I'm Never Changing Who I Am escrita por Moça aleatoria


Capítulo 20
Eu faço as regras do amor


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que estou beeem atrasada mas isso na verdade foi em função da Elisa, que estava com o capítulo posterior a esse a mais de 3 ou 4 meses (Serio mesmo) e ficou de me passar e não passava e depois foi viajar e eu cansei e fiz eu mesma. Bem, eu também estava segurando esse capítulo (o 20) adiantado por que o capítulo seguindo (21) é DIRETAMENTE ligado a ele, e ainda tinha o que planejar, e se eu resolvesse mudar algo por algum motivo eu não poderia por já ter postado o capítulo 20. Já aconteceu isso uma fez, quando Effy foi apresentada, Percy ve ela levemente com Annabeth e é descrita com cabelos negros (o que eu arrumei depois, mas não é a mesma coisa) e logo depois de postar aquele capítulo mudamos a cor pra ruivo cor morangos, então atrasei pra evitar isso.
Já que já me expliquei... Olá, Semideuses! Espero que não tenham desistido de mim aqui! Esse capítulo é grandinho para compensar voces!
Bem, boa leitura!



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–Apolo! Afrodite! Oh merda...

A medida que eu corria, os campistas davam passagem assim como para o restante dos deuses, formavam um círculo curioso, porém, em uma distância segura dos rivais e hostis seres divinos do salão.

–Deem mais um passo e eu juro que teremos uma briga extremamente feia aqui. –avisou a deusa da caça, fazendo com que a dupla de deuses parasse imediatamente, mas mais em um tom de briga familiar, como se o máximo que Ártemis pudesse fazer fosse bater o pé no chão feito um criança mimada e gritar com eles, do que como algo realmente perigoso, como eu encarava a situação, por exemplo.

–Podemos, por favor, pular a parte da briga dessa vez? –pedi para os deuses em um tom cansado que já havia começado a virar meu tom de voz usual com os deuses.

–Ah, Percy! Se está pedindo isso é por que realmente não está nessa família a muito tempo! –disse Afrodite, com uma voz cantada e sonhadora que era a voz do amor. Uma voz que para mim soava extremamente irritante no momento, e sua aparência a tornava uma versão estranha de uma Annabeth mais alta, com cabelos mais arrumados, produzida e com uma voz tão parecida com o do resto de suas filhas, que eram encantadoras a princípio, mas depois se tornavam cansativas.

–E você, sua metidinha a cor de rosa... –rosnou Ártemis para Afrodite, e nesse momento eu sabia que estava perdido. –Você sabia alguma coisa sobre essa festa e a maldita exigência de Apolo?

–Está mais pra um convite amigável. –resmungou Apolo.

–Amigável é o seu...

–Hey, por favor, vamos nos acalmar... –tentei interferir, mas só recebi um olhar de ódio de Ártemis.

–E você, Perseu, conseguiu estar no centro dessa confusão sem nem ao menos se meter nela. –a deusa negou com a cabeça, com um ódio notável no olhar. –Como pode ser tão culpado e tão inocente em uma situação ao mesmo tempo?

–Faz parte do paradoxo apaixonante dele, não é Percy? –a deusa do amor apoiou em meu ombros, como se nos conhecêssemos a anos. Seu toque me deixou levemente desconfortável, e tentei ignorar a sensação de aconchego que me invadiu depois. Os poderes de Afrodite eram notáveis mesmo para os imortais.

–Deixe o garoto, Dite. –cutucou Apolo, e a deusa fez o que o amigo pediu com um sorriso malicioso.

–Vocês são dois imbecis... –resmungou Ártemis.

–Mas você deverá nos aguentar aqui por um bom tempo, irmãzinha.

Ártemis rangeu os dentes e apertou os olhos, era como uma criança fazendo pirraça, só que bem mais mortal.

–Vou ficar junto de minhas caçadoras e não ousem me seguir! –disse ela, e em seguida se virou para mim. –Somente não responderei as provocações desses dois pois sei que sobrará para você, Perseu, o novo líder desse acampamento. E também por que sou justa, e sei que não tens nada a ver com a história.

Ela deu de costas e saiu a pisar duro, e obviamente não foi seguida pelos demais.

–Está olhando o que, Percy? –sorriu Apolo. –nós somos grandinhos e sabemos nos cuidar, vá com seus amigos. –ele piscou, e eu sorri também.

–Mas não se esqueça de seus novos amigos também, rapazinho. –disse Afrodite.

Me virei para voltar para o ponto onde deixei Grover e os outros, e notei que Annabeth não estava mais lá, mesmo que já esperasse por isso, não pude conter a decepção e a amargura pelo fato.

Contudo, quando cheguei encontrei Thalia e Grover rindo um com o outro junto a Nico e Rachel, que conversavam entre si.

–Olá –cumprimentei os demais. –Hey, vocês...

–Annabeth saio com Effy. –respondeu Thalia, antes que eu completasse a pergunta, em um tom de ironia, porém, não julgador. –nem me pergunte por que.

–Quem disse que era isso que eu iria perguntar? –perguntei, e a filha de Zeus apertou os olhos azuis para mim.

–Eu conheço você, garoto. Além do mais, ela saiu bem apressada daqui, o que você fez dessa fez hein, Cabeça de Alga?

–Deve ter se assustado com a sua maquiagem, cara de pinheiro.

–Menino peixe.

–Garota tomada.

–Cérebro de mexilhão.

–Menina arvore.

–Cabeça de Bagre.

–Garota da pinha.

–Pequena sereia!

–Agora você pegou pesado, garota. –brinquei, já que estava completamente sem ideia para apelidos para Thalia, que bateu uma palma no ar, cantando vitória. –Aliás, não lhe vejo a séculos, priminha, e nem lhe disse olá direito...

Avancei nela e lhe fiz cócegas, a filha de Zeus me batia a ria, me deu um choque com o indicador, mas eu mal senti. Apesar de todos os malefícios da guerra dos Titãs, senti que tinha um vínculo maior com Thalia agora, mesmo apesar de tudo.

–Imunidade divina... –ela dizia sem folego e continuava a rir. –isso é muito.... Muito injusto! Ah! Para com isso!

Thalia pegou um copo da mesa e ameaçou derramar o liquido sobre minha cabeça, mas em um movimento (ou quase movimento) rápido, me concentrei o suficiente para mudar o movimento do liquido, fazendo com que o refrigerante manchasse a saia de Thalia.

–Você é um idiota! –ela me socou no ombro, mas riu comigo e com o restante de nos também.

–Já ouvi isso antes. –disse, mas me senti mal pelo vestido de Thalia, já que esse era branco, idêntico ao de Annabeth, mas sinceramente, a loira ficava mais bonita nele do que Thalia. Toquei o ombro da garota, bem na alça que segurava o vestido, e no segundo seguinte ele estava limpo novamente.

–Ah, valeu. –ela disse, ainda espantada. –você tem poderes extremamente legais, Percy.

–Só falta aprender a usar direito. –debochou Grover.

–Quem sabe no próximo séculos, hein? –brincou Thalia.

–Quer saber de uma coisa? –disse Nico, se metendo na brincadeira. –Eu shipo Perthalia.

Todos começam a rir da piada, inclusive a mim. Bem, Thalia estreitou os olhos para o filho de Hades e lhe deu um choque com o indicador, e ao contrário de mim, o menino se afastou pelo contato.

–Pois eu shipo Pernico. –disse Thalia, fazendo com que todos caíssem ainda mais na gargalhada.

–Eu shipava Percabeth, mas... –Grover se queixou, e tomou um pouco de seu refrigerante.

–Ah, eu te entendo cara. –disse Apolo, aparecendo atrás de Grover, e lhe estendendo a mão para um soquinho, que Grover aceitou. –mas se você quer saber, estou mais para Perachel agora.

–Ah, mas você não ouse Apolo! –disse Afrodite, que puxou Apolo para fora da discussão. -não se meta no meu trabalho!

–Sou dei minha opinião, Dite. –disse Apolo. –e você só está zangada por que o seu precioso Jasper não começou com o pé direito.

Apolo saio, mas foi seguido por uma Afrodite gritante.

–Voce não ouse falar de Jasper comigo, Solzinho!

–Que ship é Jasper? –perguntou Thalia.

–Talvez seja uma Jas com o Percy, sei lá, Afrodite é adiantada.

–É claro que não! –me meti.

–Ele tem razão gente. –se meteu Rachel. –afinal, se fosse assim não seria Perjas?

–Então, voltando para Pernico... –começou Grover, fazendo com que todos caíssem novamente na gargalhada, menos Nico, que por algum motivo ficou vermelho diante da brincadeira.

Eu não sabia o que era ship até agora, mas quando a ideia do que seria surgiu em minha mente, foi como uma estrela iluminar a escuridão. Como todos eles poderiam saber o que é um ship mas eu não?

–Pernico, Perachel, Perthalia, Percabeth... Sabe, gente, eu estou bem aqui, sabiam? –acenei para o grupo, mas ninguém parecia dar a mínima, dando suas opiniões e brincadeiras sobre o minha própria vida amorosa.

Vire-se, Perseu.

Uma voz parecia sussurrar em minha mente. Me virei para trás, tirando minha mente das gargalhadas por um segundo, e vi Artêmis encostada contra uma parede, me encarando, e acenando com a cabeça discretamente para que fosse até ela.

Ninguém pareceu ouvir quando comuniquei minha saída.

Caminhei até a deusa.

–Algum problema? –perguntei, e Ártemis se desencostou da parede, adquirindo uma postura ereta.

–Não para mim. –ela disse. –mas pensei que talvez fosse bom saber, Perseu, que Apolo colocou vinho grego nas bebidas da festa. - ela deu um sorriso, como se não aprovasse a ideia, mas satisfizesse saber que fora aplicada contra mim.

–Vinho grego?

–Não se trata de um vinho de verdade, é apenas um nome. –ela explicou. –é uma mistura leve de néctar, flor de lotos do cassino e álcool divino. Não é possível sentir o gosto devido as circunstancias daqui. O néctar é fraco, não é suficiente para curar ninguém nem matar um mortal, até por que esse está em falta para tais circunstâncias e em seu poder real, mas ainda faz com que a bebida adquira o gosto que a pessoa quiser beber, e como os copos daqui são projetados para tal, é imperceptível.

Encarei o copo de coca em minha mão e o cheirei. Nada. Mas também não a beberia para comprovar. Acreditei na deusa.

–A bebida não afeta muito, deixa apenas mais sorridente, como uma bebida alcoólica de verdade, só que o efeito passa bem mais rápido, é uma característica do álcool divino. –ela indicou meus amigos com o queixo. –mas eu tomaria cuidado com seus amigos semideuses, já parecem ter tomado bastante. Aliás, Perseu, eu jogaria esse copo fora.

Ártemis se virou, me deixando sozinho novamente, e novamente com uma raiva enorme de Apolo. Maldito! Minha vontade era gritar maldições para Apolo, mas tudo que fiz foi virar-me e voltar para meus amigos.

Eu sinceramente não sabia com o que deveria ficar mais surpreso: eu não ter suspeitado que Apolo colocaria algo, e não ter notado que Apolo colocara algo na bebida. A fixa só caio de fato com a cena que presencie em seguida.

Grover, Juniper, Thalia, Nico e Rachel estavam na pista de dança, dançando como se não houvesse amanhã. Grover e Juniper dançavam juntos, à medida que Nico e Thalia faziam o mesmo, vez o outra Thalia e Rachel trocavam de lugar, mas em um geral a ruiva se contentava em um passo ou dois, contrariando completamente os demais. O fato do filho de Hades estar incluído na cena e ser na verdade o que mais gargalhava, foi o que me fez me dar conta da seriedade do assunto. Por um momento me preocupei por Thalia, que dançava com Nico, afinal ela também era uma caçadora, não sabia como Ártemis poderia interpretar aquilo, mas Ártemis havia visto a cena, ela estava bem atrás de mim, e não havia comentado nada. Me dei conta que mesmo sob o efeito não alcóolico da bebida, Nico e Thalia dançavam de uma forma tão amigável que seria impossível, até mesmo para Ártemis, suspeitar de algo. Era simplesmente o mesmo tipo de toque que Thalia e eu trocávamos, simplesmente amigável. Nico girava a filha de Zeus vez ou outra, um tropeçando na falta de experiência e ritmo do outro e rindo se si mesmos, a passo que Grover e Juniper, mesmo que também risonhos, viviam a trocar selinhos.

–Não bebam isso. –disse, tirando o copo da mão de Nico, mas o garoto apenas sorriu, ainda com Thalia ao seu lado, acompanhando o garoto, e pegou outro da mesa, sem se queixar ou reclamar, o mínimo digno do garoto normalmente. –Nico!

–Que foi?

Ele tomou mais um gole, e recebeu um puxão de Thalia quando a música mudou, uma que ambos obviamente conheciam. A cena de Thalia jogando seus cabelo curtos para frente em um tipo de dança e um Nico gargalhando a seu lado era no mínimo perturbadora, mas não podia dizer não ser engraçada também.

Me sentia novamente no Cassino lotos, onde tentava avisar a todos sobre o poder do lugar, mas ninguém me dava ouvidos. Bufei, frustrado.

–Relaxe, não vai fazer mal a eles. –disse Rachel, se colocando a meu lado, e notei que ela tinha um sorriso leve em seus labios também, mas parecia inteiramente sóbria. Notei também que sua dança simples se dava ao fato de seu jeito descontraído e livre de ser, e não nenhum vinho grego. –o efeito é rápido, se eles ficarem alguns minutos sem a bebida voltarão ao normal.

–Como pode ter certeza? E por que não está como eles?

–Tenho o oraculo no corpo, e, as vezes, as vozes sussurram para mim. –ela disse, e deu de ombros. –irrita as vezes, mas já estou acostumada. O fato é que notei logo depois que você saio, eu vi Ártemis, e então minha fixa caiu. Eles também não me ouviram. –ela se virou para mim novamente. –tenho uma boa resistência contra isso também. Não é só você que tem dons legais.

Sorri também.

–Então isso realmente não prejudica? –perguntei, apontando com meu próprio copo para o restante das bebidas.

–Não seriamente. –ela respondeu, e eu virei meu copo em minha boca. –por que fez isso?

–Estou cansado de tentar por ordem do que já não tem faz tempo.

–Percy! -reprendeu a ruiva, e me puxou para fora do lugar. –Você é louco? –eu sorri para a menina, já na parte descoberta do refeitório, onde me apoiei em uma arvore.

–Hey, que música é essa? Já ouvi em algum lugar.

–Na na na. –respondeu ela, me empurrado para fora já de braços cruzados. Por um momento me peguei pensando qual era a vantagem de cantar no ritmo da música se não havia ritmo algum na voz de Rachel.

–A música chama “Na na na”, Percy. –explicou ela.

–Jura?

–Juro. –eu sorri na coincidência. Como um nome tão simples poderia ter tão irônico em uma música, tão obvio, mas que eu também nunca tivesse ouvido alguma com tal nomenclatura. –não sorria assim para mim! Vinho Grego faz efeito muito mais rápido do que álcool, sorte sua que passa rápido também!

A verdade é que minha cabeça doía levemente, mas tão leve que poderia voar sobre ela. Bem, eu nunca havia consumido qualquer tipo de álcool, mas não acreditava que o que sentia tinha algo relacionado de como o descrevem. Eu não via nada turvo ou algo assim. Era algo mais parecido com a flor de lótus, com aquela sensação boa que nada poderia estragar aquilo, como se tudo fosse paz.... E como eu precisava daquela sensação. Mas diferente da flor de lótus original eu conseguia pensar com clareza, mas meus pensamentos simplesmente não conseguiam se direcionar para algo que não fosse feliz, que não fosse bom, era como a bebida da paz. Eu não conseguia me magoar, sentir triste, magoa ou raiva.... Como eu ansiei por aquilo.

–Por que fez isso? –ela perguntou, em um tom curioso e preocupado, e eu simplesmente dei de ombros.

–Estou cansado, Rachel. –eu disse. –eu só quero tirar tudo isso da cabeça um pouco... Eu nunca quis ser um líder.

Ela suspirou.

–Me parece justo. –ela olhou para mim demoradamente, dos pés à cabeça, com um olhar verde preocupado e com os braços cruzados no peito. Só então notei eu ela também se encolhia em sua saia e blusa praticamente sem mangas.

–Está com frio? –perguntei, e ela acenou com a cabeça, mexendo o queixo em seguida para retirar uma mecha ruiva que o vento frio tendia a colocar em seus olhos.

Passou por minha cabeça afasta-la com os dedos, mas fui repreendido por mim mesmo. Mas minha mente não conseguia arranjar espaços para repreensões e tristezas. Rachel não corria risco de vida ao ser tocada, não era punida ao ser ajudada. Então ergui o braço e afastei seu cabelo do olho. E em seguida sorri, fazendo com que ao minha mão voltasse de seu rosto, estivesse segurando uma jaqueta.

–Abracadabra? –sugeri, e ela riu.

–Eu diria que você está completamente bêbado de refrigerante se não soubesse que você faria essa piada de qualquer jeito. –sorriu e se agarrou em seu novo casaco. –obrigada.

–Por nada.

Rachel me olhou de uma maneira estranha, cheia de dúvida e um tanto de tristeza, mas não consegui me aborrecer com aquilo, a bebida ainda me fazia efeito, mas a preocupação cresceu em um junto com a dúvida: Rachel me deu um fora no Olimpo, não foi? Ela também não podia me ter, pois ela era o oraculo a mando de Apolo... que a poucos minutos liberou-a desse compromisso por mim. Rachel nunca disse que não me queria por si só.

A observei novamente, a observei para notar que ao encara-la, eu via a mesma Rachel que vi desde que a conheci, com feições brincalhonas e cabelos nuvem ruiva, mesmo agora sob o efeito da bebida da paz. Mas Annabeth... não conseguia pensar nela. Eu a amava, sim, mas sobre uma bebida que apenas me permitia ver a felicidade eu não conseguia enxerga-la, pois tudo que se relacionava a ela se relacionava também a dor e ao sofrimento.

Aquelas duas garotas estariam ocupando o lugar correto em minha mente e coração? Me lembro de Clair, a menina loira da praia, que mandou que eu parasse de procurar se achasse a pessoa certa. Poderia eu ter achado a muito tempo e não ter notado de fato?

Não havia dor nem sofrimento agora, tudo que eu tinha era Rachel a minha frente, ao meu lado, enquanto Annabeth.... Bem, ela não estava aqui.

–Rachel...

–Não, Percy. –ela negou, fechando os olhos e se afastando quando dei um passo à frente. –você não me ama, você ama a ela.

–Eu não penso nela agora.

–É a bebida...

–O amor não pode significar apenas dor e sofrimento, pode? –perguntei, e ela voltou a me encarar, confusa. –por que o vinho faz com que eu não veja a dor e sofrimento, e eu não a vejo, mas vejo você.

–Eu não quero ser apenas a substituta de Annabeth! –ela disse, agora em um tom ofendido. –você não me ama, não está apaixonado por mim, Afrodite disse isso.

–Eu não ligo para Afrodite.

–Não brinque comigo! –ela se queixou. –eu gosto de você e você gosta dela! É muito simples!

–Eu não estou brincando com você. –disse, e no momento conseguia sentir a efeito da bebida passar, conseguia sentir a tristeza e magoa voltando à tona e conseguia sentir tudo aquilo que não queria. –eu gosto de você, Rachel, e quero gostar ainda mais.

–Você não pode escolher quem ama, Percy. Você não pode escolher por quem se apaixona. –ela disse, e conseguia ver a tristeza em seus olhos, e, sinceramente, aquilo partiu meu coração em milhões de pedaços. –E eu me apaixonei por você, e você por ela. Eu não posso ter a ti, pois seu coração é dela, e eu não posso mudar isso, nem você.

–Mas o coração de Annabeth não pode ser de ninguém, ele foi guardado a sete chaves por Ártemis. –respondi. -O que se faz quando a pessoa que se ama não pode te amar? Você tenda amar outra pessoa.

–E isso é possível? –ela perguntou, com o rosto em uma mistura de tristeza e esperança, mas Rachel parecia se recusar a criar qualquer tipo de expectativa.

–Você me deixaria tentar? –ofereci, pedindo um chance como quem pede um favor.

–Não se pode escolher quem ama, por quem está apaixonado ou não.

–E quem escolhe, quem decide isso? Afrodite? –perguntei. –Afrodite pode ser uma divindade, mas ela não muito diferente do que qualquer um de nós, e eu sinto como se tivesse passado toda a minha vida em um de seus joguinhos. Eu quero fazer as regras pelo menos uma vez.

–Quer fazer as regras do amor? –ela me olhou, com um tom curioso e sarcastico também.

Rachel olhou para baixo, encarou seus pês e mordeu o lábio inferior, nervosa e descrente. E foi então que eu a beijei, a beijei de surpresa, em um toque de labios e a tocando levemente no rosto, apenas.

Quando nos separamos, logo em seguida, eu a respondi.

–Você me deixaria tentar? –perguntei, e, novamente, me aproximei dela.

Dessa vez, não foi um beijo surpresa, como haviam sido todos os beijos de minha vida até aquele momento. Me aproximei de Rachel com calma, dando a ela e oportunidade de recusa-lo, dando a ela tempo para pensar, percorrendo apenas parte da distância entre nós dois, deixando os narizes colados, mas labios separados por questões de poucos centímetros. E então, Rachel se pós nas pontas dos pés, quebrando assim a distância entre nós.

Rachel era diferente, tão diferente... Não era um beijo triste, uma despedida, era um beijo calmo e tranquilo. Eu tirava um peso de minhas costas, eu seguia em frente, e nos dois tínhamos todo o tempo que quiséssemos para aquele beijo. Era um beijo que prometia um recomeço, quando ambos ansiávamos por um.

Não consegui notar quando, estávamos presos naquele momento, estávamos presos um ao outro, mas em algum momento naquele beijo, eu tinha invertido nossas posições. Antes, eu encostava minhas costas contra a arvore, e agora Rachel se encontrava contra ela. Eu não a beijava como se ela pudesse evaporar a qualquer segundo, eu a beijava com a certeza de que quando eu abrisse meus olhos, ela ainda estaria ali.


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Notas finais do capítulo

Não basta atrasar, eu ainda coloco esse fim, não é mesmo? kkkk Uma passagem apenas, prometo! Essa história ainda tem muitas revira voltas pela frente!
Ah, sim! O ultimo oraculo foi Fe di Angelo Daughter of Hades, que chegou perto ao dizer que o Percy tinha tomado alguma bebida pra ficar com a Rachel. Bem, ele não estava fora de si, mas a bebida deu um empurrão do relacionamento.
Alias, alguém conhece a musica "Na na na"? kkk descobri a pouco que esse é de fato o nome da musica, detalhe acrescentado so depois!
O que acharam do capítulo? Me odeiam querem me matar, alguem está shippando? Não? Okay.
Até daqui duas semanas se certas pessoinhas colaborarem!
E comentem o que acham que veem em seguida! Dica: tem uma certa pessoinha MUITO MUITO puta no momento! Alguem está ferrado no proximo capítulo!
Beijos!