos. –falando nele... Annie, acho que vocês dois precisam conversar. Ele precisa te dizer algo.

–Algo? Tipo o que?

–Veja bem, eu não queria dizer isso por que tenho certeza que o Percy preferiria dizer... –vi seu rosto ser tomado por uma mistura de preocupação e culpa, além de um tipo de constrangimento ao julgar pela coloração avermelhada que seu roso aderiu. –Bem, é difícil explicar. Depois da briga de vocês dois no refeitório ele se arrependeu, juro que sim. Disse que havia sido um idiota e insensível por ter dito aquelas coisas sobre o Luke, ainda mais na sua frente.

Por um momento, fui tomada por um alivio. Não passou pela minha cabeça que Percy tivesse dito aquilo da boca para fora, nem que eu não o houvesse perdoado, mas Grover dizer isso me garantia uma boa sensação de conforto de que nada fora dito por acaso ou de maneira insignificante.

–Ah, Grover –disse. –eu sei disso, falei com Percy agora a pouco, ele acordou um pouco e pediu desculpas, mesmo que ele tenha permanecido pouco acordado... – me lamentei. –mas nós estamos bem novamente, finalmente.

–Ele te contou por que? –Grover levantou uma sobrancelha.

–Por que o que?

–Por que ficou tão bravo e estressado naquela noite? –abri a boca para responder, mas a verdade era que eu não sabia. Estava a vários dias supondo que fora por causa do estres e cansaço, pelo qual eu também havia sido afetada durante a briga. Mas agora eu já não tinha mais certeza alguma. Apenas neguei com a cabeça, pedindo que Grover prosseguisse. –Ele estava com ciúmes, Annie.

Piquei uma vez, confusa.

–Por que o Percy teria ciúmes de mim? –perguntei, com as sobrancelhas arqueadas. –Somos amigos a anos e ele nunca teve isso antes, muito menos brigamos por isso. Por que agora, de repente?

–Não foi de repente, mesmo que eu ache que o estres tenha contribuído um pouco para o desenrolar dos fatos, não foi de repente. –ele não disse nada por um segundo, como se esperasse que eu concluísse o pensamento sozinha. Eu não o fiz, não tinha ideia do que Grover falava. –Meus deuses, Annabeth! Use a cabeça, garota!

Cruzei os braços e estreitei os olhos para Grover, agora na defensiva.

–Voce por acaso está me chamando de burra, Grover Underwood? –ele bufou, batendo o casco no chão.

–Nunca diria isso, é a garota mais inteligente que já conheci. Praticamente uma enciclopédia ambulante! Mas, deuses, me espanta que ainda não saiba! –ele disse. –ele estava morrendo de ciúmes, até eu vi isso! Por que as pessoas sentem ciúmes?

Eu não queria admitir, realmente não queria, primeiro por que a conclusão que chegara fazia muitíssimo pouco sentido, e segundo, por que eu não queria acreditar. Sempre soube que fingir que a verdade não existe é a pior maneira de evita-la, pois ela sempre nos encontra e nos atinge como uma avalanche, mas eu já não sabia o que fazer.

–Escute eu não sei onde você quer chegar com essa conversa Grover, tudo que eu sei e que o meu melhor amigo está morrendo em uma enfermaria e você me veem com os assuntos mais loucos de repente e sem nenhum motivo aparente. Não estou afim de falar sobre isso, ok?

Como se pudesse ler meus pensamentos e minha vontade de contornar o assunto, Grover me pegou pelo ombros antes de voltar a falar.

–Annabeth, o Percy gosta de você! Como não pode ver isso?

Fiquei tão chocada e estática por um tempo que acho que Grover percebeu, já que provavelmente estava estampado em meu rosto. Soltou meus ombros e me encarou com uma expressão curiosa que Thalia havia usado comigo antes, como se eu fosse uma criança bagunceira, e Grover estivesse pensando o que se passava pela minha cabeça.

–Me diga que isso é uma tremenda brincadeira de mal gosto... –murmurei mais para mim mesma do que para Grover. Talvez até me referisse aos deuses, Afrodite, sobre tudo. Isso só podia ser uma brincadeira.

–É verdade, ele gosta de você. –disse. –e tenho certeza que você também gosta dele. Posso ver em seus olhos, Chase. –ele disse, com um sorriso convencido e brincalhão, como se fosse o cupido juntando um casal perfeito.

–Não, não diga isso...

–Isso é por causa do Luke? –ele me pegou de surpresa. –quero dizer... Pensei que você já o tivesse superado.

–Luke? Não, ele não tem nada a ver com essa história. –disse. Havia sim tido uma queda por Luke ao 12 anos, mas a havia superado e esquecido a muito tempo. –Grover, a questão é que... Eu não posso fazer isso! É loucura!

–Por que não? –perguntou. –Acredite, o Percy realmente gosta de você Annabeth, pode não parecer muito romântico com o amigo sátiro dizendo isso, mas é verdade. Percy realmente está disposto a fazer qualquer coisa por você, sempre esteve! –ele tagarelou. –O amor move barreiras! Veja o Chris e a Clarisse! Quem diria que os dois ficariam juntos!

–Grover...

–E, veja, todo mundo já sabe que vocês tem uma queda um pelo outro! Uma queda não, um super tombo!

–Grover.

–Tem gente fazendo apostas, sabia? Soube que o chalé de Hermes e Afrodite tem...

–Grover Underwood, você quer me escutar? –eu gritei, mesmo sabendo que era uma péssima ideia, tendo em visto minha voz rouca e uma fragilidade insuportável e instantânea que havia me atingido junto ao pânico. Finalmente, Grover se inquietou, passando a me olhar assustado e preocupado. Eu não tinha o costume de gritar, mesmo que tenha feito isso muito ultimamente. –Não estou dizendo que não quero ficar com Percy, estou dizendo que eu não posso.

–Mas... Por que não? Isso não faz o menor sentido! Quero dizer, a não ser por... Ah não, me diga que você não fez isso...

–Fiz. Eu disse sim. –falei, quase não contento um soluço e engolindo a seco antes de continuar. –Eu aceitei a caçada.

–Ah não! Não, não, não, não! –ele repetia, começando a andar de um lado para o outro. –Você não fez isso. Você não fez isso! Por que?

–Não fale assim, está me deixando nervosa! –ambos já praticamente “gritávamos em sussurros”, para que ninguém pudesse nos ouvir e por que mal contínhamos nossos ânimos.

–Responda! –Grover parecia a beira de um ataque de pânico, mas eu com certeza estava pior.

–Tudo bem! Ártemis me perdoe por dizer isso, mas foi por que eu gosto dele também, ok? Pelo menos gostava... –disse com incerteza, eu já não sabia o que era verdade ou que não era, meu mundo acabava de virar de cabeça para baixo. -mais ou menos... Mas isso não é relevante no momento! O fato e que pensei que ele não gostasse de mim, e é por isso que toda essa conversa não faz o mínimo sentido! Quero dizer, eu ouvi vocês dois conversando no dia da nossa briga, Percy admitiu que gosta da Rachel!

–Rachel? –Grover parecia confuso.

–É, a ruiva, dessa altura, o novo oráculo. Conhece? –ironizei, e Grover me repreendeu com o olhar nervoso.

–Primeiramente, você ouviu aquilo, Annie? –acenei calada com a cabeça, Grover assumiu uma feição carregada de pena. -Annabeth... –ele começou. –Percy não admitiu que gosta da Rachel, admitiu que gostava de voce.

–De mim? –gaguejei. –Ah meus deuses! Não, não pode ser verdade. Por favor, não me diga isso, não agora, Grover!

–É verdade. E agora você está na caçada, é uma caçadora de Ártemis. –ele falou. –o que vai fazer?

–O que eu vou fazer? Grover, não dá para sair da caçada, é um caminho sem volta! E eu sabia disso. –mentalmente, eu gritava repetidamente para mim mesma “burra, burra, burra... Burra!”.

–Voce precisa contar para ele! –falou.

–Contar?

–Não pode esconder isso. –ele disse. –esconder uma coisa dessas é cruel, Annabeth. Quase tão cruel quanto fugir da noite pro dia e virar caçadora por conta de uma meia conversa.

–Nossa, agora me sinto muito melhor e encorajada. Obrigada mesmo pelo apoio, Grover. –ele levantou uma sobrancelha, novamente reprovando a ironia. Eu suspirei em uma mistura de raiva de mim mesma e tristeza. Era muito mais fácil pensar que não tinha mais liberdade alguma por um coração partido do que que por pura idiotice, que se tivesse sido mais racional, poderia ter tido um futuro feliz, finalmente. –Como você quer que eu conte? Percy mal pode falar direito, quanto mais ouvir algo assim. Nem se ele fosse realmente apenas meu amigo, não posso dar uma notícia assim com ele tão imponente.

–Ele vai ficar mal de qualquer jeito, ele está imponente em relação a isso de qualquer jeito. E ele é apenas seu amigo de qualquer jeito. Saiba também que ele irá reagir mal do mesmo jeito. –ele disse. Tudo bem, aquilo foi extremamente cruel, mas eu sabia que merecia. –Mas acredite, se não contar vai ficar ainda pior.

–Tem como ficar pior? Sério? –dou um sorriso amargo, falso, amargurado e a beira do choro.

–Não é hora para graça, Annabeth. –Sim, agora eu finalmente desmoronei, soltando tudo aquilo que martelava em meus pensamentos desde o começo da conversa.

–Acha que eu estou feliz? Acabei de estragar com toda a minha vida por um romancezinho que eu achava ser impossível e descobri que poderia ter sido o mais parecido com um final feliz que qualquer semideus já teve a chance de ter! E joguei tudo isso pelo ralo por uma conversa meio ouvida e por orgulho não perguntei e nem fiz questão de tentar saber se era verdade! E eu espero que Ártemis não me ouça dizer, tudo isso mas... Mas eu já não sei mais o que fazer! Não tem volta... E-eu não posso.

Me sentia completamente esgotada, esgotada por admitir a verdade que tentei engolir, e que eu não queria ter que engolir, mas também não queria admitir. Grover me encarava como se não soubesse se mantinha a feição seria e prosseguia com a bronca ou que me consolava. Pelo que parece, ele optou por um meio termo. Tocou meu ombro, agora de forma terna e fraternal, mas manteve o rosto sério e decidido, não parecia ter a menor chance de ter sua opinião mudada.

–Voce precisa contar –disse. –Imagine o quanto será pior se ele ouvir de outra pessoa. Seja sincera com ele, diga o que disse para mim e ele vai entender o mal entendido. Por mais que não possam mudar os fatos, pelo menos serão amigos. Isso é uma coisa boa, certo?

–Certo. –dei uma fungada, tentando segurar um possível choro que parecia estra prestes a surgir.

–Mas conte logo, não deixe que ele crie esperanças.

–Nunca dei esperanças para ele. –disse.

–Você entrou no acampamento depois de três dias desaparecida só por causa dele, ficou em uma enfermaria sozinha e isolada apenas cuidando dele. O que isso parece Annie?

–Só... só me dê um tempinho, ok?

–Não, quanto antes melhor. –ele olhou para a vidraça ao lado, eu ainda conseguia ver Percy dormir por trás dela.

–Eu conto quando ele acordar. –prometi. –não importa o que aconteceu entre nós, minha prioridade ainda é a saúde dele, foi por isso que voltei, e não irei acordar Percy no estado que ele está para dar uma noticia ruim que só o piorará.

–Tudo bem, é justo. –disse. -Alias, agora que estamos esclarecendo as coisas, como soube que ele estava mal?

–Quíron avisou. –disse, cruzando os braços.

–Ele sabia que você tinha aceitado a caçada? Deixou você ir e não disse nada a ninguém?

–Implorei a ele. –respondi. –Ele acabou cedendo, disse que tinha que fazer minhas próprias escolhas, mas que hora ou outra eu precisaria voltar e explicar. –suspirei. -Ele estava certo.

–Foi por isso que não fez as equipes de busca, ele sabia onde você estava e que não queria ser encontrada. –acenei com a cabeça. –bem isso explica muita coisa.

–Bom termos resolvido tudo.

–Não tudo. –ele disse. –você vai dizer a verdade para ele. Se você não disser, digo eu. E você sabe que será pior.

–Vou contar, eu prometo. –disse, Grover levantou uma sobrancelha.

–Tudo bem –disse. –venha Annie, vamos para o refeitório tomar algo. –ele convidou com um sorriso triste e cansado. –quem sabe você não me conta um pouco sobre a caçada, tenho certeza que tem pontos positivos.

Sim, tinha seus pontos positivos, mas no momento eu não conseguiria pensar em nenhum. Olhei para Percy pela vidraça, em seu deplorável estado quase moribundo e tentei pensar em algo positivo, mas tudo que consegui fazer foi deixar o olhar flutuar sobre ele, cheio de sonhos roubados e emoções despedaçadas.

–Não, eu prometi que ficaria com ele, disse que não iria em bora e não vou. –respondi quem tirar meus olhos de Percy. –Ficarei com ele até ele acordar, e então contarei toda a verdade. Feliz?

...

Eu já estava completamente perdida no tempo e em meus próprios pensamento, que viajavam enquanto permanecia sentada a sua cabeceira, sozinha, tentando decidir se torcia para que Percy acordasse e aliviasse minhas suspeitas preocupadas ou se torcia para que demorasse o tempo o suficiente para acordar para que eu conseguisse pensar em uma forma de dar aquela notícia. A preocupação venceu assim que suspeitei que já tinham se passado mais de quatro horas de sono interrupto. Contudo, para meu alivio e desespero, ele abriu os olhos verdes inchados tanto pelo sono quanto pelo hematomas.

–Percy? –pela décima fez no dia, me senti idiota pela pergunta. Quem mais seria, Annabeth? Jeová?

–Annie... –murmurou, quase surpreso pela minha presença. –está aqui comigo a quanto tempo?

–Voce dormiu por mais de quatro horas, eu acho.

–Ficou aqui por quatro horas? –disse, com a voz sempre não passando de um murmuro roço e fraco, com piscadas leves, sonolentas e cansada dos olhos.

–Eu disse que não sairia daqui. –confirmei, ele me deu um sorriso fraco em resposta.

–Admito que não tinha certez... –tentou dizer, mas foi impedido de completar a frase por uma crise de tosse. Arqueou a coluna, dobrando-se para tossir dolorosamente, eu apoiei suas costas afim evitar o esforço estra nas costelas feridas.

–Ah, Percy. –disse preocupada, ao notar a mancha de sangue vermelha na palma de Percy, onde ele tossira. Peguei um pano deixado ao lado da cama para limpar.

–Pelo visto meu estado não é lá muito bom, não é? –ele perguntou.

–Está tudo bem, o chalé de Apolo disse que poderia acontecer. –menti, tentando engolir toda a preocupação que se espalhava em mim. Percy obviamente notou a mentira, contudo, não disse nada. –Fale de devagar e com calma, e beba um pouco d´água.

Disse, despejando a água de um jarro em um copo posto na mesa a meu lado. Em seguida, estendi para ele, que recusou com uma careta.

–Eu não quero água... –disse fracamente, quase seguindo para outra crise de tosse. –quero falar com você. Eu estou bem.

–Não, não está. –estendi o copo.

–Não foi o que disse antes. –disse em um tom quase irônico.

–Deixa de drama, Percy. –insisti.

–Mas eu quero falar com voce.

–Depois de me ajudar a ajuda-lo.

–Estou falando serio

–Eu também estou. Eu sai daqui enquanto você dormia? –ele negou com a cabeça. –exato, por que eu não vou sair até que me obriguem ou você peça...

–A segunda opção não vai acontecer. –comentou baixinho, mas alto o suficiente para que eu escutasse.

–... Então não sairei agora, pode dizer o que quer me dizer quando quiser depois de beber água e ficar melhor e parar de tossir sangue. –completei, mas Percy ainda não parecia convencido. –Cabeça de Alga, escute bem, se voce não colaborar e não me deixar te ajudar a beber água, eu vou força-la contra a sua goela.

Disse com uma voz extremamente doce que não combinava com a frase propositalmente, com um sorriso do fim dela, o que pareceu assusta-lo, que abriu a boca e tentou se sentar na mesma hora.

–Percy Jackson, o herói do Olimpo capaz de matar o miniaturo duas vezes, uma aranha gigante, o todo poderoso Titã Cronos, mas que não é capaz de beber um copo d’água sem fazer pirraça.

Então ele bebeu, com uma expressão entre o alivio e a dor, a parte da dor teria me feito arrepender de tê-lo mandado beber, mas eu sabia que era necessário.

–Doí? –perguntei.

–A decida pela garganta sim, mas estava com sede e pareceu também limpar o gosto do sangue.–ele disse. –é como...

–Jogar álcool no machucado quando criança? –completei.

–Exato.

–Costumava fazer isso quando me machucava em casa. Bem, antes de conhecer a magia do néctar. –digo. –isso faz falta.

–Eu que o diga. –girou os olhos, mas voltou a me encarar depois. – Apesar que é água, e água sempre me ajuda.

–Verdade.

–Mas acho que não o suficiente, não é? –disse com a voz dolorida e cansada. –já posso falar, mamãe?

Pouso o copo de volta na mesa próxima a nós, acenando para que ele prossiga.

–Sabe, depois da nossa briga naquele dia eu conversei com o Grover e...

–Percy, se for sobre aquela discussão, nós já falamos sobre isso. Está tudo bem, somos amigos novamente, como sempre fomos. –o interrompi.

–Esse é parte do problema. –murmurou em uma voz tão baixa que quase não entendi suas palavras.

–O que? –por um momento, apenas por um momento, eu cheguei a pensar que pudesse adiar isso, que poderia explicar tudo antes que ele descobrisse, e que toda essa conversa talvez não chegasse a esse ponto, esse resultado. Mas a sorte não estava comigo.

–Só não surte, ok? –mal sabia ele que eu já estava surtando.

–Eu falei com Grover e com ele eu admiti algo que parecia não passar de algo rápido, uma confusão de relações. Mas quando disse aquilo me voz alta me pareceu... Real.

–Percy, eu... –eu tentei, juro que tentei dar continuidade a frase, mas Percy me cortou na hora, e eu estava certa que não conseguiria completar a frase.

–Me deixe terminar, por favor.

Ele disse fazendo um esforço enorme para tentar se sentar novamente, soltado um grunhido de dor junto ao movimento e mesmo assim sem conseguir ficar completamente sentado.

–Quando você foi embora, meus deuses, eu fiquei louco de preocupação. –ele disse. –fiquei louco por que eu sabia que você tinha ido em bora por minha culpa, que poderia estar em perigo por minha culpa, se algo lhe acontecesse eu jamais me perdoaria. Mas não era só isso, não era a culpa que me matava, era pensar que você tinha ido e poderia não voltar mais. –eu segurei o ar em meus pulmões. –E sem você eu não sou nada, eu não tenho nada. Olhe para mim, três dias sem você e já sou um moribundo. Eu preciso dos seus planos brilhantes, seu olhar sério, da sua adaga em minhas lutas, preciso até de suas broncas e correções que seriam até chatas e irritantes se não viessem de você. Eu preciso de você, Annie, mas não só como seu melhor amigo, mas por que sou apaixonado por você. Sou apaixonado por você por que é inteligente, por que tudo que falta em mim há em você. Você é linda, sabia? Quando vi Afrodite, ela era loira e tinha olhos cinzas, não entendi muito bem na época, mas agora eu sei por que, é por que me apaixonei por você desde o primeiro segundo, quando a garotinha loira me perguntou como eu matei um maldito miniaturo e zombou por ter babado enquanto dormia. –ele terminou de falar, e sustentou meu olhar quando eu o encarei pasma, sem qualquer reação e com a boca semiaberta para uma resposta que não conseguia pronunciar. –Diz alguma coisa, por favor.

Com sua palidez doentia, seu rubor ficou completamente visível. Engoli a seco e enchi os pulmões de ar e coragem.

–Percy, eu... Eu não sei o que dizer. –Mentira! Gritei para mim mesma. –mas eu não posso fazer isso.

–Por que não? Nós somos amigos a anos, eu sei, se você não me vê assim, Annie, eu juro que posso lhe provar que eu...

–Eu não duvido de você, Percy. –o cortei, tentando impedir que ele se exaltasse a ponto de voltar a tossir sangue. –Acredito em cada palavra que voce disse.

Seus olhos refletiram o brilho do mar ao ser tocado pelos primeiros raios de sol do dia, cena que ele sempre adorara ver. Percy era o mar, era tudo que ele significava, a capacidade de ser tempestuoso durante tempos ruins e gentil durante os tempos bons. E no momento, ele era um mar de águas calmas e ondas fracas, de uma forma hipnotizante que era capaz de atrair qualquer marinheiro, ou no caso, qualquer garota. Eu fui simplesmente incapaz de desviar aquele olhar.

–Então qual é o problema? - O problema, é que era um olhar esperançoso, com falsas esperanças que eu não poderia continuar a nutrir.

–Por favor me entenda, não tem nada a ver com voce...

E foi na metade dessa frase que Grover abriu a porta da enfermaria e entrou, me cortando em seguida.

–Por favor, voce precisa entender o meu lado. –eu continuei.

–Percy, voce acordou! –Grover disse. –E... ah, nossa. Péssimo momento, hum? –ele olhou de mim para Percy, entendendo do que se tratava. –Viu, Annie, eu disse que ele ia entender... Ok, na verdade eu não disse isso, mas ele entendeu, não é? É claro que sim, por que a caçada pode até não permitir namoros, mas vocês sempre foram amigos e....

–Como é que é? –foi Percy quem gritou, com um movimento brusco para frente que o custou outro gemido de pura dor em seguida.

–Merda. –disse ao mesmo tempo de ele.

Só então Grover olhou para mim, já que antes parecia ter olhos fixos em Percy. Eu fazia movimentos para ele calar a boca por trás de Percy, onde esse não poderia me ver.

–Ah, deuses. Voce não tinha contado ainda, né? Foi definitivamente um péssimo momento. –Grover tinha olhos arregalados, notando a besteira que fez. –não reparem no sátiro se retirando da sala... –ele já começava a andar de ré.

–O que voce disse? –Percy perguntou novamente, e depois de virou para mim, com os olhos arregalados e suplicantes. –O que ele disse, Annie? Por favor, só não me diga que...

–É verdade. Sinto muito, mas eu aceitei a caçada. E é por isso que eu não posso... Não é que eu não queira, eu só não posso.

? Como voce pode dizer ? Voce aceitou a caçada. Voce fugiu para isso e não falou com ninguém. Voce decidiu tudo isso sozinha sem nem ao menos considerar que eu poderia ter algo a dizer? Não apenas com o interesse romântico que eu tenho, mas também como amigo. Sabe que eu nunca tomaria qualquer decisão importante sem falar com voce! Eu mal vou almoçar sem falar com voce primeiro! Mas voce decidiu simplesmente correr para a caçada, sem mais nem menos?

–Eu pensava que voce estivesse correndo para a Rachel! –soltei.

–Rachel? –disse, confuso. –O que ela tem a ver com isso?

–Foi tudo um grande mal-entendido. –tentei explicar. –eu ouvi aquela conversa entre voce e o Grover, ou pelo menos metade dela. Ouvi voce confessando que estava apaixonado e... Eu pensei que se referisse a Rachel. Acontece que eu estava prestes a fazer o mesmo em relação a voce, ouvi aquilo e pensei... -Deixei a frase solta no ar, incapaz de termina-la. –eu sempre quis ser uma caçadora, de verdade, quase aceitei quando Thalia o fez. Só uma coisa me impediu anos atrás e foi o mesmo que me impediu que aceitar no Olimpo: voce.

Percy piscou, antônimo e completamente chocado.

–Voce poderia ter me perguntado. –ele disse. –poderia ter feito qualquer coisa, um milhão de coisas além de correr para Ártemis! E ficou ouvindo, sentada e calada, enquanto eu abria a droga do meu coração só pra depois poder me dizer isso? Será que não podia ter ido direto ao assunto?

Ele elevou a voz rouca muito mais do que a saúde lhe dispunha, e em seguida, para a minha total surpresa e a de Grover também, ele socou o copo de cima da mesa, que eu havia repousado próximo demais a ponta e soltou um palavrão. A pouca força de tinha não permitiu que fizesse muito estrago, o copo caio no chão repartido em três, o movimento feito por sua mão tinha a mesma força de um peso morto deixado cair sobre o objeto. E Percy se dobrou para frente, em uma terrível crise se tosse e sangue e agonia. Ele mal se mantinha sentado sozinho, tentei apoiar suas costas para diminuir seus esforços, mas ele recusou o toque, se inclinando ainda mais. Ele tossia tanto que os grunhidos de dor nem tinham espaço.

–Annabeth –Grover me impediu da segunda tentativa de ajuda-lo. Grover apoiou as costas de Percy como eu tentava fazer, acudindo-o. Dessa vez Percy não recuou. –por favor, saia da enfermaria.

–O que? Não, eu não...

–Annabeth! –ele elevou a voz, em um tom preocupado e quase zangado. –No momento, a prioridade é tentar fazer com que ele fique estável, voce o está deixando nervoso, não vê? Por favor saia, e chame alguém de Apolo, pelo amor dos deuses!


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Notas finais do capítulo

eu sei que essa é um fanfic sobre Percy Jackson e eu não pretendia misturar os fatos, tentei postar isso como um capítulo na minha antiga fanfic de Jogos Vorazes mas não consegui, então estou postando aqui como esperança que algum leitor de minha antiga historia ou qualquer fã da serie de Jogos Vorazes leia. A questão é: soube que terá um encontro dos fãs de Jogos Vorazes na cidade de Ribeirão Preto (SP) no shopping Iguatemi na livraria cultura amanaha dia 7 de dezembro (sabado) as 4 horas da tarde. O encontro foi feito pela própria livraria e terá a distribuição de brindes, jogos de perguntas e respostas sobre a serie e é completamente seguro e divertido! Eu mesma irei e já fui em outro encontro desse sobre Percy Jackson mesmo! (pena que nao tinha a fanfic, se nao poderia até ter avisado aqui algum interessado) Juro que é divertido, na der Percy Jackson houve até refrigerante azul com direito a fumacinha de gelo seco (eu gabaritei o quiz e fui do primeiro trio que venceu! ok detalhes a parte). Então se alguem se interessar, quiser mais informações, tiver curiosidade ou morar na região de Ribeirão Preto ou estiver por lá no dia, me mande uma mensagem privada ou comente sobre isso! Posso dar mais informações e quem sabe não conseguimos nos encontrar também?

Agora voltando para a fanfic.... E então? Fomos más? kkk comente, favorite e recomende! O que achar que merecemos por fazer esses personagens sofrerem tanto! (Não é uma boa maneira de pedir recomendação assim, mas ok) .
Até o proximo capítulo! Ah, e se virem algum erro ortografico, avisem que eu arrumo!